terça-feira, 30 de abril de 2013

JOGOS DE ARREPIAR

No dia 12 de dezembro passado, escrevi em ECOS DA UTI: “A boa notícia é a pré-temporada do Sub-23. Colocar os ‘aspirantes’ para jogar o estadual, dando tempo para que os titulares se preparem com tranquilidade para as competições nacionais é ótima ideia. Vai dar certo. Os times do interior são muito fracos, com boa preparação é dever ganhar de todos, passar por cima. O Paraná... pode fazer uma traquinagem. O resultado final depende, como sempre, do jogo com o Coritiba. Aí é jogar a moeda para cima”.

O Paraná não fez traquinagem nenhuma, fizemos um grande segundo turno, jogamos a moeda para o alto no Atletiba, ganhamos com méritos, resultado, somos campeões, estamos na final.

Tinha tanta confiança na campanha do Sub-23 que o péssimo começo de campeonato me deixou apreensivo. Não podia estar tão errado. Ser campeão do turno, o “passar por cima” podia ser um exagero, mas beirar a queda para a segunda divisão impossível. A chegada à final provou minha sanidade.

Agora são dois Atletibas, o coxa com todas as vantagens.

Atlético e Coritiba se conhecem perfeitamente. O coxa está com a guarda alta, ainda magoado com o 3 a 1, o baile na Boqueixada deixou sequelas graves. O Sr. Rafinha e sua boca grande revoltada fala da revanche para qualquer microfone. Alex aceitou ser poupado contra o Sousa da Paraíba, muito diferente de Seedorf que faz questão de jogar pelo Botafogo contra o CRB nas vésperas da decisão da Taça Rio. Cada um conhece suas fragilidades, joga com elas.

O Furacão foi do céu ao inferno em sete dias, saiu de Ponta Grossa com a taça na mão e o as chuteiras pegando fogo. O jogo contra o Operário lembra derrota sofrida pelo Corinthians às vésperas da viagem ao Japão, 3 a 1 para o segundo time do São Paulo.

O timão arrogante, com banca de campeão do segundo turno do Brasileiro, colocou as barbas de molho, o elenco encarou a simples realidade do futebol, se achou a última bolacha do pacote, rebolou, foi tirado para dançar. Resultado: viajou desacreditado, voltou campeão do mundo. Sabendo-se tirar lições do desastre, só ajuda.

É neste ponto que me apego para nivelar as forças na final. O Atlético tem melhor comando, a semana pós-derrota será duríssima, os meninos têm fé no treinador, já passaram o diabo juntos, vão cumprir suas ordens ao pé da letra, com o acréscimo da torcida insuperável, a resultante é Furacão avassalador.

Quem imagina que a final será um passeio coxa pode estar muito enganado. O amigo rubro-negro tenha fé. Salvo desequilíbrios cruciais, determinantes, acredito em dois jogos de arrepiar.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O MENINO QUE VIROU REI

O que o presidente da Federação não queria aconteceu. O Atlético é campeão do segundo turno, está na final com o Coritiba, alguém poderá dizer, graças ao Coritiba. Eu não estou nem aí, sou campeão, quero é comemorar.

A minha tarde de muito sustos começou com o gol do Londrina logo aos dois minutos no Couto Pereira. Nada bom. O resultado implica em ter de ganhar, o Furacão vai bem, tem o jogo todo para conquistar os três pontos. Vamos Furacão! Vamos Coxa! O amigo percebeu, coloquei até um C maiúsculo no Coxa. Ele não me desaponta, aos nove empata e eu fico mais tranquilo.

Minha felicidade demora pouco. Aos 23, em contra-ataque pela esquerda, gol do Fantasma. Eu não mereço. O empate serve. Vamos Atlético! Agora é o Rubro-Negro que me dá alegria. Aos 30, cobrança de falta, Foguinho cabeceia, o goleirão faz milagre, Guilherme cruza e Coutinho marca. O gol acalma, o time joga bem, Léo faz ótima partida pela direita, os cruzamentos acontecem, mas é o Operário que aos 44 e 45 perde gols feitos.

Estou confiante. A voz do vestiário vai se ouvir. A vulnerabilidade no nosso setor esquerdo defensivo vai se resolver, é hora do nosso segundo tempo matador. Infelizmente, a necessidade de ganhar, os dois bons momentos no final da fase parecem ter motivado o Fantasma doido para me assustar.

O Operário de postura defensiva no primeiro tempo e força no contragolpe sofre transformação radical. Vai ao ataque com tudo, o Atlético que tivera jogo sem oscilações contra o Alviverde cai de produção, é atacado, perde as segundas bolas, Santos salva, a trave salva, Léo salva, aos 17 a casa cai, gol do Fantasma. Cruz credo! Agora só o Coxa salva.

Será? O radinho diz que o Londrina está melhor, pressiona, estou vendo a viola em cacos quando aos dezenove, Rafinha – rubro-negro desde criancinha – vira o placar, quatro minutos depois Leandro Almeida marca e dá o título ao Furacãoooo! Eôôôô! Atléticôôô! Onde está a taça? Levaram para Ponta Grossa?

O jogo segue e o Atlético vai levando gols, o terceiro aos 32, aos 44, de pênalti o Operário fecha o placar, 4 a 1. O jogo acaba, os jogadores permanecem em campo esperando o apito final em Curitiba. Termina a partida no Couto, o presidente da Federação lamenta, o Londrina encerra bela campanha, os rubro-negros festejam em Ponta Grossa.  A taça estava lá.

Procurar as causas do placar desastroso é especular. É certo que o intervalo funcionou muito melhor para o Operário. Atacou desde o início, conseguiu o gol e se aproveitou da necessidade rubro-negra de tentar o empate. Assistindo com calma os gols da partida vejo falhas da defesa em todos eles, o primeiro idêntico a gol sofrido contra os coxas no primeiro turno. Impossível negar que todas essas falhas foram habilmente aproveitadas pelos jogadores do time da Princesa, afinal, o que nunca se pode esquecer é que o adversário joga.

Espero que o susto tremendo dado pelo Fantasma sirva para alguma coisa. O Prof. Berna vai dormir campeão, com a prancheta na mão. A empresa que tem pela frente é para Hércules nos seus melhores momentos. É possível? Claro que é. Está na Bíblia. É só procurar a história de um tal Davi, o menino que virou rei.

 

domingo, 28 de abril de 2013

FURACÃO CAMPEÃO

Às dez horas fui para o computador e cliquei na Rádio CAP esperando a transmissão do jogo-treino contra o Joinville. Nada. Uma pena. No final da manhã fiquei sabendo do 2 a 2, outra decepção. O resultado não motiva, serve “para tirar coisas boas e também avaliações boas para corrigirmos já durante o trabalho da próxima semana” como afirmou Nhô Drub. Tomara.

O que não se vê, não se ouve, não se critica. Fico na expectativa de mais um jogo-treino quem sabe contra o Paraná, no dia do Trabalho, com direito a torcida para comemorar o acordo entre os dois presidentes. É o meu conselho. Os melhores momentos na TV CAP  mostram o Joinville perdendo chances de gol. O Furacão precisa jogar.

Amigos, de novo, bestial. O presidente da Federação declarou em entrevista ao jornal Gazeta do Povo que “o futebol do Paraná perderá muito” com dois Atletibas na decisão. “Os jogos não terão transmissão da tevê e o público será menor, com um dos clássicos jogados no máximo para 8 mil pessoas”, argumenta. “O cartão de visitas [para patrocinadores] de 2014 é o Paranaense do ano anterior. O prejuízo é total”.

