domingo, 30 de junho de 2013

DIA DE NEYMAR

O momento é de escolhas. A musa da Copa, o jogador mais bonito, o melhor jogador, a seleção dos melhores da competição, os sites estão repletos de enquetes sobre todos os assuntos. Sobre o resultado da final as opiniões divergem atropeladas pelo coração.

A lista dos melhores inclui os conhecidos Iniesta, Xavi e Neymar. Campeã a Espanha, bate na madeira, Iniesta leva o troféu. Brasil em festa, Neymar recebe a coroa. Qualquer outro resultado é surpresa absoluta. Dos menos conhecidos gostei de Cavani do Uruguai. O gringo faz gol e tem um fôlego absurdo. Contra o Brasil estava atrás marcando Neymar, dois segundos depois finalizando no gol de Julio César. Daí sua valorização no mercado europeu.

A musa da Copa receberá a valorização merecida. Estará nas capas das revistas nos próximos meses. O jogador mais bonito, conforme for a cabeça do rapaz, também poderá fazer um “estudo fotográfico” que lhe agregue mais algum à conta-corrente. É esperar para ver.

Resta adivinhar o resultado de Brasil e Espanha.

Eu começo divergindo da maioria que coloca a Espanha como favorita. No Maracanã lotado, com o time já com algum entrosamento, com Neymar, sem o oba-oba de 50, o favorito é o Brasil. Jogo duríssimo, mas a derrota do Brasil é pouco provável.

Jogos deste nível são sempre muito difíceis. No velho Maraca assisti Brasil e Paraguai em 69. Depois de passar o rodo nas eliminatórias, inclusive vencer o próprio Paraguai por 3 a 1 em Assunção, o jogo foi definido pelo gol salvador de Pelé, assistido pelo maior público que o velho estádio acolheu. Não tem moleza, o adversário cresce – o amigo imagine a vontade de vencer do time espanhol –, o clima fica tenso, o cenário ideal para o supercraque fazer história.

Os últimos jogos deram a Neymar a cancha internacional necessária, ele quer vencer, está concentrado, tem confiança nas suas capacidades. Ele é hoje o nosso supercraque. O baile que o Santos tomou do Barça na final do mundial de clubes ensinou muito. O amigo acalme seu coração, passe um dia tranquilo. Vamos vencer, hoje é dia de Neymar.

sábado, 29 de junho de 2013

LIGUE JÁ

Meio contrariado com o Furacão em campo, retornei á minha peregrinação diária à magnífica Nova Baixada. Há mais de trinta dias não via de perto a evolução da obra, da minha janela só vejo as arquibancadas solitárias, as pontas dos guindastes em evolução, a gigantesca estrutura que vai suportar o teto retrátil avançando lentamente.

O Atlético está recebendo do BNDES mais 26,2 milhões para a conclusão da catedral da bola. Com isso e com o aumento significativo dos operários empregados no duro trabalho de destruir e reconstruir a joia da Baixada, com a disponibilidade de todos os espaços já devidamente colocados à disposição do clube, a arrancada final acontece neste final de junho. Nem o mau tempo pode atrapalhar.

Fui lá e fiquei embasbacado com as dimensões da ponte metálica que cruzará o campo todo. De portão aberto na Brasílio me encantei com o progresso dos trabalhos na lateral que acomodará futuramente as cabines de imprensa, o espaço VIP e de onde sairão os jogadores para cantarem os hinos, encantar a todos nós e nossos convidados nas partidas da Copa 2014.

Nesta Copa das Confederações, o aperitivo para o grande espetáculo do ano que vem, observa-se na satisfação dos árbitros a felicidade de participar de evento deste nível em solo brasileiro. Há uma alegria dos homens de preto, imagine o amigo a empolgação do holandês que apitará a final no domingo.

Quem sabe não nos ocorra a real importância da realização do evento em solo nacional, como essa gente de fora nos admira, torce por nós, tem decorado o nome dos nossos craques do passado, quer fazer parte da festa no país da bola.

Pois o Atlético, na sua mais profunda grandeza, arregaça as mangas para que Curitiba possa participar do maior espetáculo da Terra, possibilita ao curitibano mostrar ao mundo um pedaço especial do Brasil, uma mescla das raças que para cá acorrerão, a fim de ver futebol, usufruir da hospitalidade sem igual, conhecer paisagens, saborear temperos, entender uma cultura feita de culturas, que felizmente deu muito certo.

O Atlético faz a sua parte, o curitibano pode confiar e se orgulhar do clube fantástico que o representa no evento maiúsculo. Vamos nos preparar para receber as pessoas, exigir do Governo e Prefeitura a realização das obras de infraestrutura que tardam a aparecer. Elas são muitas, são o legado maior do qual não podemos abdicar. 

O atleticano como eu com dúvidas sobre o Furacão em campo tem todos os motivos para se orgulhar da nova casa que aos poucos toma forma. Já se associou? Ainda não? Então corra lá no espaço Sócio Furacão. Já tem suas cadeiras, mas conhece amigo renitente, brabo com o time, furioso com o Petraglia, não perca tempo, use seu poder de convencimento. Pegue o telefone, disque o número do danado e o convença a fazer uma visita à obra. Vamos, acorde o rubro-negro em dúvida, ligue já.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

AS COISAS BOAS

Estimulado pelo toque-toque espanhol hoje vamos tocar curto, jogar rápido, vamos trocando passes o amigo e eu.

Nhô Drub e o seu Moraci reclamam da parada da Copa das Confederações. Disse o Moraci: “Para o Atlético, essa parada não foi boa, principalmente no quesito de jogos. Estamos correndo atrás de um ritmo de competição, que você só consegue jogando jogos de competição”. Pena que só descobriram agora, usaram o jogo-treino contra o Jotinha para testar jogadores, não programaram mais jogos para a pausa. Jogos-treinos podem valer como jogos de competição, basta encará-los como tal, evitar oito substituições etc. É péssimo quando os comandantes começam a atirar nos próprios pés.

Os pênaltis batidos por espanhóis e italianos foram uma aula. Os goleiros nem chegaram perto. O enfastiado Pirlo bateu e fez cara de quem nunca errou pênalti na vida. Infelizmente o pênalti alto, sempre um perigo, decidiu a partida. Dava para ficar mais meia hora vendo as cobranças indefensáveis.

O Atlético venceu a Chapecoense pelo placar de dois a um formando com: Weverton; Jonas, Manoel, Luiz Alberto e Juninho; Bruno Silva, João Paulo, Zezinho, Felipe, Everton e Ederson. Os gols rubro-negros foram de Everton e Ederson. Pelo jeito a solução para os problemas defensivos ficaram para Luiz Alberto e Juninho. A utilização de volante no lugar de Botelho mostra a ausência de reserva específico para a lateral esquerda. Os dois volantes que chegaram já têm lugar no time.

A Itália poderia ter vencido o jogo no primeiro tempo. As grandes defesas de Casillas salvaram a Fúria. O sistema de marcação italiano funcionou, parou o toque-toque espanhol, deu espaço para Iniesta vir de trás, mas impediu Xavi de jogar. Pôs fim à dupla dinâmica, toureou com sabedoria, mas não chegou ao coração do touro.  

Falando sobre o jogo contra a Chapecoense, Nhô Drub achou que os conceitos táticos estão sendo desenvolvidos de modo positivo, como sempre, viu “coisas boas” no jogo. Nhô Drub parece ter saído do livro de regras. A surpresa no jogo foi a entrada de Zezinho, que carregou nas costas o Sub-23. É boa opção para defesa e ataque se mantiver a mesma iniciativa do Paranaense. Pode ser a última chance para o menino, é pegar ou largar. Palau está aí.

O lado de atacar a Espanha parece ser sua lateral-esquerda, onde Jordi Alba sofreu para marcar o ataque italiano. Se em minha opinião o seu Felipe já estava com dúvidas entre Oscar e Hernanes, agora acho que a vulnerabilidade espanhola pode levar Bernard a campo no lugar de Hulk. As mudanças podem não acontecer para o início do jogo, mas que elas virão é quase certo.

O Atlético vai jogar com um time em Cuiabá na próxima terça-feira. Depois de tanta espera, só falta Nhô Drub embarcar o time titular para jogar no forno que é a capital do Mato Grosso nas vésperas do jogo com o Grêmio. Para essas peladas existe o sub-23, os jogadores que o Furacão pensa emprestar para o time da casa. No máximo levar uns reservas que em junho ainda precisam ser testados.  

