segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DETERMINAÇÃO E FÉ

Os amigos me desculpem. Atrasei. Estava tijolando a porta do oráculo de “m” que me enganou, me deixou assistir à tragédia da Vila Caldeirão.

Depois do jogo contra a Ponte alguém comentou que em jogo com aquele temporal impossível se fazer qualquer crítica. Em jogo de temporal de gols a crítica pode ser feita, deve ser feita, mas vou refugar, procurar culpados em atuação tão irregular, criar heróis em meio ao infortúnio a nada levará, cabe ao seu Vavá fazer o balanço da inacreditável derrota.

Se algo pode ser dito em favor do Furacão é que o Vitória teve um dia de finalizações perfeitas. Fora gol perdido por Marquinhos, logo no início do segundo tempo, tudo que se chutou a gol foi impossível defender, muito difícil performance com tal rendimento. O ataque comandado pelo seu Dinei estava em estado de graça, até uma cacatua, que entrou no segundo tempo, deu um chute e acertou o canto.

O que não se pode deixar passar é a saída de campo carregada de xingamentos do seu Jonatas quando substituído por Roger. Sem sentido algum. Desnecessária. No seu íntimo poderia achar-se injustiçado, pensar que Botelho era o mais indicado, entretanto, seu destempero tem que ser punido de alguma forma, impossível deixar passar.

Mancini vai ter trabalho absurdo para juntar os cacos e refazer o moral do Furacão atropelado pelo Leão. O jogo quase perfeito contra o Inter ficou pelo caminho. A serenidade, a segurança defensiva, o equilíbrio entre ataque e defesa foram minados por um time que se preocupou em ter a posse da bola, bloquear Marcelo e contra-atacar com precisão absurda.

Amanhã já estaremos embarcando para Porto Alegre onde o Grêmio nos espera com a faca nos dentes. O time tem que apagar da sua história o domingo 29 de setembro. Ter trinta minutos para elaborar o luto e começar vida nova, recomeçar voltando aos princípios que nortearam sua arrancada sensacional.

Já disse e vou repetir, a batalha é psicológica. Chegará à frente, atingirá seus objetivos, aquele que souber enfrentar as dificuldades e ultrapassá-las, confiar no projeto, ser disciplinado e coletivo na sua consecução. O Atlético tem que encarar o desastre como uma dura lição, aprender e seguir, acreditando na sua capacidade, com determinação e fé.

domingo, 29 de setembro de 2013

EM PONTO DE BALA

Penso ter interpretado mal as palavras do oráculo sobre o resultado entre Botafogo e Ponte. Disse-me a voz que tudo sabe que o fim da peleia levaria à desolação de ambas as torcidas. Conclui pelo empate. Erro meu, deu Ponte. Desanimado Seedorf, deprimido continua o torcedor campineiro. Mesmo com a vitória, a Macaca ainda é a penúltima colocada na competição. Preciso melhorar minha capacidade interpretativa.

Fato é que a vitória simiesca foi ótima para o Furacão. Três pontos hoje e ocupamos a segunda posição, nos fortalecemos no G4. Assim, vamos enfrentar o Leão com toda força, com a torcida inflamada ocupando todas as dependências da Vila Caldeirão. Temos que vencer.

O time do seu Ney Franco vem a Curitiba com ganas de dificultar ao máximo para o Furacão. Vem escalado com Wilson; Ayrton, Victor Ramos, Kadu e Juan; Luiz Gustavo e Elizeu; Escudero e Renato Cajá; Marquinhos e Dinei. A novidade é Luiz Gustavo, zagueiro recém-chegado do Palmeiras, pronto a ocupar vaga no meio campo leonino, proteger a defesa do goleiro Wilson.

Contra o Grêmio, um zero a zero enfadonho, o Leão provou ser bom de defesa e fraco no ataque. A presença de Luiz Gustavo pode ajudar na organização com três zagueiros, utilizada para facilitar a subida dos laterais, principalmente Juan, ex-Flamengo, às vezes ponta, às vezes meia, até dentro da área aparece. Ayrton é menos frequente na frente, fica mais, dá mais liberdade a Juan.

A peça ofensiva funciona com base na movimentação de Marquinhos, de preferência pela direita, mas com disposição e velocidade para ocupar todos os espaços disponíveis. Cajá está em má fase, Dinei é o fixo entre os zagueiros, o amigo conhece, Escudero pouco produz. O volante Elizeu chega ao ataque uma vez na vida outra na morte.

Com desfalques importantes, o ataque do Vitória anda com as garras pouco afiadas. Pode incomodar no contra-ataque puxado por Juan, nas bolas paradas para o cabeceio de Dinei e do zagueiro Victor Ramos. As entradas de Artur Maia e Alemão criaram chances importantes no final do jogo contra o tricolor gaúcho. Estarão à disposição no banco.

O lado de atacar para o Atlético é o direito, aproveitando o avanço de Juan e a fragilidade de Kadu. Contra defesa solidamente estabelecida, a bola parada terá importância fundamental. Baier vai ter que caprichar. No mais é botar pressão, vigiar Marquinhos, ter paciência e vencer.

Espiando estatísticas observei que o Cruzeiro tem dez vitórias em casa contra seis do Furacão. A diferença está aí. Empatamos demais em domicílio. Estatísticas servem para apontar o caminho, assim, hoje é dia de reverter tendências, dia de vencer a qualquer custo.

Animado pela voz que tudo sabe já estou aquecendo para a batalha. O amigo ainda está na cama? Pois, levante-se, concentre-se, comece a fazer gargarejos, cantar hinos, vamos precisar de você em ponto de bala.

 

sábado, 28 de setembro de 2013

É MUITO MELHOR

Fui ao oráculo da bola e perguntei à voz que tudo sabe: Quais serão os resultados de Botafogo, Grêmio, Cruzeiro e Furacão neste fim de semana?

Esperei, esperei e nada. Estava pronto para ir embora com as minhas dúvidas quando a voz pigarreou e começou a responder. Disse ela.

– Na disputa entre alvinegros, entre a luta pelos louros da vitória ameaçada por quedas recentes e a fuga da ruína ameaçadora, o calor dos contendores levará o resultado para a desolação de ambas as torcidas.

Novo silêncio. Concluo pelo empate entre Botafogo e Ponte Preta. Nada mal. Estou me animando com a voz vinda das rochas vaporosas.

– No duelo das três cores, o por do sol oscilará minuto a minuto entre o azul profundo e o vermelho intenso, e a noite cairá trazendo pouca esperança para os guerreiros, a incerteza para os santos.

Emudece novamente a voz soturna dentro da gruta imensa. Penso, repenso e concluo pelo empate entre São Paulo e Grêmio. Ótimo resultado, o Grêmio não avança, o São Paulo fica onde merece. Vamos, vamos, fala sobre o Cruzeiro, fala sobre o destino do campeonato.

– Na luta ao cair da noite, as estrelas tudo tentarão para espalhar suas luzes, mas não vingarão sobre o rumo que apontam, a mágica da carapuça fará acontecer o impossível, no jogo da bola vencer quem tem uma perna só.

Ai, ai, ai... Vai dar Saci. Só falta a abençoada dizer que o Atlético vai ganhar. A demora se alonga, começo a ficar preocupado. Penso ter ouvido uma moeda cair sobre o solo pedregoso.

– No choque entre a tormenta e o leão, os deuses da bola decidiram agora, a vitória abandonará aquele que lhe roubou o nome, será do Furacão.

Venceremos, pulamos para o segundo lugar, só a seis pontinhos da Raposa. Agradeço e estou saindo quando resolvo perguntar pela sorte dos coirmãos.

– Por favor – indago humildemente. – E Paraná e Coritiba terão melhor sorte neste fim de semana.

– Posso te dizer uma coisa? – fala a voz entediada, como se respondendo a pergunta que todos soubessem a resposta.

– Claro – digo eu, já arrependido da pergunta.

– Torcer pelo Furacão é muito melhor.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

RECLAMAR COM O CAPITÃO

Tudo, ou quase tudo, aconteceu como esperado. O Atlético fez uma grande partida em Novo Hamburgo e só não voltou com a vitória por que o adversário tem lá seus merecimentos, o Furacão fez o possível, mas não conseguiu jogar o jogo perfeito.

Forte no início, o Rubro-Negro ataca e aos quatro minutos faz seu gol no Estádio do Vale. Falta sobre Léo pela direita, Baier cobra, a bola desvia na barreira e mata o goleiro Muriel. A vantagem está definida, trata-se de aumentá-la ou assegurá-la.