Essa é a declaração mais destrambelhada e inoportuna às vésperas de uma decisão da história do futebol brasileiro. O que o presidente disse é que prefere o Tubarão na final. Só faltou pedir para a arbitragem dar um jeito no problema. Assume a responsabilidade por todos os erros de arbitragem que eventualmente venham a colocar o Londrina na decisão. Amigos, repito os patrícios, bestial.

Os meninos já estão em Ponta Grossa. A semana foi produtiva, nada mais que o polimento de time que sofreu para atingir a maturidade, tornou-se adulto e tem no esforço coletivo a solução de seus problemas.

A vida adulta implica no trabalho árduo orientado pela serenidade do pensamento. O jogo será difícil, como tantos outros, os meninos sabem da necessidade de jogar futebol, sempre na bola, esquecer a arbitragem, lutar até o último minuto, como tantas outras vezes.

Com o passar dos jogos aprendi a ter confiança no Prof. Berna e na comissão técnica atleticana, por certo com eficiente participação do delegado Lopes. A torcida aprendeu a respeitar os meninos, viu neles a força do velho Furacão de Caju, Jackson, Djalma Santos, Bellini, Sicupira, Assis, Ozéias, Flávio, Cocito, Kléber, Alex Mineiro, todos campeões vestindo o manto sagrado rubro-negro. 

Dizer que o jogo vai ser difícil é repetir o óbvio. Qualquer jogo é difícil, o Brasil do Felipão sofre para empatar com o Chile. A piazada têm todas as condições para tornar fácil o difícil, juntar nomes à minha relação de ídolos. Se depender da minha certeza, hoje é dia de festa, dia de Furacão campeão. 

 

sábado, 27 de abril de 2013

DENTRO DE CASA

Nesta semana o futebol toque-toque espanhol tomou duas sapatadas da objetividade alemã que obrigam a repensar o futebol. É neste cenário em modificação que o Atlético joga hoje contra o Joinville no CT do Caju já sabendo quem irá enfrentar na sequência da Copa do Brasil. É o América de Natal do técnico Bob Fernandes, aquele com breve passagem pelo Rubro-Negro no ano das sombras de 2011.

O Dragão garantiu a passagem da 1ª fase, que não conseguia desde 2007, ganhando as duas partidas do Ji-Paraná de Rondônia, as duas pelo placar mínimo, a segunda com gol do Sub-23 Tiago Adan em rebote de penalidade batida na trave pelo nosso velho conhecido Netinho.

Invicto a quinze partidas, liderando com folga a Copa Cidade de Natal, o time vem sofrendo com a falta de gols. No jogo em Goianinha, o gol maracujá só foi acontecer aos 39 do segundo tempo, mesmo a equipe tendo efetivo controle da partida durante os 90 minutos.

Em 2012, Atlético e América se encontraram duas vezes pela Série B. A primeira no Nazarenão, com vitória rubro-negra por 2 a 0, dois gols de Marcão, na estréia da dupla sertaneja Nhô Drub e Zé Alberto no comando da equipe. No Janguito, a quatro rodadas do final do campeonato, precisando uma barbaridade, o empate de 1 a 1 jogou água fria no torcedor eufórico logo após a grande vitória contra o São Caetano no Anacleto Campanella.

O primeiro jogo marcado para 9 de maio colocará frente a frente dois técnicos com alguma permanência na direção de suas equipes e duas equipes muito diferentes no aspecto patrimonial, o que pouco significa em se tratando de futebol, menos ainda quando o assunto é Copa do Brasil.

O amigo deve ter estranhado ao ler que o Atlético joga hoje contra o Joinville, o mais correto seria o Atlético treina contra o time da Manchester catarinense. Fui traído pela vontade.

Gostaria que o Atlético fizesse realmente um jogo nesta manhã de sábado, intenso, com no máximo três substituições, tentasse transformar os meses de treinamento em dinâmica produtiva, na vertical do ataque, dando trabalho efetivo ao arqueiro barriga-verde.

O Furacão toque-toque que controla o jogo, tem permanência no ataque, mas não finaliza, apresenta a mesma dificuldade do adversário potiguar, a falta de gols que torna qualquer pelada uma incerteza, maltrata o coração do fanático torcedor.

O estudioso Nhô Drub, por certo ainda em choque com a força alemã, tem que exigir eficiência ofensiva, movimentação, criação de chances de gol, a materialização dessas chances. Rateou o motor, trocam-se as peças. O treinamento tem que imitar o combate em todos os detalhes. Depois da brilhante partida dos meninos, imitar parece ser a palavra chave. Felizmente, o exemplo mora dentro de casa.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O GATILHO QUE MATOU OS COXAS

Quando se discutia o local do Atletiba, li declaração assinalada como do presidente do Operário de que os torcedores do Fantasma teriam diferenças com a torcida do Atlético, o que poderia trazer problemas para a realização do clássico em Ponta Grossa. Fiquei imaginando as causas dessas diferenças, em que momento histórico o Furacão teria causado mal tão significativo ao time da Princesa dos Campos para gerar essa mágoa eterna.

Preferi não acreditar, embora tenha passado um aperto tremendo em 1972, única vez em que peguei ônibus de torcida para assistir jogo fora de Curitiba. Foi um Atlético e Pontagrossense em que o time da casa não tinha o menor interesse, mas entrou para detonar e detonou mesmo. A vítima foi a perna de Ademir Rodrigues, fratura múltipla e fim de carreira do jogador.

Por efeito da raça e do milagre o Furacão ganhou, 2 a 1, por milagre não fui atingido pelas dezenas de pedras que destruíram os vidros e a lataria do ônibus. Os deuses nos beneficiaram.

Favorecido pelo péssimo final de campeonato do Jotinha, o Operário se viu em condições de conseguir vaga na Série D do Brasileiro. Está focado no jogo, terá que vencer e sonhar com o tropeço do moleque contra o Toledo em Curitiba. Já poderia ter conseguido a vaga, não fosse o péssimo rendimento sob o comando de Lio Evaristo, o técnico de todas as camisas, e os resultados negativos obtidos principalmente em seu próprio estádio.

O Atlético não tem nada a ver com isso, vai a Ponta Grossa para jogar bola, ganhar, tornar-se campeão do segundo turno, obter a vaga para a final. O time ganhou intensidade no jogo, criou uma dinâmica de marcação e precisão ofensiva na hora certa. Para quem como eu era temeroso da constante oscilação durante as partidas, o que se viu foi um time constante os noventa minutos, um sufocar sem direito a respiros.

A torcida se preocupa com as ausências de Crislan e Zezinho. Eu não... quero dizer, nem tanto. Douglas Coutinho volta, o outro a entrar nem me atrevo a tentar adivinhar. Depois que Guilherme, que eu nem sabia que existia, apareceu no final do clássico no lugar de Edigar Junio, tudo pode acontecer, e, como virou rotina, tem grande chance de dar certo.

Alex e Willian desfalcam o coxa contra o Londrina. O Tubarão é melhor que o coxa completo, se for para cima, imitar o Rubro-Negro, tem boas chances de ganhar.

O Atlético tem que estar preparado emocionalmente para vencer o jogo muito difícil. O retrospecto negativo do Fantasma em casa mostra que tendo que atacar mais leva sustos do que mete medo. O jeito é repetir o clássico, acionar de novo o gatilho que matou os coxas.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

MELHOR ASSIM

Estou de cara na janela vendo a Arena magnífica em construção. Cinco lanças destemidas apontam para o céu. Movem-se ariscas pelo espaço, sinal de que o trabalho acelerou. Semanas atrás só a mãe de todas elas, uma baita amarelona, refletia seu amarelo ouro sobre o verde escuro da longínqua serra do Mar.