Ando meio irritado com o meu Furacão, daí uns passes fortes demais, obrigando o amigo a exercer toda a sua capacidade de matar a redondoca. Por vezes esqueço que não adianta estressar com as coisas que não se podem mudar. Vai ver tudo está certo, só eu não consigo ver “as coisas boas”.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

VAI PERDER O LUGAR

Errei, faltou um golzinho para o meu três a um no bolão. Fred fez o dele, Neymar participou dos gols vencedores, Paulinho idem, fez até um deles, Júlio Cesar salvou a Pátria defendendo o pênalti sem sentido de David Luiz. A vaca andou para naufragar no brejo em começo de partida.

O jogo começou com o Uruguai andando em campo, fazendo o tempo passar, marcando forte e o Brasil varonil errando passes. Se você erra passes, entrega a bola ao inimigo, vive com ele às portas do seu castelo. O escanteio, a bola nem havia chegado na área e David Luiz já estava agarrado na camisa do Lugano. Logo de quem. Com que cara você vai contar em casa David Luiz? A defesa espetacular de Júlio Cesar tirou dois pianos das costas do cabeludo.

O Brasil não conseguiu impor seu jogo, criar situações de gol, forçar o Uruguai a jogar defensivamente. Se pouco era incomodado na defesa, um chute de longe de Oscar e uma entrada na diagonal de Hulk foram as poucas ações ofensivas a entusiasmar os mineiros até os 35 minutos.

A partir daí, incomodamos pouco mais. Dois escanteios e três cruzamentos vindos da esquerda, Marcelo e Oscar passaram a forçar pelo lado, foram os primeiros resultados da pequena pressão coroada aos 41 com o lançamento longo de Paulinho. Neymar matou com rara habilidade, tentou o desvio, Muslera deu rebote e Fred marcou. Ótimo ir para o segundo tempo com a vantagem.

O lance lembra gols de 70. O lançamento longo de Gerson para Pelé entrando nas costas do zagueiro pela direita, a matada perfeita, o gol ou o passe para Jairzinho entrando na segunda trave.

A vantagem foi de curto prazo. Aos 2, Thiago Silva passou a Cavani, gol do Uruguai. É falha repetida. Marcelo já fizera gracinha contra o México que quase redundou em gol. Agora foi o seu Thiago. Tremenda confusão, hora de mandar a pelota passear no mato, resolve dar um passe atravessando a área. Tem jogador no Brasil que se jogasse o que imagina deixava o Messi no chinelo. O Felipão tem que dar umas chineladas nesses craques.

Voltamos às dificuldades, aos erros de passes. Fiquei me perguntando por que erramos tantos passes? Arrumei uma teoria a respeito. Na Espanha, os jogadores se oferecem para receber a bola, movimentam-se, o passe é sempre curto, rasteiro, bola gosta de comer grama. No Brasil, os jogadores pouco se movimentam, os passes invariavelmente são altos, quando não uma rosca de arrepiar os cabelos do peito do receptor. Fica muito mais difícil.

Bernard entra no lugar de Hulk, o super-herói não foi bem na partida, Hernanes substitui Oscar. A entrada de Hernanes coloca em campo jogador que sabe atuar centralizado no ataque e fazer a bola comer grama, rolar rasteirinha, chegar aos pés dos atacantes em boas condições de aproveitamento.

Marcelo foi jogar no ataque, Bernard colocou velocidade no jogo, o Uruguai resolveu levar a partida para a prorrogação, recuou e o Brasil ganhou permanência no ataque. Aos 40, Neymar cobrou o escanteio e Paulinho marcou de cabeça. Com Neymar não tem escanteio maluco, a bola vai sempre no mesmo lugar. A dupla matou o jogo, foi responsável pelos gols que nos levaram à final. 

O Felipão, que de tão feliz deu folga para a rapaziada, deve estar com uma dúvida na cabeça. Oscar ou Hernanes? Se o menino do Chelsea não resolver jogar, mostrar serviço, vai perder o lugar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

TRÊS A UM NO BOLÃO

O bolão acumulado na portaria me chama a atenção. Ninguém acertou o 4 a 2 contra a Itália. Era difícil mesmo. Eu imaginava jogo duro, seu Felipão com o regulamento embaixo do braço, um bom zero a zero suficiente. O desenrolar da partida, a tradição das duas equipes, a necessidade de vencer da Azurra levou ao placar elástico, bonito, inesquecível.

O técnico italiano reclamou do cansaço, os jogadores em final de temporada, os brasileiros treinando há mais tempo, mais acostumados com os rigores do clima.

Volto para a final de setenta com as mesmas condições. O Brasil plenamente adaptado à altitude mexicana, quem sabe o período mais longo de treinamento de equipe brasileira para uma Copa do Mundo, a Itália exaurida após a extenuante semifinal contra a Alemanha decidida na prorrogação. Resultado, 4 a 1, com direito a festa apoteótica do povo mexicano.

Na sua chave, a Canarinho enfrentou o nosso adversário de hoje, o Uruguai, com todas as ameaças de Maracanaço, lugar comum após a derrota de 50 no velho Maraca. Um susto no começo do jogo, absurdo erro na saída de bola e Cubilla marca em chute cruzado.

A calma só voltou a reinar no último minuto do primeiro tempo. Clodoaldo recebe depois da linha do meio campo, toca a Tostão pela ponta esquerda, recebe no meio da área e empata a partida. Em time pleno de supercraques no ataque, quem resolveu o problema foi o volante. Jairzinho e Rivelino fecharam o placar, um 3 a 1 clássico.

Quem gosta de comparar, não é o meu caso, pode dizer que Paulinho é hoje o Clodoaldo de 70. Paulinho vai jogar a semifinal, outra vez contra o Uruguai.

O time do Zagalo era melhor e mais maduro que o do seu Felipe, e tinha Pelé, segundo todos os mexicanos com quem conversei, de taxistas a head hunters, muito melhor que Maradona, só nós brasileiros temos dúvida a respeito. Faz parte da nossa cultura.

O técnico da celeste olímpica diz que o Brasil ainda não enfrentou ataque com a qualidade do seu trio de atacantes. Lugano, quem diria, reclama do elevado número de faltas cometidas pelo Brasil, ironiza o cai-cai de Neymar. O clima do jogo está estabelecido.  

Eu acho que dá Brasil, com os naturais sustos de partida de campeões do mundo. Olho aquele bolo de dinheiro acumulado nas mãos do meu porteiro coxa e fico imaginando o placar. Vou dar um crédito ao técnico uruguaio, deixar seu time fazer um golzinho. Vou acreditar em Neymar, na inspiração de Fred, uma morena de cair o queixo para quem ele manda corações apaixonados, e botar fé em balaço de Hulk que ainda está na falta. Pronto, é três a um no bolão.

terça-feira, 25 de junho de 2013

NAMORAR COM O PERIGO

Chego do México e encontro a Avenida das Torres em estado lastimável, a obra da ponte estaiada ainda em princípios, a cada 500 metros desvios, cones, perigos para o motorista. Lembro que na cidade do México foi construído um viaduto de 17 quilômetros – o periférico – em pouco mais de um ano, obra antiterremoto, cruzando o centro de cidade com 20 milhões de habitantes.

Então me pego a pensar, quando se vai a Madrid, Nova York, Londres, Paris e se observam as grandes diferenças com as nossas cidades, tudo bem, mas quando se vai ao México e nos deparamos com tamanho desnível entende-se o porquê das manifestações nas ruas brasileiras. Não dá mais para aguentar tamanha incompetência.

Deixo a terra dos maias tendo visto Brasil e Itália por meio de um site pirata, a imagem intermitente, o jogo coincidente com México e Japão não foi transmitido pela cablevision. Da maneira que assisti impossível qualquer análise, apenas elogiar o placar clássico, digno do clássico que é o jogo entre as equipes mais vencedoras do mundo.

Revendo os gols, fica clara a bela atuação de Fred, duas finalizações nas redes da Azurra e o cabeceio que deu origem ao gol de Dante, a ótima atuação de Marcelo no ataque, a afirmação de Neymar com o decisivo gol de falta. Em conversa dias antes com mexicano adorador do futebol brasileiro percebi sua descrença sobre Neymar e lhe assegurei que o brasileiro é craque, sabe tudo, vai explodir no Barça. Estou certo disso.

