quarta-feira, 30 de setembro de 2015

POSSA FAZER BOM USO

Qual a importância de vitória contra o Brasília na noite de hoje, ou a mínima passagem de fase seja porque placar for? Digo com toda a serenidade, apenas moral, um reforço para as dificuldades que vem pela frente, mesmo que os jogos do continuar da competição possam trazer um desgaste físico a comprometer o rendimento da equipe para o restante do Brasileiro.

Antes de mais nada, o jogo deve ser treinamento importante para o enfrentamento contra o São Paulo no próximo sábado ante o São Paulo. E se é para treinar, que se ajuste a defesa. Há muito tempo digo que o Atlético deve jogar com três zagueiros, a dupla de zaga sem um protetor eficiente, dedicado exclusivamente à marcação é frágil, vem comprometendo todo o esforço ofensivo que já é pouco, mas tenta, luta, estrebucha para falhar na finalização.

O amigo sabe que para se jogar com três zagueiros persiste a necessidade de treinamento sério, exigente de tempo ,tempo não existe mais. Então que se escale um volante de marcação, com função específica de anular peça chave, e que não seja Otávio, que se dê a ele função mais nobre. Que se prenda um lateral na primeira linha, evite-se expor a dupla de zaga a risco que ela já se mostrou incapaz de correr.

E que se esqueça o passado. A Ponte Preta que nos venceu na Arena é composta por jogadores de mesmo nível que o atleticano, apenas teve o choque de realidade mais cedo, caiu do sonho, pode se recuperar a tempo. O jeito é acreditar que mexida mágica vai nos colocar no rumo, algo que alguém que estava ali presente via, mas não tinha espaço, quem sabe agora tenha e possa fazer bom uso.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ESPERAR PELO ACASO

Atropelado por um piripaque na sexta-feira à tarde nível nove graus na escala Richter, passei o sábado no leito, assistindo jogos de variados campeonatos do Velho Mundo. Pulando de um para outro vi a vitória do Barça contra o Las Palmas, o empate do Real com o Malaga em Madrid, as vitórias do Bayern contra o Mainz e do Liverpool contra o Aston Villa. Conclusões rápidas.

O futebol brasileiro está atrasado no mínimo, no mínimo, dez anos em relação ao futebol europeu, falo em termos de futebol jogado, falo de disciplina, falo de espetáculo. Jogadores como Neymar, Douglas Costa e Philippe Coutinho arrebentam em seus clubes. É impressionante o sucesso dos treinadores argentinos. Mesmo no zero a zero em Madrid, o Real finalizou 23 vezes, o Malaga dez. Jogaço de noventa e lá vão minutos. Aos 90 o assistente anulou gol legal do Real, nenhum chilique, ataque ao árbitro, jogo que segue.

Mal comparando, o futebol brasileiro é de um amadorismo que vai do andar térreo à cobertura, onde as poucas saliências se devem mais ao acaso do que a trabalho pavimentado no conhecimento, mesmo que aqui e ali se observem tentativas bem intencionadas. O Celta de Vigo, que no meio de semana meteu 4 a 1 no Barça, se viesse aqui derrubava meio mundo, o Bayern era 7 a 1 todo dia.

O Atlético já arrumou um treinador interino, é o português Sérgio Vieira, indicação do tal DIF, ainda vou pedir emprego ao rapaz dono desse instituto de altas ciências futebolísticas. Qual o respeito que os jogadores dedicam ao interino, qual sua qualificação, qual sua experiência frente a desastres iminentes? Ninguém sabe. O que vai acontecer? Ninguém sabe. Para onde vamos? Ninguém sabe. Nem precisa. O jeito é esperar, esperar pelo acaso.

SÓ PENSEI

Seu Milton Mendes caiu. Com ele devia cair meio mundo no CT do Caju. O ano passou e o treinador não conseguiu um reforço de qualidade, teve desde o início a imposição de um esquema institucional, com um elenco mínimo tirou os pés do chão, acreditou na possibilidade de fazer rodízio entre os jogadores e afundou-se por completo.

A incompetência do departamento de futebol do Atlético ficou explícita desde o início na simples constituição do grupo de zagueiros a compor o elenco atleticano. Nunca a equipe teve mais que três jogadores medianos, mesmo a chegada de Vilches, hoje convocado para a seleção chilena, se revelou um fracasso completo, inexplicável, a dupla de zaga bate cabeça a todo instante, cada ataque adversário é risco nível cinco cruzes. Enquanto Weverton esteve em estado de graça a coisa andou, perdida a graça, a casa caiu por completo.

Era previsível, a cortina de fumaça de bons resultados escondiam a armadilha que um dia iria abocanhar o Furacão. Muito natural. Seu Petraglia foi entrevistado pela grande mídia, seu MM foi para o Bem Amigos, a paparicação ajudou no engodo. A crítica era dos pessimistas, dos analistas de resultados, dos que nada sabem.

Agora é achar alguém no submundo do futebol, quem sabe o treinador do Atlético de Sorocaba, que se submeta ao esquema institucional, que seja um especialista em defesa, que consiga fazer de Kadu e Wellington uma dupla de zaga imbatível, que consiga fazer o ataque acertar o gol, que nos tire dessa desnecessária angústia. Esse é Atlético dos incompetentes, pensei que já tínhamos deixado esta fase nos anais da história. Só pensei.

domingo, 27 de setembro de 2015

É TRISTÍSSIMO

O que se pode falar de time que atacado duas vezes toma dois gols, um deles a partir de cobrança de lateral, outro de jogada individual em chute de fora? Nada há a dizer.

É momento fácil de encontrar culpados, criar ainda mais tumulto na vida rubro-negra que cada vez mais vai se enrolando quando tinha tudo para levar o ano na flauta. Coisas do Atlético, um time amador na área do futebol, para não dizer irresponsável.

Eu vou me permitir fazer algumas perguntas que acho importantes. Por exemplo: Qual é a função de Hernani no time do Atlético? Por que tudo que se chuta a gol entra, onde está o Weverton que fazia milagres? Por que um time que toma gols a toda hora tem apenas Otávio como volante de marcação, que ainda tem que ser o responsável pela saída de bola? Por que o Atlético joga com um time de crianças, a ponto do jogador chorar ao fazer gol? Tenho perguntas a rodo, vou parar por aqui.