A vitória dos meninos e o avanço das obras me fazem entender a frase do Presidente Petraglia em entrevista à Rádio CAP: “Estamos vivendo um momento muito positivo e favorável em todos os sentidos”.

Não pode haver atleticano infeliz nos dias de hoje. A chinelada nos coxas doeu, Rafinha acabou o jogo mandando avisar a molecada que tem volta, Vitor Ferraz já admitiu querer o Furacão na final. Como diria o torcedor em êxtase, rindo de orelha a orelha, “elas estão descontroladas”. Coxa sofrendo, rubro-negro no paraíso.

O Sub-23 é líder, o time principal passou de fase na Brazilian Cup, vai ter aula de reforço no sábado, os meninos do Sub-18 e Sub-15 já estão treinando para o Paranaense/2014, a obra segue em ritmo de passista em frente da comissão julgadora, ao célere e continuo barulhar de serrotes, martelos e furadeiras. Vamos comemorar o Natal na casa nova, até lá já temos pouso para morar.

O acordo com o Paraná traz definitivamente os jogos do Atlético para Curitiba, tira a torcida da estrada, do máximo desconforto, diminui as agruras de quem se manteve fiel ao clube, pagando para não ver, ou ver nas piores condições. O Janguito nos levou à série A, santa ajuda, obrigado, mas só quem enfrentou as neves do Himalaia sabe a dureza que foi.

Sobre o acordo disse o Presidente Petraglia: “Seria muito bom para nós que jogássemos em grandes estádios, primeiro porque toda a renda seria nossa, mas sacrificaríamos mais ainda os nossos sócios... Tivemos ofertas de Brasília, dos novos estádios, hoje administrados de forma particular, mas preferimos o sacrifício do nosso caixa para a satisfação dos nossos sócios e torcedores". Bem dito, melhor feito.

O reconhecimento é justo, a necessidade da torcida para empurrar o time imperiosa. O sacrifício do caixa será por pouco tempo, logo, logo chegaremos aos 40 mil sócios.

A nau rubro-negra navega em mar de almirante, há trabalho em todos os setores e êxitos por toda parte. O Presidente deve estar vivendo momentos de intensa felicidade. A natural sensação de orgulho voltou ao coração atleticano. O moral está alto. Melhor assim.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

MOSTRE SEU JOGO

Finalmente o meu porteiro coxa voltou ao trabalho. Passou a segunda-feira desaparecido. Desci umas cinco vezes à portaria para encontrar o danado, falar com ele sobre o clássico e o esperto com paradeiro ignorado. Nesta terça, encontrei o desenxabido com aquela cara de Alex voltando solitário depois do gol de falta, a desculpa na ponta da língua: “Deixamos ganhar, queremos o Atlético na final, vai ser mais fácil.”

Tive que rir, agradeci, perguntei se precisava placar tão dilatado, afinal um a zerinho já bastava, para que levar aquele balaio todo, “uma barbaridade” como disse o vizinho alviverde com os olhos esbugalhados. Deu a melhor das suas gargalhadas e tentou fechar o assunto com sua frase preferida quando deseja colocar ponto final no meu entusiasmo: “Seu Ivan é uma figura”.

Antes de deixá-lo voltar ao trabalho lembrei que o serviço não está completo, o coxa que perdeu para enfrentar o Furacão vai ter que ganhar do Londrina, o Operário vai incomodar o Rubro-Negro avassalador, tentar a vitória. Antes de atender o interfone insistente me tranquilizou: “Deixe conosco. Conosco não tem enrosco”. Preocupei-me, pelo que vi domingo, não tem mesmo.

Excelente 1: O Atlético acertou com o Paraná a utilização da Vila CAPanema e Boqueixada para a Copa do Brasil e Brasileiro. Fico mais tranquilo. Jogar o Brasileiro longe da torcida seria uma temeridade. A conversa que pedi o ano passado, regada a sucos e petiscos na Engenheiros Rebouças, finalmente aconteceu e o bom-senso preponderou. Parabéns aos dois presidentes. Será esse o pontapé inicial para o fim da autofagia na província?

Excelente 2: O Furacão joga sábado no CT do Caju, às dez horas da manhã, contra o Joinville sem chances de conquistar o catarinense. O jogo é um presente para Nhô Drub, o time precisa jogar, ganhar força, ter o dinamismo necessário para enfrentar os grandes encontros que terá pela frente. Estou em estado de graça, tudo que peço ganho. Por falar em pedir, com quem eu falo para assistir o jogo?

Obrigatório: O Prof. Berna quer recuperar Harrison. Nada mais justo. O menino joga bola. Ano passado, um golaço seu no jogo de ida na primeira rodada da Copa do Brasil nos permitiu ganhar de um a zero em Curitiba e passar de fase. Harrison teve chances, torci pela sua escalação e fiquei desapontado com suas atuações.

A sua recuperação depende exclusivamente dele, do entendimento de que não basta saber jogar, há necessidade de impor seu jogo, passar por cima do adversário. De novo o dinamismo, o não aceitar a marcação, procurar espaços, conseguir meio metro para fazer a assistência, finalizar a gol. Vamos piá, levante a cabeça, agradeça o apoio, reforce as caneleiras e mostre seu jogo.

 

 

terça-feira, 23 de abril de 2013

O PIÁ VAI LONGE

Domingo o Furacão foi, foi, foi, foi? Malvadaço. O Edigar Junio foi, foi, foi, foi? Impiedoso. O Zezinho foi, foi, foi, foi? Magistral. O Hernani foi, foi, foi, foi? Atrevido. O Crislan foi, foi, foi, foi? Crudelíssimo. Disse que falaria hoje sobre os heróis do clássico acachapante e já anuncio aqui o nome de alguns.

Na entrada principal da Vila Olímpica, que eu não consegui descobrir onde é, deveria ser colocada placa com o nome dos participantes da partida memorável e a inscrição: “Aqui neste modesto estádio valorosos jovens vestidos em vermelho e preto deram uma aula de futebol ao time titular coxa-branca, relembraram momentos históricos da garra atleticana, fizeram velhos corações se emocionarem com a redescoberta dos verdadeiros valores rubro-negros”.

Como diria o Prof. Berna, o maior valor está no coletivo. Ele está certo, como esteve certo o jogo todo, com a escalação inicial correta e o deslocamento perfeito de Hernani para a direita, movimento capital, xeque-mate no avanço coxa pela esquerda, fim do desequilíbrio, início do massacre.

Ao procurar dar ressalte a jogadores participantes desse coletivo bem-sucedido, fiquei frente a cenário como o de premiação de voleibol, quando a um chamado sobem todos os atletas de um único salto ao patamar da vitória. Enaltecer o atacante, volto ao primeiro parágrafo e só vejo nomes de atacantes, será imaginar menor o importantíssimo trabalho do defensor, valorizar Crislan, esquecer  a absoluta eficiência do sensacional Santos.

Para não cair nesta armadilha, reverenciando a todos na figura de Renan Foguinho, liderança física poderosa, um leão com juba e tudo, vou dar relevo a apenas um dos guerreiros do inesquecível 21 de abril em que o vovô perdeu a dentadura. E o escolhido é? Hernani.

Por quê? Andei botando a boca no menino, critiquei, disse que telegrafava os passes, era muito estiloso, fazia faltas perigosas, critiquei por reconhecer nele talento e talento não se desperdiça, orienta-se.

Pois o danado jogou como gente grande. Começou pela esquerda, fechando o setor na marcação, e no momento preciso recebeu de Héracles e com exuberante simplicidade devolveu, daí para o primeiro gol foram três segundos.

