quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DETERMINADO A VENCER

Das notícias que li, presumo que Petraglia, após tentar a contratação de treinador brasileiro, concluiu que os nossos profissionais são muito caros e não assumem responsabilidades sobre os resultados em campo.
Que são absurdamente caros, até a mocinha que manda corações e beijos para a câmera que vasculha as arquibancadas está cansada de saber.
Homem ingênuo, cheio de dúvidas, pergunto-me o que significa assumir responsabilidade sobre os resultados em campo?
Atestar na coletiva sua má direção, lamentar a escalação mal formulada, a substituição indevida, a contratação por ele indicada de cabeça de bagre insuperável?
No Atlético de 2011, nenhum dos vários treinadores que conduziram o time ao vexame se responsabilizaram pelos péssimos resultados. Foram demitidos, ou pediram seus afastamentos sem uma sílaba de mea culpa. Antônio Lopes derrubou time que em momento algum conseguiu fazer jogar, lançando a culpa sobre os companheiros de profissão e se dizendo pronto a receber convites para encaminhar novos naufrágios.
Mesmo que algum deles tivesse lamentado sua deplorável participação, qual seria o significado prático desse reconhecimento? O único que me ocorre é a desistência da multa contratual estabelecida para o desligamento anterior ao fim do contrato. Neste aspecto, Renato Gaúcho me pareceu o mais correto. Olha a conclusão a que cheguei.
Pensando assim, concluo que a comissão técnica capitaneada por Don Juan, que assume o Atlético para ganhar o campeonato paranaense e tirá-lo da segunda divisão, é de baixo custo, e, em caso de desastre, rumará para Montevidéu carregando, unicamente, malas e salários referentes aos meses trabalhados.
Se Juan Ramon é o treinador que o Atlético precisa impossível saber. Embora o futebol uruguaio esteja em alta, é semifinalista da Copa 2010 e último campeão da Copa América, sabe-se que as vitórias se devem muito mais a uma geração de ótimos jogadores, Forlan entre eles, do que à capacidade de seus treinadores.
Fato é que os ótimos currículos de Dagoberto Fernando dos Santos, novo Diretor Geral, e Sandro Orlandelli, novo Diretor de Futebol Profissional e Sub-23, estarão reunidos aos cisplatinos para pensar o futuro do Furacão e contratar jogadores.
Aí realmente se decidirá o destino do Atlético. Execrados os estrupícios que o levaram a desaparecer da mídia nacional poucos restarão. Nas minhas contas, cinco ou seis. Precisaremos, no mínimo, de vinte e dois jogadores, dois times completos formados por homens, não pelos mercenários que enriqueceram e nos legaram a ruína.
Aí me lembro da raça que me fez rubro-negro e da garra da celeste uruguaia. Se Juan Ramon tiver em mãos um bom grupo de jogadores e forjá-los dentro do espírito da seleção do seu país, o mesmo espírito que nos fez sobreviver a anos de dificuldades, pode dar certo. 
Nada muito científico, nem muito filosófico, apenas a formação de um grupo de gente honesta, bem treinado e determinado a vencer.
PS - Depois de um ano sofrendo do Mal de Lucelli, com o coração seriamente comprometido e sem saber ainda os danos cerebrais decorrentes da enfermidade horrível, pode ser que minhas conclusões estejam seriamente equivocadas. Peço a paciência do amigo e lhe desejo um Feliz Ano Novo.