Alguém da direção tem que vir a público e pedir desculpas pela lamentável situação em que se encontra o clube, perdido, com a defesa aberta a ataques de segunda, uma linha de frente que pressiona, mas não consegue acertar o gol. O Atlético é um somatório de erros difícil de acreditar. Com toda a sorte que teve, foi incapaz de se fortalecer, galgados tantos degraus que pareciam impossíveis, caiu no descaminho, vai matar o torcedor no final de ano. Então quer sócios, que querem jogadores, que não os têm, que não se associam.

O presidente Petraglia que assumiu o time na segunda divisão corre o risco de passá-lo na mesma condição. É triste, é muito triste, é tristíssimo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

QUEM SE HABILITA?

Com a boa participação de Marcos Guilherme centralizado, o Atlético pode ter encontrado um novo caminho para a partida contra a Ponte Preta. Sem Nikão, Walter e Hernández, jogando a vida na competição, o esquema adotado contra o Brasília pode ser a solução de curto prazo já testada e vencedora, digamos, minimamente vencedora.

A Macaca não é o Brasília. Vinha numa descendente tremenda, acordou e voltou a vencer. Vem para Curitiba para manter a ascensão, aproveitar-se das ausências do rubro-negro e ganhar pontos. Aposta principalmente no desequilíbrio emocional da juventude atleticana, feita uma macaquice, uma arte em início de partida e o caldeirão vira de cabeça para baixo.

Se o jogo contra o Brasília é a base vamos para a prancheta. No primeiro tempo o Atlético cruzou bolas de ambos os lados do campo, nas minhas contas oito vezes, só conseguiu uma finalização com Hernani para fora. O mesmo destino tiveram três chutes da intermediária e a finalização de Marquinhos livre com o goleiro. Destaques para Eduardo pela direita, Ewandro pela esquerda, origem dos cruzamentos, problema grave a finalização deficiente.

Na segunda fase, Hernani se infiltrou pela direita, Sidcley avançou pela esquerda, novos cruzamentos, de novo a defesa ganhando todas. O jogo ficou central, foi o caminho do gol. Claro que devemos ter melhor aproveitamento nos cruzamentos, nas finalizações. Óbvia a necessidade da manutenção da segurança defensiva, a subida de Eduardo deve ter cobertura eficiente. Clara a necessidade da participação efetiva de todos os jogadores, jogador parado, dispensando marcação, tem que ser substituído. É jogo para mostrar serviço. Oferecem-se vagas. Quem se habilita? 

COMO UMA LUVA

Sem sofrimentos incabidos. O resultado foi ótimo. O time candango veio a Curitiba para jogar por uma bola, quase deu certo, Weverton salvou cabeceio a queima-roupa aos 22 do primeiro, um gol naquele momento e poderíamos ter outra noite infeliz. Não foi, fugimos do nosso padrão atual, fui dormir tranquilo.

Vou dar outro bom motivo para a satisfação que o amigo pode achar descabida. Falo da bela atuação de Marcos Guilherme, centralizado, vindo buscar, vertical, sendo finalmente o dez que o Furacão precisa.

O gol, como outros já acontecidos, foi fruto de tabela com Crysan, eles se entendem, o meia entrou pela lateral da área, cruzou, o goleiro bateu roupa, Hernández completou para as redes. Marquinhos teve postura de jogador veterano, mesmo após perder gol certo em assistência do mesmo Crysan manteve-se ativo, assumiu o jogo, municiou o ataque o tempo todo. Espero que seu MM tenha enxergado seu rendimento superior e o libere da prisão no canto do campo.

Como hoje estou em dia de Drubscky, disposto só a falar coisas boas, ressalto a marcação alta no segundo tempo, a procura do gol, uma falta ensaiada ao final do jogo. De tanto pedir os santos me atenderam.

Fecho dando os meus parabéns ao Marquinhos. Sob pressão conseguiu ser objetivo, decisivo, ganhou o jogo. Desta vez, finalmente, a camisa dez lhe caiu como uma luva.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

MAIS UM ANO

O Atlético entra hoje para jogar partida pela Copa Sul-Americana contra o desconhecido Brasília, até semanas atrás certeza de passagem tranquila para a próxima fase da competição. Eu disse até semanas atrás, quando preocupadíssimo com o estado físico dos seus jogadores o Furacão inventou o rodízio para poupá-los do excesso de jogos e conseguiu marcar passo no Brasileiro, e perder Nikão e Walter com lesões de lenta recuperação. Imaginem os amigos se não tivessem poupado.

Inconformado, ando fazendo o departamento de futebol do Furacão de “talba de tiro ao Álvaro”, como dizia o poeta. Sou um covarde. Parei.

Estou naquela situação clássica do correr ou lutar. Correr não dá, então vamos à luta. Ir à luta na atual conjuntura só é possível com o apoio incondicional do torcedor atleticano. O amigo pode estar preocupado com a escalação para o jogo de hoje. Os onze que entram em campo eu não sei, nem estou interessado, a minha perspectiva de vitória só encontra respaldo se o amigo esquecer a desilusão domingueira, vestir a camisa e voltar furioso ao ataque, como se nada tivesse acontecido, como se tivéssemos depenado e papado fritas e assadas as inúmeras galinhas mortas que encontramos pelo caminho e nos escaldaram.

Quando lembro quantas vezes nos últimos tempos já pedi de joelhos o apoio do amigo percebo quão claudicante é o futebol do Atlético, um sobe e desce de montanha russa, nada ver com a ciência alardeada como soberana no Caju. Então vamos lá amigos, quem sabe com o nosso grito o vagão volte a subir e o ano seja salvo. Para quem faz a contabilidade histórica, mais um ano.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

TARDE DEMAIS

Leio escribas e concluo que hoje podemos perder à vontade, o que importa é o futuro brilhante que nos aguarda. Tem gente que falou com aquela cigana que faz propaganda em poste e assegura satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. A partir de não sei quando venceremos todos os Atletibas. Amigos, perder pode, mas perder Atletiba é crime grave, incomoda até os netinhos do seu Petraglia. Já foi gravíssimo quando as pessoas tinham vergonha na cara, já provocou a transformação do Atlético, mas ainda é de corar as bochechas.