Necessário pela direita, para lá foi, marcou, se fez alguma falta não anotei, e quando lançado por Zezinho avançou e deu outro passe precioso para Edigar, mais três segundos e o segundo gol. Para quem não sabe o porquê do estiloso, observe uma certa quebrada de quadril, um movimento de ombro para baixo quando do momento do chute certeiro. O piá é cheio de veneno.

Para arrematar deu um corte em Alex e tomou um passa-pé revoltado. Alex ficou roxo de vergonha e foi levantar o menino. Pela pouca idade, pela participação com elevada técnica nos dois primeiros gols, com a eficiente participação tática, a marcação sem grosserias, considerei Hernani o mais importante jogador do clássico. Como tantos outros deste time de heróis, o piá vai longe.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

ENTROU PARA FICAR

Desde os meus tempos de tenente afastado do Boquera deixei a viatura longe à beça, andei feito um camelo, percorri um labirinto urbano, as pessoas nas portas das casas, nas janelas, risonhas assistindo ao movimento, e entrei na Boqueixada já no “Pátria amada”. Quando arrumei um espacinho no alambrado e coloquei o olho no jogo, o atacante coxa explodiu a bola nas costas de Héracles depois de um forrobodó dentro da área. Ai, ai, ai.

O Atlético defende com Hernani fechando o setor esquerdo, Foguinho marca Alex, Elivelton pega David na sua volta para buscar jogo. As marcações podem se alternar, gostei, nota 10 para o Prof. Berna. Mesmo marcando forte, mais defesa do que ataque, o Furacão chega à frente com perigo, tem presença ofensiva, melhor do que eu esperava. Continuo gostando.

Ali pelos quinze o coxa avança a defesa e começa a incomodar. O Atlético está mobilizado, marca firme, próximo, dois a três jogadores sobre o condutor da bola e contra-ataca. O jogo está nesse vaivém quando Héracles toca a Hernani pela esquerda, recebe dentro da área, cruza, Crislan fura, mas Edigar Junio finaliza rasteiro, bola na rede, torcida em delírio.

O time das alfaces aperta, força pela esquerda com sucesso, vai conseguindo faltas, entra na área no toque-toque. Escudero cabeceia para fora na cara do gol; Rafinha entra livre e Santos salva no chão; Rafinha cruza, David cabeceia mal; novo cruzamento, David faz o pivô aéreo para Alex perder gol feito.

O meu sangue doce só não amarga por que o Furacão é uma intensidade só, ataca, consegue faltas, dá trabalho ao goleiro coxa. Passados 30 minutos, o Prof. Berna desloca Hernani para a direita, junta ele a Elivélton para acabar a festa coxa, tava na hora de fechar aquela avenida.

O tempo vai terminando, Alex está bloqueado, o coxa vive de cruzamentos altos, num desses três coxas impedidos, o assistente manda seguir, a menina despenca escada abaixo, agarra-se no alambrado furiosa e manda “abre o olho bandeira”. Vamos para o picolé, o time é máquina mortífera.

O segunda fase segue na mesma toada, o Coritiba no ataque, agora tentando os chutes de meia distância, todos aparados pelo ótimo Santos. Aos oito, Crislan parte no contra-ataque e perde no lance final. Aos onze, Edigar toca a Zezinho mo meio campo, o meia lança Hernani livre pela direita, o menino cruza para Edigar finalizar de carrinho, a bola explode na trave e volta na cabeça de Zezinho que marca o segundo. É um sonho. Como no primeiro gol, a jogada é belíssima.

Agora o coxa vai ter que apressar o jogo, vai ficar mais fácil. Alex sem função no ataque volta para buscar jogo na intermediária defensiva, perseguido por Edigar. Aos 25, Hernani deu um “já vai” no turco cabeçudo que caiu do salto, fez falta grosseira. O Alviverde não assusta no ataque e toma contragolpes em sequência, as chances perdidas no último drible.

Aos 29, o péssimo Escudeiro tenta o drible sobre Crislan, perde, o Neymar do Piauí arranca e transforma o placar em goleada. Saio do alambrado e vou abraçar a esposa no terceiro degrau, o terceiro abraço para a santa que me segue em toda parte.  “Um, dois, três! É Sub-23!”

Saí mais cedo, não vi o gol de Alex, nem precisava, nem queria ver. Voltei a camelar pelas ruas do Boquera, pensando nos destaques do jogo, hoje é dia de contar a história, os heróis ficam para amanhã. Ontem listei meus Atletibas inesquecíveis, a lista aumentou. O chocolate suíço recheado com momentos de olé que os meninos nos deram de presente entrou para ficar.

 

domingo, 21 de abril de 2013

MARCAR, ATACAR E VENCER

Estou assistindo o Jornal Nacional com a apresentadora e seu sotaque do meio oeste americano, chamando Boston de Bostan, e pensando nos Atletibas que assisti. Alguns nem assisti, apenas ouvi, o radinho só nos faz sofrer mais. Ver possibilita a análise, adivinhar o resultado, preparar-se para ele. No rádio tudo é lance de gol, a bola sempre passa raspando, você está nas mãos do locutor, é um sufoco sem fim.

Todo rubro-negro tem seus Atletibas inesquecíveis. O meu primeiro vivi atrás do alambrado da antiga Baixada, 1 a 0, gol de Ivan, picando estava um papel no momento do gol, picando fiquei até o minuto final, na minha cabeça de menino tinha que segurar o resultado na unha.

Nas ondas do rádio escutei um 4 a 3 em 1971, show de bola com Sicupira e  Nilson Borges, para muitos o maior Atletiba de todos os tempos. Ficava andando com o rádio de pilha, um verdadeiro tijolo, pelo longo corredor do alojamento militar, ouvindo o placar mudar, num momento perdido o jogo, noutro a virada, o resultado maravilhoso.

Um 3 a 1 em 1982, marcou minha memória como o clássico mais tranquilo que assisti, um passeio tremendo, Lino, Washington, Nivaldo, Assis, melhor só o 4 a 1 contra o Colorado no jogo final do campeonato, a taça ganha a goleadas.

O bicampeonato de 1983 com Joel matando o jogo logo em seu princípio, garantindo o título já quase assegurado na partida anterior, vencida também com gol do mesmo menino Joel, provou que para enfrentar o clássico desnecessária é a maioridade.

O vencido com gol de Oséias nos últimos minutos, aquele em que o artilheiro rubro-negro virou homem aranha, escalou o alambrado e eu quase fui junto, marcou pela ansiedade, pela torcida premiada com a explosão da Baixada.

O 4 a 1 na seletiva da Libertadores, que assisti na social dos coxas, ali entre os desesperados, fazendo coro com eles, reclamando do treinador, do juiz, saindo do campo rápido para festejar a vitória, foi experiência fantástica. O outro lado sofre tanto quanto nós, o que diferencia o torcedor é apenas a cor da camisa

O 1 a 0 com time reserva, gol de Evandro, quem não lembra do “Au! U! Au! Torcida do Nescau!” valeu pela zoação. Ganhar dos coxas com time reserva é prazer indescritível, se bem me lembro o jogo encaminhou o Alviverde para mais uma de suas participações na segunda divisão. Satisfação em dobro.

Cada um tem seus clássicos inesquecíveis, o amigo terá outros, que lhe tocaram profundamente o coração. A história dos Atletibas mostra que ganhar o clássico independe de idade, superioridade técnica, a presença do time titular em campo.