Volto ao site do Atlético e vejo que o Furacão perdeu para o Jotinha, usou um punhado de reservas no jogo-treino, testou jogadores, algo totalmente desnecessário. O time titular tinha que jogar, vencer bem, ganhar corpo para o jogo com o Grêmio.

O mais assustador é o posicionamento de Everton na lateral-esquerda – creio estar falando do meia Everton, se for outro me perdoem –, o que mostra que  entramos na fase da invenção, perigo maior que os cones da Avenida das Torres.

Sobre a pelada Nhô Drub declarou: "Hoje, particularmente, o objetivo foi de observar jogadores, aqueles que não estão tendo a oportunidade de jogar. Neste aspecto foi muito importante". Nhô Drub consegue tirar vantagem de todas as desgraças, todos os jogos-treinos que realizamos no ano, a grande maioria perdemos, foram de grande proveito. Fizemos cinco pontos em quinze no Brasileiro.

Vejo que as contratações que eu queria não aconteceram. Desço e encontro meu porteiro coxa, conversamos sobre futebol e ele me assegura: “Seu Ivan, se o Atlético não for bem contra o Grêmio e perder para o coxa no Alto da Glória, quero ver se eles não contratam”. A conclusão é óbvia. A possibilidade de acontecer grande. Saio para caminhar com a ideia na cabeça, sem conseguir entender a paixão que o meu Atlético tem por namorar com o perigo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

QUEM MANDA MAIS

O atleticano que não trabalha neste sábado friorento vai ficar na cama até mais tarde, tomar um café caprichado e só depois dar uma olhada na sua agenda. Às nove e trinta, no CT do Caju, Atlético e Jotinha. Lá pelo meio-dia cabe bisbilhotar o site do clube e ver o resultado.

Até lá, o jeito é se agasalhar bem e ir dar um olhada nas obras da Arena, se ainda não se associou, passar no espaço Sócio Furacão e adquirir suas cadeiras. Das nove às treze o espaço estará aberto. As facilidades são muitas, o amigo vai lá, bate um papo com rubro-negros de fé e se associa. Volta para casa com o dever cumprido e sua camiseta de brinde.

Então é comer uma boa massa, tomar um bom vinho, ir se preparando gastronomicamente para o jogão contra a Itália.

Brasil e o time do Pirlo se encontraram há poucos meses. Depois do bom primeiro tempo terminado em dois a zero, cedemos o empate, resultado condizente com a grandeza da história das duas equipes mais vencedoras do futebol mundial. Entre os dois portentos não tem moleza.

Os dois treinadores anunciam ausências em suas equipes. O amigo não se iluda, o jogo é de morte.

Passar em primeiro na chave significa evitar a Espanha na semi-final, o melhor time da atualidade, deixar o encontro com a Fúria para a final no Maracanã. Quem quer enfrentar o hipnotizante futebol espanhol com antecipação? No futebol não tem bobo, nem maluco.

Felipão ressaltou a disciplina tática dos europeus, algo não muito de acordo com o nosso cardápio. Acredita que com a qualidade técnica dos jogadores nacionais, se conseguirmos evoluir taticamente, nos aproximarmos do perfil europeu, temos condições de vencer qualquer adversário.

Para chegar em primeiro na chave o Brasil precisa apenas do empate. O regulamento reforça a filosofia do primeiro não levar, beliscar no ataque. Tudo leva a crer num Felipão ainda mais cuidadoso, nem mesmo os primeiros quinze minutos fulminantes contra Japão e México estão nas minhas expectativas.

Ficará por conta da torcida baiana colocar a Canarinho para voar. Entre o seu Felipe e o torcedor baiano, vamos ver que manda mais.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

EXPLICAR EM CASA

Assisto as entrevistas de pós-jogo na Globo internacional e entendo que minha visão da partida está totalmente desvirtuada, o Brasil fez um grande jogo, está tudo bem, vamos firmes para a final. Não costumo errar tanto.

Acho ser bem possível chegarmos à final, é o nosso dever, agora, achar que fizemos um bom jogo contra o México em crise só porque ganhamos de equipe que tem sido pedra no nosso sapato nos últimos anos penso ser um exagero.

O time das minhas ressalvas muito rapidamente adquiriu a cara do mestre Felipão. A defesa é forte, até agora não sofremos gols, no ataque Neymar vai resolvendo, dando tranquilidade ao início dos jogos. Tudo dentro da teoria do primeiro não levar, um gol lá na frente garante os três pontos.

Foi assim com o hoje auxiliar Parreira em 94, repetiu-se em 2002 com o piloto titular Felipão. Com Parreira, Romário e Bebeto eram a garantia de gols. Com o gaúcho velho, Rivaldo e Ronaldo beliscavam no ataque.

A fórmula é um sucesso. Nos deu duas copas. Exige empenho absoluto da equipe no esforço defensivo, o brilho das poucas estrelas no ataque. Se contar com a simpatia da arbitragem nos piores momentos fica uma beleza.

Quem conhece isso de perto é o delegado Antônio Lopes, espião do seu Felipe em 2002. É confortante. Frente ao colapso defensivo rubro-negro neste início de Brasileiro não nos falta conhecimento teórico para dar solução ao problema.

Nhô Drub treina a equipe para lhe dar o necessário equilíbrio, isto é, melhorar sensívelmente o rendimento da defesa. Os jogos contra o Jotinha e a Chapecoense são essenciais para se verificar a evolução do setor a dar mostras claras de fraqueza. O atleticano desconfiado torce para que dê certo.

Aqui do México estou na mesma torcida, assistindo os programas esportivos locais, Los Capitanes, Fuera de Juego, Fútbol Picante, interessados na visita que os tricolores teriam feito a determinada casa noturna brasileira, a atuação na partida de ontem já esquecida. Uma bomba.

Os craques de la Tri estão com a vida enrolada. Os problemas em campo podem ser resolvidos com a demissão do treinador já encaminhada, duro vai ser explicar em casa.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

PERDER O SONO

Estou em Ciudad de Mexico. Depois de comprar artesanias na Ciudadela, pego um táxi no Paseo de La Reforma e toco para casa da filha para ver o jogo do Brasil. Cidade de 20 milhões de habitantes, um tráfego pesadíssimo, todo deslocamento dura de hora para mais. No caminho vou conversando com o motorista, falando da história do México, um país que não foi descoberto, já existia como povo, tinha uma cultura rica, muito bem demonstrada nas pirãmides e no maravilhoso Museo de Antropologia.

Passamos por um outdoor onde Chicharito Hernandez faz propaganda de aparelho de barba e aproveito para perguntar sobre a Tri, a tricolor, é assim que chamam a seleção nacional na terra de toltecas, astecas, maias e tantas outras raças que povoaram este país abalado por terremotos. Outro dia acordei estremecido por um de intensidade 6.0. Mais intimidante que um final de jogo do nosso Furacão.

O rapaz chora as pimentas, reclama do treinador, fala dos maus resultados na Concacaf, não tem esperanças contra o Brasil. Vou elogiando, falando do passado com Hugo Sanchez, de Giovani dos Santos, de Chicharito, enchendo a bola do condutor que me vai cobrar em pesos o que lhe der na cabeça, não há taxímetro no velho Nissan que atravessa sinais vermelhos, toureia os luxuosos carros da nata mexicana. Comparando preços de veículos aqui com os do Brasil dá vontade de chorar. Pagamos uma fortuna por micro-carros.

Chego a tempo de almoçar, aqui se almoça às duas da tarde, hora local do início do jogo, e ver o começo fulminante do Brasil, o gol de Neymar. O comentarista mexicano chega a pedir faltas, algo que impeça o Brasil de jogar, teme a goleada. O tempo passa e a "tri" domina, faz um final de primeiro tempo claramente superior, o pessoal do "fútbol picante" vai se entusiasmando, acreditando no empate. Vendo o mesmo jogo dos mexicas, torço pelos 45 minutos, alguma orientação de Felipão que nos tire da roda.

De alguma forma, o Brasil sai da pressão, transforma o jogo numa grande pelada, não consegue jogar, pero também deixa de levar sustos, embora a avenida Don Marcelo seja convite ao desespero. Feiipão faz as substituições de praxe, que nada resolvem, o jogo coletivo inexiste, o gol de Jô é apenas o coroamento da bela jogada individual de Neymar. Nada a comemorar.

Por que fomos tão mal? Na minha opinião temos um esquema estático demais, os jogadores pouco se movimentam, não se apresentam para jogar, a marcação é facil, a retomada da bola imediata. Sem movimentação as opções são poucas, o passe fica difícil, volta para o zagueiro, para Julio Cesar, então o chutão para frente, bola nos pés dos mexicas novamente.

