sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

UMA LIBERTADORES PARA GANHAR

Nas redes sociais, o nosso querido Don Miguel sofre ataque feroz. O mínimo que se diz é que é “fraquinho, fraquinho”. Grande parte do desconforto do torcedor vem da entrada em campo de Adriano já nos minutos finais da partida contra o Velez, quando nada mais poderia fazer. Sem dúvida, errou o treinador.

Treinadores erram mesmo. Para que seja feita uma análise honesta da situação, ter-se-ia que saber se não houve intervenção científica determinante do momento da entrada do imperador. O Atlético tem uns cientistas, que, de vez em quando, atropelam o professor.

Quem não lembra de Washington no banco em final de campeonato contra os coxas por ingerência de alguém com jaleco branco e óculos de fundo de garrafa. Aliás, mais uma final que perdemos. Com o conhecimento em mãos, poderíamos analisar melhor. Sem ele, julgar com honestidade, impossível.

Em sua defesa, Don Miguel vem advogando entrevista após entrevista. Os jogadores chegam com atraso, o grupo não está completo, o time está fora do Paranaense, não joga, difícil ganhar ritmo de competição. Está apontando erros que estão além da sua competência, se coloca Mirabaje para jogar com poucos dias de clube é por que as demais soluções, a seu ver, não são soluções.

Defendi Mirabaje como substituto de Everton e tomei mil bordunadas. Prezado amigo diz que Everton consegue matar a bola, dar um drible, passar e receber na frente. Enfim, Everton faz o que qualquer jogador mediano deveria fazer. A afirmação do amigo só nos alerta para o baixo nível do nosso futebol.

Posso estar errado com Mirabaje, como errei com Mérida. Nos parcos minutos que vi Mérida em campo, suspeitei nele jogador com capacidade para armar o Atlético. Minha suspeita não vingou, uma pena. Ando ruim de suspeitas.

Ao analisar o Atlético faz-se necessário extremo cuidado. O time está em formação, joga de duas em duas semanas, quem entra tem que mostrar serviço em minutos, resolver problemas, quem pode resolver, diz ter condições de jogar um tempo, dorme no banco, ninguém sabe o nível de influência dos demais departamentos. Nesse ambiente, queimar treinador, jogadores, pode ser precoce demais.

Dizem que sou otimista. Com o Atlético, se você for pessimista cai fulminado na primeira esquina. O negócio é ter fé. No país em que quadrilhas togadas absolvem quadrilhas em ternos Pierre Cardin, e o povo bate palmas, o melhor é escolher um corner para viver, esquecer o resto e primar pelo otimismo. O meu corner é o Furacão, e vamos que vamos, temos uma Libertadores para ganhar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

QUEM ESCALA É O PROFESSOR

Digo que temos ausências importantes, contratações são necessárias, e o amigo grita por um zagueiro e um dez. Zagueiros sempre estiveram em falta, raro tivemos zagueiros de qualidade sobrando, por vezes dois de bom nível, os reservas nunca do mesmo patamar. Dez, tivemos alguns bem interessantes.

Porém, se alguém hoje colocar a camisa dez no Atlético é por indicação de numerologista, para dar sorte, nada a ver com a capacidade de tocar a jangada. Estou sendo radical, Mosquito é um dez natural, Nathan outro representante da classe dos criativos? Tudo bem, eu acredito, torço para que seja verdade.

Li entrevista de Don Miguel ressaltando a importância dos volantes, destacando a possibilidade da chegada desses jogadores no ataque, alternativa para a ausência de armadores de ofício. Acredito na boa fé do treinador. Todos sabemos que volantes com real qualidade para chegar ao ataque, fazer uma assistência, entrar na área para fazer gol, são a mosca branca do futebol, quem tem um, tem um tesouro. Don MIguel faz do limão a limonada.

No Atlético, já vi volantes fazendo gol, mas nunca os vi fazendo assistência. O problema está na formação, volante tem que marcar, passar cinco metros, guardar posição. Como toda regra tem exceção, outro dia vi Otávio fazer passe perfeito para Zezinho servir Crislan em gol atleticano. O amigo pensou em Hernani? Acho o oito mais dez do que cinco. Eu o avançaria no campo.

Sem dez na prateleira, tem que comprar, ou acreditar nos meninos. Do jogo com o Velez, fiquei com a impressão que MIrabaje pode fazer com folga a função que Everton exercia no time de Mancini. Natanael é muito superior a Botelho. Temos um lado esquerdo melhor. Trocando volante por dez de ofício, voltando Marcelo, alternando Ederson e Adriano, o ataque se fortalece.

Vou ficando otimista, esquecendo o grito do amigo, a falta dos zagueiros, a busca pelo dez indispensável, e o básico do básico, quem escala é o professor.   

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL

Fiquei louco de animado para ver o jogo contra o Velez, talvez fosse melhor não ter visto. Gostei de quase nada, alguns bons momentos de troca de passes e foi só. Acho que esse é o legado que Don Miguel deixará no Furacão, momentos de consciente troca de passes. Nada mais que isso.

Armado para defender, aconteceu o que tinha que acontecer. O Atlético foi inoperante no ataque, submetido à pressão do Velez, um time de qualidade apenas mediana, perdeu merecidamente, foi vítima de armação equivocada e do melhor entrosamento argentino.

Estou atirando Don Miguel aos leões, melhor, aos touros? Para ser sincero, achei o time mal armado, com poder de ataque quase nulo, o gol atleticano só sairia com monumental falha defensiva, o que a experiente zaga portenha não permitiu. Assim, a derrota esperada ficou mais próxima de acontecer. Don Miguel teve sim participação importante no dois a zero argentino.

Os jogadores correram atrás, se esforçaram, falharam, perderam para um time organizado. A organização costuma superar o esforço com folga, foi o que se viu em Buenos Aires. A organização no futebol presume a existência de armadores, gente que saiba pensar o jogo, gente que o Atlético não tem. Se não tem, sobra para outros a responsabilidade pelo resultado, Don Miguel vai ter companheiros para dividir as bocadas leoninas.