Clássico é superação, a vontade na frente, a cabeça feita para evitar as expulsões definitivamente danosas, a força da torcida empurrando na dificuldade. Os meninos que hoje representam anos de história rubro-negra têm que saber disso, ir à luta com garra, marcar, atacar e vencer.   

sábado, 20 de abril de 2013

VAI COM TUDO PIÁ

Estou esperando o clássico com o sangue doce, achando que o Atlético vai aprontar tremenda traquinagem com o coxa viajante e pouco operante. O time está pronto, treinou a semana inteira, o treinador conhece o adversário do bom goleiro ao experiente David, respeita o futebol de Alex, tenho certeza montou esquema forte na marcação das potencialidades alviverdes, rápido na exploração das suas vulnerabilidades.

Analisando o segundo turno da sua equipe em entrevista à televisão, o presidente coxa afirmou que o Coritiba fez partidas péssimas, a vitória elástica sobre o simpaticíssimo Rio Branco foi um desses positivos acidentes de percurso que acontecem de vez em quando e podem dar ao torcedor um otimismo não condizente com a realidade.

Os cinco pontos atrás do Atlético na classificação do segundo turno mostram a instabilidade coxa, a participação preponderante de Alex na solução dos problemas da equipe escancara a Alex dependência coxa-branca. É normal, Alex joga muito mais do que todos os que o rodeiam, tem muito mais experiência que todos eles.

Complicou, bota o time nas costas e resolve. Bate as paradas com precisão, coloca os companheiros na frente do gol, se der chance entra na área para finalizar na surpresa. Tem que dobrar a marcação.

Alex só não pode defender. Aí o problema. O Coritiba alarga seu dispositivo em campo, dá espaço e tem uma defesa fraca tática e tecnicamente. O Prof. Berna sabe disso, deve reconhecer a necessidade de manter o alongamento do dispositivo coxa, se reconhece, sabe como fazê-lo.

O Atlético a jogar domingo não é mais o grupo instável que foi ganhar a primeira às vésperas do Atletiba do primeiro turno. Está mais jogado, invicto há dez partidas, ainda oscila no decorrer dos 90 minutos, mas amadureceu, com o apoio de oito mil torcedores vai para o clássico com força total.

Douglas Coutinho vai fazer falta. Procura-se um nome para substituir Coutinho, deve-se procurar um perfil. Alguém que recomponha bem pelo setor esquerdo defensivo, chegue ao ataque com velocidade e finalize com precisão. Definitivamente, não tem na prateleira. Quem sabe? Quem conhece a fundo esses meninos que brotam nos gramados do Caju?

Espero que o Prof. Berna conheça e faça sua escolha com sabedoria focada na capacidade técnica e, mais importante, no aspecto emocional. O substituto do artilheiro tem que entrar ligado, participativo, eu diria incomodativo. Para ele será a chance da vida, o jogo da vida. Hoje o afortunado certamente já sabe da sua escalação. Menino, estamos com você. Vai com tudo piá.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

TRABALHO A FAZER

Estou me transformando em pastor da Igreja do Santo CAP. Encontro um atleticano em dúvida sobre comprar sua cadeira na Arena magnífica, deixando para depois, entro com minha palavra evangelizadora, ataco com Coríntios, passo por Paulo e quando o duvidoso começa a cair na minha lábia apresento planos, visões do campo, das praças de alimentação repletas de delícias, só não lhe entrego o boleto para pagamento imediato porque não tenho essa capacidade.

A Igreja do Santo CAP está precisando de pastores, a construção do templo está acelerando, os fieis tem que contribuir, se evitam a sacolinha como podem esperar o milagre. Transforme-se você também em pastor da Igreja do Santo CAP. Convença um rubro-negro sem fé. Os preços subiram para patamares sugeridos pela própria torcida, os lugares mais baratos estão acabando, existem mil motivos para o rubro-negro correr para o espaço Sócio Furacão. Faça a sua parte irmão de fé, ajude um rubro-negro a comprar seu lugar no céu.

Mudando de ninho. Ano passado escrevi o texto BOQUEIXADA, apontando a Vila Olímpica do Boqueirão como a melhor possibilidade para o Atlético atravessar esses dois anos de sofrimento longe da Arena. O destino, ou a incompetência de um jardineiro, levou o Paraná a usar seu segundo estádio, obrigado a realizar as melhorias mínimas necessárias para sua utilização no estadual e segunda divisão.

O retorno da Gralha ao ninho antigo coincidiu com a necessidade do Atlético para o clássico. Lá vamos nós pegar uma beirada no Boqueirão. O que achei ser bom em teoria, vou conhecer agora, tomara com vitória.

Falando no clássico. O Coritiba foi passear na terra dos dinossauros sem levar Alexis Coxa Branquensis, não para preservar o atleta, mas temeroso de que o Rex dono do time alviverde ficasse preso em algum museu, detido por fanático arqueólogo apaixonado pelo espécime. Alex, que no futebol já tem cartão de idoso, é o cérebro do time coxa, tem que ser marcado individualmente, sem vergonhas e sem maldades.

Pensando no futuro. A atuação sem brilho de Elias contra o Brasil de Pelotas foi uma das causas do mau desempenho da equipe. A manutenção de João Paulo mais à retaguarda resume seu ótimo futebol à contenção, deixa-o longe da intermediária ofensiva de onde pode finalizar com muita eficiência. O avanço de Deivid coloca o excelente marcador em função de armador, para a qual tem lá suas dificuldades. Botelho passou o jogo todo pedindo a virada de jogo sem ser atendido. Manoel não pode defender e ser o responsável pela condução de bola da defesa para o ataque, alguém tem que vir buscar, é para isso que existem meias e volantes. Definitivamente, novos jogos treinos são necessários, há muito trabalho a fazer.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

ESPERAVA MUITO MAIS

A maioria das minhas melhores expectativas se desvaneceu na fria noite em que subi a montanha para dizer outra vez que saudades da arena. Irmãos, as gerações futuras acomodadas na moderníssima Baixada não terão noção dos anos de sofrimentos pelos quais passamos agora. Para piorar, o Atlético foi mal o jogo todo, fez dois a zero em lances isolados.

Fui para o fim do espetáculo, cheguei ao resultado sem passar pelas amarguras de um jogo em que o Atlético penou do começo ao fim, mesmo alugando meio campo quase os noventa minutos.

O Furacão foi ao ataque com Marcelo e Everton alternando-se pelos lados, Marcão fixo no comando, Elias na articulação central das jogadas e Deivid avançando pelo setor direito. Os laterais posicionaram-se ofensivamente e Manoel seguiu na esteira de Léo, deixando a defesa nas mãos únicas de Cleberson, um perigo. Levar todo o setor direito defensivo ao ataque é erro velho, repetir erros é imperdoável.

Esse esquema foi bloqueado com facilidade pela defesa do Brasil de Pelotas. O Atlético foi lento na saída de bola, jogou lateralmente, não mostrou jogada ensaiada, individual, um drible, uma troca de passes com o pivô, uma virada de jogo clarificadora, não teve um momento de levantar a torcida enregelada. Um chute fraco de Marcelo de fora e chance perdida por Cleberson finalizando de cabeça cobrança de bola parada foram os pontos altos da primeira fase.

Para ser bem honesto, a partir dos 35 os laterais começaram a trabalhar com algum sucesso. Léo fez bom cruzamento, tentou a tabela uma vez com Deivid, outra com Elias, sem conseguir melhor posição para finalizar. Foi por pouco. Botelho fez dois bons cruzamentos perdidos por Marcelo. Encolho-me para o intervalo com boa impressão do lateral Léo.

O segundo tempo levou o Brasil ao ataque. Avançou a defesa, passou a incomodar, conseguir escanteios, aos 12 Baier substituiu Elias, aos 17 o menino atrás de mim pediu para ir embora, estava com frio, aos 18 o atacante xavante ficou de frente para Weverton e perdeu. Um gol ali e a vaca ia para o brejo. A torcida não apurou o petiço, mas estava tão quieta que o apito do juiz era ouvido no alto do Himalaia.

