quinta-feira, 31 de julho de 2014

CHEGA PARA AJUDAR

Recebo de amigo de pistas, chuvas e granadas um exemplar da revista Campo e Cidade comemorativa da conquista do campeonato paulista pelo Ituano. O amigo, nascido em Itu, é corinthiano da gema, encantado com a conquista do Galo paulista, apelido surgido nas disputas entre a Associação Atlética Sorocabana e o Clube Atlético Ituano.

O Galo é o único time do interior paulista bicampeão do Estado, 2002 e 2014, em 2002, em campeonato sem a participação dos grandes empenhados no Rio-São Paulo. O amigo sabe que neste ano atropelou todo mundo.

A revista é completa, passeia por toda a história do clube, realça Juninho Paulista, seu maior ídolo, e, lá no seu final, coroa a edição com o relato da conquista impossível. Em destaque, a participação do comandante Doriva.

Diz o texto: “Doriva, foi ao longo da campanha de 2014, o grande comandante da caminhada do Galo Ituano... Trabalho e união são as palavras que caracterizaram toda a campanha. Humildade mesclada à confiança e determinação, além da inteligência para mudar as táticas de jogo, às vezes sem mudar os jogadores... Inteligente, falando a linguagem dos boleiros, Doriva ganhou não apenas o elenco, mas também a imprensa e a torcida, além do respeito dos adversários... De olho na revelação de jovens atletas...” e por aí vai.


O Ituano foi a primeira experiência de Doriva como treinador. O perfil traçado pela revista mostra alguém com qualidades e motivação para realizar ótimo trabalho no Atlético. Precisa de apoios, a possível saída de Éderson não ajuda, a temporária ausência da torcida muito menos, mas ele que vá tocando o barco, ganhando pontos, mais um tempinho e a gente chega para ajudar. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

TORÇO POR ELES

Seu Felipão mal saiu da ressaca do 7 a 1, 3 a 0, e já está assumindo suas funções no Grêmio. O treinador gaúcho merece toda a consideração do torcedor brasileiro, ganhou uma Copa, a pergunta o que ganhou? não vale com o seu Felipe.

O retorno instantâneo do gaúcho velho só pode ter a ver com a necessidade de se mostrar ainda competente, apagar a triste imagem revelada na Copa. Penso que se o Grêmio não contratar uns dois ou três ótimos jogadores, o amigo do Murtosa terá muitas dificuldades, corre o risco de repetir sua última passagem pelo Palmeiras. É esperar para ver.

Ronaldinho Gaúcho deixou o Galo. A contratação inicialmente muito criticada levou o genérico mineiro ao seu maior título, uma sofrida e definitiva Libertadores. Todo o dinheiro aplicado em Ronaldinho teve retorno, o torcedor o terá sempre como ídolo. Contratar não é pecado, é um investimento, bem feito, pode gerar muitos dividendos e títulos.

O time que melhor contrata no Brasil é o Cruzeiro. Tem reservas de qualidade em todas as posições. O nosso Manoel, dono da defesa do Atlético, é reserva de Dedé. Dagoberto dorme no banco. Penso que grande parte do sucesso cruzeirense se deve ao técnico Marcelo Oliveira, ao olho bom de encontrar nas demais equipes nacionais os jogadores de qualidade que muitos não valorizam.

São jogadores prontos, relevantes nos seus times de origem – Everton Ribeiro no Coritiba, Ricardo Goulart no Goiás, Nilton e Dedé no Vasco – que chegam para ocupar cargos chaves na equipe, colocar o trem para andar ainda mais rápido. É modelo de gestão que deu certo no ano que passou e vai de vento em popa em 2014.

O Atlético, por necessidade ou não, optou por investir pesado no pessoal da base. Por enquanto vai dando certo, os pontos acumulados demonstram isso. As derrotas para o segundo time do Cruzeiro e o atropelamento sofrido contra o Flu mostram que contra equipes bem organizadas, os meninos sofrem.

É modelo que pode dar certo, no futebol tudo é possível. Eu acho um projeto de risco, penso que contratar é preciso. Se um time com jogadores internacionais desmoronou com a ausência de Neymar, dar aos meninos a responsabilidade de carregar a bandeira do Atlético pode ser missão pesada demais. É contratar ou esperar para ver. Torço por eles.


PS: A melhor de ontem. Depois do retorno de Dunga, Felipão e Luxemburgo o futebol passou a ser transmitido pelo canal VIVA.

terça-feira, 29 de julho de 2014

PONTEIRO DAS HORAS

Para piorar o domingo, com visitante gremista em casa, saí da derrota contra o Flu e embarquei no Grêmio e Coritiba certo de que teria um final de tarde menos doloroso, proporcionado por boa vitória do tricolor gaúcho. Pois não é que o Coxa ganhou no último minuto, embora devesse ter matado o jogo ainda no primeiro tempo.

Roth que já estava pronto para ficar em Porto Alegre ganhou vida, o técnico do Mosqueteiro ganhou rumo. O pobrecito não tem culpa, o time do Grêmio está um bagaço, craques zero, o Coxa com a corda no pescoço foi à luta e venceu, animou seu torcedor.

O torcedor rubro-negro ficou com a pulga atrás da orelha. “Temos que tirar muitas lições” diz Doriva sobre o 3 a 0. Doriva viu o jogo que todos vimos. Ainda bem. Tomara não se minimizem os erros, que as imagens do jogo sejam vistas e revistas e os ensinamentos colhidos repassados já nos treinamentos da semana.

Evidente que o esquema deve ser modificado. Com três atacantes o time ficou vulnerável, a marcação distante demais permitiu o avanço da primeira linha de defesa do Flu para o meio de campo e completo controle da partida. Com espaço e bom toque de bola o jogo ficou mamão com açúcar para o tricolor.

O futebol exige postura e ação defensiva de mesmo nível, só a postura de nada vale. Ficou claro que nossos atacantes não marcam buscando o desarme, apenas se posicionam defensivamente, cumprem as missões determinadas pelo treinador, porém, sem qualquer eficiência. A bola só é retomada em caso de passe errado do adversário. Sem a retomada da bola, sem contra-ataque, a velocidade nada vale.


Como disse Doriva, as lições são muitas. Espero que tenha sussurrado ao pé do ouvido do homem da mala, dito que ele vai ter que gastar algum. O Atlético precisa contratar. O time é inexperiente, sem liderança, precisa ir ao mercado. Doriva tomou seu primeiro tombo, não é bobo, vai mexer no mecanismo do relógio, fazer o possível. Precisa mesmo é de um bom ponteiro das horas.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

ONTEM

Três a zero fora o baile. O jogo foi definitivo para se estabelecer a capacidade do Atlético no Brasileiro. Contra um time maduro, organizado, com bom toque de bola, sem contar com os milagres de Weverton, o Furacão perdeu sem nada a contestar. Um choque de realidade.

O Fluminense dominou amplamente, fez um em chute de fora, mais um pênalti em saída de Weverton e dois a zero no primeiro tempo. Foi um treino de luxo, titular contra juniores. Nem fisicamente o Atlético incomodou, todos os entrechoques foram vencidos pelos tricolores. Preocupante.

Veio o segundo tempo sem mudanças. Penso que o Doriva poderia mobiliar melhor o meio de campo. Tirar Éderson e entrar com Bady, ou um volante, estava fácil demais para o Flu. Fomos para o jogo como estávamos, avançamos um pouco a defesa e conseguimos jogar no ataque sem incomodar Cavalieri.