O Colorado das estrelas vai ao ataque e pressiona. Diferente do que imaginei, o esforço se verifica pelo lado direito da nossa defesa, o posicionamento natural de Kléber e o de Forlán deslocado pelo setor dão resultado e os cruzamentos altos acontecem, a defesa bem posicionada é superior ao ataque e o contragolpe mantém a inquietude do seu Dunga.

Aos 24, Marcelo cruza da direita, Baier dá um toque para trás, Éderson é bloqueado. Aos 27, Marcelo é lançado pelo meio da defesa e quase. Aos 29, Marcelo passa a Éderson que entra livre e frente a Muriel toca rente à trave. Foram cinco minutos em que a partida andou para ser definida, a vantagem ampliada. O Inter da pressão assustou com dois chutes de fora de Josimar, foi o melhor resultado de toda sua dedicação ofensiva no primeiro tempo.

A volta dos vestiários traz Otávio no lugar de Josimar, Scocco no lugar de Damião. Dunga sacrifica seu volante ofensivo, pai dos seus melhores momentos, alterna Forlán e Scocco pelos lados do campo, introduz Otávio no meio dos zagueiros. Um minuto e quase funciona. Cruzamento da esquerda, Otávio cabeceia na trave, Scocco pega de frente e Weverton salva. A peleia vai ser dura.

O esforço colorado muda de lado. Com D’Alessandro, Gabriel, Forlán e até Scocco pela direita, a base de cruzamentos se acomoda pelo setor de Botelho e tome bola aérea. Aos 18, Weverton faz novo milagre em cabeceio de Juan no segundo pau. O Inter pressiona, o Atlético defende e sai para o ataque com lucidez, contra-ataca e a sensação é de que voltaremos com os três pontos.

Cansado, Forlán dá lugar a Caio, Dunga troca competência por velocidade vertical. No Atlético, Dellatorre substitui Éderson. Para o meu gosto, prefiro os dois juntos em campo. O cenário não se modifica. O Atlético avança a defesa para diminuir o sufoco e aos 31, Caio sai no contra-ataque e da entrada da área chuta para fora. Tenho a nítida impressão que é dia de vitória.

Quando já estou comemorando, esperando o apito final, mais uma bola aérea, Manoel corta para o meio da área, Otávio não perdoa, a vantagem não foi assegurada. Um ótimo jogo, quase perfeito, a perfeição é objetivo a atingir.

O Atlético foi taticamente correto, maduro, acionada a defesa respondeu com qualidade. Achei que Baier poderia ter acelerado os contragolpes em alguns momentos. Demorou a passar. Também acho suas tentativas de gol olímpico desnecessárias. Em dia que tudo funcionou muito bem, é bom dar paz aos subalternos, reclamar com o capitão.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PROBLEMA DO SEU VIRSO

O aventureiro Chico, logo ele um herói alviverde, chutou com a direita quando devia chutar com a esquerda, o colombiano esperto se aproveitou para marcar e colocar os coxas no purgatório. Um minuto para que eu possa procurar o nome do time... Itagüi... Isso, Itagüi amigos, o nome de la equipo que venceu o glorioso e levou seu Virso a demitir treinador, um certo Ximenes, os dois acompanhando um tal Verardi, diretor de marketing, desligado já na terça-feira.   

Qual é a graça na desgraça? Após a derrota para o fabuloso Itagüi, o desligamento do diretor de marketing não impedirá que um projeto em especial na área siga a todo vapor, permanecerá ativíssimo, nada mais nada menos que a internacionalização da marca Coritiba. Depois do vexame, o prosseguir do projeto deve tratar do fortalecimento da embaixada coxa em Ciudad Del Este.

O que há de escondido em toda essa reviravolta? O temor do seu Virso de perder o Atletiba no próximo dia 5. Seu Virso sobrevive ganhando Atletibas e o que muitos chamam de Ruralzão. Já na segunda página da classificação, podendo tomar um taco do Fla no domingo, a derrota contra o Furacão será dura de engolir para o torcedor coxa, vale um “Fora Virso”, melhor criar um fato novo, trocar o treinador, posar de durão, dar um reset para ver se resolve.

O que o Furacão tem com isso? Absolutamente nada. Joga hoje para vencer em Novo Hamburgo e derrubar o zangado Dunga. Caído o treinador, o Saci jogará contra o Cruzeiro com ânimo renovado, poderá tirar uns pontinhos da Raposa, algo bom demais para o Brasileiro.

O Inter que vai entrar hoje em campo só o seu Dunga conhece. O time troca de escalação todos os dias, o que se pode é definir suas forças e vulnerabilidades com base na escalação fornecida pela imprensa gaúcha: Muriel; Gabriel, Índio, Juan e Kléber; Josimar, Willians, Jorge Henrique e D’Alessandro; Forlán e Leandro Damião. No papel, um baita time.

Quais são as forças? D’Alessandro, el maestro, tem que marcar o jogo todo. Descuidou, chuta de fora, faz assistência precisa. Repito, tem que marcar. Outras ações importantes? O escanteio com Índio puxando a marcação para o cabeceio de Juan. O avanço de Gabriel, seja pelo lado do campo, seja na diagonal da área. A experiência de Forlán. O acúmulo de Gabriel, Josimar, Jorge Henrique e D’Alessandro pela direita. As faltas diretas de D’Alessandro e Scocco, este substituição quase certa. Nem falei no esforço de Damião.

Quais são as vulnerabilidades? O Inter caminha em campo, é D’Alessandro dependente. Kléber é brecha importante no sistema defensivo, não controlada pelo veterano Juan. A zaga tem data de nascimento antiga. Gabriel vive no ataque, abre espaço enorme nas costas. A irritação colorada deixa D’Alessandro com o estopim curto, Índio bate boca com quem passar nas vizinhanças.

Jogo duro, bom de assistir, ver o Furacão colocar os potrinhos para correr no gramado do Estádio do Vale. Acho que o Atlético está à altura do desafio, tem um coletivo superior, deve fazer gols, voltar a Curitiba com gordura para queimar. Se os irmãos alviverdes vão ficar ainda mais inconformados, pedir treinador, exigir jogador, acho justo, também penso que o time é fraco, bobeou cai, mas, desculpem-me as flores do campo, isso é problema do seu Virso.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

AGARRAR O CANECO


Que Atlético deve enfrentar o Colorado em dificuldades? O amigo já escalou o Furacão para vencer em Novo Hamburgo? Ainda não? Parece fácil. Pois convido o amigo a pitacar, a escalar comigo o Furacão.

A defesa não muda. Weverton, Léo, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho. E o banco? Dráusio, Jonatas e Rodrigo Biro. Finalmente temos um reserva de ofício para a lateral esquerda. Pena que Cleberson esteja contundido, estivesse bem teria lugar assegurado entre os ouvintes da preleção.

Depois do último bate papo entre o treinador e seus atletas, seu Vavá precisa ter um particular com Léo. O ótimo lateral tem os braços nervosos, não foi expulso contra o Flamengo por pura sorte. Na corrida lado a lado invariavelmente toca o rosto do adversário com as mãos. Contra o Flu, fez a falta inútil que definiu o empate. Puxa a orelha dele seu Vavá.

Os volantes são Deivid e João Paulo. Deivid, que já correu o segundo tempo inteiro atrás de Chiquinho da Ponte Preta, vai agora escoltar Don D’Alessandro, o dono do Inter, os noventa minutos. Sem falta Deivid. O castelhano é bom de bola, dribla, é difícil desarmá-lo, nem precisa, é só obrigá-lo a jogar para trás, evitar seu arranque vertical, o espaço para o lançamento longo. Conseguiu, o sistema nervoso portenho, a cabeça se encarrega de empalidecer o craque.

Baier ou Mérida? Por enquanto, poucos duvidam. É Baier na cabeça. O velhinho resolve, decide, tem que jogar. Eu disse por enquanto por que Mérida fez boa partida contra o Fla, fez gol, contribuiu no trabalho de meio de campo, bateu escanteios, demonstrou qualidade e estilo muito semelhantes ao de Baier, o que é taticamente importante. Baier cansou, Mérida ocupa o lugar rapidinho.

O ataque parece já estar escalado: Marcelo, Éderson e Everton. A chegada de Roger, o bom futebol de Dellatorre, colocam sombras nos calcanhares de Marcelo e Éderson. O papa-léguas decisivo entra em campo com certeza. O passe precioso de Éderson para o gol de Baier contra a Macaca escala o irrequieto. Os dois entram, Roger e Dellatorre permanecem em aquecimento desde o primeiro minuto.

A que conclusão, chegamos após escalar o Furacão para o jogo no Sul. À conclusão óbvia. O Atlético tem ótimo time para colocar em campo e reservas à altura para reforçar ações desejáveis durante a partida.