Baier ainda não tinha pego na bola quando aos 23 Léo avançou pelo meio e na entrada da área deu passe açucarado para o iluminado. O chute saiu rasteiro, gol do Furacão. Acabou o jogo, o menino já pode ir embora, começo a sonhar com um chocolate quente.

Para colocar a cereja no bolo, aos 33 Léo entrou pela direita, deu outro passe pudim de leite para Baier, o cruzamento saiu rasteiro para a finalização de Everton. Dois a zero. Já posso deixar o Himalaia inóspito, ir para casa. Um jogo confuso, pouco objetivo, foi salvo pela dupla Léo e Paulo Baier.

Uma das minhas expectativas era o placar confortável. Dois a zero é um placar confortável. Faz muito tempo não conseguíamos passar para a segunda fase da Copa do Brasil com duas vitórias. Visto pelo lado aritmético tudo bem. Para quem foi ao Himalaia ver a estréia do Furacão, ficou uma certeza, esperava muito mais.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

BOA SORTE FURACÃO

Nunca o torcedor rubro-negro cantou “o Furacão voltou” com tanta verdade quanto cantará hoje à noite. Ansioso, o atleticano correu para habilitar seus smarts e eu terei que subir a montanha metálica novamente, assistirei o retorno com o vento batendo forte, esperando que a noite de festa traga não só o time principal à luz, traga também o bom futebol esquecido em Málaga, nos jogos finais da campanha de volta à série A.
Os retornos de Pedro Botelho e Cleberson reconstituem a defesa, as presenças de Jonas na lateral-direita e Everton no ataque são as novidades que o torcedor quer ver. O esquema tático pouco deverá mudar em relação àquele utilizado por Nhô Drub no ano anterior. 
O que se pode esperar desse Furacão 2013? Eu espero entrosamento, intensidade, pressão em todo o campo, um resultado confortável.
Os resultados iniciais da Copa do Brasil mostram as dificuldades enfrentadas pelas grandes equipes na terrível competição mata-mata. Poucas conseguiram evitar o segundo jogo em casa.
Para quem assiste a jogos todos os dias e viu o Internacional do comandante Dunga perder para o Veranópolis pelo Gauchão, fica claro que os jogos fáceis só acontecem quando vontade superior, futebol de qualidade e finalização precisa se aliam para quebrar o espírito adversário. Só elenco não ganha jogo.
Em São Paulo, uma Ponte Preta de desconhecidos ponteia o estadual, forte na defesa, velocíssima na saída para o ataque. O brasileiro que gostava de atacar, aprendeu a defender, defende com 9 atrás da linha da bola, dificulta o que pode, arrisca na frente, aproveita-se do erro adversário. Bobeou, o gigante cai do cavalo.
Por isso, espero o retorno do bom futebol, futebol exaustivamente treinado nos meses de clausura no Caju, que agora deve ser colocado em prática, envolver o Brasil de Pelotas, marcar gols, dar alegria ao torcedor.
Acho que minha expectativa pode se concretizar. Vai ser fácil? Creio que não. É segurar a ansiedade no campo e nas arquibancadas, a torcida não pode apurar o petiço, e construir a vitória com esforço e jogo coletivo. O importante é jogar bem, dar esperança ao rubro-negro cheio de dúvidas e passar de fase.
Boa sorte Furacão.   

terça-feira, 16 de abril de 2013

MERA CARIDADE

Quanto mais leio menos entendo. Vou resumir para não cansar o amigo.
O Atlético, na última sexta-feira, comunicou à Federação Paranaense de Futebol (FPF) a indicação do estádio Couto Pereira para a realização do jogo com o Coritiba.
Há um artigo no regulamento do campeonato determinando que os clubes devem ceder seus estádios para a Federação sempre que requisitados. (Jornal Metro, 15/04/2013).
Pronto. O jogo é no treme-treme, é só avisar o presidente coxa. Estou para comprar o comprimido para labirintite, quando acho que está fácil demais. Melhor continuar lendo.
“Mas ele – o artigo do regulamento – não especifica exatamente para qual finalidade”. Presidente Cury da FPF, na mesma matéria do jornal Metro.
Para que finalidade clube participante do Campeonato Paranaense solicitaria o empréstimo do estádio coxa-branca que não fosse a realização de jogo de futebol? 
Feijoada gigante em comemoração ao centenário do Rio Branco, show caça níquel com os Gaviões do Forró em benefício das equipes do interior, festa surpresa para homenagear o presidente Vilson pelas suas conquistas junto ao Conselho Municipal de urbanismo? Amigos, como diriam os patrícios, bestial.
Prossegue o Sr. Cury: “Há dois anos colocamos no regulamento um artigo que em virtude da Arena da Baixada estar em obras, caso o Atlético precisasse jogar em outro estádio na cidade não seria considerado inversão de mando”.
Agora fechou. Salvo o dúbio entendimento do presidente Cury sobre finalidades, tudo está escrito com a clareza de mar caribenho. Pegue-se o telefone comunique-se ao presidente Vilson, jogo no Couto, mando do Atlético. Presidentes de Atlético e Coritiba acertem os detalhes.
Nada disso. Segundo o site Furacao.com, a autoridade máxima do futebol nativo deu prazo até amanhã às 15 horas para o Atlético se ligar ao Coritiba e definir a questão. Ao invés de determinar, passou a bola. Quem não tem competência para mandar, tem mesmo que empurrar o abacaxi. 
Depois querem que o Atlético leve a sério o Paranaense, criticam o Furacão líder por jogar com os meninos, dizem que o Rubro-Negro quer acabar com o estadual. Santa paciência.
Se nem o que está escrito tem validade, o presidente coxa pisa na própria assinatura, quem tinha que mandar transformou-se em diplomata de segunda classe, os que criticam a diretoria atleticana deveriam pedir desculpas e agradecer de joelhos.
O Atlético ao participar desse festival varzeano, o faz por mera caridade.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O FIM DO MUNDO

O Furacão foi ao ataque, marcou com Coutinho, perdeu gols, trocou de lado jogando contra dez, esteve para ceder o empate com pênalti de Foguinho, Santos salvou, retraiu, contra-atacou, perdeu mais gols, andou perto de jogar pela janela toda a campanha, ganhou.
Sendo sofrer parte comum em jogos do Rubro-Negro, qual é a novidade? Simples. O time que fazia segundos tempos vencedores, desta vez jogou bem a primeira fase e, inacreditavelmente, capengou na segunda.
Já no final do campeonato é difícil acreditar que o Atlético deixe de oscilar no decorrer das últimas quatro partidas. Nem se deve procurar muito as causas dessa oscilação. A juventude da equipe, o aumento da pressão a cada jogo frente à possibilidade da conquista do turno, a atuação do adversário, afinal ele tem lá suas vontades, poderiam ser levantadas fosse esse o interesse. Não é o caso.
O que interessa é estar na ponta da tabela, manter a liderança, o foco no objetivo. Sinto um assanhamento para que o Atlético ataque, faça a grande partida que ainda não fez. Já tive esse sentimento. No atual momento, penso que o Furacão líder, invicto, deve manter o esquema balançante que o fez chegar ao primeiro posto, forte na defesa, confiante na ótima fase de Santos, preciso no ataque, a boa sorte temperando as jogadas dos meninos.
A sorte só não ajudou no cartão amarelo de Coutinho que o afastou do clássico. Uma pena, o menino merecia jogar o Atletiba.    
Falar em Atletiba é falar em arbitragem. Assim é bom avisar Hernani, que chegou a virar líbero e fez boa partida, simples e objetivo, que contra os verdes falta dura é expulsão certa, colocar a partida em extremo risco. Bruno Costa sabe do que estou falando. Vai forte, na bola, sem exageros.
Seguros os ânimos, lamentada a ausência de Coutinho, encontrado seu substituto, tem-se a semana toda para comemorar a boa campanha, treinar, corrigir erros, aprimorar finalizações. Fica ainda o problema da oscilação, disse eu incorrigível. Então, vem de novo o aspecto sorte.
Para o problema o Atlético tem o antídoto na arquibancada, sua excepcional torcida. Ainda não se sabe o local do clássico. Pouco importa. Para embalar os meninos, apoiá-los nas dificuldades, vamos até o fim do mundo