O terceiro gol do Flu veio em cobrança de lateral, uma desatenção nível suburbana. Vieram as mudanças e chegamos ao ataque, conseguimos alguns chutes de fora, para fora, o goleirão do Flu só fez uma defesa importante.

Todas as fragilidades do Atlético se fizeram presentes. Individualmente os três atacantes inexistiram, juntos nada produziram. Marquinhos tem que ter sua titularidade absoluta colocada em dúvida, sua eficiência questionada. Sem meio a velocidade inexiste, sem laterais que avancem o time parou na casa nova.

A defesa todos conhecemos. O gol de lateral passa o carimbo. Natanael resolveu que vai fazer gol de falta do meio de campo. Sobe o time todo para dentro da área e ele atrasa para o goleiro. O jogo é coletivo Natanael. Para quem comanda o futebol do Furacão a verdade foi estabelecida. Espero que tenha sofrido um abalo salvador.

Não foi um 7 a 1, não é terra arrasada. É entender a real capacidade da equipe. Um time que passou sessenta minutos correndo atrás do adversário tem que mudar, trocar jogadores, achar um novo jeito de jogar que minimize suas deficiências, lhe garanta algum poder de combate.


Foi uma ducha de água fria na vazia Arena. Eu queria um time com três atacantes, pressionando. Sem pressão, na roda, o jogo mostrou que esse não é o caminho. Temos que contratar, temos que mudar. Ontem.

domingo, 27 de julho de 2014

VAMOS GANHAR

Estou assistindo Vasco e Ponte Preta, o joguinho começando a melhorar no segundo tempo, o ótimo Silvio Luiz gastando o seu "pelo amor dos meus filhinhos", quando o repórter chama a atenção para problema que certamente prejudicará o time vascaíno. Imagino algum jogador caído na lateral do campo e fico sabendo que a torcida cruzmaltina está utilizando sinalizadores proibidos nas arquibancadas. Lá vai o Vasco de novo para o capa preta.

A imagem mostra dezenas de sinalizadores em chamas, o encarregado do jogo babando de satisfação carregando no relatório. O Vasco acabou de cumprir na semana passada sua punição pelo conflito em Joinville e seus idiotas já estão fazendo caca novamente, prejudicando o time do Dinamite.

O seu Eurico me fez detestar o Vasco, mas, convenhamos, que culpa tem uma diretoria se imbecis resolvem desrespeitar regras estabelecidas e conhecidas, como pode um clube ser punido continuamente pela ação de descompromissados, ação que não tem condições de coibir?

Hoje vamos novamente acompanhar o Furacão pela TV, todos nós punidos pela magistral justiça desportiva tupiniquim. Diz a turma do Flu que pretende tirar proveito da ausência da torcida rubro-negra. Eles não sabem que o Atlético joga sem torcida há meses.

Difícil compreender a culpa hedionda do Atlético no episódio Joinville. O idiota das arquibancadas é como o terrorista na guerra irregular. Ele é dono da sua vontade, atua onde quer, na hora que quer, quase impossível antecipar sua ação, possível ter uma força pronta para, iniciada a ação, agir prontamente e com energia.

Se autoridade determina que essa força permaneça fora do campo, atrasando seu emprego, permitindo que a tragédia se expanda, o que o clube pode fazer? Vender somente metade dos ingressos, completar a lotação do estádio com seguranças, um para cada torcedor?

Punir o clube é muito fácil e cômodo. O clube paga as contas de todos esses juízes que não se sabe de onde aparecem e ainda tem que ser espezinhado por suas decisões limitadas em inteligência. A tal renovação do futebol nacional deveria ter maior abrangência, incluir essa tralha que só nos atrasa. Chega desses Dungas togados, já nos basta a miopia no futebol jogado.

Só para falar do jogo, animar o torcedor ligado na TV, vamos ganhar.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A ESCOLHA É DO FREGUÊS

A chuva impede minha caminhada e eu vou para a varanda fazer uma ginástica de velho, movimentos para cima, para baixo, para os lados, roda o pescoço, levanta os braços, tudo muito perigoso, capaz de pinçar um nervo qualquer, me deixar travado, trinta dias de molho com direito ao “eu não falei” diário e irritado da esposa. Levo comigo o radinho, ligo, e qual é o assunto? Dunga. O rabugento me cansou antes de começar.

O Brasil, que foi chamado de anão – olha a intenção – diplomático por um funcionário de Israel e ainda nos sacaneou com o 7 a 1 – o Barão do Rio Branco sumiu da Generoso Marques –, só voltará a ganhar Copa do Mundo quando a seleção for baseada em 3 a 4 clubes do futebol nacional.

Era assim antigamente. Santos, Botafogo, times em alta forneciam a base da seleção, somados uns supercraques, um gaúcho, tinha que ter um gaúcho, e o time estava pronto. O treinador assumia dando a escalação. Simples, era definir espaços e distribuir camisas.

Esse catado internacional, um polaco de cada colônia com quinze dias para treinar, jogadores avaliados pelo valor do contrato, só vai vingar no dia em que o rabugento testemunhar o príncipe beijar a Branca de Neve.

O jeito é fortalecer os clubes, alguns já imensamente fortes, quanto mais devem, mais gastam, há um crédito de milionário russo para alguns times nacionais. Quem não tem fôlego para essa ciranda distante de qualquer postulado da economia real tem que correr atrás de patrocínios, da associação maciça de torcedores.

Em recente pesquisa do site furacão.com, respondendo à pergunta se o atleticano pretendia se associar com o retorno do Atlético à Baixada, de um total de 2779 consultados, 1301 disseram que sim, 890 vão aguardar os resultados dentro do campo, 588 negaram a associação.

Os que vão esperar os resultados podiam pedir também um chope grátis, um pernil com verdinho, uma van para ir buscar em casa nos dias de jogos. Os que negaram podem achar caro, estar fora de suas possibilidades, nada a contestar.

Certo é que sem dinheiro, sem contratação. Sem contratação o resultado em campo fica difícil. Pode até acontecer em futebol em baixa como o nosso. Quando um mínimo de organização se implantar, o dinheiro vai falar mais alto. É escolher entre se associar e brigar por títulos, pagar TV a cabo e ver o cavalinho no final da fila. Simples. A escolha é do freguês.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

NO CAMINHO TEM UM FURACÃO

O Fluminense treinou com dez jogadores, deixou Sóbis e Walter exercitando chutes a gol. Os dez que podem conhecer a Arena magnífica no domingo são: Diego Cavalieri, Bruno, Gum, Henrique e Carlinhos; Valencia, Jean, Wagner, Cícero e Conca. Problemas? Aparentemente sim.

Do meio para frente só Valencia, o nosso Valencia, é volante típico. Jean, Wagner, Cícero e Conca sabem jogar no ataque, tem visão de jogo, Conca é fora de série, contra o Santos matou o jogo com belíssimo gol de fora. Juntando Walter ou Sóbis a essa tropa temos um visitante indigesto.

Leio que Doriva pode mudar o Atlético contra o Flu, abandonar o esquema com três atacantes, ter uma postura mais defensiva. A dúvida do treinador é justificada, se abrir demais o meio o Flu pode comandar o jogo, criar muitas dificuldades.

Doriva tem que analisar a capacidade de recuperação defensiva da equipe com três atacantes. Se Marcelo, Éderson e Coutinho conseguirem agredir no ataque e rapidamente recompor a defesa, não há por que mudar. Mantém-se o adversário preocupado defensivamente, aumenta-se a chance de gols, conserva-se a segurança com o rápido retorno dos atacantes, fortalece-se o entrosamento da equipe como um todo.

