Treinadores erram mesmo.
Para que seja feita uma análise honesta da situação, ter-se-ia que saber se não
houve intervenção científica determinante do momento da entrada do imperador. O
Atlético tem uns cientistas, que, de vez em quando, atropelam o professor.
Quem não lembra de
Washington no banco em final de campeonato contra os coxas por ingerência de
alguém com jaleco branco e óculos de fundo de garrafa. Aliás, mais uma final
que perdemos. Com o conhecimento em mãos, poderíamos analisar melhor. Sem ele,
julgar com honestidade, impossível.
Em sua defesa, Don
Miguel vem advogando entrevista após entrevista. Os jogadores chegam com
atraso, o grupo não está completo, o time está fora do Paranaense, não joga,
difícil ganhar ritmo de competição. Está apontando erros que estão além da sua
competência, se coloca Mirabaje para jogar com poucos dias de clube é por que
as demais soluções, a seu ver, não são soluções.
Defendi Mirabaje como
substituto de Everton e tomei mil bordunadas. Prezado amigo diz que Everton
consegue matar a bola, dar um drible, passar e receber na frente. Enfim,
Everton faz o que qualquer jogador mediano deveria fazer. A afirmação do amigo
só nos alerta para o baixo nível do nosso futebol.
Posso estar errado com
Mirabaje, como errei com Mérida. Nos parcos minutos que vi Mérida em campo,
suspeitei nele jogador com capacidade para armar o Atlético. Minha suspeita não
vingou, uma pena. Ando ruim de suspeitas.
Ao analisar o Atlético
faz-se necessário extremo cuidado. O time está em formação, joga de duas em
duas semanas, quem entra tem que mostrar serviço em minutos, resolver
problemas, quem pode resolver, diz ter condições de jogar um tempo, dorme no
banco, ninguém sabe o nível de influência dos demais departamentos. Nesse
ambiente, queimar treinador, jogadores, pode ser precoce demais.
Dizem que sou otimista.
Com o Atlético, se você for pessimista cai fulminado na primeira esquina. O
negócio é ter fé. No país em que quadrilhas togadas absolvem quadrilhas em
ternos Pierre Cardin, e o povo bate palmas, o melhor é escolher um corner para
viver, esquecer o resto e primar pelo otimismo. O meu corner é o Furacão, e
vamos que vamos, temos uma Libertadores para ganhar.