O que se viu de bom. Nada além do placar que nos possibilita passar de fase, continuar a jogar, treinar, algo extremamente necessário. Claro que Neymar brilhou e em dois lances salvou a Pátria. Os mexicas colocam a culpa no calor do segundo tempo, enaltecem o controle do jogo no primeiro, diminuem a pressão sobre o treinador.

Felipão não é tolo, sabe que o time foi mal, viu o domínio do toque-toque mexica, a individualidade se sobrepor ao passe óbvio para o artiheiro Fred, as substituições fracassarem. Vai dormir com a pulga atrás da orelha. Não é um terremoto, mientras tanto dá para perder o sono.

terça-feira, 18 de junho de 2013

AMIGO É AMIGO

A falta de notícias do Furacão é tão absoluta que o empréstimo de Gabriel Pimba para o PSTC é apresentado em destaque. As contratações que eu desejo e o torcedor espera, pelo andar da carruagem, ficarão para as proximidades do abismo. O amigo com conhecimento pouco maior diz que falta "bufunfa". É uma pena.
Assustada, a amiga pergunta: E a zaga? O irmão responde que um volante para dar proteção resolverá o problema. Ao que me conste o volante que o amigo apresenta como solução já chegou, veio da Ponte onde estava insatisfeito. Se for assim, está resolvido, posso dormir descansado.

Acontece que nossa defesa é protegida pelo time inteiro e mesmo assim sofre gols. A péssima solução é o emprego de três volantes, a fórmula Adilson Batista do apavorante início de Brasileiro que nos levou à segunda divisão. Se Nhô Drub sair para esse lado, entrego os betes.

Na falta de caras novas, Nhô Drub pode usar três zagueiros, a fórmula campeã de 2001. Junta-se Manoel e Luiz Alberto e coloca-se Cléberson de líbero. Uma das notícias criadas pela falta de notícias afirma que o Atlético 2013 teve melhor rendimento ofensivo em início de campeonato que o de 2001. Vai lá, na necessidade imperiosa, juntam-se as coisas e dá certo. Fico na torcida.

Por falar em insatisfeito, o povo brasileiro está nas ruas. Sou um velho, já assisti as mesmas cenas repetidas vezes no passado. Vou contar ao jovem os resultados de antanho.

Os que incitaram, planejaram lançamentos de bombas e sequestros estão hoje no governo, o amigo sabe fazendo o quê. Os que foram à luta, se entregaram de corpo e alma pelo ideal dos outros, sofreram o diabo, morreram. Outros, mais espertos, ficaram na encolha, receberam indenizações na ordem dos dois milhões de reales e a cada fim de mês recebem um quinze mil na suas contas correntes. São os nababos filhos do comunismo. Essa a verdadeira história.

Outra coisa. Órgãos de segurança são treinados e equipados para agir com violência. Você paga para isso. A polícia está encolhendo, só partindo para o confronto no limite, em alguns casos deixando o barco rolar. A continuar assim, vai sobrar para as Forças Armadas, a última vontade do rei. No confronto, basta um azar para que você tenha um olho perfurado, caia e seja atropelado pela turba. Seja inteligente. Tome cuidado. Você que é pai oriente.

O amigo pode pensar que sou contra as manifestações. Nada disso. Vejo o povo na rua com satisfação extrema, a corja que não elegi precisava tomar um susto deste tamanho, entender que não dá para cuspir no orgulho de um povo. Entretanto, do alto da minha velhice julgo importante avisar ao amigo. Amigo é amigo.

domingo, 16 de junho de 2013

MARACANÃ DE TODOS OS SONHOS

Acabei de assistir Espanha e Uruguai. O amigo vai me achar maluco, porém, tenho que confessar, o futebol toureador não me encanta. Aquele toque-toque com precisão cirúrgica só faz minha cabeça quando de cinco em cinco minutos está criando uma situação de gol. Quando coloca o adversário na roda sem a objetividade ofensiva acho chatíssimo.
Torci por um lance de sorte uruguaio para colocar fogo no jogo e ele só foi acontecer nos minutos finais. Infelizmente, depois do um a zero, quando o time da província Cisplatina resolveu jogar no modo Libertadores e parecia querer incomodar sofreu o segundo e o jogo foi para o banho Maria. Era metade do prImeiro tempo. Seria mais uma hora de futebol mareante.

O que me encanta no futebol barcelônico é a dupla mestre-sala e porta-bandeira formada por Iniesta e Xavi. Os dois passeiam pelo campo a dez passos um do outro, giram, trocam passes, confundem e quando um se distancia é para receber a bola na frente do goleiro.

Os demais jogadores são coadjuvantes de luxo. Preciosos no passe, na movimentação, produzem um controle da posse de bola que chega aos 75%, uma barbaridade. Melhor que isso, o posicionamento em campo, a capacidade de cerrar quatro jogadores sobre o condutor da redondoca com velocidade e retomá-la dão continuidade à inusitada posse de bola.

Quem vê se irrita com os erros de passe do oponente, acha que assim não dá mesmo, e aos poucos vai entendendo que as falhas são impostas pela forma de jogar do time do rei, que quando era a fúria não ganhou nada, precisou se acalmar para ganhar tudo.

Torço por um encontro entre Brasil e Espanha só para ver a solução que o seu Felipe vai ter para o problema. A solução pode estar no futebol alemão que deu um nó em Madrid e Barça na Champions League. Melhor seria que tivéssemos uma solução nacional, carregada de banhos de cuia e traços de arrodeio, e o encontro que eu desejo acontecesse na final, no Maracanã de todos os sonhos.

sábado, 15 de junho de 2013

MANÉ GARRINCHA

Queria mais liberdade para Neymar, vê-lo incomodando pelo meio e aos três minutos o menino do Barça recebe o passe de peito de Fred na frente da área. Um balaço indefensável. Um a zero Brasil varonil, passo a bater a 62 por minuto. Agora é a vez da defesa cumprir seu papel.
Os samurais não se intimidam, vão ao ataque, pressionam, assustam e vão tomando sustos. Chutes de fora obrigam Julio Cesar a defesas importantes. A bola deve ser nervosa como a Jabulani, o goleirão não conseguiu o encaixe perfeito em nenhuma das catadas, sempre houve um segundo lance. Foi ótimo, quando a defesa vacilou, resolveu o problema.

O Brasil ataca, Hulk cruza pela direita, alguém desvia, o goleiro salva; dá uma patada do meio da rua, me faz gritar gol, a bola se choca na rede pelo lado de fora. Fred livra-se da marcação, bate rasteiro e o goleirão faz excelente defesa. Andamos perto do segundo gol.

A Canarinho fez um primeiro tempo seguro, sem erros defensivos. O amigo sabe que tenho meus problemas com volantes, mas fiquei bem impressionado com o futebol do alemãozinho Luiz Gustavo. Firme, poucas faltas, cabeça erguida, uma segurança.

Paulinho andou tendo problemas com a velocidade japonesa, se ajustou ao ritmo e chegou ao final do primeiro tempo em bom nível. Marcelo foi muito à frente, fez o lançamento para o primeiro gol, não deixou furos na defesa. Sério ajuda muito.

O que vi de diferente? Oscar atuando muito pelos lados do campo, arrumando espaço para jogar, ajudando os ponteiros. Interessante, gostei.

O segundo tempo começa, o cruzamento de Daniel Alves encontra Paulinho dentro da área, o chute forte, dois a zero. A capacidade que Paulinho tem de estar dentro da área em todas as jogadas de ataque é impressionante, fôlego e finalização elogiáveis.

O jogo acabou. O tempo passa, o Japão cansa, outra boa defesa de Julio Cesar pôe fim à obstinação do pessoal do sol nascente, justamente na hora do lindo poente candango, uma das poucas coisas verdadeiramente lindas da cidade do seu Juscelino.

Felipão tira Neymar, coloca Lucas, substitui Hulk por Hernanes, Fred por Jô. Olha o velho 4-3-3 em campo. Lucas vai para a direita, Jô fica centralizado, Oscar vira ponta esquerda. Hernanes junta-se a Pauinho e Luiz Gustavo.

Só falta o gol para eu acertar o meu três a zero. Contra-ataque, Oscar avança, o marcador recuando de costas mais parece uma pipa sem rabo, o passe sai perfeito para Jô entrando pelo meio, olha eu rindo de orelha a orelha. Cravei. A bola sai, o juiz apita o final do jogo.