Se os treinamentos indicarem uma recuperação defensiva deficiente, o mudar de Doriva deve ter em mente a substituição de um dos atacantes por jogador que possa defender com qualidade e incomodar no ataque, um dupla função que não me arrisco a apontar. Talvez a entrada de João Paulo mais recuado ao lado de Deivid e Otávio, este último com liberdade maior para se aproximar do ataque.

Otávio tem boa visão de jogo, bom passe, com liberdade para avançar pode enfiar uma bola matadora. Eu prefiro a continuidade dos três atacantes por uma simples e velha razão, time que está ganhando não se mexe.

Por sorte a semana é cheia, Doriva vai poder treinar, analisar e encontrar o caminho certo. No Flu, se achando o ovo frito da marmita, só se fala em caça à Raposa, esqueceram que no caminho tem um Furacão.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

UM FIM DE DOMINGO QUALQUER

Dunga voltou à seleção. Do pouco que vi e ouvi – já perdi a paciência com retornos de treinadores, à exceção do Telê/82 todos vieram de vitória e não deram certo –, percebi aquele mesmo papo rançoso, o tal do “tem que deixar trabalhar”, nada mais que um “não vamos jogar pedra, é futebol, tudo pode acontecer, vai lá dá certo”.

Eu não tenho dúvidas, a contratação de Dunga é a pá de cal lançada irresponsavelmente sobre a história gloriosa que nos rendeu o penta. “Qual o motivo para tanto drama?”, pergunta o amigo.

Primeiro, o óbvio. Dunga não é treinador de primeira linha. Ou alguém acha que é? Nem tem experiência como treinador. Ou alguém acha que passagem pela seleção brasileira e alguns meses no comando do Colorado dão bagagem a alguém para tocar a Canarinho? Claro que não.

Treinador tem que estar em contato com o jogo, vivenciar múltiplas situações, perder e ganhar, acertar e errar, ler o jogo, associar com eventos passados e dar solução correta aos problemas, treinador não ganha no grito, não tira coelhos da cartola. Dunga pode ter vivência de jogador, como treinador é só um recruta com amizades no momento importantes.

Segundo, o Brasil não tem jogadores que possam carregar nas costas comandante de segunda linha. Assim, o treinador passa a ter importância capital, tem que convocar bem, treinar muito, ter ótimo conhecimento dos adversários, montar esquema que atenda a múltiplos antagonistas, ler o jogo como ninguém, mexer no time como general em batalha.

Dunga não ganha nota sete em qualquer dos quesitos e, certamente, não terá tempo para treinar muito. O único fator para tê-lo como treinador seria julgá-lo o único dos homens com capacidade de afastar a Globo do ambiente da seleção, impondo à rede de TV culpa pelo 7 a 1, pelo 3 a 0, pela humilhação toda. Outra estupidez. Assim, encho a mão de terra e jogo sobre o caixão da nossa seleção, não sobre nosso futebol imortal.

Nossos dirigentes não conseguem impedir o surgimento de um craque, o bom gerenciamento de um clube, a paixão do torcedor por outras cores alheias ao verde e amarelo. Os pais do vexame podem nos levar ao abandono da seleção, ela já era quase um apêndice, não podem tirar de nós o prazer de um fim de domingo qualquer.

terça-feira, 22 de julho de 2014

ESTÁ ESPERANDO O QUÊ?

Cantado o hino, lidas as atas, aprovadas as contas de 2013, ratificada a prorrogação do mandato do Presidente Petraglia por mais um ano, o Presidente do Conselho Deliberativo ia dando por encerrada a reunião quando Petraglia pediu a palavra para dar notícias do nosso Furacão. O que meu disquete cerebral conseguiu gravar segue abaixo.

Dia 26, o Atlético entrega o prédio em que alojava sua administração e a transfere toda para o CT do Caju. Hora de enxugar a máquina, fazer economia em todas as áreas.

Construído o sonho, o objetivo maior agora passa a ser o futebol. O vice-presidente Marcio Lara toma conta full-time dessa área operacional, continuando as decisões estratégicas sendo tomadas de forma colegiada.

Petraglia se afasta para terminar a obra e auxiliar Mauro Holzmann na venda dos produtos do clube, conteúdos, naming rights, ou seja, fazer dinheiro com o complexo construído, melhorar patrocínios, valores de TV, transformar o sacrifício de vinte anos em receitas.

Com o mesmo fim, buscar verbas para construção da arena indoor, existe abertura junto ao Governo Federal, ao Ministério dos Esportes, as Olimpíadas estão chegando, há possibilidade de que Curitiba se transforme em sede para delegações olímpicas.

Estudo de mercado segue para utilização do complexo Arena – lojas, prédio da frente reformado, elevador até o terraço, espaços para bares, restaurantes, criação de sports-bar atendendo os sete dias da semana com entrada pela Petit, realização de shows, festivais, feiras etc – basicamente procurando gente para nos ajudar a fazer o que não sabemos fazer, objetivando sempre novas receitas para o futebol.

Ontem, em visita ao clube, o coordenador das categorias de formação da CBF, o seu Gallo, assegurou ao presidente que o Atlético está na frente no setor, seguido pelo São Paulo e ninguém mais. As reformas que o Brasil tem que fazer o Atlético já fez.

Em projeto ainda não consolidado, grupo nos auxiliará nos custos para a instalação do teto-retrátil. Feito com agilidade, poderemos ter no dia 25 de outubro espetáculo de UFC em nível mundial, com dez a doze lutas.  Pessoal de Las Vegas em visita ao clube disse que nem a arena de Toronto, em que produziram o espetáculo para 50 mil pessoas é superior à Arena magnífica.

Ontem também, pessoal italiano desejoso em trazer espetáculos de ópera para o Brasil ficou muito motivado com o projeto da Arena, acham que não há lugar melhor por aí. Tudo isso leva à certeza de que estamos no caminho certo, o que era um sonho está se transformando em realidade.

No meio do caminho, “el roble” fez um pedido que eu coloco aqui para fechar o texto. O Atlético tem 24 mil sócios, Petraglia pede mais 15 mil. Lança campanha para que cada dois sócios consigam conquistar outro associado, assim sendo teríamos mais 12 mil contribuintes, fundamentais para o aumento das receitas e consequente melhora significativa do nosso futebol, a materialização de todas as promessas feitas.

Para quem já fez tanto, está pedindo nada. Vamos lá rubro-negro, cutuque esse tigre dorminhoco aí do seu lado, empurre o danado para o espaço-sócio furacão, faça-o abrir a carteira, fazer a sua parte, está esperando o quê?

segunda-feira, 21 de julho de 2014

EU TAMBÉM

Não é que os sonhos se realizam. Entrou o Atlético e Marcelo, Éderson e Coutinho que eu pedi eram titulares, fiquei louco de feliz. Pedido atendido, imaginei que o jogo fosse se resolver ainda no primeiro tempo, o Criciúma vinha com desfalques, estávamos com três matadores na frente, era só dar um empurrãozinho e o Tigre estaria na jaula.

Foi mais difícil do que eu pensava. Mesmo com bom primeiro tempo de Marcos Guilherme, muito solicitado por Doriva para fazer a ligação, a peça ofensiva atleticana sequer incomodou. Coutinho não apareceu, Marcelo teve dificuldades para engrenar a marcha, Éderson sem assistir, nem ser assistido, tentou uns chutes de fora sem a força necessária.