O Atlético está mal e está mal devido à incompetência absurda do seu departamento de futebol. É o óbvio ululante do Nelson Rodrigues. O tal departamento acreditou no resultado, esqueceu de ver o jogo, as carências, superestimou elenco mediano, pior, foi mandando embora os medianos consistentes, acabou onde está, tivesse um mínimo de contato com a realidade teria tomado as medidas imprescindíveis para um final de ano muito melhor.

Seu MM fala em usar força máxima contra o Brasília. Gostaria de saber o que ele entende como força máxima sem Nikão e Walter. Ele que não tenha dúvida, esse tal Brasília vai incomodar uma barbaridade, bem fez o Goiás em entregar os dois jogos e focar no Brasileiro, garantir sua presença na primeira divisão em 2016.

Outro dia escrevi que seu Petraglia devia largar esse festerê de Copa Sul Minas e voltar a cuidar do Atlético. O futebol do seu rubro-negro está mais perdido que filho de rapariga em dia dos pais. Uma derrota para os coxas fez ele mudar a história do Atlético, que o dois a zero volte a colocá-lo em ordem de batalha, de chuteiras pretas com longos cadarços brancos, antes que seja tarde demais.

domingo, 20 de setembro de 2015

QUE FIQUEM OS DEDOS

Pois não é que a galinha velha nos colocou no quinto dos infernos. O jogo foi o padrão Atlético dos últimos tempos. Um gol do adversário logo no início, a inexistente capacidade de recuperação já determinou o resultado, outro ainda no primeiro tempo, lá se foi qualquer esperança, a torcida pode ir para casa, nada mais há a fazer a não ser perder saúde, ver a torcida alviverde deitar e rolar.

Deitou e rolou merecidamente. Nada a contestar, nem o normal chororô dos vencidos. Eu já falei tudo quando o Atlético estava lá na frente, agora boquejar contra o time, o mito Mendes, deixo para quem sacudia a pança de felicidade.

A derrota contra o Coxa dói mais pela rivalidade, o torcedor vai enfrentar hoje as gozações no escritório, é chato. Entretanto não é pior que o empate com o Joinville em casa, contra o Figueira em Floripa, as derrotas contra Vasco e Grêmio. É apenas a continuidade de um decréscimo de rendimento que desaguou no clássico e deu no que tinha que dar. Péssimo, para mim um péssimo esperado, por isso menos doloroso.

Este foi um ano horroroso para o departamento de futebol do Furacão. Indesculpável tanta incompetência. O atleticano que estava tocando flauta sobre o muro entre a Sul-Americana e Brasileiro agora vai ter que focar no Brasileiro, fugir do perigo do rebaixamento. E que nenhum louco duvide da possibilidade. Os anéis já se foram, que fiquem os dedos.

OLHO NOS OLHOS

Domingo de sol, domingo de futebol, domingo especial, domingo de Atletiba. Já foi melhor. Houve um dia em que dividíamos o treme-treme, as torcidas davam show, tempos que não voltam mais. Ficam para a história as imagens, os relatos apaixonados, quem sabe em algum gravador a voz de um locutor gritando gols, por trás dele o rumor das torcidas em êxtase.

Mesmo assim, o clássico é motivador irresistível, as filas na arena magnífica iam longe, a luta pelos poucos ingressos seguia intensa sob o sol escaldante de fim de inverno. O torcedor rubro-negro está confiante, imagina que o pior já passou, hoje é o dia de dar a volta por cima. A confiança do torcedor é a origem do sucesso.

Vamos lá de olhos fechados, esquecendo desconfianças, acreditando na melhor das jornadas de cada um dos onze escalados, seja quem for, um favorito, um pesadelo de chuteiras. Dias atrás, lendo comentários, amigo atirou no que chamou de vacas sagradas do seu MM. Eu não acho que o treinador tenha vacas sagradas, afinal os velhinhos se alternam na escalação, acho que ele tem bezerros sagrados donos de camisa sem rendimento para garanti-la.

Penso que seu MM deveria chamar esses meninos e ter uma conversa séria. Algo assim como “Eu já estou a perigo, se caio, vem outro e vocês perdem a mamata. Então é bom jogar como gente grande, acertar passes, ser objetivo, render o que até hoje não renderam”. Algo assim ao pé de ouvido, com aquele risinho simpático, sem que ninguém perceba. No clássico precisamos de onze jogadores vivos, a escalação pode ser feita olhando nos olhos minutos antes da entrada em campo. Vamos lá seu MM, olho nos olhos.

sábado, 19 de setembro de 2015

QUINTO DOS INFERNOS

Soube ontem que o Coxa vencera o Flamengo em Brasília e os alviverdes estavam desfrutando a saída da zona do rebaixamento. Como sempre acontece com essa rapaziada, o time já voltou a ser o mais vitorioso de todos os tempos, é favoritíssimo para o Atletiba, as filas não têm fim nas bilheterias do treme-treme. Menos irmãos de coxas alvas.

Primeiro, Flamengo sem Guerreiro e Sheik não é Flamengo. Segundo, a boa fase do Urubu, a costumeira e renitente permanência do “glorioso” no pântano das dificuldades levou o oba-oba  à casa carioca, daí o gol coxa em início de partida, logo após o segundo, o resultado da partida determinado ainda no primeiro tempo.

Ninguém mais do que o atleticano sabe o que é tomar gol nos primeiros minutos, a íngreme escadaria a subir, a necessidade de procurar o ataque e manter a integridade defensiva, um descuido, um segundo gol, fim de pelada. Só eu já falei em entrar acordado umas cem vezes, o treinador deve gastar o tema na preleção, parece que de nada adianta.

Temo muito mais esse relaxamento atleticano, esse descuidar irritante do que qualquer Coritiba no melhor das suas fases. O Atlético já tem muitos problemas para resolver, o Coxa décimo-quinto na competição é o menor de todos eles. O Atlético tem que cuidar dos seus erros, é o erro que define o resultado do clássico. Vamos sem erros, com força e com raça, devolver essa galinha velha ao quinto dos infernos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

IMPOSSÍVEL DEIXAR DE TE AMAR

As estrelas invejosas pediram, garantiram o bom tempo e o teto-retrátil abriu-se lentamente enquanto as pessoas arrumadas procuravam seus lugares, tagarelavam antes do entrar da lenda. O céu ficou à mostra, um ar fresco penetrou a arena magnífica, as guitarradas anunciaram a presença do roqueiro inglês e suas canções trepidantes para os corações em chamas, lentas para os corações sofridos, lindas para as lágrimas correrem livres, chorar sem perguntar por quê?