O único senão ficaria por conta do importantíssimo Everton, com a mesma velocidade e movimentação difícil encontrar alguém no elenco. Quem sabe? Ainda não vi Maranhão jogar no ataque, vai ver o Francinilson é a melhor solução para a indesejada ausência do elétrico Everton.

Com esse elenco, com a vocação ofensiva demonstrada, a possibilidade de gols sempre presente, a Copa do Brasil é objetivo ao alcance das mãos. É segurar a possível euforia, respeitar o adversário, ousar no ataque, esticar o braço com fé e agarrar o caneco.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

DERRUBAR O SACI

O gaúcho velho torcedor do Inter, cansado das façanhas do seu amado Colorado dunguista, tipo perder para a Portuguesa em casa, pede, por favor, que o Furacão reinvente o sub-23 e o coloque para jogar na Copa do Brasil, privilegie o Campeonato Brasileiro, deixe Baier e companhia descansando em Curitiba na próxima quinta-feira.

Gaúcho com medo é coisa que não existe. O amigo com seu chapéu de beijar santo em parede está apenas ressabiado, reconhece que o time do seu Dunga está em fase de dar dó, o Damião chuta no primeiro pau, a bola cruza a goleira toda, toca no segundo e sai para fora. Já beijou o santo mais de cem vezes e nada, cada vez a bomba do chimarrão entope mais.

Julga que o Furacão poderia economizar forças no jogo de ida em Novo Hamburgo. Acha ser muito mais provável que o Rubro-Negro consiga a vaga para a Libertadores chegando entre os três primeiros no Brasileirão do que tentando a vitória na Copa do Brasil, o tal caminho fácil para o torneio internacional, a partir de agora, três mata-matas, seis jogos, o campeão está com o passaporte assegurado para correr as Américas.

O com o rabo entre as bombachas, campeão de tudo, esquece que o Furacão também quer ganhar torneios nacionais e internacionais, e a Copa do Brasil ainda é troféu ausente da nossa galeria no CT do Caju.

Por isso, sinto dizer, após passar pela Ponte Preta às duras penas, o Furacão segue para a missão no exterior com o objetivo de vitória, com sua força máxima, pronto para sapecar o colorado no estádio do Vale.

Contra a Macaca, o time foi no limite das suas forças, mas, por essas coisas do destino, tem Bruno Silva e João Paulo descansados, tem uma tropa pronta no banco para entrar no ataque, imprescindível para marcar os gols fora tão importantes na competição de elaborada matemática.

O Atlético gigante não pode fugir das suas responsabilidades, priorizar caminhos, quando todas as portas estão abertas para o seu sucesso.

O amigo velho tremente ao soprar do minuano que me desculpe. Segue rumo aos pampas um Furacão empedernido, mal que nem pica-pau de desenho animado, querendo vencer, louco para derrubar o Saci.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TETO RETRÁTIL


Temos que terminar a Arena o mais rápido possível e com teto retrátil. Por incrível que pareça, o Furacão da velocidade é cheio de luxos, patina, escorrega, tem na chuva, no gramado difícil os maiores inimigos.

Os resultados da tarde foram ótimos, o Fogão perdeu para o Bahia, o Timão empatou com a Raposa. Três pontos, passamos o Grêmio e nos aproximamos da estrela solitária. Os três pontos vieram, mas com que dificuldade.

A chuva torrencial determinante dos problemas não impediu o gol rubro-negro logo aos 11 minutos. Éderson cruzou da esquerda, Baier de primeira abriu o placar. O esquema com três zagueiros de Jorginho parecia ter desmoronado. O atleticano se preparou para a vitória fácil. Enganou-se, daí em diante, a Macaca se mostrou mais adaptada ao gramado impraticável, o esquema funcionou.

Os três zagueiros facilitaram para a Ponte. O inconcebível descontrole do Atlético contribuiu para aumentar essa facilidade. Como? Atacado, ao invés de tentar jogar, o Atlético abusou da bola longa, os zagueiros alvinegros deitaram e rolaram, seus três volantes dominaram a segunda bola e dá-lhe atacar, pela esquerda, como mostravam as análises.

Sem saída organizada, pressionado, rifando mais que padre em quermesse, o Atlético desandou a fazer faltas, tudo o que a Macaca queria. Primeiro tempo duríssimo. Aos 34, falta de Fellipe Bastos raspa o travessão, aos 38, Chiquinho chega livre e Weverton faz milagre, aos 43 a bola cruzada beijou a santa trave. Ainda bem que acabou.

O intervalo esfriou a Ponte, o Furacão voltou determinado a tentar jogar, a partida ganhou equilíbrio. Marcelo e Everton pelos lados criaram chances, Luiz Alberto quase fez o segundo em escanteio. O placar mínimo deixou o encharcado torcedor de cabelos em pé até os 48 minutos. Foi de amargar.

Vinte e um minutos e Jorginho tirou o zagueiro Ferron ferroada e colocou Rafael Ratão na partida. O digno representante dos mui espertos ratões do banhado entrou livre logo aos 24 e foi detido pela poça rubro-negra, aos 39 deu um balão na linha de defesa atleticana e chutou bloqueado por Luiz Alberto, aos 43, livre de novo, obrigou Weverton a novo milagre. O juiz apitou, pulamos o Grêmio, nos aproximamos do Fogão, da Raposa invencível.

 A chuva dificultou muito. Uma transição mais tranquila fez falta no meio da tempestade. Um lance perfeito, dois milagres de Weverton, uma poça e trave salvadoras garantiram a vitória importantíssima. O Atlético fez seu dever de casa. Avançou.

É assim mesmo. Desejando ir longe o segredo é ligar a tração e vencer, com raça, coração e sorte, em qualquer terreno. Pelo menos enquanto fizer falta o teto retrátil.

domingo, 22 de setembro de 2013

O SOSSEGO DO SEU VIRSO


O Furacão, que anda tirando o sono da torcida coxa, segundo as palavras do seu presidente “inconformada com a campanha do vizinho”, joga hoje contra a Macaca precisando fazer três pontos para se manter com folga dentro do G4.

Ontem, o Grêmio empatou, os jogos de hoje que nos interessam, Corinthians e Cruzeiro, Botafogo e Bahia são às quatro da tarde. Quando estivermos no “Furacãããoooo! Eôôôôõ! Atléticooooo!” às seis e meia, já saberemos os resultados. A derrota da Raposa e o empate do Fogão serão injeções na veia de motivação para o Rubro-Negro balançar o arvoredo e derrubar a Macaca do galho.

O tropeço da Raposa, pelo qual torcerei de joelhos, parece impossível. O Timão perdeu justamente para a Ponte no meio da semana, a penúltima colocada no Brasileirão. É respaldado nesta vitória impossível que o “maior do interior” chega a Curitiba, envenenado pela torcida Serponte na despedida em Campinas.

O time do Jorginho vem para a Vila Caldeirão para defender e contra-atacar. Nove atrás da linha da bola, William na frente, dá-lhe lançamento para Chiquinho pela esquerda, é o lado de atacar da Ponte, o menino Alef dá uma boa ajuda pelo setor. É atrevido. Pela direita, só na boa, o lateral Artur aparece. Uma pontada e fez o gol contra o Fla.

Para não dizer que é só, Adrianinho é o articulador em toda a frente, o volante Fellipe Bastos pode chegar ao ataque pela direita, é o batedor de faltas do alvinegro campineiro. Assim fez gol contra o Timão. O ex-atleticano Adailton substituiu William machucado e deu um trabalho danado, coroado com o gol que jogou a pá de cal no time do professor Tite.

A vulnerabilidade defensiva acontece pelo setor direito, por onde o Furacão deve orientar seu esforço de ataque, sobre Artur e Ferron ferroada, passou, levou uma picada. Baraka vai marcar o principal armador do Atlético na proximidade, seja Baier ou Mérida, é bom arrastá-lo para o lado do campo.

Fosse eu o seu Vavá colocava Marcelo para jogar sobre Diego Sacoman. Se o cara fosse o Diego Superman eu não aconselharia, mas Sacoman dá para arriscar uns dribles. Brincadeiras à parte, o corinthiano Guerreiro escapou umas duas contra o zagueiro. Vale arriscar.

Em campeonato em que não tem jogo fácil, o Furacão vai ter que repetir a partida de sonho contra o Flamengo para ganhar os três pontos importantíssimos, continuar tirando o sono da vizinhança inconformada, acabar com o sossego do seu Virso.

sábado, 21 de setembro de 2013

A SORTE ACOMPANHA OS AUDAZES


O jogo em que o Furacão detonou o Flamengo foi notícia do dia. O pedido de demissão do seu Mano ajudou a alongar os espaços destinados ao atropelamento que está sob o olhar furioso do IBAMA, o Atlético poderá ter que se entender com o capa preta pela maldade feita contra a pobre ave catinguenta.