Estranho, muito estranho. Tinha que dar certo. E deu. O vestiário acordou Coutinho. Aos seis minutos recebeu livre na direita, olhou Marcelo procurando espaço no segundo pau e cruzou com perfeição, o papa-léguas só encostou de cabeça. Aos treze recebeu cruzamento de Sueliton, cabeceou forte, Bruno deu rebote e o gol deu relevância à sua participação. Dois a zero em sete minutos.

A atuação dos artilheiros garantiu os três pontos, o jogo coletivo, muito preocupado com a defesa, os laterais pouco foram ao ataque, garantiu a tranquilidade para a espera dos gols sem desesperos. Weverton não foi exigido, Deivid foi muito eficiente, os laterais bloquearam seus setores, faltou mesmo o entrosamento, o se achar em campo com a nova formação, quando deu o “clic” tudo se resolveu.

A Arena vazia permitiu que ouvíssemos Noriva exigir jogo de Marquinhos, ensinar Léo Pereira, exercer seu trabalho com correção. Foi um jogo melhor, mais controlado do que contra o Flamengo, naquela partida o Urubu perdeu boas chances, podia ter vencido. Ontem não. O Furacão foi melhor todo o jogo, o Tigre fraquinho, convenhamos, nem miar miou.

Estamos no caminho certo? Penso que sim. A tendência é ganhar confiança, entrosar cada vez mais, os laterais acontecerem no ataque, acertarem cruzamentos, Marquinhos começar a assistir, Éderson voltar a marcar. Claro que eu não abdico das contratações que reclamo todo dia, não é um céu de Brigadeiro, o amigo sabe, sabe, mas está adorando, eu também.

domingo, 20 de julho de 2014

SÓ MESMO EM SONHO

O amigo Paulo Francis em comentário ao meu “Tô junto” diz que veio de Santo Antônio da Platina para votar a favor da prorrogação do mandato do Conselho Deliberativo. Vencemos Paulo, com ampla maioria, 83% dos votos. Como diria o novelista, “é justo, é muito justo, é justíssimo”.

Saí da votação e me joguei na poltrona para escolher um dos jogos do final de tarde. Bahia e Galo, peladão de primeira, abandonei. Fui para Grêmio e Figueirense, o jogo já estava um a zero tricolor, outra pelada braba, rejeitei. Mudei para São Paulo e Chapecoense, pouco melhor, pelo menos em HD, resisti e vi o time catarinense ganhar na casa do santo. Convenhamos amigos, o nosso futebol foi longe demais na Copa.

Luiz Fabiano contundido desfalcou o São Paulo. Comentarista da Fox Sports, emissora que aprendi a ver na Copa, falando sobre a contusão do Fabuloso disse que atleta de alto rendimento depois dos 30 anos é que nem cachorro, cada ano vale sete. Pelas suas contas, o briguento estaria agora com (33) 51 anos, a perna um elástico pronto a explodir.

Nesta toada, o nosso adversário de hoje, o senhor Paulo Baier (39), estaria com 93 anos e ainda fazendo gols pelo Criciúma. Pode-se falar tudo de Paulo Baier, há rubro-negros que amam, há os que odeiam, mas que é um fenômeno de longevidade não há dúvida, continua atração.

Hoje só poderá ser visto pela TV, vamos dar um hip-hurra ao nosso quinhão de idiotas, à nossa justiça desportiva que insiste em ferrar os clubes. Os jogos do sábado, seus resultados mínimos, mostram o esforço dedicado à marcação por todas as equipes. O São Paulo que tentou atacar perdeu.

Espero que o Atlético entre com três atacantes, Marcelo, Éderson e Coutinho, deixe um dos armadores no banco. Éderson é mais eficiente como assistente que Marquinhos e Bady juntos. É só um sonho, como também a possibilidade de ver Nathan titular. Neste mar coalhado de defensores, ver quem sabe jogar em campo só mesmo em sonho.

 

sexta-feira, 18 de julho de 2014

SÓ TENHO PENA DAS CRIANÇAS

Tomar de sete da Alemanha parece não ter modificado a mentalidade tacanha dos nossos dirigentes, nada adiantado para o necessário renascer do nosso futebol. Pior, o desalento trouxe o desespero a tiracolo. No Brasil varonil, cada vez mais você tem certeza de que tudo está a comando de idiotas, assiste a espetáculos bizarros dignos de hospício cinco estrelas, é um deprimido sem escape.

Assim foi a coletiva em que o seu Marins, o bisonho Marins, que devia ter pedido demissão, pai desta desgraça que se abateu sobre nós, com jeito de bom moço, lançou as bases da reformulação do futebol nacional. Quem vai comandar o reerguer da pátria de chuteiras?

Nada mais, nada menos que seu Gilmar Rinaldi, até outro dia um agente de jogadores, um deles o Adriano, desses que dilapidam clubes até o tutano, e seu Gallo, este alguém que de treinador meia boca virou dono das seleções de base do Brasil, que alguém agora descobriu ser uma inteligência, embora não tenha dado certo em lugar nenhum. Tudo um conluio de amizades obscuro, irresponsável, mafioso.

O amigo pensa que o pior já passou? Pois hoje ouvi os nomes prováveis para o cargo de treinador da seleção. O amigo não vai acreditar, em primeiríssimo lugar o rabugento Dunga. De novo as amizades, Gilmar jogou com Dunga, entre amigos tudo pode, tudo se esconde.

Dunga foi execrado pela imprensa após a derrota na África do Sul, agora acham que ele fez bom trabalho, apontam como negativo para a sua escolha a intervenção da Rede Globo. Eu vi programa em que Ricardo Teixeira e Galvão Bueno pisaram sobre o rabugento, o episódio “Dunga o retorno” seria um festival de baixarias inesquecível. Preparem-se.

Toda essa palhaçada vai redundar na desclassificação do Brasil para a Copa 2018. Não temos jogadores, nossos dirigentes são medíocres, Marcelo Oliveira, nosso melhor treinador, nem está na relação, nossa imprensa é desmemoriada e conivente, os times sul-americanos cresceram, o caminho para o pior dos desastres está aberto.

Eu que vi o futebol brasileiro encantar o mundo e hoje assisto ao chororô, à falta de vergonha, a pernas de pau maltratarem a bola sem qualquer disciplina ou consciência tática, entrego a rapadura, só tenho pena das crianças.

TÔ JUNTO

O Clube Atlético Paranaense convoca seus sócios com vida associativa ininterrupta superior a três anos para votar amanhã no referendo que poderá ratificar a extensão do mandato dos atuais membros do seu Conselho Deliberativo pelo prazo de um ano.

Vitoriosa a proposta, reunião do Conselho Deliberativo já está marcada para a próxima segunda-feira, quando se ratificará a extensão do mandato dos atuais membros do Conselho Administrativo, Fiscal e da Câmara de Ética e Disciplina do Clube pelo mesmo prazo. Vale dizer, ratificará a extensão do mandato do Presidente Petraglia por um ano. Simples.

Sócio com direito a voto, lá estarei para votar em mim mesmo, visto que sou também conselheiro do Clube. Vencedor, lá estarei na segunda-feira para ratificar a permanência do Presidente por mais um ano à frente do Furacão.

Por quê? Simples também. Nestes três anos de participação no Conselho do Clube nada fiz pelo Atlético além de participar das assembleias e votar favoravelmente às proposições do Presidente Petraglia. Não coloquei um tijolo, não carreguei um saco de areia, não enfrentei políticos, fiscais, o intragável Tribunal de Contas do Estado, toda essa gama de agentes perniciosos que quase fizeram ruir nossa magnífica Arena.