Don Miguel merece umas bocadas a mais por ter demorado tanto a colocar Adriano no jogo. Salvo ordem de algum departamento atleticano, o treinador foi de uma infelicidade tremenda, a imagem do “Agora?” do imperador vai correr o mundo.

 O elenco atleticano tem ausências importantes, contratações são necessárias, não estou pensando em Libertadores, estou pensando em Brasileiro. Os graúdos já provaram ter dificuldade para tocar a meiúca, as crianças são uma incógnita, não podemos viver de três volantes para sempre. O jeito é ir às compras, o mais rápido possível.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

VER E VENCER

Bocudo, já estava com a boca no trombone, reclamando que o jogo do Furacão só iria passar no Fox Sports 2, que ninguém vê, e o amigo Edson me tranquiliza, informa que o apelo dos torcedores funcionou, o nascimento de um dos maiores clássicos do cone sul será transmitido também pelo Fox Sports. Passei a adorar o canal, vai tornar a Libertadores visível para milhares de atleticanos.

Um Hip! Hurra! para o Fox Sports. Assim, às 19:30, estarei aboletado na minha poltrona jogadeira, aguardando o início da pelada, agarrado a todos os santos, o punhadinho de remédios salvadores tomado com meia hora de antecedência. E vamos pro jogo.

Jogar em Buenos Aires é missão para Tom Cruise e companhia, tornar possível o impossível. Se Ethan Hunt, o personagem de Cruise, e sua equipe conseguem dar conta de ameaça nuclear terrorista sem apoio tático, sem contatos, totalmente no escuro, por que Manoel e seus dez agentes camuflados em vermelho e preto não conseguirão desmontar o Vélez no José Amalfitani?

Sem Cleberson lesionado, o Furacão deve jogar com Weverton; Sueliton, Manoel, Dráusio e Natanael; Deivid, Paulinho Dias, João Paulo e Fran Mérida; Mosquito e Éderson. Um time defensivo, como deve ser, espero em condições de jogar no ataque, incomodar o time portenho, lutar na defesa 90 minutos, invariavelmente acaba em derrota. Don Miguel sabe disso.

Suportar a pressão, trocar passes, ter posse de bola, contra-atacar com perigo, lançar a dúvida na mente do torcedor portenho são fatores que podem levar ao sucesso. No momento decisivo entrar com Adriano, só para segurar defensores, trazer lembranças de um Brasil e Argentina que o imperador empatou nos últimos minutos, as penalidades nos deram uma Copa América perdida.

Os jogadores atleticanos treinaram no CT do Boca, assistiram jogo na Bombonera, estão vivendo um sonho. O clima emocional é ótimo, o time segurou Inter e Grêmio na Copa do Brasil em 2013, jogar no exterior não é problema. No fundo, no fundo, jogar contra time argentino é jogar contra colorados e tricolores do outro lado do rio. O melhor de tudo é que vamos ver, ver e vencer.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

AINDA RESPIRANDO

Figurinha nova no Ventania contra o Arapongas: Nathan. O menino que joga mais com a canarinho do que com a rubro-negra, entra para salvar Petkovic. Já que não vamos ver o Furacão terça-feira, vítimas do tal Fox 2, vamos aproveitar o domingo e ver Nathan, antes que sejamos vítimas de empresários, da lei Pelé, de tantos outros interessados e percamos seu futebol.

O piá joga mesmo. Petkovic armou um 4231, o ataque com Zezinho pela direita, Marcos Guilherme pelo centro, Nathan pela esquerda, Crislan fixo, Sidcley, Mario Sérgio e Hernani com liberdade para avançar. Desse jeito, precisando ganhar, o time dominou o Arapongas e seus três volantes.

As jogadas pelos lados se repetiram, Hernani mandou uma bala de fora, Sidcley foi entrando, entrando, finalizou fraco, Marcos Guilherme perdeu dois seguidos, Nathan entrou pela esquerda, simulou cruzar de direita, cortou para o fundo, levou uma rasteira, pênalti. Simples e eficiente. Hernani bateu bem e marcou.

O Arapongas deixou um volante no vestiário e voltou atacando. Zezinho virou terceiro volante, foi substituído por Juninho. O Atlético demora na recomposição defensiva, Sidcley dá espaço na marcação, a ave começa a se assanhar.

Pergunto se alguém conhece um santo sérvio para quem eu possa fazer um pedido. Como ninguém sabe vou de Santo Estanislau, um polaco considerado anjo da infância e ataco de pedir: Santo Estanislau, Santo Estanislau, ajuda o Petkovic para que eu não tenha um chilique.

Marcos Guilherme passou a Nathan, foi atropelado pelo goleiro e a excelência não viu, só ela não viu. Machucado Nathan é substituído por Harrison. Isso meu santo. Sidcley entra pela esquerda, passa a Harrison, um toque lindo para Crislan, dois a zero. Dizem que Harrison não gosta de treinar. É um desperdício.

Guilherme entrou no lugar de Hernani, voltamos ao esquema ofensivo, obrigado meu santo. Guilherme passa a Marcos Guilherme, o terceiro ele não perde, Ventania três a zero. É só deixar o tempo passar. 

O santo ajudou, Sidcley está pronto, Nathan mostrou inteligência, Crislan quando recebeu em condições guardou. Vamos em frente, quase afogados, ainda respirando.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

HÁ MUITO TEMPO

Vejo o jogo com a bateia na mão, faiscando o cascalho velho, nem tão velho, o Atlético voltou ao passado, tirou as turbinas, voltou com os meninos, deixou apenas a experiência de Zezinho para tocar a jangada.

Como nada esperava do resultado, o Londrina é melhor, seria natural sua vitória, dediquei meu tempo a enxergar lampejos na apresentação rubro-negra. E o que vi? Vi bons momentos de Crislan, Sidcley e Otávio.