O choque nacional experimentado com a crueldade perpetrada pelo Furacão não impediu a lembrança internacional da estreia de Fran Mérida, jornais espanhóis e portugueses veicularam a estreia do catalão rubro-negro, o primeiro gol de um espanhol no Brasil depois de cinquenta anos, logo no mítico Maracanã.

Os atleticanos discutem a atuação de Mérida.  A maioria acha que foi bem, alguns anunciam um craque. Eu vi um bom jogador de boa qualidade técnica, correto nos passes, preciso no gol, ainda com pouco entrosamento com o resto da equipe, pouco procurado pelos companheiros. Gostei mesmo foi de um lançamento feito da intermediária para Marcelo entrando área adentro. Por pouco não acertou. É essa visão de jogo, esse passe surpresa que precisamos. Se for uma característica dele, que possa ser aprimorada, é uma grande arma.

A grande surpresa do jogo foi a escalação rubro-negra para o segundo tempo. Com a entrada de Dellarorre no lugar de Bruno Silva, o Atlético passou a jogar quase num sistema cinco-cinco, tipo vocês defendem, nós atacamos, que funcionou perfeitamente, nos deu a vitória por larga margem.

Com Everton em noite especial, finalizou várias vezes, deu o passe para o gol de Dellatorre, o Atlético foi criando oportunidades, conseguindo escanteios, faltas frontais, tirando o ar de um Flamengo desconcertado, que, quanto mais atacantes introduzia em campo, mais tinha que defender, mais seus jogadores se acumulavam dentro do seu campo de defesa. Penso que seu Mano pediu demissão sem ter entendido direito a causa da derrota.

A novidade atleticana não está no acumulo de jogadores no ataque, na pressão ofensiva, algo comum, realizado com o avanço dos laterais, do chamado segundo volante. A inovação está na presença de cinco jogadores de características ofensivas – meias e atacantes – atuando por um tempo inteiro, não apenas nos dez minutos finais, com o fim de conquistar a necessária vitória.

Definitivamente seu Vavá no vestiário decidiu pela vitória e foi corajoso. Podia ter dado errado? Claro que sim, mas tinha grandes chances de dar certo. Como se diz na velha cavalaria, a sorte acompanha os audazes.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PASSAMOS FOGO NELA

O Mengão saiu na frente, a torcida cantou, cantou, o Atlético virou, virou, a urubuzada xingou, xingou, foi para casa com as penas em estado deplorável, louca por uma chapinha progressiva com bastante formol que dê jeito no estrago produzido pelo Furacão. Treinador que é bom vai demorar um pouco para achar, não vai ser fácil substituir seu Mano. Acho que o Fla não devia aceitar a demissão do gaúcho, ele é ótimo de série B.

O Furacão deu mole para a velocidade do Urubu, tomou um sufoco no início, levou dois e andou para levar mais. O Atlético não jogava mal, chegava no ataque, mas o Mengo em início de jogo estava com a macaca, rápido, vertical, sequer dava tempo para a recomposição atleticana, era sempre um contra um, o lance ou acabava na defesa de Weverton ou raspava as traves.

Então vem o gol de Fran Mérida. Marcelo entra pela esquerda, cruza e a cria do Barcelona marca na sua primeira partida no Maraca. Dezenove minutos, o jogo acalma, ainda é aberto, o Fla continua a ter chances, mas o Furacão equilibra, vai para o intervalo e eu estou com fé na virada.

Comecei a mil e esqueci de falar na escalação do seu Vavá. Se eu estava vendo fantasma com barulho na folha, quase caí da poltrona. Fran Mérida no lugar de Paulo Baier, seu Vavá definitivamente resolveu ir ao ataque. A la chasse. Os gols do Fla me fizeram colocar as barbas de molho, pedi o ataque e já estava me sentindo culpado.

Abre o segundo tempo e Dellatorre entra no lugar de Bruno Silva. O volante estava mesmo numa noite ruim, eu o tiraria, mas, é óbvio, entraria com Deivid. A entrada de Dellatorre é quase uma intoxicação ofensiva, é a mesma coisa que você ir a Santa Felicidade e a bandeja de lasanha na manteiga, que passa de hora em hora, passar de minuto em minuto. È bom demais.

A primeira linha guarda a posição, João Paulo fica na frente da zaga e temos cinco atacantes para depenar a ave. Aí vira tiroteio. Dellatorre aos oito com belo passe de Éverton, Marcelo aos trinta e dois, com assistência perfeita de Roger, e Roger aos trinta e seis, aproveitando-se do apagão carioca, constroem o placar.

O Furacão que nunca ganhara do Fla no Maraca velho, começou vida nova com goleada, aproveitou-se da estrutura revigorada e deu uma estilingada poderosa no jamais vencido. Fim de tabu, inesquecível.

Quem jogou muito? Todo o Atlético. Destaques? Weverton, João Paulo, Everton, Marcelo e Roger. Menção honrosa? Moracy Santana. O Atlético atropelou fisicamente o Flamengo no segundo tempo. Troféu A La Chasse para Vagner Mancini, foi muito além do esperado. Armou um time para vencer, tomou um sustaço e manteve a prevalência ofensiva. Seria fácil correr para a defesa. Não foi. Venceu.

Esse é o Atlético que pode ir longe, conquistar a vaga na Libertadores, fazer a Arena magnífica estremecer logo em seu primeiro ano com o torneio internacional. A partir de agora a batalha é psicológica, campo em que o Furacão tem notável experiência de combate, o ano de 2012 foi todo pressão até o último minuto. Estamos no nosso ambiente. Vamos à luta Furacão, está aberta a temporada de caça. Se a raposa tropeçar, passamos fogo nela.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A LA CHASSE

Paulo Baier nem embarcou, segundo o DM vítima de uma amigdalite. Nem o desconforto, a gripe das canelas, nem a terrível pubalgia, no Caju, o que arrasa é a amigdalite. Já ferrou Manoel, Everton, agora Paulo Baier, deve ser a água.

Sem Paulo Baier tenho calafrios. Não pela presença do capitão, existem jogadores para substituí-lo em boas condições, mas pela possibilidade do meu pior inimigo entrar em campo no Maracanã, o amigo sabe, falo dos três volantes.

Tremo de medo, mas já estou conformado. Como já estava conformado com o julgamento do ministro Celso de Mello. No seu livro Código da Vida, Saulo Ramos, ex-Ministro da Justiça em tempos pretéritos, conta embate com o atual decano do Supremo encerrado com um sonoro “juiz de merda” proferido contra o protetor dos meliantes. O embate está em detalhes na obra citada.

No Brasil, se você se engajar decisivamente nesses assuntos, acaba fulminado por enfarto total e irrestrito, sem direito ao recurso da angioplastia salvadora, vai repousar na lousa fria e os vagabundos vão comemorar em cruzeiro pelo Caribe. Melhor garantir a saúde.

Voltando a la pelota, à minha conformação, espero que os cinco dias de descanso e trabalho tenham rendido bons frutos, o Furacão tenha se recuperado da ausência de gols das últimas rodadas, pequenos defeitos tenham sido corrigidos.

Mancini diz que quer “ver um time vibrante, de entrega, que não dê nenhum espaço ao Flamengo, que marque e jogue em cada centímetro do campo”. A declaração me soa a defender e eu não gosto de defender. Você defende quando é inferior ao adversário, tem meios de menor qualidade. Pior, melhor se jogar na defesa e esperar pela sorte no ataque.

Não é o caso do Atlético contra o Flamengo. A primeira linha de quatro, dois volantes, Marcelo e Dellatorre se alternando pelos lados do campo, Everton organizando pelo meio e Éderson para encostar para as redes, e estamos em plenas condições de jogar no ataque com muita eficiência.

Estou reclamando sem saber da escalação, vendo fantasma só com o barulho na folha. Culpa um pouco dos tais treinos secretos, ninguém sabe de nada, só o inimigo. Semana passada, descobri em blog de torcedor do Cruzeiro que Felipe poderia jogar em BH. Como o cara comendo seu pãozinho de queijo lá nas alterosas tinha a informação?

Sem solução para o meu desconhecimento, passarei o dia imaginando que Mancini vai escalar seus melhores caçadores, fazer uma preleção heroica e, ao seu final, enxotá-los do vestiário com o grito que leva os pilotos de caça franceses ao ataque: “A la chasse”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

AS PENAS DO URUBU

Vamos vencer o Flamengo? Depende. Se os jogadores tiverem a certeza de que podem vencer, se passarem por cima do mito da camisa, do estádio, da torcida, essas coisas que a gente sabe que fazem parte apenas do folclore do futebol, o time melhor ganha em qualquer lugar, então podemos ganhar.