Deixei tudo na mão do Petraglia, e ele, com todos os desgastes inevitáveis, levou tudo a bom termo. Agora, pede um ano para colocar o laço de fita no presente, deixar tudo em ordem, avançar rumo ao teto-retrátil, à Arena indoor. Aí eu pergunto: Porque não?

Lembro-me da primeira reunião do Conselho nos restos da Arena, já parcialmente demolida, quando alguém disse: “agora já tocamos fogo nos navios, temos que ir em frente”. Naquele momento todos confiávamos em Petraglia, alguém até ressaltou a necessidade dos cuidados com sua saúde. Sabíamos que só Petraglia tinha capacidade para tocar a empreitada.

Ele conseguiu, levou o navio à segura enseada, agora pede um tempo para aportar a nau com todas suas velas e cordames ajustados, cumprir a missão. Quem sou eu para dizer não. Tô junto.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

FARIA MUITO BEM

O Flamengo que pretendia marcar pressão no ataque ficou na vontade. O Atlético do Doriva, praticamente o mesmo de Leandro Ávila, conseguiu marcar a saída de bola do Urubu, controlar o jogo e vencer, aparentemente sem dificuldades.

Para se ter ideia, o Furacão teve gol anulado aos quatorze, Coutinho perdeu outro aos dezoito, aos vinte Marcos Guilherme roubou bola, passou a Éderson, belo passe a Coutinho que tocou por cima da saída de Felipe, um a zero. Mais que merecido.

O Fla tentou a pressão, avançou sem incomodar em demasia e foi descobrindo as brechas no esquema defensivo atleticano. Elas continuam lá. A bola aérea e nosso setor esquerdo são vulnerabilidades que todos conhecemos. Aos trinta e quatro, Léo Pereira fura, Sueliton salva para escanteio, na cobrança repetida gol de cabeça.

O gol não alterou em nada o andar da carruagem, a não ser o posicionamento de Alecsandro sobre a posição do nosso quarto zagueiro e o explorar da bola aérea pelo Fla, aos quarenta quase marca de cabeça.

O segundo tempo começa com Alecsandro perdendo boa chance aos três, o Fla vem jogar no ataque, nossos meias não pegam na bola, vivemos na bola longa para Coutinho, aos dez Alecsandro acerta a trave, aos treze Marcelo entra no lugar de Bady. Achei ótimo, Bady pouco produziu, Marcelo pelo menos é uma ameaça que alguém tem que cuidar.

Aos quinze, Otávio pega rebote defensivo, faz ótimo passe a Sueliton que assiste a Cleberson, dois a um Furacão. Otávio fez bela partida, tudo que aconteceu de bom em nosso meio de campo saiu de seus pés, nota nove, só não dou dez porque perdeu uma bola aos trinta e obrigou Weverton a fazer milagre.

Na frente do placar, Doriva colocou todos os volantes que tinha dentro do campo, entraram Paulinho Dias e João Paulo, o Furacão esteve mais para fazer o terceiro do que sofrer o empate. Só lá aos quarenta e seis, em nova caca defensiva, ficamos perto de trazer só um ponto para casa.

O Atlético está mais maduro, mas pouco mudou, nem poderia, com as mesmas peças, as mesmas dificuldades, não há milagre, milagres são com o seu Weverton. Acho que Doriva já prestigiou Leandro Ávila, agora tem que fazer pequenas modificações. Eu entraria com Drauzio e Nathan.

Ganhamos, estamos lá na frente, e eu estou vendo problemas. O Atlético tem boa estrutura que poderia ser muito beneficiada com tópicas contratações. Sei que o dinheiro é escasso, mesmo assim, penso que gastar um pouco nos faria muito bem.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

CHEGOU A HORA DE SABER

As poucas informações dão conta de que o Furacão vai para cima do Flamengo com praticamente o mesmo time que enfrentou o Figueirense na última rodada antes da Copa: Weverton; Sueliton, Cleberson, Léo Pereira e Lucas Olaza; Derley, Otávio, Bady e Marcos Guilherme; Douglas Coutinho e Éderson. Olaza e Derley são as novidades.

A entrada de Derley mostra um treinador com gosto pelo volante mordedor, pouco afeito à saída de bola mais qualificada, algo que com prazer soberbo vi falecer na Copa do Mundo. Campeonato Brasileiro não é Copa do Mundo, é futebol trambolhão, vamos então de Derley, quem sabe uma presença mais efetiva na frente da área traga segurança superior à nossa primeira linha de defesa.

Olaza chegou com carta de apresentação carregada de elogios e ficou à sombra de Natanael, um serelepe meio peladeiro que deu conta do recado, foi bem no ataque e na defesa. Pouco altera. Otávio ganhou espaço pelo bom passe, pela lucidez e visão na transição defesa-ataque. Tem qualidade, às vezes sobe no salto e faz bobagem. Sério os noventa minutos ajuda e vai se tornando realidade.

O restante da equipe se mantém, a volta de Marcelo tornou-se viável face às dificuldades na transação com o Timão. Hoje, eu torço pela presença de Coutinho. Marcelo após mandar beijinhos para os manos vai ter que assumir o golpe, voltar aos treinamentos com força, beijar o escudo e fazer o que sempre fez, defender o Atlético com dignidade.

Doriva alertou para o cuidado nas jogadas defensivas, fizemos um número excessivo de pênaltis nos jogos iniciais, penso que o foco nos treinamentos foi o controle do jogo, a posse de bola. Preparo físico não vai faltar, vontade vai sobrar.

Escrevo sobre possibilidades, nada vi, pouco li, menos ainda ouvi. O que vai acontecer hoje em Macaé é o surgimento de um time que passou pelo batismo de fogo com boa nota, teve tempo para se adequar ao novo treinador, assimilar seus conceitos e colocá-los em prática. Se vai bastar para superar o Flamengo, dar tranquilidade à torcida, chegou a hora de saber.

terça-feira, 15 de julho de 2014

BOA SORTE AO DORIVA

Fui visitar o amigo atleticano roxo, igualmente roxo pela Argentina, e após cafezinho, papo descontraído e provocações mútuas veio a pergunta que deve andar na boca de todo rubro-negro preocupado: E o Doriva?

Impossível saber. Companheiro de chuvas e granadas torcedor do Ituano lamentou a saída do treinador que lhe deu o impensável título paulista. Já é um conforto.

Gostaria que Doriva tivesse preocupação e conhecimento para dar jeito na defesa do Atlético, a meu ver frágil na sua dupla de zaga.  Minhas conclusões sobre a Copa incluíram que “defesas com jogadores medianos podem ser bem organizadas, receber apoios bem coordenados e sofrer baixíssimo número de gols”. Foi assim com o miolo de zaga argentino.

Espero que Doriva seja um Sabella em verde e amarelo, sem matar a transição, privilegiando tanto a marcação que impeça a ação ofensiva dos encarregados de levar a bola ao ataque. O que o Felipão fez com o Oscar foi um crime, transformou o piá em importante ladrão de bolas e roubou sua criatividade. Ficamos na inútil bola longa.

Doriva teve a seu favor tempo para trabalhar, foram trinta dias de treinamentos assessorados por gama de experts que vão de cientistas a motoristas. Não teve uma contratação importante e necessária para ajudá-lo, tem Marcelo sobre o muro, uma meninada querendo jogo, os primeiros resultados alavancarão rendimentos ou semearão incertezas. De novo a preocupação com a defesa.