Crislan briga solitário, sabe driblar, passar, chuta bem de fora, é calmo na frente do goleiro. Sidcley é uma força ofensiva, vai para cima, dribla bem no lance parado, chega fácil à porta do gol. Otávio é bom marcador, tem boa visão para o passe longo, tem que se livrar da bola quando pressionado, às vezes insiste no drible na frente da área, um perigo para um volante.

Excluindo Zezinho, de dez achei três. Excelente. O amigo vai dizer que esqueci Marcos Guilherme, a joia do cajueiro. Penso que Marquinhos tem que ser orientado a sair da marcação, colocar-se para receber a bola com alguma liberdade, dar chance para que os volantes o encontrem em campo. Do jeito que está, pouco aparece, é mais eficiente dentro da área do que na função que deve exercer. É muito novo, sabe jogar, precisa ser orientado, ainda não brilhou.

Vamos para o jogo. Um bom primeiro tempo, ofensivo, chances de gol perdidas, o empate do Londrina veio em jogada que caracteriza o entrosamento da equipe. Troca de passes precisa na direita, o cruzamento perfeito, o gol desenhado. Quem estava marcando na lateral esquerda? Marcos Guilherme. Alguém viu o Zico, o Rivelino, o Sócrates, o Petkovic marcando na lateral esquerda?

Um segundo tempo que era para ser muito bom, o gol logo no início, destruído pelo lance longo, o ataque a partir dos tiros de meta, o Londrina colocando atacantes, Petkovic tirando atacantes, essa matemática ingrata dá no que deu, o empate indesejado.

Rodolfo falhou no gol londrinense e saiu de campo chorando. Se os culpados da derrota tivessem que abandonar o ecológico aos prantos, teríamos lágrimas sérvias, lágrimas de delegado, ia faltar lenço na cidade. Antônio Lopes tem que contratar bons treinadores e ir ver o jogo em casa, de nada adianta fazer apostas e depois ficar aos berros no alambrado.  

O Atlético pode classificar? Pode. Se fosse eu entraria com Taiberson e Harrison, deixaria Marquinhos e Dominic no banco. O amigo vai dizer que estou corneteando. Nada irmão, se o nome do treinador do Atlético fosse Ivan Monteiro já estaria procurando emprego há muito tempo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

TOMARA SEJA HOJE

Jogo com o Londrina, promessas de desempenho superior, elogios à qualidade do elenco. Nessas peladas do Paranaense, fico de olho no ouro rubro-negro. Notícias e notas ressaltam os craques da formação, são eles que espero ver fazendo lançamentos, desarmando, assistindo, marcando gols espetaculares. Com os olhos rútilos, a boca trêmula, quero afirmar: “É ouro mesmo”.

Infelizmente, até o momento, nada vi de especial. Terminado o jogo, ligo o rádio para ouvir comentários e escuto rasgados elogios a atuações que classifiquei apenas de regulares. Pergunto-me se não estou sendo exigente demais, querendo demais de meninos em início de vida esportiva.

Acontece que o Atlético que perdeu para o Cianorte tinha uns dois ou três meninos – Lucas Alves, Marcos Guilherme, Otávio –, os demais já tem boa quilometragem, foram titulares em competições importantes, não dá para dizer que o time é sub-23, mescla jogadores experientes com jovens apontados como esperanças de excelente futebol. O cascalho novo é pouco.

Tudo tem causa. Treinador inexperiente, atraso no início do treinamento, constantes mudanças no elenco, falhas defensivas facilitando o trabalho do adversário dedicado à marcação podem explicar os resultados negativos, justificar más atuações coletivas e individuais, bloquear o brilho da pepita.

Os últimos dias foram de conversas e acertos no Caju, dizem que hoje vai. Tomara. Com a bateia na mão, quero ver o Atlético trocar passes, controlar o jogo, Marcos Guilherme não precisar voltar até a defesa para buscar a bola, o ataque incomodar o goleiro londrinense, encontrar um traço do anunciado ouro.

Petkovic precisa montar um esquema feijão com arroz, incentivar o toque-toque, dar liberdade, cobrar futebol de gente grande. O gramado é bom, dá para dominar a redondoca e acertar passes, jogar com tranquilidade, coletivamente, defendendo e atacando com solidez. Já estou deixando os três pontos de lado, querendo ver bom futebol, o despontar de um craque, um lampejo de ouro no cascalho velho. Tomara seja hoje.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

PRECISAMOS SABER

Confirmada a Copa em Curitiba, está de parabéns o cidadão curitibano, está de parabéns o Brasil. O descarte de nossa capital seria um desastre apocalíptico. Só o embate travado no seio da nossa sociedade, o retardamento levado a efeito em todas as instâncias, o jogo sujo praticado para inviabilizar o empreendimento, manchará por anos a imagem da capital ecológica.

A luta foi intensa. Os do contra, sejam quais forem seus motivos, alguns podem ter até sinceras motivações, inocentes acreditar que afastada a Copa de nossa cidade os hospitais, as creches, o metrô tornar-se-iam realidade imediata, fizeram o possível e o impossível para destruir, estão furibundos com o pronunciamento de Monsieur Valcke. Perderam.

Os a favor, liderados pelo presidente Petraglia, desde o início o mentor do projeto, até hoje à sua frente, ultrapassaram todas as barreiras e comemoram a vitória. Ave Petraglia! Ave Curitiba!

O Atlético, em nota oficial, agradeceu o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal, parceiros de primeira hora, que, sabe-se lá por que motivos desviaram seus rumos e precisaram admirar o escuro do abismo para voltarem a assumir seus compromissos e garantir a Copa em Curitiba. Ave Beto! Ave Gustavo!

Fez bem o Atlético. O abandono em meio de jornada poderia dar voz ao ódio, à palavra dura, ao rancor dos esquecidos. Assim não foi. O agradecimento abre espaço para os três novos santos subirem aos céus, aparentemente irmanados, em êxtase. São Gustavo já apareceu na internet cantando vitória.