Curitiba finalmente se inclui no principal circuito de megashows internacionais, torna-se o objetivo cultural de milhares de catarinenses, londrinenses, maringaenses, cascavelenses e todos os “enses” do interior deste Paraná gigante, gente que faz a alegria do comércio, enfeita a cidade, torna a “magnífica” polo regional de cultura, de alegria, de encontro, de beleza, justifica cada centavo colocado na sua construção carregada de invejas nascidas da ignorância que enluta mentes menores desprovidas de mínima visão. Elas estavam lá ontem, “sailing”.

O espetáculo me tocou profundamente. Pela grandiosidade do evento, o profissionalismo exacerbado, as canções marcantes, mas num momento, num especial momento, me vi ali menino, sentado naquelas arquibancadas de tijolos, perseguindo o meu Furacão contra o Primavera, o Britânia, o Bloco, o Água Verde, o Rio Branco, o Seleto, o Ferroviário, o Coritiba e acordei ao refrão de “It’s a heartache” num ambiente tão inimaginável para aquele menino que não solucei para evitar vexame perante as estrelas debruçadas na imensa estrutura metálica. É meu Furacão querido, você faz artes com o meu coração, mas desde a minha mais profunda meninice sempre soube, seria impossível deixar de te amar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

BRINCANDO DE JOGAR

Entrei no táxi rumo ao túnel do tempo certo da derrota, quando ouvi a escalação do rubro-negro me perguntei, “o que é que estou fazendo aqui?”, a derrota certa era certeza absoluta. Missão é missão, lá fui eu no trânsito engarrafado, o mundo atleticano lotando as calçadas, abandonei o laranjinha e garrei a andar a pé, sentindo o fervo da torcida apaixonada.

Entrei no estádio em pandarecos e fui subindo à procura de um lugar sentado. Mesmo nas grimpas do treme-treme impossível. Fiquei balançando nas alturas, na minha frente um cabeça de abóbora premiada me obrigando ao espiar à direita, à esquerda na tentativa de ver alguma coisa.

Até que vi, Deivid marca Douglas, o Atlético força pela direita com Marquinhos, Roger avança Douglas para o ataque, libera-o da marcação, mais alguns minutos e o barbudo está na cara de Weverton, gol tricolor. Não me lembro do Furacão ter virado um jogo neste Brasileiro, penso que só conseguiu o empate contra o Sport. Viola em cacos. Missão é missão. Vamos lá, estou no meio do espaço Fan, o canto é forte, decidido, chego até a acreditar. Começa o segundo tempo, passam-se segundos e gol da gauchada. Fecha-se o caixão.

O Atlético modorrento prosseguia no seu costumeiro enxuga gelo quando Otávio avançou, avançou, avançou e deu o gol para Ewandro. Dois a um. Daí o espaço Fan pegou fogo e o time teve bons momentos de alguma ação ofensiva, restou pingo de esperança até o apito final. Esses momentos me dão algum alento para o Atletiba. Momentos de um Atlético condizente com o de tantos anos atrás, de ataque, de luta, de entrega total. É concentrar ainda hoje, colocar os pés no chão e entender que brincando de jogar não se vai a lugar nenhum. A bem da verdade, o Atlético escapou da realidade, vive um sonho de fim de inverno, perde e continua se achando a última bolacha do pacote, está brincando de jogar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O VERMELHO E O NEGRO FASCINANTES

Quem diria que entrar na máquina do tempo e voltar ao passado seria mais barato. Pois é, o ingresso para o jogo no Couto está 50 pilas, ninguém pode reclamar, é juntar a turma e seguir destino, ver o que o destino nos reserva para o encontro com o pessoal da bota e espora.

Que o destino nos sorria um sorriso de vitória, uma vitória grega, consentida pela deusa de igual nome assentada junto a Zeus no páramo do Olimpo, desinteressada de méritos e deméritos, apenas caída em nosso colo por capricho da diva fascinada com o espetáculo da torcida rubro-negra.

Vinda do início dos tempos, a deusa do triunfo poderia trazer um pouco do passado ao jogo do presente, atender ao treinador já sem sorriso, soprar sobre os onze rubro-negros um pouco da raça que em outros idos nos marcou para o eterno como o time da entrega sem limites, dos noventa minutos gotejantes, dos confrontos de fazer inveja aos 300 espartanos.

Ah... meninos, eu vi. Aquela força entusiasmante, a camisa bandeira esvoaçante, alentada pelo povo delirante. Ah... meninos... e como cantei... e vibrei... e me emocionei. Agora é a sua vez meninos, cantem, vibrem, emocionem a deusa, façam-na escolher em dado instante, vocês e seus amores... o vermelho e o negro fascinantes.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

É OLHAR E VER

Com a Copel batendo na porta, as ameaças de penhora cutucando o fígado, a luta pela Copa Sul-Minas em primeiro plano, seu Petraglia deve ter deixado o Furacão futebol a comando de alguém de pouca ideia. A última das suas bobagens, gravíssima, foi a liberação de Gustavo para o Bahia. Gustavo era o único dos nossos zagueiros com performance consistente. Foi embora.

Cheguei a elogiar Vilches no jogo contra o Palmeiras, o instantâneo me enganou, o chileno hoje bate cabeça com Kadu, profissional que comete quatro pênaltis em meio Brasileiro, o último contra o Vasco, infantil, grosseiro, irresponsável. Na pelada seria o último a ser escolhido, é titular no Furacão.

As contratações de Hernández e Barrientos se mostraram irrelevantes. Barrientos nem é relacionado, Hernández é reserva. Ewandro esquentou o jogo contra o Galo e foi só. É natural, se fosse tudo o que se viu na primeira partida o time do padre não o liberava. E tem gente chegando, para fazer número, nem me peçam para saber o nome. O único que chegou para resolver foi Walter, uma imposição do seu Henderson, foi-se em semanas, deixou o que temos de melhor. O amigo pode juntar o Nikão se desejar.