A troca de treinadores faz ressurgir velhos fantasmas, jogadores fora de planos renascem, comprovados titulares fenecem, o motivo ninguém sabe. Às vezes, dura a vida de jogador. Os jogos-treinos pouco acrescentaram para a análise, adversários fracos, partidas não vistas, como fechar uma ideia justa.

O jogo contra o Fla nos dará uma visão do cenário a esperar. Assim sendo, fico com a minha vela de sete meses acesa e desejo boa sorte ao Doriva.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

SEM PERDER A ESPERANÇA

Para fechar a Copa, merecidamente vencida pela Alemanha, vamos a algumas conclusões sujeitas a chuvas e trovoadas, a discordâncias e concordâncias de todos os tipos.

Copa não se ganha com tradição, camisa, por jogar em casa, por ter um craque quase deus. Copa se ganha com jogo coletivo, bom futebol, reservas de qualidade e grande clube como base.

Defesas com jogadores medianos podem ser bem organizadas, receber apoios bem coordenados e sofrer baixíssimo número de gols, levar uma equipe à final. Bem organizar um sistema defensivo vale Copa.

Quem sabe jogar com 20 anos já é veterano, joga Copa do Mundo. Promessa que com 22 anos ainda não se realizou pode pensar em fazer curso técnico, voltar a estudar.

Volante que não consegue passar a linha do meio de campo, passar bem curto e longo, fazer parte da organização ofensiva, caiu em desuso. Ainda vai viver no futebol brasileiro por algum tempo. Tenhamos paciência.

Armadores, aqueles que conseguem receber a bola próximo à linha do meio de campo, livrar-se da marcação e abastecer o ataque são imprescindíveis. No Brasil inexistem. Vamos à luta mamães e papais, pela Pátria em perigo, precisamos urgente de armadores.

O atacante fixo está fora do catálogo há muito tempo, só existe na cabeça de técnicos ainda vivendo no paleozoico, uma incompetência Frediana.

Técnicos e presidentes de federação com alguma vergonha na cara pedem demissão logo após o desastre. Ensinamento difícil de pegar na pátria dos caras de pau.

A utilização ofensiva dos laterais perdeu força, goleiros que não fazem milagres deviam ficar em casa.

A arbitragem continua fazendo bobagem. Tem coisas que não mudam.

Chega de Copa. Parabéns para a Alemanha. Aos argentinos a certeza de que Messi não é Maradona. Vamos voltar aos chutões, trambolhões, cabeças ensanguentadas, árbitros caseiros, tudo agora ambientado em cenários magníficos, como sempre, sem perder a esperança.

domingo, 13 de julho de 2014

PARECE NÃO TER FIM

Eram H+2 quando o tsunami bateu na praia e as baratas tontas assumiram comportamentos ziguezagueantes no Mané Garrincha. Pobre Mané, se lhe foi dada a oportunidade de assistir o vaguear das baratas deve ter ficado com aquela cara triste de suas últimas fotos em preto e branco. Os bons guias de luz devem tê-lo poupado do espetáculo deprimente.

Nem os bons anjos da guarda puderam poupar as crianças, aquelas que pediam para os jogadores ganharem a Copa para elas. Nossas baratas colocaram os pequeninos para chorar mais cedo, em poucos minutos os pimpolhos já estavam borrando a maquiagem. Um pecado.

Os críticos de última hora tem que rever suas falas e escritos. O time não andava com o Mano, Felipão assumiu, ganhou a Copa das Confederações, todos passamos a acreditar na estrela do treinador, no fundo sabíamos que nossos jogadores tinham pouco brilho, reservas em times europeus, até Neymar questionado no Barcelona.  

Era o que tinha, ninguém reclamou do Fred, do Jô, de um CT milionário construído dentro de condomínio, da ausência de treinamentos, ficamos quietos esperando o estouro, explodiu, agora aqueles com cacife para gritar são também responsáveis, a crítica tardia soa como tiro no pé, mesmo impossível adivinhar que seleção brasileira pudesse se transformar em time de colégio.

O que era para ser um sonho bom virou pesadelo daqueles que a gente não consegue acordar, ninguém aparece para nos tirar da angústia, o coração vai diminuindo, o ar desaparece, a agonia parece não ter fim. O terceiro gol holandês nos sacudiu do transe e nos descobrimos com a cara tensa de pavor, deprimidos, procurando um significado para a maré negra que invadiu nosso futebol.

O tsunami varreu a família do mapa, agora pai e filhos têm que contabilizar os ganhos com propagandas, verificar se tudo foi pago direitinho, voltar a seus clubes na Europa, ativos financeiros em alta, futebol em baixa, crédito perdido, nossas promessas terão que adiar seus sonhos mundo afora, ou contentar-se com troco de passagem.

O estrago foi grande, degrau profundo do declinante futebol nacional, escada íngreme que parece não ter fim.

sábado, 12 de julho de 2014

CORAGEM BRASIL

A família perdeu seu irmão mais importante, quando tentava se reerguer apelando para a união foi atacada por terremoto grau 7.1, ficou com a roupa do corpo, e, no momento em que ameaçava levantar a cabeça, a garota do tempo informa que se aproxima um tsunami. Como diria o nordestino: “Arre-égua!!! O que fazer? Correr para o primeiro morro, fugir, e se você não puder fugir, for obrigado a enfrentar?

É irmãos, hoje o bicho vai pegar, o tsunami holandês está chegando na praia e é obrigatório entrar em campo, não dá para sentir desconforto, é mãozinha no ombro, cantar o Hino e correr atrás da bola.

Desacreditado o comando, o grupo ainda se refazendo do pânico criado por Khedira, Müller, Kroos, Klose, Özil e qualquer outro alemão que resolveu ir ao ataque, a camisa amarela entra em campo para juntar os cacos e sair da Copa do Mundo no Brasil pelo menos com dignidade.

O cenário catastrófico aponta para vitória holandesa, o tempo para a recuperação psicológica do time brasileiro foi mínimo, se treinar nunca foi prioridade, não seria agora necessidade primeira. O time vai com o que tem, com uma responsabilidade tremenda nas costas, perder pode, dar outro vexame nem pensar.

Assim, defender hasta el último cartucho. Primeiro salvar a honra, depois, na bola longa, no contra-ataque, tentar alguma coisa. Pego o elevador com o pediatra do prédio e ele reclama, diz que estão batendo demais na seleção, segundo seu avô “quem perdeu o guarda-chuva já foi castigado”. Se a crítica incomoda, o tsunami que se aproxima apavora.

O jogo é o começo de uma nova história, continuação de eterna campanha em que se perdeu batalha aniquiladora. Nessas horas o melhor exemplo é o soldado. É lavar as feridas, catar os restos de munição, comer resquícios da ração insossa e fria, beber a água quente do cantil velho e seguir em frente, atrás de alguém que dê um grito, que lidere, a Pátria soprando a vida, como homens. Coragem Brasil.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

LEI BRASIL COITADINHO

Esgotado de Copa, cansado de insistir em ver coisas boas onde elas não existem, tentar me animar com o desestímulo, passei o dia evitando a TV, voltando aos livros, às palavras cruzadas, um breve espiar nas redes sociais, breve, bem breve, poucas vezes passando do veja mais. Quando alguém olha para você e diz “deixa ele, vai passar” é por que uma irritação latente aconselha o seu isolamento momentâneo.