O que se tem que entender é que a Copa trará grandes benefícios para a cidade. O Atlético, a par da soberba Arena, herdará soberba dívida, que não tinha, vai ter que gerenciar seu novo patrimônio com sabedoria para pagar seus débitos crescentes. O fogo inimigo não matou o sonho, mas deixou sequelas.

De todo o arranca-rabo fica a lição. Na corrida para o progresso, um carrega o piano, dez armadilham o caminho. Curitiba demonstrou possuir nichos poderosos capazes de obstruir qualquer empreendimento, dar ganho a qualquer causa. Daí entende-se por que as companhias do pedágio sempre vencem, o metrô não sai, as obras indispensáveis ficam no papel.

E eu que pensei que “quem manda nessa cidade” fosse a torcida atleticana. Nem pensar, quem manda aqui se esconde sorrateiro atrás de togas e ternos bem cortados, hoje amanheceram fulos da vida. Então, eu me pergunto: Quem são essas víboras peçonhentas? Precisamos saber.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EM ÊXTASE

A FIFA dará hoje, ou quando lhe der na telha, seu veredicto sobre a Copa em Curitiba. Estamos sob pressão desde a última inspeção de Monsieur Jérôme Valcke, somos presença constante nos noticiários, colocada em dúvida nossa capacidade de concluir obra para a qual tivemos todo o tempo do mundo.

Ao final do ano passado, em viagem ao México, motorista de táxi, ao saber que eu vinha de Curitiba, desandou a falar sobre a capital ecológica, conhecia tudo sobre nossa cidade. Hoje sabe que a Copa corre o risco de não acontecer na admirada capital paranaense. O vexame é muito maior do que se imagina.

Não precisávamos ter nos embrenhado neste pântano de dúvidas, nos colocado perante o planeta como os incompetentes da Copa. O bem maior, a fuga da vergonha que hoje enfrentamos, deveriam ter orientado as ações de todos aqueles capazes de influir no andamento da obra. Não foi assim.

Os mentores do nosso projeto tripartite tomam bordunadas de todos os lados. O governador, o prefeito, o presidente rubro-negro estão nas cordas. São os responsáveis, de certa forma todos cometeram erros em algum momento do processo. A Arena inacabada é uma catedral ainda sem santos.

Em defesa desses protagonistas deve-se ressaltar que ninguém poderia imaginar a quantidade de coadjuvantes empenhados em dificultar o andamento da obra. Quem tinha uma caneta Mont Blanc, uma BIC roída por molares tensos, um carimbo seboso, trabalhou dia após dia para atrasar o processo construtivo. A inesgotável força do inimigo era impossível prever.

Como bem disse Sun Tzu, se você não conhece seu inimigo, pior, se você ouve seus conselhos, corre o risco da derrota. A união em final de campanha poderá evitar a catástrofe, os coadjuvantes ainda atiram, dão pareceres negativos, mas deixaram de ser ouvidos. Não é hora de dar ouvido às cobras.

A Copa vai acontecer em Curitiba, o curitibano pode acreditar. A festa estará aqui, nós merecemos, já estamos em penitência por nossos pecados, vamos gastar o rosário e aproveitar a quermesse.

O curitibano, que ama sua cidade, deve se preparar para atender bem os visitantes, mostrar a eles que temos uma cidade magnífica, que fomos vítimas de bandidos, mas, conseguimos dar a volta por cima. Ao final de tudo, as cobras rastejarão nas sombras e três novos santos subirão aos céus, aparentemente unidos, em êxtase.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

É SÓ UM SONHO

Alongar o papo sobre a partida contra o Cianorte é pura perda de tempo. O Atlético jogou mal, tentou atacar, levou uma bola nas costas, teve sorte, levou a segunda, sofreu gol, ficou à mercê de time obstinado em marcar, perdeu.

Errando passes 90 minutos, sem acertar cinco metros, tentando quarenta, sem ser minimamente coletivo, com Zezinho entocado na ponta direita, Otávio abusando da bola longa com tremenda dificuldade, Hernani no pior dos seus dias, o Furacão foi controlado, levou o segundo em cópia do primeiro, marcou o de honra em tremenda falha do goleiro, deu vexame em Cianorte.

Da análise simples, transformada em crítica obrigatória, não escapa nem o treinador. O time, que deveria ganhar corpo com a entrada de Zezinho, jamais teve tranquilidade para girar a bola, trocar passes, esperar a brecha, construir a jogada de gol. Aloprado começou, aloprado terminou, dando cabeçadas na parede. As substituições pouco alteraram o esquema, somente o movimento de Zezinho para o meio deu algum retorno positivo.

Minha decepção maior fica por conta de Olaza, de quem falaram maravilhas, um lateral artilheiro na origem, que no Atlético não passa do meio de campo. Tem alguma coisa errada. Ainda é substituído por Léo Pereira, quando Sidcley já provou ser melhor solução. Seu Dejan precisa de uma bússola.

Em 2013, Arthur Bernardes era treinador experiente, teve um campeonato mais longo para ajeitar a equipe, aos poucos foi unindo os meninos, chegou aonde chegou. Pet é atração, tem turno diminuto para mostrar serviço, seu time é um entra e sai de jogadores, o que era para ser bom, parece ajudar pouco.

O Atlético foi muito mal individual e coletivamente. Já não fora bem contra o Coritiba. A maior atenção defensiva no clássico deu suporte necessário para o trabalho ofensivo e gols vencedores. Quando a defesa se achou, subestimou seu Elton, o Albino Turbay viu o leão comer o domador, o jogo virou festa no AT.