Então acho o Atlético melhor que o Flamengo? Em termos de organização tática não tenho dúvida. Em termos de eficiência ofensiva ainda aposto minhas fichas no Furacão do primeiro turno, um monte de gols a cada jogo. Defensivamente é superior ao ataque que vai enfrentar. Então, neste momento, acho o time do seu Vavá melhor que o time do seu Mano.

E qual é o time do seu Mano? Difícil precisar, está cheio de retornos, a escalação não se repete há alguns jogos, a titularidade está em disputa nas posições de ataque. Vou dar um chute, escalar um Flamengo ofensivo, necessitado de vencer para se afastar da zona de rebaixamento, aproveitar a chance de jogar em casa contra time de retrospecto negativo no Maracanã.

Vejamos o meu Urubu atacante: Felipe; Léo Moura, Wallace, Chicão e André Santos; Cáceres e Luiz Antônio; Paulinho, Elias e Gabriel; Hernane. O amigo identificou aí algum Zico, um Júnior, um Adílio? Identificou me avise.

Esse time joga com os dois laterais avançando, os volantes Cáceres e Luiz Antônio protegendo a defesa, Elias organizando pelo meio, Paulinho pela direita, Gabriel pela esquerda, Hernane fixo fazendo pivô e perturbando os zagueiros. É simples no quadro-negro, pouco eficiente dentro de campo. Defendendo, a recomposição é muito rápida, só Hernane não volta para marcar. Para ser simples, é time duro de vencer, mas difícil perder para ele.

Contra o Furacão deve atacar pela direita com Léo Moura e Paulinho, forçar o cruzamento para Hernane, Gabriel e Elias dentro da área. Outras possibilidades ficarão para a individualidade de Paulinho e Gabriel, dois bons dribladores, ou Rafinha, outro rapidinho sempre presente no segundo tempo. Na bola parada, cuidado com os escanteios batidos pela esquerda no primeiro pau, ou curtos para retorno e cruzamento para a área com melhor ângulo.

O Atlético pode se aproveitar do avanço dos laterais, especialmente André Santos, com a lentidão de Cáceres. Pode ainda explorar os retornos de contusão, Léo Moura, Chicão, experimentar de longe, ver como está o Felipe. Se Felipe não jogar, seu substituto Paulo Victor bate roupa em todos os chutes de fora, é só estar atento ao rebote e faturar.

O jogo contra o Cruzeiro trouxe muitas e importantes lições para o Furacão. Um pouco de humildade para entender erros e corrigi-los fará muito bem. Maranhão mostrou boa marcação na lateral esquerda, vai ser novamente muito exigido. O ataque tem que voltar a correr, movimentar-se, agrupar-se, finalizar mais. A defesa tem que se cuidar com Hernane, um cai-cai dos piores, o artilheiro do Fla.

O Atlético tem que voltar ao ataque. Nunca ganhamos do Mengo no velho Maracanã? Não. Ótimo, ficou para trás. Pois vamos estrear no novo Maraca com vitória, arrancar as penas Urubu.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

LÁGRIMAS DE ESGUICHO

Sábado tive a oportunidade única de visitar a Arena da Baixada. Depois de circular pelas arquibancadas, conhecer os espaços passíveis de visitação, uma palavra surgiu no meu coração rubro-negro, estacionou em minha mente atordoada e por pouco não brotou líquida dos meus olhos esforçados em não dar vexame. Qual a palavra? E M O C I O N A N T E.

O amigo pode confiar. Quando colocar o pé no colosso Arena da Baixada vai perder o fôlego, vai ficar minutos sem fala, vai se emocionar com o magnífico resultado final. Você pode ver fotos, encher-se de entusiasmo, imaginar-se na cadeira com seu nome gravado, mas, irmão, sem entrar lá dentro, olhar as arquibancadas fechando-se ao seu redor, as estruturas do teto retrátil coroando o ambiente, não conseguirá perceber a real dimensão do que nós rubro-negros estamos construindo para o nosso futuro.

O caldeirão é um convite ao canto do torcedor, sua voz será lançada diretamente para o centro do campo, se na Arena que nos viu campeões brasileiros os adversários já temiam nossa torcida, agora precisarão de apoio psicológico para colocar os pés no gramado de primeiríssima qualidade.

A visibilidade perfeita de todos os ângulos é um prêmio ao torcedor rubro-negro. De cada ponto, de cada altura, tudo se vê, é o fim das ciladas da ótica, do susto com a bola que passa a vinte metros do gol.

As acomodações, o posicionamento das praças de alimentação, dos restaurantes, de todos os serviços são exemplos do que se chama de hospitalidade FIFA, algo que o torcedor que ainda não se aventurou a conhecer grandes estádios mundo afora não tem ideia, o Atlético lhe dará a oportunidade de apreciar, usufruir a cada jogo daqui a poucos meses.

Irmãos rubro-negros, somos uns privilegiados. Não temos apenas um time no G4, soberba obra em execução, a passos largos para o seu término. Temos um futuro projetado para as grandes realizações, para os grandes eventos, para as vitórias magníficas.

Claro que você irmão de fé, de tantas chuvas, de tantas Baixadas, de tantos diferentes domicílios, que nunca se permitiu aos desânimos, que carrega o rubro-negro no mais íntimo do seu coração, continuará a ser o herói anônimo de tantas tardes e tantas noites de incríveis emoções.   

É irmão, serão tantas as emoções que eu convidaria o Roberto Carlos para cantar o hino na inauguração do colosso. Nesse dia E M O C I O N A N T E, tenho total certeza, como diria o espetacular Nelson Rodrigues, vou chorar lágrimas de esguicho.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

OLHANDO PARA FRENTE

O Fluminense foi campeão brasileiro em 2012 com melhor ataque, melhor defesa, maior número de vitórias, artilheiro do campeonato, com três rodadas de antecedência. O Brasileiro deste ano se encaminha para o mesmo destino. Salvo artes do futebol, o Cruzeiro leva com antecipação, provavelmente sem ter o goleador da competição, a Raposa é muito mais coletiva, independe, não tem um Fred no elenco.

Segura na defesa, veloz na transição, eficiente no ataque, a Raposa não goleia, mas vence, faz três pontos, cumpre o objetivo, dispara na tabela. Por que estou enchendo a bola da equipe que venceu o meu Furacão no sábado? Porque desejo ver no meu Atlético as qualidades que levam o Cruzeiro à frente. Quais são essas qualidades?

A Raposa está pronta, o esquema treinado, os atores sabem o que fazer, os reservas entram e o time cresce. A defesa é consciente da sua missão. O amigo que vê o jogo pela televisão pode observar. Quando a tomada da câmera é central, os zagueiros estão lá atrás, quase não aparecem, com eles não tem bola nas costas. Auxiliados pelos volantes, que pouco avançam, dão ao setor muita segurança.

O ataque estrelado acumula jogadores no setor a atacar. O esforço é pela direita, lá estão Mayke, Everton Ribeiro, a turma toda do ataque que resolver visitar o setor. A bola parada cruzeirense é mortal. Contra o Atlético matou o jogo. Está treinada e é eficiente. Quando não marca, consegue ação sobre a bola. O elenco reunido na toca está lá há muito tempo.

E que pode o Furacão, sonhando com o G4, aproveitar dessa leitura? Fácil, entender as inevitáveis diferenças, adequar as virtudes cruzeirenses ao nosso universo ainda mobilizando jogadores, dispensando, improvisando, estreando peças.    

Mais especificamente, definir o esquema, evitar mudanças, posicionar a defesa de forma a garantir maior segurança, reunir jogadores sobre setor a atacar, transformar a bola parada num ato mais coletivo, de acordo com o esquema adotado definir titulares e reservas, fortalecer ainda mais a união do grupo.  

Os resultados mostram que em determinados momentos tivemos rendimento superior ao time que acho vá levar o título em 2013. Meio na união, na garra, apoiado nas características individuais e capacidades dos jogadores, atropelados pelo momento ruim demos um salto tremendo, Mancini comandou o processo.

Agora, no momento ótimo, será fácil corrigir erros, polir arestas, manter o alto rendimento, ir ainda mais longe, espiando quem dá certo, olhando para frente.  

domingo, 15 de setembro de 2013

ERROS D'OUTROS

O amigo avisa que o Atlético vai jogar com Deivid, João Paulo e Bruno Silva. Respondo que gostei, tenho visto João Paulo mais avançado, acredito que vá fazer o trabalho de Baier, fortalecendo a marcação e chegando mais no ataque. De onde foi que eu tirei isso? Quando a escalação aparece na telinha identifico meu pior inimigo, os três volantes. Como eu não vi isso antes?