Sem reforços de nível, seu MM vai sacando soluções, um troca-troca que em nada ajuda, como se tivéssemos craques que pudessem com suas qualidades minimizar a falta de entrosamento que já se transformou em ausência de ânimo. Até que faz muito. O comandante supremo tem que voltar ao Caju, comprar uns relógios de segunda e iniciar as despedidas dessa tropa que dirige o futebol do Atlético. Podia dar certo, não deu. Nem sempre dá. É olhar e ver.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A GENTE CONSEGUE

Às vésperas de um Atlético e Grêmio seguido de um Atletiba tudo o que o amigo não precisa é do meu pessimismo. Sobre equipe que sabe o valor do emocional que envolve a partida e toma um gol aos três minutos não cabem avaliações individuais, coletivas, táticas, nada há de positivo a exaltar, melhor seria ficar por aqui.

Ficar por aqui também não dá, se assim for o que dirá o amigo que me chama de comentarista de resultado, mesmo que agora o discurso se alongue para muito além de um único placar, de uma noite infeliz, de uma tarde a ser esquecida.

O Atlético tem dois caminhos muito diferentes pela frente. Ou ganha ânimo, vira macho, tem um final de ano digno, ou vira Ponte Preta, em duas semanas está envolvido na zona da confusão, incomodando o torcedor. Eu avisei que estava pessimista.

Por sorte estamos próximos dos benditos quarenta e cinco pontos, mais um esforço da torcida e estamos garantidos para o próximo ano. Ressaltar erros é gastar chumbo em chimango, perder tempo, chover no molhado, cansei.

Salvando-se no Brasileiro, passando o Brasília na Sul-Americana, estaremos com o ano ganho. Pensar qualquer coisa a mais é enganar o torcedor, o rubro-negro não merece. Desnecessário procurar culpados, de nada vai adiantar. É passar de ano e começar a pensar em 2016. O ano que começou péssimo vai terminar mal, no frigir dos ovos tivemos uma sorte tremenda.

O time não pode é desmontar, o torcedor tem que segurar o pepino mais uma vez, temos que no mínimo passar de ano. Vamos lá irmãos, só faltam sete pontos. Com um pouco de esforço a gente consegue.

domingo, 13 de setembro de 2015

O LIXO DA HISTÓRIA

Última chamada para o maior evento musical da história de Curitiba. O palco já está sendo montado, o Rod Stewart já está aquecendo a voz, eu já estou com os ingressos na mão, o que você está esperando, tem promoção para sócio Furacão, cliente Gazeta do Povo, associados do clube Ciklus, clientes Samsung Galaxy, idoso paga meia, tudo em até quatro vezes no cartão, você só perde se for aquele renitente anti-Furacão, vai ficar em casa vendo o jornal que dá náuseas, a novela chata de todo dia, vai dormir ouvindo ao longe a voz do roqueiro, morrer de inveja. Vamos lá, abdique de sofrer, vamos cantar umas “oldies” juntos. Eu chamei, depois não reclame.

O Coritiba perdeu para o Inter, permaneceu na ZR e fiquei sabendo que foi prejudicado pela arbitragem. Tenho gravado na memória o gol anulado erroneamente de Paulo Baier contra o Cruzeiro que sacramentou nossa ida para a segunda divisão. Amigos alviverdes, sinto dizer, é daí para pior. Boa sorte.

Hoje o Furacão pescador vai dar uma porretada no bacalhau em pleno Maraca, mandá-lo para os abismos da segundona, dar uma ajudazinha ao coirmão em dificuldades. Por que estou tão certo da vitória rubro-negra? Mesmo com todo o terrorismo gerado nas redes sociais pela torcida organizada do Vasco, creio que os tempos em que seu Eurico mandava trancar a cadeado o vestiário do visitante ficaram para os anais da história, o Furacão entra em campo hoje sem agressões preliminares, a cabeça fresca para se impor, jogar e ganhar.

Vai ser difícil? Claro que vai. O Vasco merece respeito. Eu disse o Vasco. O seu Eurico merece o lixo da história.

sábado, 12 de setembro de 2015

O ATLÉTICO VAI GANHR

Jogo contra o Vasco e minha primeira dica é deprimente. O atleticano não deve ir ao Maracanã, o risco é grande, melhor ficar em casa. O Furacão pode fazer um voo solo, ganhar do bacalhau em campo, deixar que os cruzmaltinos  se engalfinhem nas arquibancadas, eles são suficientes para arrumar uma boa briga, não precisam de adversário. Fica a dica.

Assisti ao ruim de doer Vasco e Ponte Preta. No primeiro tempo o Vasco forçou com os laterais Madson e Julio Cesar, o armador Nene caiu pelos lados, o goleiro da Macaca não foi incomodado. A Ponte foi para o jogo central tentando enfiar bolas, nada conseguiu. Na segunda fase, avançou seus laterais, estava melhor quando Diego Oliveira foi expulso aos 13. Jorginho entrou com Andrezinho – ex-Inter – e Riascos, segurou os laterais, avançou a primeira linha para o meio de campo e conseguiu seu gol.

O gol é exemplo claro do momento ofensivo vascaíno. O zagueiro Luan pelo meio do ataque lançou Riascos dentro da área, daí para Andrezinho, o passe para Leandro, o chute de fora, bola na rede. A expulsão e as modificações de Doriva levaram o Vasco à frente, deram-lhe a vitória. Andrezinho deu vida ao ataque moribundo com Julio dos Santos, difícil entender sua reserva. A imprensa sinaliza para as entradas dos volantes Lucas e Serginho, do meia Jorge Henrique, do atacante Rafael Silva, do goleiro Martin Silva. É outro time.

 Time que não deve “permitir que a afobação prejudique o nosso desempenho”, diz Jorginho. O Atlético tem que aquecer dentro do campo, sentir a pressão, acostumar-se a ela, começar o jogo acordado, inquietando o almirante, forçando o desequilíbrio emocional, empurrando a nau vascaína para o abismo. O desafio como sempre é começar acordado, marcando forte, criando situações, afobando jogadores e arquibancada. Seu Eurico que se prepare, o Atlético vai ganhar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

UM DEZ FAZ FALTA

Lendo manchetes sobre a noite infeliz em Floripa encontro um “sem vontade”. O homem das maiúsculas vai me permitir discordar. Não faltou esforço. O Atlético desorganizado correu, tentou e próximo do mar, sentindo aquela maresia toda, morreu na praia, cansado de errar passes, de deslocar sem receber, de se apressar sem necessidade. Repito, não faltou esforço.