Sonho com a classificação do Atlético na bacia das almas, depois vida nova. Amigo, não se anime muito, é só um sonho.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

SEIS VOLANTES

A amiga avisa que esqueci Mercúrio na relação dos planetas bafando a nosso favor. Deve ter sido ele que ajudou Weverton a fazer defesa espetacular aos 17 do segundo tempo, salvando a magra vitória. O torcedor torceu, torceu, torceu, foi â loucura com a entrada de Adriano aos 40 do segundo, saiu da Vila Caldeirão feliz com os três pontos, o Furacão na ponta da tabela.

Qualquer análise do jogo cai por terra com o resultado maravilhoso. Libertadores é competição para se ganhar em casa, o Galo foi campeão ganhando no Independência, ganhamos, os resmungos do torcedor, os meus resmungos valem apenas para alongar papo, dar lucro ao vendedor de cerveja.

Falei em meus resmungos? Não gostei do jogo? Entre o jogo e o resultado, ficamos todos com o um a zero. O Atlético começou mal, deu espaço para o estronguistas, foi me assustando, até que aos 18, Ederson obrigou o goleiro a fazer ótima defesa. O lance acordou o Furacão, aos 22, Sueliton cruzou e Paulinho Dias marcou de cabeça.

A partir daí “o mais forte” tornou-se “o mais fraco”, o Atlético teve duas a três chances de marcar, fui para o sanduba do intervalo confiante, achando que estava no papo. Imaginei que os três volantes dariam a segurança necessária para manter o resultado. Deram. O placar não se alterou, mas o Strongest foi melhor, andou para empatar, o que seria uma desgraça.

A minha torcida por Mérida não funcionou, deu lugar a MIrabaje, Mosquito foi bem, saiu para a entrada de Bruno Mendes. As substituições não funcionaram, Paulinho Dias e João Paulo não foram mais vistos no ataque, o time recuou, foi para a bola longa, Weverton virou estrela do jogo. A entrada de Adriano sacudiu a Vila, aos 47, Natanael quase entorna o caldeirão. Terminou, ganhamos.

Don Miguel assinou um time defensivo, ficou clara a deficiência na armação, disse estar trabalhando com os poucos jogadores, terá mais tempo para reforçar conceitos antes da partida contra o Velez, todos os jogadores disponíveis. Poderá mudar o esquema que me atormenta?

Difícil acreditar. Se contra o fraco Strongest jogou 60 minutos na defesa, improvável se soltar em Buenos Aires. Nada a contestar, abraçado a Mercúrio, trazendo os três pontos, pode jogar até com seis volantes.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

DÁ-LHE FURACÃO

Ontem falei em estrela, em sorte e hoje tenho a comprovação de que estamos com Marte, Urano, Saturno e todos os outros planetas do horóscopo a nosso favor. Quem é o nosso primeiro adversário na Libertadores, já em Curitiba, pronto para entrar na Vila Caldeirão? The Strongest responderá o amigo de primeira.

De que país é o The Strongest? Nada entendendo o amigo resmungará, “Bolívia e daí”. E daí que até um mês atrás quem era o treinador do Bolívar, rival do tigre estronguista? O nosso prezado Don Miguel. Quem melhor pode conhecer “o mais forte” que Don Miguel? Amigos, repito, os céus conspiram a nosso favor.

Conhecer o inimigo é essencial para a obtenção da vitória. Sem dúvidas que Don Miguel conhece todas as fraquezas e fortalezas do time amarelo e negro. Com esse conhecimento e o de seus jogadores, poderá aplicar o melhor esquema para chegar à vitória. O trabalho fica muito facilitado.

Todas as vezes que tentei imaginar a escalação do time atleticano sob o comando do espanhol, dei com a cara na parede. Mesmo assim, vou arriscar: Weverton; Sueliton, Manoel, Cleberson e Natanael; Deivid, Paulinho Dias e João Paulo; Fran Mérida, Bruno Mendes e Éderson. Tomara que me esborrache de cara no chão.

Nunca gostei de três volantes, acho dois volantes o máximo admissível de anjos da guarda no meio de campo. Mais do que isso é privilegiar demais a defesa, perder poder de ataque. Assim, no meu time entraria Coutinho no lugar de Paulinho, Coutinho pela esquerda, Ederson e Mendes alternando-se pela direita e comando do ataque.

O time que eu assinaria pouco importa. Vale apenas para a conversa do botequim, o amigo tem seus onze preferidos, um Furacão para golear o Barcelona. O que vale é o time com a assinatura de Don Miguel, é por ele que temos que torcer, sem desesperos, chiliques no meio do caminho, um olho no campo, outro no céu, confiando em Marte, Urano, Saturno, torcer, torcer, torcer, intensos noventa minutos de dá-lhe Furacão.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

LAÇOS DA FÍSICA E DA BELEZA

Rei Petrus colocou sua melhor cartola, reuniu-se com o imperador Adriano calçando sua dourada chuteira e, em momento de festa mundial, acertaram os ponteiros para que o arremate sinistro do centroavante da seleção brasileira ajude o Furacão das Américas a avançar na iniciada Libertadores.

A televisão mostrou crentes e descrentes na recuperação de Adriano. Ignorâncias à parte, invejas sentidas descartadas, ficou o sentimento de esperança na volta do bom futebol do imperador. Depois da vírgula, a certeza de que tudo depende do seu comprometimento, ele é o verdadeiro dono do seu destino. Que continue fazendo boas escolhas à sombra do cajueiro.

Petraglia fez setenta anos construindo sua segunda Arena, assinando contrato com Adriano, fortalecendo o time às vésperas do início da fase de grupos da Libertadores. É fraco o presidente rubro-negro? Nem pensar. O homem é uma força, sua estrela brilha mais que a espetacular Sirius. Longa vida ao rei.

Desprezando o trabalho e a estrela de Petraglia, matéria da ESPN sobre os brasileiros na Libertadores classificou nosso Furacão como a equipe de menores pretensões na competição. Para gente que vive futebol, vive do futebol, achei a afirmação de um amadorismo, de um provincianismo abominável.