Três volantes significa defender, levar gol, ficar sem solução ofensiva por uns vinte minutos, ter que obrigatoriamente realizar substituições, correr atrás.

Fortalecida, a defesa funcionou bem. O Cruzeiro realizou o esforço sobre a posição de Luiz Alberto, esqueceu o lado esquerdo e foi criando situações de gol. Nada muito importante, mas os tiros de canto pela direita foram se acumulando. Aos 35 minutos, Mayke entra pelo meio, Weverton salva para escanteio. Cobrado, gol de Nilton. O Cruzeiro fez valer suas armas, a pressão pela direita, a força de Mayke, a bola parada eficiente. Tudo como previsto.

O Atlético se desequilibrou, teve a sorte do juiz anular o gol de Ricardo Goulart e foi para o intervalo com resultado passível de modificação. Para mexer no placar teria que mudar o esquema, voltar ao anterior, com isso, trocar jogadores.

Volta o Furacão sem modificações. Em dois minutos, Weverton fez duas excelentes defesas. Vou imaginar o pensamento do seu Vavá. Seguro até aos 20 o resultado mínimo e daí vou para o tudo ou nada. Se não pensou, executou.

Aos 23 sai Deivid entra Felipe. Até aí nada. O amigo pode discordar, mas para mim Felipe é a volta do time do Nhô Drub. Vai receber e tocar de volta. Aos 28, Marcelo cede lugar a Dellatorre, logo na hora que o papa-léguas tinha vindo para a esquerda, junto a Everton e Maranhão começado a incomodar. Aos 34, Roger substitui Éderson. O artilheiro sai sem ter recebido uma bola decente.

Bons momentos de Everton, Maranhão e Marcelo fizeram o Atlético aparecer no ataque, criar situações que me deram esperança no empate que não veio. Pelo menos fizemos um segundo tempo raçudo, com audácia no ataque e competência na defesa, o que me anima bastante.

Não concordei com a mudança do esquema. Gostei muito da atuação coletiva da defesa, facilitada pela escalação dos três volantes. Gostei muito de Maranhão e Everton, achei que Mancini demorou demais para mudar. O resultado foi absolutamente normal, aconteceu por méritos do adversário, o Furacão lutou até o fim, aprendeu com a partida. Assim espero.

Mancini está recebendo jogadores, tem uns dias para treinar. Deve fortalecer o esquema que nos levou à boa situação, colocar os meninos para correr, entender a vocação ofensiva da equipe, seguir em frente, evitar olhar para trás, incorrer em erros d’outros.

sábado, 14 de setembro de 2013

VOLTAR A VENCER

Como joga o Cruzeiro que tem quatro pedreiras pela frente – Furacão e Botafogo em casa, Corinthians e Inter fora – e tem que fazer o resultado hoje para se manter com toda a gordura que acumulou no primeiro turno? Quer saber? Vou começar pela escalação: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton e Lucas Silva; Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian; Borges. Como joga?

A raposa é um bicho conservador, matreiro. Defende com nove voltando, mas deixa o problema para volantes e primeira linha de defesa, os atacantes ajudam, mas se mantém prontos para sair no contra-ataque, isto é, ficam ali próximos à linha do meio campo, retomada a bola é sebo nas canelas. Willian, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart são rápidos e jogam na vertical. Borges puxa a marcação, abre espaços.

Como tem que fazer o resultado, vai atacar desde o início, trocando passes, explorando a direita do ataque com Ceará e Everton Ribeiro. Everton é um problema, dribla, vai para cima, faz fila. Tem que marcar. Bloqueado o setor esquerdo, a raposa forçará pelo centro. Everton passa, Everton chuta, Borges faz o pivô, Ricardo Goulart e Willian se alternam pela esquerda, a organização pelo meio e a entrada na área para finalizar. Tudo com boa coordenação e acerto de passes. Os laterais apoiam, zagueiros e volantes ficam na segurança.

Se nada disso funcionar, vem a bola parada. Dedé, Nilton e Bruno Rodrigo se agrupam dentro da área e a bola os procura, normalmente um consegue o cabeceio. Quando a marcação aperta, a bola vai para alguém no segundo pau.

Nada deu certo, Mayke entra no lugar de Egídio, Júlio Baptista no lugar de Borges. Mayke vai para a direita, Ceará para a esquerda. Nessa situação, Mayke deu assistências para os dois gols que deram vitórias ao Cruzeiro contra Flamengo e Goiás. Baptista fortalece o cabeceio na bola parada.

O que o Atlético tem que fazer? O que faz normalmente. Atacar e reposicionar com velocidade, congestionar o meio da defesa, jamais permitir o avanço do lateral esquerdo, seja ele quem for. No ataque, explorar Egídio. O lateral avança demais, gosta de antecipar, às vezes erra, a torcida não engole o rapaz, umas boas escapadas pelo setor vai causar danos. Se quiser ganhar umas bolas paradas é jogar sobre Nilton. É falta certa. Para isso tem que contar com velocidade, com dribles, assim, boto fé em Dellatorre no lugar de Baier. Ah! Estava esquecendo, virar o jogo, sempre tem espaço pelo outro lado.

O que não podemos fazer é atacar sem segurança, bater escanteios nas mãos de Fábio. O Goiás foi ao ataque, deu bolas na trave, andou para vencer e perdeu. Um contragolpe, Mayke livre pela direita, o cruzamento para o Willian que já foi nosso marcar. Vida dura.

Enfim, correr, acreditar no resultado os noventa minutos. Está na hora de voltar a vencer.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PROTETOR DOS CAÇADORES

Mancini já anunciou modificações, “talvez o esquema tático ou a mudança de jogadores” disse o treinador. O empate com o Fluminense teria revelado que o Furacão surpresa acabou, ficou conhecido, os adversários conhecem seus segredos, seus erros, seus acertos. Tudo isso por que o Atlético empatou com o Fluminense?

O Atlético jogou tão mau assim a ponto de ter que mudar esquemas que até ontem vinham dando certo? Creio que não. Perder a velocidade, a aplicação tática que nos levou ao G4 seria erro vigoroso.

O empate contra o Flu teve como origem erro primário do nosso sistema defensivo, o cometimento de excessivo número de faltas desnecessárias. Ninguém precisa mudar o planejamento tático de uma equipe para conseguir que Léo comande suas mãos, Zezinho, Luiz Alberto e outros parem de empurrar o adversário imobilizado.

Se o Furacão se tornou conhecido, o Flu também o é, todos são, até eu vi e escrevi em “Ligue Já” que a obtenção de faltas nas proximidades da área era “a principal arma do tricolor”. Faltou-nos o entendimento, erramos e pagamos.

Erro secundário a escalação de Zezinho na lateral. Luxemburgo fez do setor seu corredor preferencial para a linha de fundo. Para conter a sangria desatada, Zezinho exagerou nas faltas, idem Luiz Alberto, atendendo ao pedido do técnico tricolor. Difícil apontar culpados, a gênese do problema está na falta de elenco, contusões aconteceram, não temos sequer um jogador para ocupar a posição.

Aí aparecem as circunstâncias do combate. Marcelo perdeu gols, Baier teve rendimento abaixo do normal, Cavalieri mostrou por que é goleiro da seleção. Acontece, o adversário joga, nós falhamos.

Um minuto. O vizinho de cima está gritando gol atrás de gol, deixa eu dar uma olhada no site. Um clique, Galo 3, Coxa 0, ainda primeiro tempo, a coisa vai longe. Desculpem a interrupção, voltemos ao Furacão.

Creio desnecessário mudar o esquema, preciso mudar personagens. Eu escalaria Marcelo, até gostei dele mais pelo meio, sem tanto empenho na missão secundária de bloquear o lateral. Minha solução, Baier no banco. Quem no seu lugar? Delatorre. Se a Raposa quer correria, vamos dar a ela correria. O amigo pode lembrar de Felipe, do próprio Zezinho, alguém dirá que Zezinho ajuda na marcação, cada amigo tem sua opinião baseada em lógicas convicções.

Por sorte não somos os donos da decisão. O seu Vavá vai estudar a Raposa, conhece o seu time melhor que ninguém, vai decidir com correção. Mesmo assim, não custa nada ao torcedor pedir o apoio de Santo Eustáquio, o protetor dos caçadores.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

UMA ONÇA

O primeiro tempo do Atlético foi superirritante. Nem vou procurar saber se superirritante tem hífen, o amigo entendeu o sentido. Um a zero no placar, o Fluminense usando o cai-cai, sua principal arma, e a nossa defesa ajudando. O cara de costa para a lateral, o atleticano atrás fechando todos os espaços, e dá-lhe o tranco desnecessário. Lá vai bola sobre a área. Uma doença, uma irresponsabilidade.