domingo, 14 de abril de 2013

AO ATAQUE

Leio que o Conselho Municipal de Urbanismo ratificou os parâmetros da lei 9629/99. E daí pergunta o amigo? E daí que essa lei permite que todas as obras feitas no terreno do Couto Pereira antes de 1964 – quase cinquenta anos atrás – e que não estavam registradas sejam averbadas no Registro de Imóveis e passem a existir legalmente. Enfim, o que não existia, passou a existir, o que era ilegal, de uma penada, virou legal.
O passe de mágica permitirá que o time das dívidas insolúveis possa levantar puxadinho na reta da Mauá, o lugar em que, em 1983, meio sentado, meio deitado, assisti Atlético 2 Flamengo 0, a maior lotação do estádio verde, 65493 pagantes, público que jamais será superado. Fossemos um povo que preservasse a sua memória, o local deveria ser mantido como está, tombado pelo patrimônio histórico, prova indiscutível da paixão do rubro-negro pelo seu Furacão.
Memória é tudo que não temos. Tudo bem, o custo da obra será de 14 milhões, pagos por patrocinador coxa, o mesmo valor que o Atlético terá que restituir pelas desapropriações realizadas para a construção da magnífica Arena ao final do próximo ano. Do puxado ao palácio a diferença é enorme.
O que me incomoda é que os atentos olhos dos nossos vereadores, tacape na mão quando se trata das obras da Arena da Baixada, sequer pediram para dar uma olhada na solicitação coxa, que levou à solução de décadas de problemas.
Preocupa-me ainda mais quando o senhor Felipe Braga Côrtes, tucano pronto a meter seu bico em qualquer movimento rubro-negro, esteja mais quieto que corruíra na muda.
O sempre presente questionou se o alvará de conclusão da Arena Copa 2014 será emitido pela Prefeitura ou se o documento será atrelado ao cumprimento dos compromissos financeiros firmados pelo CAP, aqueles 14 milhões em desapropriações. É cheio de ideias sobre a construção do ninho dos outros, talvez por inveja, talvez por pobreza de espírito, talvez por não ter o necessário espírito público, talvez por ter o sangue verde.
Mudando de assunto. A PM admite “incômodo” com o possível Atletiba na Vila Olímpica. Motivos: ruas estreitas conduzindo ao estádio e concentração perigosa de torcedores no terminal do Boqueirão. Se é assim, por que nossas autoridades ao invés de vetar praças de esportes não impõe o jogo com torcida única?
Obviamente o problema não é o tamanho do estádio, ou a largura dos acessos, ou a proximidade de terminais de ônibus. O problema se define no perigoso encontro de torcidas. Então, determine-se que os coxas fiquem em casa.  É muito mais simples, econômico e seguro.
Falando em futebol. Hoje é dia de ganhar, manter a liderança, mostrar força. Vamos Prof. Berna, vamos meninos de ouro, ao ataque.

sábado, 13 de abril de 2013

VAI FICAR SEM

O Atlético de Nhô Drub treina do amanhecer ao anoitecer para enfrentar o Brasil de Pelotas. É bom mesmo. Assisti ao jogo entre Grêmio e Fluminense, o nosso primeiro adversário no Campeonato Brasileiro. Muito graças à irresponsabilidade do zagueiro Cris, expulso ao final do primeiro tempo, o Flu conseguiu o empate que precisava e só não ganhou dos gaúchos na nova arena por falta de ousadia.

O que impressiona é o elenco do pó de arroz carioca. Estavam ausentes Fred, Thiago Neves, Wellinton Nem e Deco, os três primeiros frequentes em convocações da seleção canarinho, o último um craque. Mesmo com todos esses desfalques, o ataque incomodou uma barbaridade, poderia ter vencido não fosse anulado gol legal de Rhayner. É essa dureza que vamos enfrentar ao abrir da cortina.

O Furacão tem que estar na ponta dos cascos, forte física e taticamente, também bem instruído quando às leis do jogo, assim, muito bem-vinda a palestra de Domingos Moro. O que me causa calafrios é a justificativa do inconformado comentarista gaúcho para a má atuação do tricolor: a falta de entrosamento pela ausência do Grêmio das partidas do Gauchão. Que nem, que nem, que nós. Vamos Nhô Drub, sábado e domingo de bola rolando, sem descansos. A la lucha.

O Prof. Berna, depois de salientar o conjunto rubro-negro, agora ressalta a “força tática”. Explica a afirmativa com a variação de posicionamento de jogadores de ataque. Pelo menos quanto ao último jogo está cheio de razão. O avanço de Edigar Junio nos levou à vitória contra o Arapongas.

Seguindo a ideia do professor, concluo que o ataque de domingo formará com Zezinho, Douglas Coutinho, Edigar Junio e Crislan, Coutinho e Edigar alternando posições. Se assim for, tem tudo para dar certo. Na rodada anterior, os meninos do Paraná encurralaram o Jotinha no segundo tempo, chegaram pelos dois lados do campo e fizeram o gol vencedor em jogada central com infiltração de atacante livre.

Com boa movimentação dos atacantes, forçando o erro da saída de bola do moleque, avançando os laterais com segurança e fechando o buraco no meio da defesa, repito, tem tudo para dar certo. Vamos professor, como dizem os pilotos de caça, a la chasse.

Atrás de melhor posicionamento, atrasado como sempre, tentei migrar minhas cadeiras da curva da Madre Maria para uma área mais central da Getúlio Vargas. Consegui? Nem com a ajuda do Papa Chico. Poucas são as cadeiras ainda disponíveis. Fiquei ali pela ponta-direita da Getúlio. Melhorei pouco. O amigo que está retardando a ida ao espaço Sócio Furacão, não quer pagar para não ver, siga o meu conselho, pegue logo uma garoupa e saia correndo, ou se apressa, ou vai ficar sem.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

PENSAR GRANDE

O Furacão que vai enfrentar o Jotinha no domingo está com a semana cheia de trabalhos. O grupo se alterna entre academia e gramado, a manutenção da ponta exige dedicação total.

O professor Berna achou que no jogo contra o Arapongas “o primeiro tempo foi muito instável e o sistema tático (433) não foi assimilado corretamente... foi confuso”. Em minha opinião foi decepcionante.

Prosseguindo na entrevista à Rádio CAP disse o professor: “O principal do nosso grupo é a força do conjunto. Isso para mim é a essência do negócio: o coletivo”. Em minha opinião pouco coerente.

O que o Atlético não teve contra o Arapongas foi conjunto, o time foi mal todo o primeiro tempo e ganhou o jogo em dois momentos de brilho de Edigar Junio.

Berna tem que colocar o time em campo e treinar “a essência do negócio”, e o básico do jogo coletivo é acertar passes, passes que levem o time à frente. Nas miudezas do jogo, corrigir o posicionamento dos zagueiros para que a cada momento não apareça alguém livre na frente de Santos, treinar muito a bola aérea defensiva, quase cedemos o empate nos acréscimos, dar um calmante para Zuchi, uma boa dura em Hernani, fazer os laterais chegarem mais no ataque.

