Existem
treinadores bons de entrevista, um deles é seu René Simões, hoje técnico do
Figueira. Antes de Figueira e Vasco, perguntado sobre o jogo de duas equipes
vindas de ótimos resultados em meio de semana, ressaltou os desempenhos
passados, mas mostrou sua dúvida sobre as performances do dia, como se os
ânimos estivessem fora de controle do treinador. “Vamos ver” afirmou. O Vasco
martelou o jogo todo e perdeu no último minuto, gol do nosso Marcão, o pezão de
coelho do Figueira.
As
palavras do seu René reproduzem o dito militar de que “nenhum planejamento
resiste ao primeiro disparo”. Começado o jogo, um desalentado, um distraído quebra
a corrente, coloca tudo a perder. Contra Flamengo e Internacional, o mesmo Colorado
que tomou três do Avaí, perdemos no alvorecer da refrega. Lá nos tempos do
Brasil tricampeão dizia-se que fora de Curitiba nossos jogadores passavam os
primeiros minutos maravilhados com o Maracanã, com o Morumbi, com o Pelé, com o
Ademir da Guia, quando acordavam para o jogo o placar já ia longe. Não é mais o
caso.
Pelés
inexistem, melhor que a nossa arena difícil encontrar. Quem sabe umas loirinhas
na primeira fila possam distrair a atenção. Fora essa justificativa cinco
estrelas, péssimos rendimentos em início de partida, a submissão ao sufoco, a
dificuldade para jogar não encontram qualquer amparo em futebol em que tudo se
vê, o adversário é conhecido em detalhes, tudo poder ser previsto, antídotos
administrados para todos os venenos. Perder pode, é do jogo, entregar a partida
é crime de lesa pátria.
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