Enclausurado em minha impaciência, a janela minúscula do meu cárcere se abriu e recebi celular com o texto de menina, moça, ou senhora, perdi a autoria, enaltecendo a atuação dos jogadores, confortando-os, lembrando a alegria de ser brasileiro, uma dessas conjunções de palavras tão bem urdidas que te levam a pensar se você não está na contramão da história, se tuas críticas não foram longe demais.

Primeiro, parabéns à escritora, faça-se justiça ao relato precioso. Penso que alguém tem que optar por essa linha mãezona, comovente, pegar a bandeira naufragada em luto e agitá-la como em dia de festa nacional, velar o morto de desmazelada vida com pagode e bebidinhas.

Segundo, é canto que não me alcança. O Brasil que conheço e que entendo grande já passou do berço onde adormecido necessitava do acalanto da mucama dócil a incentivar-lhe os gestos, generosa com seus erros e fracassos.

A derrota histórica para a Alemanha, mesmo considerando-se todas as surpresas que o futebol impõe, é impossível passar sem crítica severa, que atinja mesmo os jogadores, afinal, são eles que atacam e defendem, que recebem ordens e aceitam, são violentados e cedem.  

Se tudo está bem, quem sabe a CBF deva reclamar ao Tribunal de Haia, recorrer da violência alemã, insistir no maltrato, na desnecessidade do placar humilhante, pedir a criação de lei que proíba novos atos dessa magnitude vexatória, puxar para si a autoria dessa lei, dar nome a ela, ser pai da lei Brasil coitadinho.

 

terça-feira, 8 de julho de 2014

IMPOSSÍVEL NÃO MUDAR

Em jogo para vivos, o Brasil entrou morto. Entrou morto, tomou um baile, vexame histórico. Por favor, coloquem as crianças para assistirem os canais infantis enquanto durar o rescaldo deste incêndio vexatório. Elas não merecem ver repetidas vezes o caos instalado no único segmento de brasilidade com algum respeito em âmbito mundial.

A goleada em ritmo de metralha é fruto do descaminho diretivo, técnico e tático que tomou conta do futebol nacional. Anos de Ricardo Teixeira, um meliante no comando da CBF, premiado com o exílio em Miami, substituído por múmias paralíticas do mesmo naipe, empenhadas na manutenção de privilégios, afastadas de qualquer vínculo com a modernidade, empurraram nosso futebol para o abismo.

Treinadores desprezados pelo mundo, incompetentes, atrasados em conceitos e práticas, incapazes de bem estudar seus adversários, inábeis no conhecer de seus próprios convocados, arrogantes em suas filosofias, a da família acabou de falecer, já nos faziam morrer de vergonha contra Mazembe, Raja Casablanca, Barcelona, toda essa classe de marajás sem qualquer preparo foi atropelada pelo Joachim tira-meleca, não fosse tristíssimo, seria de dar cambalhotas de tanto rir.

Um crédito especial deve ser dado ao pessoal da formação, incapaz de produzir alguém que saiba dar um drible, fazer um passe de dez metros, finalizar com precisão. Alguém vai dizer que os alemães tiveram sorte, tudo que chutaram foi no gol. Não é sorte, é preparo, é formação eficiente, dedicada aos fundamentos, ao plano tático, ao trabalho duro, disciplinado, sem pandeiros nem cuícas, fez pipi fora do penico está fora.

O pior Brasil que vi jogar em Copas do Mundo caiu de podre em seis minutos. O desastre vai nos levar a melhor caminho, ao fim desta desgraceira toda? Claro que não. A engrenagem está montada para assimilar os piores golpes, os interesses se sobrepõem a tudo, é assim em todos os âmbitos da vida nacional, porque seria diferente no futebol?

Morro de rir quando em documentário sobre a seleção de 70 nossa mídia canalha introduz os eternos minutos sobre os anos de chumbo. Se não fossem os militares colocarem ordem naquela meleca depois da desgraça de 66 não teríamos vivido ali nossa maior conquista. O Brasil está todo errado, o futebol é apenas seu reflexo mais evidente. Todo mundo sabe, alguma coisa vai ter que ser feita, vai ter que mudar, impossível não mudar.

A GAROTA DE CAIOBÁ

Fui a Caiobá no último sábado e em dois minutos esperando o cálculo do desconto e o funcionamento do cartão a garota que me atendia discorreu sabiamente sobre as possibilidades da Canarinho. Em nenhum momento pude discordar do seu pensamento, se Felipão a conhecesse deixaria o Murtosa cuidando de vaca no seu longínquo Rio Grande.

O amigo também tem suas opiniões sobre esse monumental Brasil e Alemanha, todas elas perfeitamente válidas. Pode apresentar justificativas para a escalação de três volantes, a pura e simples troca de Neymar por William, tirar as dúvidas das sapiências embatucadas nas mesas redondas das principais redes nacionais de TV.

Para acertar na loteria das escalações basta conhecer com alguma profundidade a personalidade do senhor Felipe Scolari. Conhecido o lado de montar do gaúcho velho, muito difícil errar os onze a entrar em campo.

Com esse conhecimento, o treinador alemão já escalou o Brasil para a decisão de hoje, o troca-troca de coletes do treinamento brasileiro serviu apenas para esquentar as discussões no boteco, o seu Joachim já armou seu time com certeza quase absoluta dos nomes a enfrentar.

O mesmo com relação ao seu Felipão, ele sabe quem joga e como joga o time alemão. Bem armadas as equipes, fica para os jogadores a decisão de quem vai para a final. Um erro defensivo, o aproveitamento de uma única oportunidade no ataque e a vaga está definida. É jogo para vivos.

E eu, o que acho? Vou à história e lembro que o Brasil ganhou Copas contando sempre com supercraques na equipe. Ficou mais difícil, também por que os que sabem jogar estão mergulhados na marcação até o pescoço. Chegou a vez de ganhar apenas com futebol coletivo. É possível? Claro que é, tudo tem sua primeira vez, que o diga a garota de Caiobá.

PS: Já que o Felipão gosta tanto de marcar, quebra o meu galho, manda marcar Von Schweinsteiger.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

PODIA TER FALADO MAIS

Era uma vez 1982, o Atlético tinha João de Oliveira Franco Neto, um atleticano de berço, como Diretor de Futebol, rubro-negro tão especial, tão competente que formou o melhor Furacão que vi jogar em minha extensa carreira de torcedor.

Além de Roberto Costa, Rafael, Detti, Jorge Luís, Bianchi, Lino, Sergio Moura, Nivaldo e Capitão, trouxe Washington e Assis. Foi um Atlético diferente, de boas contratações que vieram, viram e venceram. A partida final do Paranaense, quatro a um contra o Colorado, foi uma delícia, jogo para dois pães com bife, cervejas à vontade, papo fácil, risadas soltas, no final, faixas para todos.

Esse time chegaria ao terceiro lugar na Taça Ouro em 1983 vencendo o Flamengo do Zico em Curitiba, faltou apenas um gol para irmos à final. O papo do vestiário matou a equipe que já vencia por dois a zero, contam-se lendas e lendas a respeito desses quinze minutos fatais.

Lembro com carinho desse time espetacular, das defesas de Roberto Costa, da raça do Detti, do pensador Lino, dos goleadores Washington e Assis, Assis que ontem nos deixou.

Assis era um desses craques delicados com a bola, matadas doces como caramelo, passes pitagóricos, cabeçadas a laser, finalizações a míssil, dava para ir a campo só para vê-lo jogar, no tempo em que os craques podiam jogar, o futebol trambolhão ainda não fora inventado.