O Japão que já está classificado para a Copa do Mundo, tem quatorze jogadores na Europa, um dos craques do Manchester, espernou como peru em véspera de Natal e tomou um taco.

Pode não ter sido maravilhoso, um primor de partida, mas vencemos com sobra na tal estreia que é sempre difícil. Quem como eu deve estar rindo de orelha a orelha é o craque das pernas tortas, o nome do campo, com todo o merecimento, o senhor Mané Garrincha.



TRÊS A ZERO NO BOLÃO

O que eu espero da seleção do Felipão campeão? Nada muito diferente do mesmo que se vê há muitos anos. Um time forte na defesa, primeiro não levar, preciso no ataque, a chance criada transformada em gol.
Vai dar certo? Tem grande chance. Felipão sabe o caminho das pedras. Puxa o jogador pelo braço e sussurra no ouvido o que quer que ele faça. Cumpriu, tudo bem, é da família, tem direito à camisa, foi infiel, obrigado, até logo. Desta forma consegue a disciplina, a obediência às ordens indispensável para o bom funcionamento de qualquer projeto.

Tem lá também a sua psicologia baseada no analista de Bagé. Ressuscitou Julio César enterrado no Queen Park Rangers e agora quer milagres. O retornado à vida vai fazer das tripas coração para agradecer ao homem santo.

Conta com uma primeira linha de quatro muito experiente com um único problema, a voluntariendade de David Luiz. Uma boa conversa ao pé do ouvido, a clara explicação do que espera de um zagueiro, de qual a sua real finalidade e tudo estará bem.

Os dois volantes darão a segurança indispensável ao esquema. Desde que a maestria de Falcão e Cerezo foram insuficientes para ganhar em 82 tem sido assim. É parte indispensável do não levar.

Neymar e Hulk pelos lados têm a dupla função de marcar e atacar, bloqueiam laterais, vão ao fundo, servem o artilheiro. Oscar saracoteia na frente da área, enfia as bolas para os atacantes, chega na área para finalizar.

Dentro da área, Fred que já prometeu um gol por partida, tem a missão de não errar. É habilitado para a função.

Com espaço os laterais avançam, Paulinho chega na surpresa para dar o toque final. É simples, os jogadores cumprem essas funções em seus clubes, como tudo que é simples tem grandes chances de dar certo. Coroado pela disciplina melhor ainda.

Eu só queria um pouco mais de liberdade para Neymar, vê-lo incomodando um pouco mais pelo meio. Penso que com o passar dos jogos essa liberdade lhe será concedida.

Sem conhecer o time dos samurais da bola, segundo o seu craque o favorito para a Copa, difícil fazer um prognóstico. Mesmo assim, vou arriscar um três a zero no bolão.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

ANTES QUE SEJA TARDE

Finalmente terminou a quinta rodada, fechou a segunda, todos os times jogaram seus cinco jogos, coube ao Atlético a desastrosa décima quinta posição, com cinco pontos, uma vitória, dois empates, onze gols marcados, doze sofridos. O amigo, como eu, deve estar desapontado.
A decepção fica por conta do comportamento totalmente inesperado da equipe em algumas partidas. A derrota contra os reservas do Fluminense uma delas. Os dois empates contra Flamengo e Cruzeiro, depois de estar vencendo por dois a zero, foram de desanimar o maior dos otimistas. A derrota contra o Vitória, após conseguir o empate nos derradeiros minutos da partida, foi o tiro de misericórdia no ânimo do torcedor.

De nada adianta trabalhar com o se, já passou, já está registrado, mas se nossa defesa tivesse capacidade pouco maior de resistência poderíamos estar com uns nove pontos, ocupando possivelmente o sexto lugar. A diferença numérica seria pouca, o efeito psicológico tremendo.

Inegável a lua de mel que deve estar vivendo o Vitória com seus dez pontos, outro como nós saído da segunda divisão. É bom lembrar que se tivéssemos vencido na Joia da Princesa estaríamos com oito pontos e nosso coirmão baiano com sete. Tivemos a felicidade ao alcance das mãos.

Interessante observar nossos segundos tempos perdedores, quando todos esperávamos estar voando nos finais de partida, garantindo resultados com base no preparo físico. Na prática, a teoria foi um fracasso. Futebol o nome do jogo.

O irmão olha a tabela e conclui que a desgraça não foi tão grande assim, estamos fora da zona, a seis pontos do primeiro colocado, poderia ser pior, e andou para ser, quase perdemos para a Ponte. Assim, analisando os números, corre o risco de achar que está tudo bem, o elenco dá para o gasto, deixemos as contratações para depois.

Aí a base do formidável erro. Não contratar é a pior das hipóteses. O Vitória, nosso termo de comparação sofreu cinco gols, nós doze. A defesa em que todos acreditamos entrou em parafuso. A falta de um xerife que possa ancorar Manoel na defesa, orientar o imprevisível Botelho no grito, é decisiva.

Dizem que já tem um volante insatisfeito na Ponte treinando no Caju. Sempre um volante. Como diz o meu porteiro coxa, "é empresário forte seu Ivan". Inconformado fui a tarólogo de respeito, desses de devolver a pessoa amada em quatro dias e perguntei sobre o Furacão. O homem do turbante viu uma grande estrela pairando sobre o Caju, segundo ele a solução para os nossos problemas. Entaõ eu peço de joelhos, contratem um xerife, logo, antes que seja tarde.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

VOCÊ JÁ ESTÁ ATRASADO

A notícia do dia marca para a semana que vem o início da demolição dos imóveis antigamente pertencentes ao Exército Brasileiro. Assim, a novela com a vizinhança chega ao fim. Agora é derrubar o pouco que falta e levantar a fachada estupenda.
Demolir demanda tempo, não é tão fácil como parece. Importante é que o Atlético tem acesso a todas as áreas a construir, pode colocar a tropa para trabalhar em toda a horizontalidade da obra, ir subindo pilares, degraus, paredes, camarotes, instalando a cobertura sem interrupções.

As fotos irão mostrando os contornos definitivos do colosso, o coraçáo rubro-negro se animando para a inauguração cada vez mais próxima.

Quem avisa amigo é. O irmão rubro-negro que ainda mantém distância do espaço sócio Furacão, está fazendo as contas, consultando a patroa de olho no sofá novo, é bom dar um presente melhorado de dia dos namorados, fazer uma média e correr para comprar suas cadeiras.

No fim do ano leva a chefia para cantar o hino, chora no ombro da amada. Ela vai te achar tão bonitinho e esquecerá do sofá. Se não esquecer o décimo terceiro já está empenhado. Tudo pela pátria.

São cinco meses de sofrimento no Durival de Britto, a batalha do habilitar smart, e depois o atingimento do paraíso, o seu nome na cadeira, a visibilidade perfeita, a possibilidade de chegar no campo poucos minutos antes do jogo, a despreocupação com a chuva, as praças de alimentação com todos os quitutes, o conforto do primeiro mundo.

Meu irmão, eu entendo o seu temor frente o olhar da tigresa que você tem em casa, mas como amigo sou obrigado a te avisar, você já está atrasado.



 

terça-feira, 11 de junho de 2013

ESQUECE O VOLANTE

Na falta de bola correndo está aberta a temporada de notícias, tentativas de furo. O torcedor lê e deixa rolar, espera a confirmação do clube. Hoje caí da poltrona com a possibilidade da contratação de volante paraguaio. Alguém me diga de onde vem essa paixão por volante. Tá com problema no ataque, contrata um volante. A defesa sofre, contrata um corre atrás. A meiúca não funciona, chama um cabeçudo marcador. Isso é uma doença.

Sabe-se lá se a notícia tem algum fundo de verdade, mas... mas, se o Atlético precisa mesmo de um volante, de alguém que marca e sabe jogar no ataque, chuta a gol, promove o Hernani. Qualquer outra solução é jogar dinheiro fora. Claro, se isso é possível. Nunca entendi a permanência do jogador no sub-23. Claro é que de futebol nada entendo.

Por falar em volante, Lucas Leiva, volante do Liverpool, deu palestra para a garotada da base do Furacão. Lucas, até onde vai minha lembrança, é sobrinho de Leivinha, o pé mucho, notável atacante brasileiro. O que levou o palestrante a optar pela marcação é um mistério. Não deve ter explicado o motivo aos meninos.

Disse Lucas: "Espero que tenha conseguido passar algumas das minhas experiências e que eles possam entender que o futebol de hoje está cada vez mais profissional e requer cada vez mais dedicação e comprometimento".