O texto rápido em final de jogo desanimador, a falta da obrigatória revisão pode ter levado o amigo a imaginar que não gostei da atuação de Walter. El Gordito fez boa partida. Responsável, consciente que daquele meio de campo nada sairia, voltou para buscar, caiu pelos lados, cruzou, deu passes, chutou de fora, foi muito além do exercício da sua função de atacante. Infelizmente, Walter não pode cruzar e correr para finalizar. Faz o que pode.

Vendo Grêmio e Corinthians fiquei entusiasmado com a atuação de Douglas, o veterano Douglas. O principal armador do tricolor gaúcho parece estar sempre desmarcado, a bola o procura, chega aos seus pés e sai limpa para o companheiro em movimento, em fim de jogo está dentro da área finalizando com perigo. Então me pergunto: Por que no Atlético o armador pega na bola três vezes por partida? Por que o Atlético é um cemitério de armadores? Por que Walter tem que voltar para fazer a função do especialista?

É praga de Paulo Baier? A bola longa anula a participação do armador? O jogo lateral, as frequentes viradas de jogo contribuem para o afastamento do armador da partida? O esquema dá pouca importância ao número dez? O armador se esconde, se submete à marcação? Os armadores do elenco têm pouca qualidade? O amigo sabe a resposta, a solução para o problema? Se souber ligue-se ao seu MM com urgência. Um dez faz falta.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

PARA O SEU BEM

O empate em Floripa foi ruim, merecido, o Atlético taticamente foi mal, o empate agrega um pontinho, melhor que nada. Ouço todo dia alguém falando que o seu MM faz um grande trabalho. Não contesto, quem sou eu, os números estão aí, o Furacão que capengava no início do ano está longe de maiores problemas, eu gosto de números, a aritmética está ao lado do “mito Mendes”.

Não contesto, mas não gosto. Acho que o Atlético tem erro básico na sua esquematização tática. O time roda a bola na frente da área, troca passes laterais, prepara a jogada para ninguém. Com a saída de Walter da área em sua incessante tentativa de armar jogadas, fica um vazio absurdo no comando, ninguém ocupa o espaço, os cruzamentos são feitos para os zagueiros, um chegou a acertar a trave, o armador ou chuta a gol ou toca cinco metros, torna-se inútil, mesmo porque a transição o evita, busca sempre os laterais, mesmo que marcados a cinquenta metros de distância.

Se Walter quer ser o armador da equipe que se escale um atacante para ficar dentro da área, alguém para receber a bola, fazer um pivô, incomodar os zagueiros. E que se coloque alguém que acerte passes de dez metros, foram 53 errados, que a defesa pare de fazer pênaltis, todo jogo Weverton está de frente para o matador, que o esforço sobre flanco atleticano seja notado e bloqueado no menor tempo possível.

O jogo vai acontecendo e eu vou me irritando pela falta de objetividade, por ver os erros se repetirem. O Atlético jogou contra dois catarinenses do fim da fila e finalizou pouquíssimo. Tinha que ganhar seis pontos e ganhou dois. O Atlético está jogando mal, tem escalação injustificável, o treinador tem que ser questionado. Para o seu bem.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

É CORAGEM DE LEÃO

O Figueira recebeu o Grêmio quinta-feira, perdeu, e foi jogar contra o Cruzeiro no domingo às onze horas de belo dia de sol em BH. Resultado, uma canseira danada, 5 a 1 para a Raposa, um atropelamento tão definitivo que ficou impossível reconhecer no time da árvore sua estrutura de defesa, sua forma de produzir frutos, os gols tão necessários. O gol de honra catarinense premiou o lateral Marquinhos Pedroso, o único a exercer sua função com algum destaque.

Assim, sinto muito, nada sei sobre o Figueira, destaque apenas para o goleiro Alex Muralha que já vi fazendo milagres em melhores momentos por todo o campeonato. A torcida ajuda pouco, média de 3000 torcedores em Floripa, mas o time só perdeu três vezes no Scarpelli: Joinville, São Paulo e Grêmio. Distante apenas um ponto da zona do rebaixamento, com a mesma pontuação do sofrido coirmão alviverde, vai ter que atacar, tentar a vitória de qualquer maneira.

O jogo se apresenta conforme seu MM gosta, espero que seu chapéu pensador nos traga boas soluções. Eu gostaria do retorno do ataque alternando posições, vertical, aproveitando melhor as bolas paradas, o arranque de Nikão, nada de puxar o meia para a saída de bola, usando Walter para imobilizar os zagueiros facilitando para os que chegam de trás, forçando o jogo em Hernández, é dele a responsabilidade de armar as jogadas, escalando os melhores, deixando a altura em segundo plano, lembro que Pelé tinha 1,73 m, Romário 1,67, Maradona 1,65.

Eu ainda gostaria de ver Barrientos pelo menos no banco de reservas. O gringo tem que jogar alguma coisa. Impossível estar tão abaixo do nível dos titulares. Senti o afastamento de Gustavo, vai fazer muita falta. O Atlético segue para o fim do ano com apenas três zagueiros. É coragem de leão.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

VELHO E CARCOMIDO SALÃO DE FESTAS

Falando sobre o empate com o Joinville disse seu MM: “Não estávamos em uma noite feliz... As coisas não entraram com clareza e segurança como já tínhamos tido em outras oportunidades em nosso campo, diante do nosso torcedor”. O tal departamento de informações tem que colocar no chão os pés do treinador.

Nas cinco últimas rodadas em casa, jogando contra Joinville, Goiás, Santos, Sport e Chapecoense, nenhum bicho papão, o Atlético ganhou duas e empatou três, fugiu da derrota contra o Santos, o amigo lembra o pênalti defendido por Weverton, contra o Sport, um gol salvador de Vilches no último minuto. Fizemos cinco gols e levamos um, rendimento de 53%, o jogar em casa pouco nos ajudou.

Em comparação, nas últimas cinco rodadas fora de casa, jogando contra Galo, Inter, Fla, Palmeiras e Avaí vencemos três e perdemos duas, fizemos seis gols, levamos seis, rendimento de 60%. Estou começando a acreditar ser melhor jogar fora da arena magnífica, longe da espetacular torcida. Um milhão de considerações podem ser feitas. O amigo que entende mais do que eu encontrará mil justificativas para os diferentes rendimentos, pode passar o feriado chuvoso especulando.