Um dia entre gôndolas de supermercado encontrei Assis. Não tive dúvidas, me aproximei como volante de categoria, diminui o espaço, cumprimentei e agradeci pelas alegrias imensas que ele me proporcionou.

Podia ter falado mais, elogiado seu futebol, lembrado o gol que fez nos coxas lá do meio do campo, mas sou desses que acha que está incomodando, dado o recado, faço meia volta e bato em retirada. Quando soube da morte prematura do craque senti um arrependimento. Podia ter falado mais.

sábado, 5 de julho de 2014

VAI DAR JOGO

Como previsto o Brasil passou, está na semifinal contra a Alemanha. Para o nível de uma Copa do Mundo, a Colômbia é um time mediano beneficiado por grupo mequetrefe e oitavas contra o Uruguai sem Suarez. Chegou às quartas imaginando ser possível o praticamente impossível, vencer o Brasil e avançar.

Essa alienação leva ao choro sem medidas de James frente ao resultado natural, os fracos de cabeça à perda do controle, à manifestação de seus instintos mais primários. Assim foi com o violento Zuñiga. Com a passagem de volta marcada, resolveu fazer maldade, foi lá e quebrou deliberadamente Neymar, tirou da Copa uma de suas maiores estrelas.

E não me venham com acidente de trabalho, a jogada é clara, a joelhada é intencional, dolosa, covarde. Zuñiga é besta fera travestida de jogador, talvez sem noção do tamanho do estrago que pode causar. Lembro quando alguém de time menor lesionou Zico gravemente. Nunca mais se ouviu falar dele, o mesmo deveria acontecer com esse triste personagem. A FIFA tem que se manifestar quanto ao lance criminoso.

Disse que só uma coisa me preocupava para o jogo, uma lesão de Neymar.  Opinei que Neymar deveria ser empurrado para as proximidades da área colombiana, ou para dentro dela. O que Neymar estava fazendo na defesa? Voltou para puxar contra-ataque em escanteio, Zuñiga estava na espreita, pronto para dar o bote. A fera acompanhou sua presa.

Melhor que Neymar voltará a jogar, poderia ser pior, muito pior. E o Brasil como fica? Simples, Willian entra no lugar do nosso prodígio. Felipão tem que fechar a Granja e treinar, treinar, treinar, fazer com que a bola afaste os maus pensamentos. Muda muito? Se considerarmos o Neymar pós atropelamentos chilenos, com pouca participação, muda, mas vai dar jogo, sem sustos.

De assustar foi a quantidade de volantes e zagueiros que Felipão colocou em campo ao final da partida. Acontecesse o empate iríamos para a prorrogação tendo Fred para resolver. Um horror.

O Brasil agora dá início a uma nova Copa, a Copa sem Neymar. O grupo vai se unir e dar conta do recado. Acredite irmão, vai dar jogo.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

CERTEZA ABSOLUTA

Amigos, não fosse eu um velho acostumado à nossa imprensa, estaria apavorado, certo de que o Brasil está prestes a tomar um baile da Colômbia, sucumbindo à pressão da Copa, jogadores chorando pelos cantos, Felipão sem soluções, a seleção pentacampeã do mundo pronta para se despedir da competição. Amigos, pelo que assisti ontem na telinha, ouvi de nossos especialistas, estamos com as malas prontas.

Obviamente um exagero. A imprensa manter uma postura sobre o muro é natural, impossível se jogar de corpo e alma em favor de uma vitória brasileira, mesmo por que o Brasil não vem jogando bem, e é necessário deixar um rastro de dúvida, vai lá perdemos, a porta estará aberta para se dizer “eu bem que avisei”, posar de sabe tudo.

Queridos irmãos, a Colômbia ganhou da Grécia, da Costa do Marfim e Japão na fase de grupos, e do Uruguai sem Suarez nas oitavas, sem Suarez o Uruguai tomou de três da Costa Rica. Convenhamos, o time do ótimo James pegou o grupo da vida no início da campanha e os hermanos sem seu craque mordedor na continuidade. Fez o que tinha que fazer, nada de cair o queixo.

É inegável que o time andino é muito bom, tem os ótimos James e Quadrado, um goleiro em forma, e um técnico experiente, talvez aí o maior perigo. Um time em alta, nenhum bicho de sete cabeças, o Brasil que joga abaixo da sua capacidade pode matar essa cobra recuperando seu bom futebol.

Acho que o Brasil passa fácil, jogo duro, mas controlado, os gols saindo ao longo do tempo. Só uma coisa me preocupa, uma contusão de Neymar. Esta é a Copa das dependências, a maioria das equipes depende de seus maiores craques, Robben, Müller, Messi, James, Campbell, Hazard, perdido o craque, pode-se perder o rumo. Foi o que se viu em Brasil e Chile, baleado Neymar, o time vacilou.

Então que se empurre Neymar para junto da área, ou dentro dela, obrigue a defesa colombiana a jogar na bola. Fora isso é atacar, buscar o gol os noventa minutos, ficar de olho no James, no Quadrado, nada que não se possa fazer com atenção elevada ao cubo.

Fique tranquilo amigo, só não digo que o Brasil atropela a Colômbia para não correr riscos demasiados, o futebol às vezes surpreende, e eu também não sou de botar a cabeça na guilhotina, mesmo tendo certeza absoluta.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

FOFOCA É FOFOCA

Folga da Copa e eu vou aproveitar para fazer fofoca. O amigo sabe que fofoca é fofoca, vem sempre envolta em clima de mistério, contada com aquela voz baixa, olhares por sobre o ombro. Como o alvo do meu veneno é o time das flores do campo, pelo qual não morro de amores, o amigo acredite se quiser. Pois vamos lá.

Estava eu em estabelecimento de prestação de serviços, falando com um, o ouvido de super-herói atento a tudo, quando escuto um coxa se manifestando sobre o dia a dia do seu glorioso. De imediato, liguei meu radar anticoxa e fiquei todo ouvidos.

Indignado, o alfacinha destilava veneno de jararaca sobre alguém recém chegado ao clube, um carioca, segundo ele com vinte milhões na carteira, pronto a despejá-los no time do seu Virso. Primeiro ato do milionário, tentar colocar no vestiário coxa-branca jogador com sérios e irrecuperáveis problemas físicos, melhor dizendo, um joelho de vidro. O voto em contrário do departamento médico acarretou a demissão do pessoal de branco do Alto das Dificuldades.

Furibundo, quase um repolho roxo, seu alfacinha deplorava o afastamento de pessoal com longos anos de serviço prestados, o distanciamento do presidente entocado na Granja Comary, um que começou bem e vai muito mal, a intolerável presença do seu Roth, gaúcho tosco que nem bom-dia dá.

Fiquei ali com vontade de intervir na conversa, aprofundar o assunto, saber mais, e fiquei na vontade. Não me diz respeito. Conto porque a história caiu no meu colo e acreditei. Evitei adjetivos pesados e coloquei de lado a origem grana. O torcedor coxa deve dar nome aos bois, dar crédito ao relato, julgá-lo improcedente. Só não vire seus canhões contra mim, só contei o que ouvi, e avisei, fofoca é fofoca.

PS: O pé quebrado na história pode estar nos vinte milhões. Quem tem vinte milhões para colocar em futebol? Como vai recuperar? Faço as perguntas e me pergunto se não sou ingênuo demais.