Sempre é bom repetir o óbvio, a palavra de alguém que deu certo vale por dez. Alguns seguirão seu exemplo. Apenas um bom de bola seguisse o ganho já seria imenso.

Interessante seria a turma do titular ler a entender a palavra de Felipe. Vamos a retalhos da opinião do jogador: "De 15 pontos fizemos apenas 5. E é pouco... Temos que correr atrás. Até o final do turno temos que colocar um objetivo na nossa cabeça e buscar uma pontuação para no segundo turno começar bem".

O atleticano, um Felipe Massa sempre vendo o Alonso fazendo a curva na frente, está com a paciência em frangalhos, assiste o rival com 11 pontos, líder do Brasileiro. O coxa vai ser campeão nacional, é o time do campeonato? Claro que não, apenas é time equilibrado e tem jogador determinante. Graças a isso, voltará em julho com a folga que Felipe imagina importante ao final do primeiro turno.

Felipe tem que ser lido e entendido. Um novo objetivo é necessário. Na formulação de objetivo fundamental é criá-lo ao alcance do grupo que irá em sua busca. Esse é belo quebra-cabeça para comissao técnica e diretoria. Caso pudesse ser ouvido, dar o meu pitaco, mesmo entendendo que de futebol nada entendo, diria de peito aberto: "Esquece o volante".



segunda-feira, 10 de junho de 2013

CORRA LÁ IRMÃO

O Presidente Petraglia deu entrevista entre satisfeito e insatisfeito. Satisfeito com o desempenho da equipe no Brasileiro, insatisfeito com a adesaõ dos rubro-negros ao plano de sócios do Furacão. A meu ver tem paciência de Jó, pouco condizente com a imagem que dele se faz.

A entrevista foi dada antes do jogo com o Vitória, quando ainda havia a expectativa do bom resultado, esquecido na esperança. Ouvido após o insucesso, creio que sua satisfação com o desempenho da equipe estaria em outro nível. Pode ser que sim, pode ser que não.

Petraglia é realista, sabe que investiu muito pouco em contratações, privilegiou o ataque, o meio e superestimou a defesa. Quando digo privilegiou quero dizer contratou, nenhuma estrela apareceu pelas bandas do Caju. Dos contratados, Everton e Ederson ganharam posições, tem se revelado proficientes. Para a defesa trouxe Léo e Jonas para a lateral direita, pelo menos os muitos gols que o Atlético sofre não acontecem pelo setor dos recém-chegados.

Infelizmente, faltaram as peças para no mínimo fazer sombra aos demais componentes da primeira linha defensiva. Caída a casa, descoberto o furo tremendo, ninguém havia para assumir os postos em desgraça, corrigir com qualidade e experiência a desorganização coletiva, as jamais esperadas falhas individuais. Agora essas figuras vão ter que aparecer, o empresário vai fazer o preço, a necessidade vai obrigar ao gasto.

Aí vem a insatisfação do Presidente. Os atleticanos não correram ao espaço sócio Furacão com a volúpia imaginada. As adesões são muito baixas. Sem dinheiro, como contratar competências salvadoras?

As adesões vão acontecer, idas e vindas na condução do processo atrapalharam, eu mesmo andei motivando rubro-negros à associação para depois descobrir a impossibilidade. Perdoem-me a desorientação.

O torcedor anda meio perdido. Uma boa campanha de mobilização, a garantia dos preços baixos, farão com que o atleticano volte ao espaço sócio Furacão, ali na Petit Carneiro, pertinho da Arena.

O amigo vai espiar a obra em andamento, caminha cem metros e compra suas cadeiras. Eu tive a oportunidade de ver do meio do campo o progresso da construção magnífica. A Baixada será espetacular. O irmão pode acreditar. O investimento é ótimo, um dia o querido amigo vai chegar no caixa e fechar negócio, não tem como fugir, a paixão empurra, você sabe.

Para que tudo aconteça como todos sonhamos, melhor que seja já. Corra lá irmão.

domingo, 9 de junho de 2013

FESTA JUNINA

Vitória 3 x Atlético 2
Se não envolvesse tanto dinheiro, a emoção de tanta gente, seria de morrer de rir. A defesa do Atlético bate cabeça, parece um clássico dos Três Patetas, só falta após um dos vários gols de qualquer adversário o Manoel enfiar o dedo no olho do Botelho, o Weverton dar uma martelada na cabeça do Cleberson.

É surpreendente, mas quando o Furacão está perdendo o torcedor vive tranquilidade, o time vai empatar. O desespero vem quando empata, pouco demorará para a defesa fazer uma caca tremenda, entregar o resultado, não importa que faltem poucos minutos para a partida acabar.

Os amigos me desculpem, sou de motivar, entender o erro como uma possibilidade do jogo, mas a defesa do Atlético, que entrega todas, é definitivamente bisonha. A coisa foi tão fácil que os jogadores do Vitória nem comemoravam os gols, no máximo um abracinho de lado de campo.

No segundo gol do Vitória, Cléberson ficou de quatro assistindo o avanço do atacante. No terceiro, Escudero entrou livre, recebeu marcação, caiu, levantou e marcou. Impressionante. É caso de boletim de ocorrência.

O Presidente Petraglia diz que o Atlético fez sacrifícios para manter Manoel, Cleberson e Botelho, a instituição está plenamente recompensada pelo esforço desses jogadores. Levar três gols por partida é marca histórica, devia ter direito a música no Fantástico.

O Furacão para ter alguma chance tem que contratar dois zagueiros e um lateral esquerdo para chegar e jogar. Tem que contratar alguém que saiba armar uma defesa, o que definitivamente Nhô Drub não sabe, ou acreditou demais na capacidade dos seus jogadores e quebrou a cara.

No aspecto acreditar, confesso que vi em Cléberson promessa importante, achei que o menino era solução ótima para nossa defesa. É certo que cobrir o setor de Botelho é para Hércules Brito Ruas perder o folego, Ricardo Rocha abandonar o campo com labirintite. Contundiu-se no começo do ano, de novo agora, é bom passar um tempo no DM, ganhar um descanso. Tem crédito, nos colocou na primeira divisão.

O Atlético só volta a jogar 7 de julho contra o Grêmio descansado. Tem um mês para contratar e treinar. A parada é extremamente positiva. A continuar neste ritmo em pouco tempo estaríamos com a faca na garganta, repetindo útlimas participações desastrosas na série A. Será um junho de muito trabalho, sem direito a festa junina.

CONTABILIDADE FAVORÁVEL

Mais um jogo e o coração entra em férias rubro-negras e vai bater no ritmo da seleção do seu Scolari. O jogo com o Vitória na Joia da Princesa em Feira de Santana definirá o clima das férias prolongadas. Um bom resultado, três pontos na carteira, e vamos ler os jornais em busca das contratações necessárias de sangue doce. Sucesso baiano e as preocupações só irão acabar com os jogos do retorno.
O time do Caio Júnior lutou e perdeu para o Grêmio, um a zero com o inevitável gol de bola parada. Quem não sofre com eles? O goleiro Wilson saiu de campo reclamando, deixou claro que a falta origem da derrota era dispensável. O jogo foi desgastante, Neto Coruja e Dinei sentiram desconfortos e são dúvidas para o jogo de hoje. O time que deu baile nas finais do estadual contra o Baêa sente o cansaço das muitas partidas.

Mesmo com os desfalques possíveis, o time do Barradão deve esquecer o esquema defensivo de Porto Alegre e jogar para cima do Atlético. Jogar para cima significa botar Nino Paraíba para atacar pela direita, forçar sobre Pedro Botelho. É o principal esforço ofensivo do Vitória. Somam-se a ele o avanço do volante Cáceres e a movimentação intensa de todo o ataque com Escudero, Giancarlo e Biancucchi.

Se Neto Coruja jogar é outro volante a atacar, pior, finalizar muito de fora. Com Renato Cajá em campo a ótima cobrança das bolas paradas está garantida. É bom que essa turma fique em casa.

O Atlético vai ter que cuidar da defesa e atacar, preferencialmente pela esquerda, tentar prender Nino na defesa, usar a ação ofensiva para auxiliar a defesa. O jogo aéreo é boa opção, a jogada central com a utilização de atacante atrás dos volantes, há distãncia entre as duas principais linhas de defesa, pode dar resultado.