Certo é que o Furacão em casa tem rendimento menor do que o esperado, as vaias em final de partida contra o JEC são sintoma claro do descontentamento do torcedor acostumado a boas apresentações caseiras. Seu Milton tem que rever seus conceitos, o esquema que funciona fora, tropeça em casa, não dá para creditar tudo a uma noite infeliz. A carreira do seu MM subiu como um rojão no Furacão, ele deve ter a solução para o problema. Tem duas rodadas fora para pensar antes do jogo com o Grêmio no treme-treme. Alguém vai dizer “não é a nossa casa” e é verdade, mas é o nosso velho e carcomido salão de festas.

domingo, 6 de setembro de 2015

PARA QUE SERVE?

Sou do tempo em que se passava grande parte do ano jogando o estadual. Então o Atlético era grande, jogava para frente, era obrigação ganhar, mesmo que tenha visto times sofríveis envergando a jaqueta rubro-negra. Como não atacar o Bandeirantes? Do passado de ataque, de garra, herdei sequelas, jogando na arena magnífica quero ver o time pressionando, fazendo gols, perdendo chances, o goleiro adversário fazendo milagres.

O Atlético que jogou e empatou contra o Joinville com dez nada tem a ver com minha história de torcedor, com o espírito que entrei em campo. Foi um time fraco, sem soluções, jogadores estagnados em suas posições, trocando bolas lateralmente, alguns momentos de comédia pastelão, um drama, calma, nenhum grande lance decisivo, apenas atleta catarinense levado às pressas para o nosocômio mais próximo. Nosocômio é só para torturar ainda mais o amigo.

Foi um jogo em que o Atlético esteve fora da área adversária quase os noventa minutos, um chute de Marcos Guilherme logo aos dez e nada mais. O treinador que elogia o nível do elenco foi fazer sua segunda substituição ao final da partida, a meu ver equivocada, num jogo transversal em que o único jogador capaz de dar um passe vertical era Hernández, o gringo foi sacado para a entrada de Dellatorre. Por fim entrou Crysan para jogar de ponta direita, o último prego no caixão.

O Furacão com mobilidade ofensiva, jogadores trocando posições, infiltrando-se pelo meio, que tinha me dado esperanças, voltou à estaca zero, regrediu em jogo em que era obrigatório ganhar. O Joinville era o Bandeirantes. O treinador tem que entender que na Arena o jogo tem que se resolver no primeiro tempo, a pressão no ataque tem que acontecer a partir que a bola rola. Esse joguinho de cerca Lourenço não valia nem lá em mil novecentos e vovó virgem. Irrita o torcedor, desestimula, perde pontos. Para que serve?

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

SEGUINDO O GUARDIOLA

Diz o Guardiola que campeonatos se ganham nas oito primeiras e oito últimas rodadas. Longe de qualquer brasileiro que não torça pelo Timão pensar no título nacional. As coisas estão encaminhadas, o alvinegro é regular, o time perde jogadores e os que entram dão conta do recado, só terremoto tira o caneco das mãos corinthianas. Sobram as vagas para a Libertadores.

Então vejamos o nosso Furacão. Ao final da oitava rodada estava em terceiro com dezesseis pontos, dois atrás do Sport, líder no momento, um atrás do São Paulo. Só como informação, o Corinthians era o sexto com treze pontos. Dentro da máxima de Guardiola, fizemos a primeira parte do dever de casa com louvor.  E as oito últimas rodadas, o que nos espera?

Aí é que a porca torce o rabo. Veja só a fila que vamos enfrentar: Corinthians (C), Flu  e Chape (F), Avaí e Palmeiras (C), Sport (F), Fla (C) e Santos (F). Desses todos uns cinco serão nossos adversários diretos. Vai ser um final de campeonato trepidante para o torcedor do Furacão. É claro que nas últimas rodadas alguns jogos podem se tornar mais fáceis, por exemplo, sem chances o Peixe dará suas rabanadas com menor entusiasmo.

As possibilidades aumentam se chegarmos ao jogo do Corinthians com gordura armazenada. Até lá ainda faltam oito rodadas. Quais os adversários: JEC (C), Figueira e Vasco (F), Grêmio (C), Coxa (F), Ponte (C), São Paulo (F) e Cruzeiro (C). Uns bons resultados fora, a manutenção da eficiência caseira e estamos no jogo. Acho que dá. Achar eu posso, mas cada jogo é um jogo, se vacilarmos hoje contra o JEC tudo fica comprometido. Então, praia só domingo, hoje tem expediente, ninguém está dispensado, é uma ordem. Ei, não brigue comigo, quem sou eu para te dar ordens, a ideia não é minha, só estou seguindo o Guardiola.

TEM QUE APROVEITAR

Quando vi a escalação do Atlético para o jogo no horto já fui anunciando a derrota, tomando bronca da família inteira pelo pessimismo. O amigo sabe que desaprovo essas escalações de dar calafrios em jogos fora de casa. Se você conclui que a partida é perda inevitável, tudo bem. É previsão astrológica nível Zora Yonara, mas não discuto, mesmo que a vitória de quarta seja prova irrefutável de que em futebol tudo é possível.

Contra o Galo, dos onze escalados dois apenas não o foram por absoluta necessidade. Quem? Dellatorre e Ewandro. Ewandro para mim um desconhecido, menino, muita mocidade para jogo de tamanha importância. O amigo sabe que gosto do futebol de Dellatorre e duvida da minha sanidade. Dellatorre estava tão fora do esquema que foi escalado para jogo de inauguração de arena no fim do mundo e fez um gol pelo Hurricane International. Daí eu fico com a pulga atrás da orelha.

Teria o esquecido Dellatorre suscitado os desejos de time europeu? Seria importante colocá-lo na vitrine para aumento do apetite? Por que de uma hora para outra voltou para o banco, entrou contra o Goiás, deixou para trás Crysan e Cléo no jogo em BH? Dúvidas, apenas dúvidas. Seja como for, espero que Dellatorre tenha voltado para ficar, no banco, ao alcance do aceno do seu MM.