Aos 44, bola lançada nas costas da defesa, Léo toma a frente do atacante, o lance está definido, a mão desastrada resolve fazer bobagem, falta na frente da área, gol do Fluminense. O Atlético fez o que Luxemburgo queria, deu o empate ao tricolor.

Léo deu tantos empurrões que corre o risco de ficar marcado pela arbitragem. Logo ele que fez ótima partida, fez a assistência do gol de Éderson, vários cruzamentos no ataque, foi a salvação em inúmeras bolas longas lançadas por sobre Manoel e Luiz Alberto.

O segundo tempo mostrou como o Fluminense está mal, só se defendeu, nada fez no ataque. Luxemburgo está juntando os cacos, conseguindo uns pontinhos para fugir da degola. A total falta de ambição mostra isso.

Mancini vai ter que repensar o Furacão. Baier nada fez além de carregar o marcador pelo campo. Tem que fazer mais, bater as paradas é muito pouco. Contra o Cruzeiro eu entraria com Dellatorre no seu lugar desde o início. Já que o Delegado resolveu trocar Elias por lateral esquerdo, o veinho ficou sem substituto, vai ter que improvisar. Quem sabe Zezinho, um improviso ruim para a lateral, ou Felipe, daí o Atlético passará a jogar exatos 3,5 centímetros a mais.

Eu já me conformei com o afastamento de Elias. Ficou claro que o meia não seria escalado por Mancini. Coisas do futebol. Assim, que seja feliz em outro lugar.

O Atlético fez um bom jogo, exigiu boas defesas de Cavalieri, Marcelo perdeu uns dois ou três, algo comum desde aquele jogo ano passado em Paranaguá contra o Vitória, quando perdeu dois e eu quis colocá-lo de castigo no milho. Marcelo tem que jogar, gostei dele mais pelo meio, vai aprender jogando.

Ganhamos um ponto contra time que veio a Curitiba explorar nossos erros, explorou, foi ajudado por nós, mereceu levar o seu pontinho. Mancini tem até sábado para trocar peças, manter o espírito. Trocar peças é necessário, manter o espírito indispensável. Vamos ver que coelho sai da cartola. Coelho não, contra a raposa voando, vai ter que sair uma onça.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

LIGUE JÁ

Vamos rubro-negro, pegue sua camisa jogadeira, a mais jogadeira de todas, telefone para a turma e avise que hoje tem que chegar cedo, que a reunião é ali no churrasquinho de gato, e o lugar para assistir, bem, é onde der, onde tiver espaço para fanáticos na Vila Caldeirão.

O Flu do seu Luxemburgo não mete medo. Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Rafinha, Edinho e Willian; Wagner, Marcos Jr e Samuel é um time comum, que fez um primeiro tempo igual contra o Bahia no Maracanã. Até achei o Baêa melhor, o nosso Fernandão perdeu um gol logo aos 2 minutos para sair correndo pela linha de fundo e só parar na praia do Farol, morto de vergonha.

Três volantes, com Rafinha mais adiantado pela direita, Wagner solitário tentando articular algo produtivo, Marcos Jr buscando a jogada vertical, Samuel tão parado que o pastor alemão do policial até pensou ter achado o lugar para fazer o seu pipizinho noturno. Só os laterais fizeram algum barulho.

Vem o segundo tempo e seu Luxa entra com Felipe, o eterno, no lugar de Willian, Biro-Biro substitui Marcos Jr. O Flu vai para cima, os laterais avançam, Bruno é muito efetivo pela direita, Felipe, Wagner e Rafinha dominam o meio de campo, Biro-Biro é um Marcos Jr descansado, a mesma correria de menino novo.

Aos 18 minutos a torcida pede Sóbis, aos 19 entra, aos 20 Felipe sofre falta na intermediária, bate rápido para Sóbis ao seu lado, o chute sai forte, o goleiro bate roupa, Biro-Biro marca, o Flu ganha de um a zero. O amigo entende por que eu gosto de quem sabe jogar? Felipe e Sóbis devem atuar desde o início, Leandro Euzébio volta na defesa, o time deixa de ser comum, sem meter medo.

Detalhes do Flu. Saindo com a bola Bruno avança como ponta direita e Gum vem fazer a lateral, o time fica muito desguarnecido no meio da defesa, muito vulnerável ao contra-ataque. O mesmo acontece quando Gum e Anderson avançam para finalizar os escanteios. Jogar bola alta na direção da área é perda de tempo, os zagueiros dominam amplamente.

A saída de bola acontece pelos volantes, quando complica Wagner volta pra buscar. Com Felipe em campo melhora muito. No ataque, Bruno e Carlinhos são de tentar a linha de fundo, tem que marcar. O time procura a jogada individual em busca da bola parada, encostou cai. É bom avisar o Bruno Silva. É a principal arma do tricolor.

Forte na marcação, rápido na transição da defesa para o ataque, preciso na finalização, espero que o Marcelo tenha passado os últimos dias treinando, é três pontos na mochila. Vamos, está esperando o quê? Telefone para a turma. Ligue já.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

JOGAR CONVERSA FORA

Como todo torcedor, não tenho acesso a informações de dentro do Atlético, não sou amigo do varredor de ruas do CT, o que eu sei, o amigo sabe, ou sabe mais do que eu. Vago pelos sites atrás dos conhecimentos que preciso para escrever. Por isso, posso cometer erros de avaliação, embora faça o possível para não cometê-los, escrevendo basicamente sobre o jogo jogado.

Hoje vou sair um pouco desse roteiro, vou teorizar, arriscar-me a cometer erros, o amigo se discordar, tenho certeza vai me perdoar.

Começo por Nhô Drub. O prezado mineiro que nos trouxe à série A, impelido pela situação, formou um time baseado nos principais jogadores do elenco e foi aos trancos e barrancos revertendo o quadro que recebeu ao assumir a função. Obtido o sucesso, teve todo o tempo do mundo para formar o novo Furacão e, então, esqueceu a prática e foi para a teoria que tão bem conhece.

Tirou da cabeça uma forma de jogar, escolheu jogadores adequados àquilo que imaginara, colocou no banco os que lhe garantiram o emprego e perdeu o emprego. Difícil entender o que o levou à mudança de atitude, imaginar que o coletivo com jogadores de menor qualidade poderia dar certo.

Mancini chegou e reverteu o quadro rapidamente. Colocou Baier em campo, Marcelo, acertou a defesa em cacos e colocou o Furacão para voar. Baier não se cansa de louvar Mancini em entrevistas, claramente discordar de Drubscky.

Em minha visão, a montagem do banco para o jogo com o Vasco mostra que Mancini chegou ao seu modelo de equipe e agora busca no elenco os jogadores mais adequados a esse padrão de jogar, chegou ao Nhô Drub fase dois, começa a esquecer no Caju jogadores mais bem qualificados. Tivesse eu a certeza da minha teoria estaria preocupado.

Em absoluto. Não assisto treinos, não frequento o DM atleticano, desconheço informações da fisiologia. Pode ser que Maranhão e Felipe arrebentem nos treinos, Elias passe por má fase, Cleberson tenha problemas físicos, qualquer dos outros zagueiros rubro-negros esteja muito abaixo do nível necessário para enfrentar o Brasileiro, um espetar do dedo revelado grave cansaço em importante jogador. Teorias não devem prevalecer sobre a prática.

Mesmo assim, continuo. A experiência mostra que quem sabe jogar, tem melhor qualidade, deve jogar. O time ganha sua cara e os craques se alternam na titularidade, cumprindo papéis bem definidos pelo treinador, fortalecidos por suas melhores valências. Troca-se a disciplina férrea do esforçado leão de treino, sempre confortante, pelo talento de quem num lance pode decidir a partida.

Como disse, estou só teorizando, de uma forma estranha tentando ajudar. O amigo dirá que estou mais para filósofo de boteco, jogando um verde para depois vir com o tradicional “eu não disse”. Nem pensar, quero que a fase se eternize pelo bem do meu coração cheio de problemas.

Só quero apresentar um ponto de vista que me pareceu interessante, conversar com o amigo sobre futebol, aproveitar o momento fantástico para jogar conversa fora.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SAUDADES DE NÓS

Vinte e um minutos e trinta do segundo tempo, Kléber tem a bola no meio de campo, passa a Fabiano pela esquerda, o chute sai forte, Silvio Luiz dá rebote, Alex Mineiro chega para marcar. Atlético campeão brasileiro de 2001. Na origem da jogada do gol histórico, o incendiário Kléber, o terceiro maior artilheiro do Atlético de todos os tempos, o maior artilheiro da nova arena com 67 gols.