É bom entrar de olho aberto, na primeira partida do Brasileiro, contra o Inter, o Vitória ganhava de dois a zero nos primeiros quinze minutos. O Furacão, que gosta de tomar gol em quinze segundos, é uma tentação para o ataque baiano. É jogo mais que difícil, a possibilidade de muitos gols masi que verdadeira. Para garantir férias confortáveis, espero uma contabilidade favorável.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

VAI VALER A PENA

A comissão técnica do Furacão deve estar fazendo seu balanço de meio de ano. A parada da Copa das Confederações aconselha um repensar de atitudes. Os primeiros meses de 2013 foram pródigos em projetos que afrontaram os alicerces do planejamento futebolístico tradicional.
A disputa do Paranaense com o sub-23, a chegada à final , foi sucesso reconhecido por amigos e inimigos. Jogadores jovens ganharam experiência, defenderam as cores do Atlético com profissionalismo, ganharam espaço na equipe principal, valorizaram-se, abriram as portas dos clubes nacionais para suas carreiras.

A Euro Tour 2013 encheu as prateleiras do Caju de troféus de todas as categorias. Deu experiência internacional aos jogadores, colocou o Furacão na vitrine mundial, destacou a marca como excelente formadora de atletas, o que não é novidade, veja-se o Manchester City pagando 100 milhões por Fernandinho.

O que está em dúvida é a longa pré-temporada do time titular. Os primeiros resultados não foram bons, até a vitória contra a Ponte Preta foi conseguida nos minutos finais da partida, por pouco a Macaca leva os três pontos, por pouco não entramos na mais profunda depressão.

Dois aspectos devem ser observados. O treinamento e as contratações.

Os resultados mostram claramente que o treinamento ofensivo funcionou. O time faz gol, é rápido, a troca de passes acontece com relativa precisão, os jogadores tem liberdade para evoluir individualmente, as finalizações acontecem com regularidade. Os recém-chegados Everton e Ederson se encaixaram no esquema, tem espírito rubro-negro, contribuem muito. A estatística prova que o setor vai bem.

A estatística prova que a defesa deixa a desejar, o time sofre muitos gols, a bola parada incomoda, para ser bem claro, a defesa falha, os gols acontecem por mau posicionamento, alguns lances beirando ao bizarro como disse o próprio treinador. Coincidentemente, o setor foi o menos agraciado com contratações que pudessem fazer sombra aos titulares.

Pode-se levantar que o determinismo em atacar leve ao enfraquecimento da defesa. Penso que acreditar nessa ideia é contribuir para a continuidade das dificuldades defensivas. É melhor crer que esquecemos a defesa, não contratamos a altura, ficamos devendo, precisamos contratar imediatamente.

Fosse eu seu Antonio Lopes estaria procurando zagueiros e laterais no Brasil e exterior. Fosse seu Nhô Drub intensificando treinamentos sobre falhas que vem desde a série B, estão claras, assustam pela repetição. O balanço de meio de ano pode restituir o equilíbrio ao time, nos dar um excelente segundo semestre. Pode custar caro, mas vai valer a pena.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

SANTO CHEIO DE TRABALHO

Estou imaginando o amigo já com a vela de sete dias acesa, de joelhos clamando pelo santo, quando Nhô Drub resolveu colocar Marcão no jogo. Weverton estava fazendo milagres, a Ponte buscava a vitória a todo custo, a imagem de outra derrota nos últimos minutos já ia se cristalizando sofrida, o gigante escapa pela direita, recebe e toca por cima de Edson Bastos. Quatro a três. É bom acabar logo antes que a Macaca empate. Acabou.

Foi um jogo de júbilos e decepções. A entrada de Baier no início do jogo colocou dúvida na cabeça do torcedor. Mexer no ataque, logo o que está funcionando. Não seria melhor deixar o velhinho no banco? O que parecia equívocado revelou-se apropriado.

Após predomínio inicial da Ponte, o Furacão se estabilizou e equilibrou a partida em alta rotação, jogadores ofegantes já aos quinze do primeiro tempo. O gol da Macaca em bola parada, falha de Weverton, foi a primeira decepção da noite. Eu que implorei pela sua saída do gol fiquei me sentindo culpado. Nem o "fidusca em pó" adiantou. Vamos à luta.

Felipe arranca pelo meio, serve a Baier na entrada da área, o chute rasteiro cruzado ganha as redes. Olha o velhinho aí fazendo gol de novo, o empate vai equilibrar os nervos, vamos para o vestiário, na volta conquistamos os três pontos.

Dezesseis segundos, a velha bola metida entre Manoel e Cleberson, Weverton salva a primeira, o rebote é passado a Willian, a Macaca na frente de novo, a repetição absurda do jogo contra o Cruzeiro. Só não joguei o macaco amarrado na parede por que é de louça, eu ia ter que catar os cacos. Aguenta coração.

Vamos Furacão! Vai ter que dar. O preparo físico superior vai ter que funcionar. Botelho escapa pela esquerda, cruza, Baier desvia, Bastos defende e a bola sobra para Éderson. Empatamos de novo. É hoje. Esse Éderson tem estrela. Resolvo acender a ela.

Ela ajuda uma barbaridade. Éverton entra na diagonal da direita e chuta de fora no canto esquerdo contrariando a expectativa do ex-coxa. Bola colacada, linda, olha eu pulando como macaco. É só segurar e obtemos a primeira vítória. Eu e minha confiança, faltava sofrer um pouco mais.

Bola lançada da defesa, o defensor atleticano dá um passe de cabeça para alvinegro entrando pelo meio, de novo a bola metida entre os beques, três a três. Errar é humano, se as defesas não falharem tudo termina em zero a zero, mas falhar tanto é pedir o divórcio do torcedor.

Aí é ajoelhar e clamar pelo santo. Que santo? Qualquer santo, um que feche o gol de Weverton, outro, ou outra, que ilumine o ataque com Marcão e Elias. A fé não costuma falhar. Eu já contei ao amigo o fim da história. A bola tocada por Marcão foi determinante, iam-se lá os minutos finais, a vitória estava assegurada.

Foi decepcionante em muitos momentos, foi sofrida o jogo todo, foi emocionante em seu final. Vencemos. Fica a certeza do ataque na ponta dos cascos, da defesa em pandarecos. Não é azar. São erros repetidos que não vão se resolver com o tal trabalho da semana.

Hora de contratar, gastar algum, trazer alguém para resolver, comandar a defesa, ou mudar o sistema, jogar com três zagueiros, colocar alguém na sobra para ajudar o santo cheio de trabalho.

terça-feira, 4 de junho de 2013

CLAME PELO SANTO

Amigos, hoje é dia de amarrar a Macaca, por isso, se o seu filho tem um macaco de pano, ou mesmo um bicho qualquer, arranje um bom barbante e amarre as pernas do mono e, para não ter chance de erro, coloque o danado de cabeça para baixo. Permaneça com o bicho nessa situação durante todo o jogo, só o libertando após os noventa minutos. É tiro certo.


Caso alguma falta ou escanteio aconteça contra o Rubro-Negro repita três vezes em voz alta "fidusca em pó Maria Bodó" e cruze os dedos até a bola se escoar pela linha de fundo ou ser rechassada por munhecaço de Weverton. Hoje, além dos onze jogadores dentro da área, todos nós temos que estar lá, empurrando atacantes, puxando camisas, ajudando com nossa força mental.

O técnico Guto Ferreira ameaça poupar jogadores contra o Furacão, a força alvinegra mostra sinais de desgaste. O campeonato paulista jogado no limite em busca do título parece estar tendo seus efeitos danosos sobre a preparação física dos ponte-pretanos. A poupança teria por objetivo enfrentar o Botafogo na próxima rodada com força máxima.

A poupança tem cheiro de arrogância.

O treinador, que teria sido sondado pelo Santos, deve ter estudado o Furacão e desdenha seu poderio, acha que com cinco reservas dá para ganhar com folga. Magal, Cicinho, Willian, Fernando e Chiquinho seriam os escolhidos para o descanso de meio de semana. Para mim, se colocar Chiquinho para ver o jogo da arquibancada já estou satisfeito.

É um dos últimos jogos para o Atlético fazer prevalecer seu preparo físico. Após a parada para a Copa das Confederações todas as equipes estarão niveladas fisicamente. É agora ou nunca.

Enfim, vamos para Campinas sem saber o adversário a enfrentar. Sabe-se que será um jogo de força, de correria, de atrevimento, o time que ousou contra o Corinthians no Pacaembú não vai ficar vendo o Atlético jogar mesmo recheado de suplentes. Com três pontos na tabela, correr risco de perder em casa seria idiota soberba.