Ewandro eu já elogiei, amigo paulista envolvido com futebol me informa que cansou de avisar o São Paulo da qualidade do menino. Agora eu sei. Já que tenho a boca grande e crucifiquei Hernani dias atrás, devo dizer que gostei da sua partida em Minas, acertou passes, fez até alguns desarmes. Falando em Hernani, seu MM tem que trocar as faltas diretas por jogadas ensaiadas. Nosso aproveitamento é nulo, carimbamos barreiras de todos os tamanhos. Perda de ótima oportunidade de gol. Deixa o Hernández colocar a bola na cabeça de alguém, jogos se ganham com bolas paradas, tem que aproveitar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

FICO COM EWANDRO

“Alguém” conhecido iniciou campanha contra o apito corinthiano e o fogo se alastrou até o Independência. O Galo saiu cuspindo marimbondos contra a arbitragem, indignado com a expulsão de Marcos Rocha, com o pênalti sobre Ewandro. O Cocoricó não perdeu por erros da arbitragem, ficou na saudade porque perdeu gols que não costuma perder, no mínimo uns cinco, foi vítima do célebre quem não faz leva. Que vá chorar no ombro da galinha pintadinha.

Eu credito a vitória ao fator surpresa. Seu MM colocou o até ontem desconhecido Ewandro para jogar sobre Marcos Rocha e aos dois minutos o piá já havia obrigado Vitor a bela defesa, cruzado bola que por pouco não pegou Dellatorre livre dentro da área. Quando ia sendo deixado para trás como interbairros lotado sendo ultrapassado por Ferrari, Marcos Rocha deu um manotaço no piá, levou amarelo. A irritação do lateral pediu o segundo. Em lance de ataque, reclamou da não marcação de falta que só ele viu, foi expulso ainda no primeiro tempo. O caminho para a vitória rubro-negra estava aberto.

Aos onze do segundo, Hernández deu uma cavadinha para a fuga do foguete Ewandro, Vitor atropelou o piá, pênalti. Vitor deve ter pensado: “De onde saiu esse doido?” Enquanto pensava, Walter bateu e marcou. O Galo esperneou, lutou e só se entregou com o apito final. Foi forte na derrota. Perder é do jogo, desnecessário o drama. Eu ainda expulsaria mais um que fez falta por trás sobre Marquinhos na entrada da área, daria pênalti de Donizete sobre Nikão. Todos sabem que Donizete não faz carreto sem cobrar o frete.

O planejamento do seu MM funcionou. Funcionou porque foi ao ataque, esticou mais do que encolheu, incomodando na frente desestabilizou o galináceo. Tudo pode ter contribuído para a vitória rubro-negra. Na dúvida entre o trabalho do seu MM e Ewandro, entre o criador e a criatura, fico com Ewandro.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O ZIQUITA QUE O DIGA

O Galo quer nove pontos nas próximas três rodadas para se aproximar do Timão. Azar o nosso que encabeçamos a fila seguidos por Vasco e Avaí. O pessoal da ESPN cravou os nove pontos do galináceo, segundo os entendidos vamos ao Independência tomar bicadas, voltar com a carteira vazia. Assisti o primeiro tempo de Galo e Flu no Maraca, amigos... meio assustador.

O time do seu Levir acerta passes, os jogadores se movimentam muito, dão opção, proibido o passe para trás, o jogo é vertical, faz faltas e dá-lhe bola aérea. Falei em assustador, equívoco meu. Contra o time dos outros é bom ver o Galo voar, futebol simples, objetivo, o ainda traumatizado com o Ziquita é bom treinador.

Como a maioria dos times o Galo defende no 442, não vou me estender sobre o bloqueio alvinegro. Ataca com Luan pela direita, Giovanni Augusto pelo meio, Thiago Ribeiro pela esquerda, Lucas Prato fazendo o pivô, às vezes caindo pela direita. Rafael Carioca está suspenso, Josué deve entrar. O outro protetor da defesa é Leandro Donizete, que ganhou um monte de Atletibas no grito até Paulo Baier dar no meio dele logo aos três minutos e o valente encolher. O lateral esquerdo Douglas Santos está com a seleção, a imprensa escalou Mansur para a vaga. Certeza de que o apoio pela lateral do campo será prioridade de Marcos Rocha. A bola longa para o pivô aéreo de Lucas Prato pode ser justificativa para a escalação de Hernani. Por falar em bola aérea, nem preciso falar na eficiência do cabeceio ofensivo de Leonardo Silva.

O Galo é time vertical, rápido, pressão no ataque. Vai forçar para ganhar o jogo no primeiro tempo, descansar no segundo. Sinto o Atlético em transformação, mais flexível no ataque, mais central, com melhor aproveitamento do banco, a defesa foi muito bem contra o Goiás. Se entrar acordado, acreditar, pode surpreender. Acreditar é o segredo do negócio. O Ziquita que o diga.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

VAMOS VER

Existem treinadores bons de entrevista, um deles é seu René Simões, hoje técnico do Figueira. Antes de Figueira e Vasco, perguntado sobre o jogo de duas equipes vindas de ótimos resultados em meio de semana, ressaltou os desempenhos passados, mas mostrou sua dúvida sobre as performances do dia, como se os ânimos estivessem fora de controle do treinador. “Vamos ver” afirmou. O Vasco martelou o jogo todo e perdeu no último minuto, gol do nosso Marcão, o pezão de coelho do Figueira.

As palavras do seu René reproduzem o dito militar de que “nenhum planejamento resiste ao primeiro disparo”. Começado o jogo, um desalentado, um distraído quebra a corrente, coloca tudo a perder. Contra Flamengo e Internacional, o mesmo Colorado que tomou três do Avaí, perdemos no alvorecer da refrega. Lá nos tempos do Brasil tricampeão dizia-se que fora de Curitiba nossos jogadores passavam os primeiros minutos maravilhados com o Maracanã, com o Morumbi, com o Pelé, com o Ademir da Guia, quando acordavam para o jogo o placar já ia longe. Não é mais o caso.

Pelés inexistem, melhor que a nossa arena difícil encontrar. Quem sabe umas loirinhas na primeira fila possam distrair a atenção. Fora essa justificativa cinco estrelas, péssimos rendimentos em início de partida, a submissão ao sufoco, a dificuldade para jogar não encontram qualquer amparo em futebol em que tudo se vê, o adversário é conhecido em detalhes, tudo poder ser previsto, antídotos administrados para todos os venenos. Perder pode, é do jogo, entregar a partida é crime de lesa pátria.

Pego jornal de distribuição gratuita e leio que o Atlético do seu MM tem na “força energética” a base dos seus bons resultados. Amanhã tem Atlético e Galo no Independência. Boa oportunidade para medir o valor dessa força. Vamos ver.