O Atlético tem hoje elenco de bom nível, com reposições compatíveis em todos os setores. Eu gostaria de articulador mais experiente, mas acho que Mérida e os meninos estão ávidos para mostrar serviço, são bem qualificados tecnicamente, vontade não vai faltar.

Podemos carecer de melhor entrosamento, algo a se ganhar na atual fase. Conseguida a classificação para as oitavas de final, vamos para o mata-mata mais fortalecidos. Com Adriano na ponta dos cascos e alguma sorte, lembrai-vos da estrela de Petraglia, tudo pode acontecer, já aconteceu antes.

Esqueci de você torcedor? Nem um segundo. Que seria de Sirius sem os milhões de estrelas do universo, a ela unidas pelos laços da física e da beleza.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O TRONO DO IMPERADOR

O atleticano amanheceu pensando em habilitar seu smart para o jogo de quinta-feira, uma corrida dura de enfrentar, uma volta no tempo em que fazíamos fila em volta da Arena para a compra de ingressos. Para ver o Furacão das Américas tudo vale à pena.

O time treina duro para o jogo contra o Strongest, nada se sabe sobre novo esquema, escalação, a novidade está nas capas de jornais, dede ontem aventada nas redes sociais. Adriano, o imperador, poderá estar dividindo o banco de reservas com nossos príncipes. É notícia para correr o mundo, estampar o nome do Atlético nos principais noticiários de esporte de todo o globo.

A jogada de marketing é espetacular, se vai dar certo em campo vamos ter que esperar para ver. Adriano é atacante dependente de preparação física, da sua força no corpo a corpo, na sua capacidade de subir para o cabeceio. Lembro de jogo entre Flamengo e Atlético em que afastou Rhodolfo com um meneio de glúteos e ficou livre para marcar de cabeça.

Cabecear com precisão, finalizar da mesma forma não esqueceu, é preciso saber se conseguiu recuperar a força para limpar o lance e ficar em condições do arremate. Vamos ver. Para o seu próprio bem como ser humano, esperemos que sim.

De olhos e ouvidos na confirmação da notícia, vamos para a luta com a telinha, com o sistema e suas lentidões, com a fila no espaço sócio Furacão. Faz parte e está para acabar. Temos poucos meses pela frente dessa dureza incrível, dentro em pouco estaremos de volta aos confortos infinitos da nossa Arena.

Amigo, olhando para trás, para esses dois últimos anos de sofrimentos, uma coisa é certa, você merece a melhor das poltronas, o trono do imperador.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FURACÃO DAS AMÉRICAS

Tem dias que você olha a escalação e tem certeza da vitória. Encorpado na defesa, com Bruno Mendes, Crislan e Coutinho no ataque, o Atlético tinha experiência e qualidade técnica superior, o tradicional rival ficaria pelo caminho ao natural. O torcedor coxa iria sacudir bracinhos, cantar marchinhas e voltar para casa de cabeça inchada. E assim pensou este escriba, e assim foi.

O Furacão vitaminado sofreu com o desentrosamento. Foi para o ataque errando passes, tendo dificuldades, sofrendo com as faltas da defesa alviverde, jamais incomodado na defesa. O gol só viria aos 37 do primeiro tempo, em penalidade máxima que excluiu da partida o coxinha Igor Leandro. Um a zero no placar, pênalti bem cobrado por Bruno Mendes, contra dez, pensei cá com os meus botões, “hoje vai de quatro”.

Não foi de quatro, mas foi de três. O Atlético continuou sofrendo com o desentrosamento, com os laterais muito presos na defesa, um exagero defensivo de Petkovic em busca da sua primeira e imprescindível vitória. Os gols vieram em jogadas centrais, Marcos Guilherme e Furlan fecharam a conta de cara para o goleiro Willian Menezes, vítima de uma defesa mais perdida que o Lio Evaristo demitido.

Não foi partida em que se viu um Atlético de grandes atuações individuais ou produção coletiva superior. Foi um Atlético de muita luta, que soube ser forte na defesa e insistir no ataque, um time experiente, paciente e focado na busca do objetivo. Um novo Ventania, motivado, com jogadores sendo testados para aproveitamento na Libertadores, a possível vaga no time de Don Miguel poderosa injeção na veia da garotada.

A goleada no clássico fecha semana especialmente positiva para o Furacão. A Libertadores justifica a aplicação do time B no Paranaense, o projeto fica melhor explicado, produtivo, o vento sopra a favor da nau rubro-negra.

Um jogo histórico na quarta, um impiedoso três a zero na coxarada no domingo, o Strongest no meio da semana, o atleticano ri de orelha a orelha, nada teme, torce para um time fabuloso, torce para o Furacão das Américas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ASSINAR O TIME

Embora questione as escalações de Don Miguel, não creio ser possível fazer avaliação realista do seu trabalho após as duas partidas que nos levaram à fase de grupos da Libertadores. Nada digo de novo, apenas reafirmo o que disse quando da sua chegada.

Don Miguel chegou ontem, teve pouco tempo para conhecer os jogadores, implantar sua filosofia de jogo, quem sabe a dimensão da influência de Antônio Lopes no seu dia a dia. Pode ser nenhuma, pode ser imensa. Quem sabe? Se não sabemos, como avaliar?

O time de 2013 perdeu jogadores importantes. Luiz Alberto segurava o posicionamento da defesa, perdida em Lima, Baier fazia a ligação com o ataque, até agora uma dúvida, Everton uma formiga tática mais rápida e incisiva que Zezinho. Ninguém pode negar a importância de cada um no ano de sucesso.

Porém, nada a lamentar com suas saídas, chega de chororô, vamos colocar os meninos para jogar. Don Miguel o fez, vários estiverem em campo, outros presentes no banco. No lance do segundo final, Nathan e Mosquito foram fundamentais. Crédito para Don Miguel.