Faltando três rodadas para acabar o campeonato, o professor já deve saber qual o melhor sistema tático. Não é hora para inovar. É hora de fazer o feijão com arroz e ganhar.

Mudando de assunto um: a torcida no site Furacão.com escolheu Joinville para casa do Atlético no Brasileiro. Pode ser uma boa opção, mas eu gostaria que o Furacão jogasse em Curitiba, não sei onde, nem como. A meia sola que o Paraná fez na Vila Olímpica pode indicar um rumo. O Janguito já cumpriu sua missão, aliás, muito bem cumprida. Jogar longe de casa, como quer a diretoria, é possibilidade que envolve riscos imensos. Tirar o peso da torcida a favor é perigoso.  Do jeito que a coisa está não tem decisão fácil.

Mudando de assunto dois: Estive ontem em São Paulo, passando obrigatoriamente pelo nosso Santos Dumont. O novo estacionamento ficou uma beleza, mudou de quintal para fazenda. Melhorias da Copa. O que me incomoda é a sinalização.

Em todo o mundo você vai chegando no aeroporto e grandes painéis horizontais sobre a pista vão dando as indicações de embarque, desembarque, estacionamento, portões, companhias etc, na língua nativa e inglês. Aqui ainda temos umas plaquinhas escondidas na lateral da rua, o estrangeiro que alugar carro vai se bater uma barbaridade.

Mania de achar que o aeroporto é pequeno, todo muito conhece, coisa de gente com a visão limitada à grande Morretes.  Quem sabe a maior contribuição da Copa para Curitiba seja exatamente essa, mudar a cabeça, fazer o curitibano entender que faz parte do mundo, pensar grande.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

AGORA AGUENTEM

E não é que o Fantasma arpoou o Tubarão. Um a zero em pleno estádio do Café. O Furacão passará a semana na liderança e a tropa inimiga se roendo de inveja. No domingo em que o Atlético assumiu a ponta, os entendidos destacaram na rodada a ascensão do Operário, lembraram que o coxa entrou na luta por ter jogos com Londrina e o próprio Atlético. Eu adoro isso.

O amigo não deve se incomodar com o pessoal da imprensa. A análise é feita sobre dados disponíveis, o Atlético é irregular mesmo, tem oscilado durante os jogos, as vitórias têm acontecido em momentos de bom futebol em que a eficiência ofensiva é máxima. Fica difícil o profissional apostar no Furacão, empenhar a palavra em time que entrou para participar e virou líder.

É mais razoável apostar no Londrina, time regular, a um ponto do Atlético na tabela, embora a derrota para o Operário certamente vá afetar o psicológico da equipe. Tropeçou na hora errada, em casa, complicou-se. Na última rodada tem o coxa em Curitiba, por incrível que pareça interessado em jogar a final com o Atlético, por pegar um time jovem e jogar a segunda no Couto Pereira.

Por sua vez, o Coritiba já finalista joga mal, é dependente de Alex, os dois gols contra o Toledo saíram dos seus pés. O torcedor coxa está pelas tampas com seu treinador. A zaga é bisonha. David está visivelmente fora de forma. Se Douglas Coutinho marca pelo rubro-negro, Alex o faz pelo alviverde. Se o Atlético não convence, muito menos as alfaces. O torcedor apaixonado pode ainda ver chances no turno, o racional sabe que o time vai treinar para a final.

O Jotinha está em baixa. No segundo tempo contra o Paraná, foi totalmente dominado por time cheio de meninos da base tricolor. Tem que ganhar para não perder a vaga na série D para o Operário. Na necessidade, pode tirar pontos aqui e ali, pode causar danos, o Atlético, por exemplo, tem que se cuidar.

O Operário virou surpresa na reta de chegada. Trocou de técnico, mandou Lio Evaristo, o treinador de todas as camisas, para o Arapongas e fez uma maldade com o Tubarão. Ponta Grossa deve estar em festa. O Fantasma não chega, mas vai assustar. A vaga na série D vai motivar enquanto possível.

O Furacão está na frente, depende só dele, tem torcida e camisa para segurar a ponta.  O ataque faz gols, tem o artilheiro do campeonato, a defesa esperneia, quando a casa está para cair Santos resolve, o jogo só acaba aos 90 minutos. Deixaram o Furacão levantar voo. Agora aguentem.

domingo, 7 de abril de 2013

ARPOA ESSE TUBARÃO

Tarde belíssima, fiz pequena caminhada, dei meu grito de montanha, joguei corda acima e subi o metálico Himalaia. Novato na cordilheira, sentei atrás da Fanáticos e suas bandeiras, de um eucalipto para-raios, de um poste de iluminação, um viking de cabelos espetados acomodou-se na minha frente, assisti a pelada oscilando em busca de imagens como limpador de para-brisas. Temos que terminar a Arena amanhã. Que saudades.

Irmão rubro-negro, o dia espetacular não lançou suas luzes sobre o futebol do Atlético. O primeiro tempo foi decepcionante. Aos 2 minutos Santos salvou gol feito. Aos 19, Bruno Costa conseguiu se recuperar e impedir outro gol do time das aves. Como de hábito o Furacão tem dificuldades no passe, tenta jogar de primeira, erra, quando tenta um corta-luz, um calcanhar, a bola encontra agradecidos jogadores de branco.

Aos 31, o senhor do meu lado deu um bocejo tão grande que os cabelos do viking balançaram como em cena de desenho animado, acordou com o susto de Santos aparando chute da direita, a bola na trave e de volta à suas mãos.

Foram 45 minutos muito ruins. Com Myller sempre livre pela esquerda, o Atlético evita o setor, insiste no passe, a jogada individual que possa ultrapassar barreira inicial e desequilibrar o sistema defensivo não acontece. Vive de tiros de meta, de bolas paradas – Crislan quase faz de cabeça aos 25 –, marca a saída de bola no meio de campo, deixa os zagueiros trocarem bolas com liberdade, assim, longe da ação, Edigar e Coutinho escutam o juiz apitar o final do tempo.

Só para ajudar, Zuchi não precisa dar tanta bicuda, Hernani tem que deixar de ser estiloso, telegrafa todos os passes.

O segundo tempo começa na mesma balada. Aos 7 lançamento sobre a defesa encontra gaivota livre na frente de Santos. Uma modificação me anima. Coutinho vem jogar pela meia esquerda, Edigar avança para o lado direito do ataque e Crislan fica pela esquerda. A mudança funciona.

Já aos 8, Léo entra pela área, passa a Crislan, daí para Zezinho, bola na trave. Edigar começa a incomodar pela direita, cruza, o goleiro pega. Aos 12, escapa, cruza, o goleiro dá rebote para o meio da área, Coutinho marca. Aos 20, entra pelo meio, livra-se do marcador, cruza, o zagueiro desvia para Crislan marcar.

Dois a zero, faltando 10 para acabar, Jean Felipe substitui Léo e Edigar dá lugar a Erwin. Acho que a ideia foi jogar com 3 zagueiros. No meu dicionário de futebol reforçar a defesa significa chamar o adversário. Dificilmente erro. Espero um pouco mais, jogo corda abaixo e desço a montanha. Na trilha para o acampamento base sei do pênalti de Jean Felipe, lanço minhas esperanças em Santos, o Arapongas sai do zero.

O Atlético vai dormir na liderança. O torcedor que pagou picolé a 5 reais sonha com tropeço do Londrina. Vamos fantasma, faz uma caridade, arpoa esse tubarão.