Kléber nos deu a maior das alegrias, o gol de fora da área, o gol de oportunismo, o gol impossível. Fez todos os gols que nos levaram às partidas finais do Brasileiro inesquecível, deixou para Alex Mineiro fechar o pacote com seus oito gols em quatro jogos.

No Furacão marcou 124 vezes, foi tricampeão paranaense, campeão da seletiva para a Libertadores, campeão brasileiro em 2001. Com Kléber em campo vivemos momentos da mais pura felicidade, embora muitas vezes a torcida o atormentasse com sua intransigência. Recordo de um Atlético e Galo na Baixada, dois a zero para os mineiros, a torcida pegando no pé do incendiário, em poucos minutos dois a dois, gols de quem? Gols de Kléber.

O Kléber que ontem encerrou sua carreira classificando o Moto Club para a disputa da primeira divisão do estadual maranhense com gol aos 46 minutos do segundo tempo está na memória de todos os atleticanos que acompanharam a fase áurea do início do século, é parte importante da página mais bela da história do Furacão.

Eu, que ainda tenho na memória gol espetacular contra o Bahia, gol que colocou fogo na campanha memorável, desejo ao jogador que tantas alegrias me proporcionou, uma nova vida plena de sucessos, de saúde e de paz.

E quando o vento sul tocar a ilha de São Luís, espero que o velho peito incendiário possa sentir um pouco de saudades do seu Furacão, um pouco de saudades de nós.

 

DIFERENÇA DE OBJETIVOS

O Atlético entra em campo sem Manoel, vítima de uma amigdalite, a pior inimiga do Furacão nas últimas partidas. Dias atrás deixou Everton na zona de repouso. Oportunidade para ver Dráusio jogar novamente, o zagueiro foi bem na partida em que substituiu Manoel suspenso por amarelo. O Vasco entra com Pedro Ken, Baiano do lugar de Abuda, ótimo. Estou confiante.

São 2 minutos e Baiano dá um chute para trás, a bola cruza a área e sobra para Marcelo cabecear, cabecear para fora. Não faça isso Marcelo.

Como de praxe, o time da casa avança e pressiona, vai criando situações de gol, os escanteios ocorrem a cada minuto, as faltas nas beiradas da área acontecem, estou rezando para que o Furacão acomode os nervos, passe logo o início sufocante, comecemos a criar situações no ataque.

O narrador apresenta o banco do Atlético: Santos, Jonas, Deivid, Felipe, Maranhão e Dellatorre. Que maluquice é essa, quando se pode ter um time inteiro no banco, estamos com seis jogadores para substituições, falta zagueiro, onde estão Elias, Marco Antônio, Cleberson, serão também vítimas da cruel amigdalite, alguém recebeu o terceiro amarelo e eu não computei.  

Aos vinte e dois, Luiz Alberto leva um cotovelaço de Cris, fica desacordado momentaneamente, segue para o hospital. Quem entra? Sem um zagueiro de ofício no banco, Jonas vai para a zaga. O Atlético foi para a batalha na colina sem reserva forte, um erro de cabo de esquadra. Desculpem-me todos os cabos, eu sei que vocês não cometeriam esse erro.

Segue o baile com Marcelo na ponta direita, Éderson na ponta esquerda, Everton tentando fazer a ligação, Baier bem marcado, Léo e Zezinho dedicados à marcação, começo a achar que o gol só sairá por erro grave da defesa vascaína.

O primeiro tempo acaba e sonho com alguma modificação importante no intervalo, principalmente tática, já que o banco não ajuda em nada.

Já que o banco em nada ajuda, nada aconteceu. Os dois times caíram de rendimento, o Atlético se fechou na defesa e eu sofrendo, esperando o Vasco marcar o gol enfarto, que felizmente não vingou. Quase aconteceu o gol rubro-negro. Aos 40, Everton partiu livre pelo meio e, ao invés de tocar para Éderson livre, deu mais um toque e jogou fora a oportunidade. Aos 42, Bruno Silva deu um balão para frente, Marcelo ficou livre na cara do gol e perdeu mais um.

Achei a montagem do banco do Atlético um desperdício de bons jogadores. Marcelo tem que participar mais, acabou a mordomia, vai receber marcação cada dia mais forte, ou se mexe, coloca para dentro a chance mínima, ou vai para o banco. Éderson precisa fazer o simples, com espaço, nada de voleios, mata, limpa e marca. Bruno Silva precisa jogar sério, sair driblando no meio da área, passar mal, fazer faltas desnecessárias em excesso é para matar o torcedor.

Grande partida de Dráusio, Zezinho, Weverton e João Paulo. O amigo dirá que foi grande resultado, bastou empatar uma e eu já estou metendo o pau, estamos invictos há meses. Gostei do resultado, o time foi raçudo, impecável na defesa. Dos que estão na frente o Atlético tinha o pior desafio.

Se a ideia é somar pontos, foi ótimo. Se a ideia é chegar um pouco mais longe, por falhas nossas, deixamos a desejar. Calma! É só uma diferença de objetivos.

domingo, 8 de setembro de 2013

DIA DE QUEBRAR ESCRITAS

Hoje estaremos frente a frente com velho fantasma lusitano, no seu campo de jogo, em final da tarde na colina, tem tudo para ser de arrepiar os cabelos. Pelo menos o espectro que me assombra parece ter saído da era medieval, não arrasta mais correntes para enclausurar o visitante no seu vestiário, não tem mais o apoio da polícia para segurar a torcida adversária a quilômetros de distância de São Januário.

A melhora do nível civilizatório é animadora, embora se saiba que o Vasco perdeu quatro mandos de campo pela briga de torcidas em Brasília, só jogará em casa contra o Furacão pela possibilidade de recorrer do julgamento.

Esquecidas as sombras do caminho, cabe entender o time cruzmaltino, conhecer quais as chances de vitória do Furacão, que para mim se acontecer será a primeira, não recordo sequer de termos empatado em São Januário.

Assisti Vasco e Náutico na arena Pernambuco, um três a zero com direito a água de coco. O time do navegador começou com Diogo Silva; Fagner, Jomar, Cris e Henrique; Pedro Ken, Abuda e Wendel; Willie, André e Marlone.

O amigo gosta de desenho tático? Pois vamos lá. Uma primeira linha de quatro, dois volantes, Abuda e Wendel, e um losango no ataque. Pedro Ken à frente dos volantes, Willie aberto na direita, Marlone na esquerda, André avançado no meio dos zagueiros. Willie e Marlone trocam de posição constantemente.

No primeiro tempo, esse time pouco conseguiu no ataque, três chutes de fora do lateral Fagner foram os únicos incômodos para o goleiro Timbu. Para ressaltar algum aspecto, a velocidade de Willie, a aplicação no atacar e defender de Marlone e Willie, o avanço de Fagner, lateral com tendência a jogar quase como meia direita deixando Abuda em apuros para cobrir suas subidas. O Náutico conseguiu alguns cruzamentos pelos dois lados do campo e foi só.

Sem encontrar o caminho do gol, o navegador Dorival Junior fez duas substituições no intervalo. Wendel por Juninho Pernambucano, Pedro Ken por Dakson. O amigo deve estar pensando o que Juninho estava fazendo no banco. Eu também. Essa não foi minha única surpresa.

Começa o segundo tempo e com um minuto Dakson manda um chutaço rente à trave. Aos dois enfia uma bola preciosa para Willie marcar um a zero encobrindo o goleiro. O rapaz acertou o meio de campo do Vasco. Aos seis Juninho colocou Willie livre pela direita, o cruzamento saiu rasteiro para Marlone fazer dois a zero. Então, o Náutico que deveria se manter flutuando, nadando pela sobrevivência,  fez água ao segundo balaço, soçobrou sem luta.

O desânimo alvirrubro deu liberdade total a Dakson. Abuda ficou só na proteção da defesa e ele avançou, foi distribuir bolas, colocar os companheiros em condições de marcar, aos 45 serviu Marlone livre na cara do gol, três a zero Vasco. Com o companheiro tomando conta do jogo, Juninho passeou pelo campo, descansou para o jogo com o Furacão.

O time que Dorival Junior vai colocar em campo só ele sabe. Eu espero que não coloque Dakson, que opte pelo time do primeiro tempo. Se colocar, é bom marcar o audacioso, aproveitar os lados do campo, a jogada de velocidade sobre Cris, marcar e deixar o marinheiro sofrer com a onda da torcida. Quer uma boa notícia? Temos boas chances, acho que hoje é dia de quebrar escritas.