Fato é que o Furacão ainda não apresentou um esquema de jogo definido que se possa dizer leve a assinatura do treinador. No jogo em Lima, um Frankenstein carregado de velhos defeitos, difícil acreditar que perdeu só de dois a um. Em Curitiba, a defesa mais acertada, um meio incapaz de levar a bola ao ataque, daí a volta da ligação direta, retorno a momento ruim da fase Mancini.

O amigo pode não acreditar, mas no primeiro jogo, pensei ver um Atlético trocando bem passes, identifiquei na melhora a participação de Don Miguel. Na primeira fase do jogo histórico, o time optou pelo lance longo, um retrocesso. Na fase derradeira, mais transpiração do que organização. Era o que dava para fazer, tinha que ser feito, deu certo, nada que possa glorificar o treinador.

Depois desses dois jogos, Don Miguel já conhece jogadores, já os viu combater o pior dos combates, reagir às piores situações. Sabe tudo de Furacão. Agora quero ver time com sua assinatura, simples na escalação, seguro na defesa, envolvente na troca de passes, mortal na finalização. Quero muito do espanhol? Nada, dei-lhe todas as chances, sou um homem bom, paciente, dou a ele uma semana para assinar o time.  

 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

TIME DOS MENINOS

Jogo de Libertadores, histórico, heroico. Torcedor atleticano que chega aos 60 com o coração sem traumas, sem entupimentos terríveis, fibrilações constantes, extrassístoles intensas deveria ser alvo de estudos nos centros médicos mais avançados do mundo. É dono de genética superior. Um super-homem.

O Hino fez minha confiança descer uns mil metros do alto do Aconcágua. Sueliton estava lá onde eu queria, mas onde estava Mérida, Zezinho ia tocar solitário a criação atleticana? É muito para ele. Os três atacantes me deram um alento. Aos 18 minutos, Zezinho e Balbin, aos empurrões, foram expulsos pelo paraguaio do apito. Se já estava difícil, iria piorar.

O primeiro tempo foi igual, cartões amarelos distribuídos com fartura, o dez contra dez não facilita, as chances de gol poucas, o Atlético mais presente, o tempo passa e eu quero Mérida no meio de campo. Ficou para o segundo.

Com a saída de Coutinho, Mérida foi jogar na intermediária ofensiva, fazer o que chamam de um, e mostrou serviço. Acertou passes, foi forte no tranco, aos 15 bateu a falta na cabeça de Manoel para o primeiro gol. Estivemos na fase de grupos por segundos. Falta a favor do Sporting, bola atravessada na área, Ávila empata em impedimento claro. Olha as minhas fibrilações aparecendo.

Don Miguel vai colocando os meninos, Paulinho Dias por Mosquito, Sueliton por Nathan, é o tudo ou nada. Cleberson e Manoel vão jogar depois da linha do meio de campo, o Sporting perde mais um expulso, Mosquito e Nathan movimentam-se pelos lados, Natanael bem avançado, o Atlético fecha o cerco, parece desorganizado, mas em todo momento tem de 3 a 4 jogadores dentro da área. É assim mesmo. Vai dar.

Faltando 30 segundos, o Sporting tem lateral no ataque, o jogo acabou. Nem pensar. Lateral cobrado, Mosquito recupera, a bola chega em Mérida, daí a Nathan na direita, o menino não cruza, dribla, passa a Mosquito fora da área, o chute sai forte, o goleiro bate roupa, sobra para Mérida, de novo o chute forte, nova defesa, a bola se oferece para Nathan, o chute colocado, alguém desvia, Cleberson vai marcar, um santo estica o braço, é pênalti.

Ederson, o mortal Ederson, bate e é gol. Vamos para as penalidades. Em Lima, o torcedor peruano, que tocava El Condor Pasa com sua flauta irritante, tem um primeiro chilique.

Na quarta cobrança, Nathan perdeu, Deivid já tinha perdido uma. O Sporting tinha duas oportunidades para fazer o gol do passaporte. Weverton defendeu uma, Natanael marcou, a quinta peruana foi parar no rio Belém. Agora são minhas extrassístoles que incomodam. Na sétima cobrança Manoel colocou no canto, o andino bateu na trave. Passamos de fase. O peruano jogou a flauta pela janela, a família chamou el listo atendimiento.

O time foi corajoso o tempo todo, insistente, raçudo, mereceu vencer. A desorganização em final de jogo foi natural, não podia ser diferente. Vamos em frente, sem brigas, sem bate-bocas, sejamos superiores, unidos, vamos seguir o exemplo do time dos meninos.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MAIS ALTA QUE O ACONCÁGUA

Escutei com atenção a entrevista de Don Miguel na TV CAP. Perguntado como fazer para passar de fase, a resposta merece ovação emocionada: “Haciendo las cosas simples”. Rufem os tambores rubro-negros de todos os quadrantes, preparem os rojões, estamos no caminho certo.

Na sequência, falou em corrigir a defesa, acertar as distâncias entre as linhas. Don Miguel viu o mesmo jogo que todos os atleticanos viram roendo as unhas.  Amigos, rufem os tambores novamente.

Qual deverá ser a intenção do treinador peruano? Segurar na defesa e tentar matar o jogo aproveitando-se do avanço da defesa atleticana. Na mais cruel das traições, deixar atacantes impedidos e passar a bola para quem vem de trás, ardil que funcionou várias vezes em Lima. Atenta para a armadilha, sem os absurdos avanços de Manoel, a defesa pode manter o zero no placar.

Fica então para o ataque fazer sua parte. Aí, fazer a coisa simples recomenda mudança de nomes e de posicionamentos na escalação rubro-negra. Quem sabe Sueliton na lateral-direita, Fran Mérida e Zezinho na ligação, Ederson e Marcelo na frente. Com os laterais atuando pelos lados do campo, Zezinho e Mérida se aproximando da área, melhoram muito as chances do indispensável gol rubro-negro. Vamos ver quem canta o Hino.