O Furacão tem que provar à sua torcida que os erros ficaram para trás, que os bons momentos são a realidade da equipe, a esperança pode trafegar no coração rubro-negro.

O amigo que já está fazendo figa e só tem um pinguim sobre a geladeira não cometa o erro de colocar a ave no congelador, seu natural ambiente. Ponha o emplumado ao lado de vela de sete dias. Se a Ponte resolver armar qualquer macaquice acenda a vela poderosa e para não correr qualquer risco clame pelo santo.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

POR ENQUANTO

Imagino o treinamento do Atlético com os defensores gastando seus cabelos nas bolas paradas. A jogada que tem nos tirado pontos é o objetivo de todos os treinadores. Ela funciona, os atacantes vão para o drible e nem tentam ultrapassar o adversário, cutucam de lado a mariquita e deixam o corpo cair como se atropelados pelo marcador. Falta obtida, missão cumprida.

Minutos de tensão, empurrra-empurra dentro da área, o juiz faz uma média, ralha com os enamorados mais assanhados, a falta é cobrada e tudo pode acontecer. A péssima cobrança, o corte do goleiro, do defensor, o suspiro aliviado da torcida, ou o cabeceio do atacante, o gol desejado. Para cada falta importante, escanteio, no mínimo três minutos de jogo para a definição do lance crucial.

Nós atleticanos reclamamos da bola parada e esquecemos que Manoel fez gols finalizando cobranças de falta e escanteio nas últimas partidas. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. O lance merece estudo.

Para quem acompanha os jogos, faz anotações sobre condutas de jogadores, uma das mais importantes observações é a atuação do goleiro nas bolas paradas. Quem conhece Felipe do Flamengo sabe que escanteio cobrado no interior da pequena área é do goleiro rubro-negro. Então, treine-se a ensaiada, procure-se outra alternativa. Sua atuação limita possibilidades.

O goleiro que não sai, ou pouco sai, permite a cobrança fechada, um perigo. Independentemente da forma de atuar do goleiro, a bola parada é cada vez mais procurada. E qual sua origem? A falta.

Sem a falta, o perigo de gol iminente inexiste. Então por que os defensores se arriscam a fazer faltas por vezes sem a menor necessidade? A linha de fundo é beco sem saída. Acompanhou, fechou o fundo, o máximo que o atacante pode conseguir é o escanteio tocando a bola nas pernas do marcador. Um pouco de esperteza do lateral, do zagueiro, nem isso acontece.

A resposta à pergunta parece uma natural tentação do defensor em fazer a falta, procurar o choque gerador da desgraça. Tentação ou irresponsabilidade? Chega de perguntas. Já motivei bastante a conversa no boteco.

Elias aparece como opção para o jogo contra a Ponte Preta. Pode o atleticano se motivar com a volta do armador? Penso que não. A possibilidade do retorno de Elias poderia fortalecer o ataque, setor em que o Atlético vai bem, está entrosado, fazendo gols, correndo-se o risco de enfraquecer a recuperação defensiva. Melhor tê-lo no banco, pelo menos por enquanto.

domingo, 2 de junho de 2013

NO GRITO

Levei meu inconformismo para escutar as entrevistas dos atleticanos. O ambiente de tristeza, o clima de velório, o reconhecimento do bom jogo, dos bons jogos aliás, pontuou a fala de todos os jogadores que ouvi e do treinador rubro-negro. Os momentos de desequilíbrio foram reconhecidos, a dureza do próximo jogo contra a Ponte Preta esteve clara na palavra de cada entrevistado.
Nhô Drub ressaltou as falhas na bolas paradas. Cheio de razão, aliviou o pessoal da defesa, argumentou que a bola parada encontra todo o time dentro da área, o descuido é dos onze, crucificar somente os defensores é injustiça grave.

O mineirinho me tirou a escada. Matei a pau o Weverton, exigi dele a saída na bola aérea, quem sabe a minha fúria tenha ido longe demais, mas ainda acho que ele é fundamental na obstrução da jogada, já provou que sabe e pode ajudar muito mais.

Juninho que estreou na partida contra o Fla vindo do Paulistão recém-encerrado, reconheceu a dificuldade a enfrentar no jogo contra a Ponte Preta. Ele sabe do que está falando.

Vi apenas um jogo da Macaca, contra o Mirassol lá no distante mês de março. Na época o time tinha a defesa menos vazada do campeonato, Willian era o artilheiro da equipe com onze gols. Do time que vi, poucos estavam presentes contra o Corinthians no último sábado, partida em que o Timão venceu tomando uma canseira dos meninos do seu Guto Ferreira.

No jogo que vi, fiquei impressionado com o time de desconhecidos, com a sua capacidade de atacar com velocidade e recompor na defesa com nove jogadores em instantes após o final da ação de ataque. A pouca ação ofensiva dos laterais, Cicinho é o que vai um pouco mais, e os volantes sempre recuados justificam o pouco número de gols sofridos. O Mirassol que perdeu de dois a zero só incomodou em chutes de fora.

No ataque fiquei boquiaberto com o ex-corinthiano Chiquinho, com sua rapidez, com sua movimentação pelos dois lados do campo, com sua finalização de fora, com sua participação eficiente na cobrança das bolas paradas. Pareceu-me o dono do time. Gostei também de Rildo jogando pela esquerda, capaz de girar rápido sobre o marcador e partir para a linha de fundo ou infletir na diagonal da área. Para quem tem saudades do ponta-esquerda, bom de ver quando não é contra o seu time.

O Atlético já voltou aos treinamentos neste domingo. Precisa sair do clima de velório. Sem alegria não se joga futebol. A Macaca é adversário a respeitar, como toda e qualquer equipe. Nhô Drub deve conhecê-la de cor e salteado. O jeito é voltar à sala de aula, reconhecer erros, consertar defeitos, acreditar no resultado positivo, persistir na busca da vitória. Acabo de ver Bahia 2, Inter 1 em casa colorada, prova de que tudo é possível.

Vamos Furacão, vamos jogar como nunca, falar mais, dar força ao companheiro, tirar força do coração rubro-negro, afastar os irritantes fantasmas no grito.


sábado, 1 de junho de 2013

ESSA SANGRIA TEM QUE ACABAR

Atlético 2 x Flamengo 2
Irmãos rubro-negros, vocês que ainda têm coração para seguir o Furacão em toda a parte, por favor, parem o ônibus que eu quero descer.

Com 2 a 0 no placar no final do segundo tempo, tomar dois gols em três minutos e deixar os três pontos escoarem pela linha de fundo é para torcedor mais fanático abandonar o lotação, ir curtir a família, cuidar da saúde atormentada pelos apagões da defesa atleticana.

Amigos, eu já cansei de falar. A defesa do Atlético tem picos de desorganização dignos de comédia pastelão, de matar de rir o torcedor adversário.

No primeiro gol do Fla, faltando 13 minutos para acabar o jogo, quem está na lateral direita fazendo a falta que deu origem ao início da desgraça? Pedro Botelho. Alçada a bola na área por que Weverton não saiu para cortar? Por que ninguém afastou uma bola cabeceada quase no chão?

Quando o lateral esquerdo vai marcar do outro lado do campo tem alguma coisa muito errada. O Atlético não estava no ataque procurando reverter placar negativo, estava vencendo, tinha que ter seus jogadores de defesa guardando suas posições, marcação dobrada em todo o campo. O que aconteceu é coisa de maluco.

Weverton começou a ganhar a confiança do torcedor em jogo contra o Vitória em Salvador, quando saindo do gol afastou inúmeros cruzamentos e garantiu a importantíssima vitória na reta final da série B. Agora, voltou a sapatear sobre a linha, assistir a passagem da bola. A dancinha se repetiu no segundo gol do urubu.

Acho que já passamos da hora de insistir nos mesmos jogadores, acreditar que tudo vai se acertar, os fracassos são apenas consequências da falta de sorte, ou causados por eventual síndrome do pânico coletivo.

Alguém tem que mexer neste time. Trocar jogadores, ou o Atlético não tem reservas com condições mínimas de assumir posições em perigo? Se não tem, tem que contratar amanhã. E contratar alguém de primeiro nível, chega de apostas, na loteria eu jogo toda semana, aliás, jogo dinheiro fora toda semana.

Estamos jogando pontos ao vento. Essa sangria tem que acabar.