Don Miguel segue falando em jogar com inteligência, inteligência que propicia o controle do jogo, o passe certo, evita cartões, especialmente os vermelhos. Para fechar, fala na importância da torcida para fortalecer o ânimo do jovem time atleticano, nada mais, nada menos, que o maná que cai dos céus.

Amigos, salvo surpresa ao cantar do Hino, que nos afaste desse roteiro vitorioso, acho que estamos com o pé na fase de grupos. Vamos lá, gritemos como tenores premiados, rufemos os tambores como ritmistas da saudosa Acadêmicos da Sapolândia, estou cheio de fé, com a confiança mais alta que o Aconcágua.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O MANÁ QUE CAI DOS CÉUS

Acompanho o drama da habilitação dos smarts e lembro do último jogo que assisti na Arena, a vitória no Atletiba, última rodada do Brasileiro de 2011. Contando nos dedos, estamos há dois longos anos fora de casa, peregrinando por campinhos de terceiro mundo, pagando para não ver, por vezes impedidos pela avalanche de fieis rubro-negros, empenhados em garantir seu lugar nas toscas arquibancadas cedidas a peso de ouro.

Tínhamos uma casa de primeiro mundo, mais uns trocados e a teríamos pronta. Veio a Copa, os tais cadernos de encargos e tudo teve que vir abaixo para o atendimento das cláusulas da toda poderosa FIFA. Monsieur Jérome tem razão ao dizer que a FIFA não pediu doze estádios, foi do governo brasileiro a opção pela abundância, mas a Baixada é exemplo de que seus cadernos são um abuso, uma desnecessidade onerosa para os países a sediar a Copa.

A conclusão da Baixada, melhoras no Morumbi, no Maraca, no Beira-Rio, no Mineirão, no Serra Dourada, no Mané Garrincha, uma nova Fonte Nova e teríamos oito estádios em ótimas condições de tocar a competição. Alguns bilhões a menos na conta da viúva.

Não adianta reclamar do leite derramado, apenas salientar que dona FIFA não pode fugir da responsabilidade pela gastança, seus cadernos de encargos, dignos das mil e uma noites, contribuíram muito para a queima de recursos.

Nesses dois anos de peregrinação pela aridez do deserto, o atleticano se mostrou fiel e o senhor da bola tem recompensado sua fidelidade. Duas finais de Paranaense, uma com o Super-23, o retorno à série A, a final da Copa do Brasil, a volta à Libertadores pelo caminho da pré-Lib. São realizações importantes à par da luta pela Terra Prometida tão aguardada.

Uma boa vitória amanhã e fincamos pé definitivamente na maior competição das Américas. O atleticano, que se engalfinha pela habilitação de seus smarts, tem que entender a importância da sua presença na Vila Caldeirão. O jogo vale tudo, ele tem que contribuir com seu grito permanente para a conquista da vaga definitiva.

No primeiro jogo da final da Copa do Brasil, na mesma Vila, a torcida emudeceu, não foi fiel à sua história, permitiu ao Flamengo sair daqui com ótimo resultado. No Rio, a torcida recuperou seu brilho, deu show, não adiantava mais.

A hora é agora torcedor, os noventa minutos são decisivos. Se te incomoda o gol adversário, se tua voz se cala frente à vicissitude, passe o smart para alguém mais alentado, ou crie coragem, ponha o temor de lado e grite com força de furacão, empurre esse time minuto a minuto, a tua força nos levará à vitória.

Você torcedor é o representante de uma raça que vem de longe, das durezas infinitas, dos apoios tremendos, dos sucessos arrancados a cantos e bandeiraços. Vamos lá, seja digno do seu passado, carregue esse time no seu coração, faça-o ultrapassar barreiras, lutar sem tréguas, no meio do deserto, tua voz é o maná que cai dos céus.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

NINGUÉM AGUENTA

De monstrengo em monstrengo, vamos sofrendo. Depois de Don Miguel, que colocou lateral no meio de campo e volante na lateral, a nossa simpática atração sérvia colocou volante na lateral-direita e zagueiro na esquerda. Resultado, dois a um para o Leão da estradinha.

Amigos, ou isso é coisa feita, ou é coisa de empresário forte.

Nas escolas em que as notas são dadas por menção, por exemplo, muito bom (MB), bom (B) etc, diz-se que inventar começa com I de insuficiente e termina com R de regular, as duas piores notas possíveis. É simples, para tudo existem leis, regras básicas, no futebol não é diferente. Bateu de frente com o princípio, a vaca vai para o brejo.

O Atlético chegado a inovar, outro verbo a começar com I e terminar com R, agora deu para contratar treinadores que trazem na bagagem vistoso chapéu-inventor e desandam a fazer uso da geringonça a cada jogo.

Os resultados até agora não chegaram sequer ao regular, são insuficientes atrás de insuficientes. Alguém no Caju, pago para dar pitaco, nem precisa falar, deixa um bilhetinho na mesa do Henry Ford da bola, um curto “faz o simples, por favor” e vamos tirar pelo menos um B.

Para quem deseja elogiar jogador, motivar torcida, dar moral à garotada, nada havia de bom a falar do jogo contra o Rio Branco até seu Pet começar a substituir.

Então, entraram laterais de ofício e demorou pouco para o monstrengo dominado pelo leão mudar de atitude, passar a incomodar o goleiro Thiago Rodrigues, até o escondido Mosquito apareceu, marcou belo gol e colocou o Furacão a um passo do empate.

Infelizmente, os vinte minutos finais foram poucos para dar jeito na encrenca criada sem a menor necessidade. Perdemos. Acostumado, troquei de canal, fazendo de conta que nada tinha acontecido, levantei, dei um chute no pé da mesa e quase fui parar na emergência ortopédica.

Alguém tem que acabar com a invenção no Atlético, colocar cada macaco no seu galho, enquanto é tempo, enquanto a atração ainda tem alguma graça. Por mais distante se tenha conseguido colocar a torcida do Paranaense, ela tem lá seus limites. Tirar insuficiente todo dia, ninguém aguenta.