domingo, 31 de agosto de 2014

DURO DE ENGOLIR

Meu vizinho de porta vai e vem me fala de Jackson, que ele viu jogar. Diz um craque com olhos fulgentes, a boca cheia, um dos maiores do Brasil, uma falta ali nas proximidades da área era gol certo. Não vi Jackson jogar, mas acredito, o homem do Furacão é louvado por todos aqueles que tiveram a felicidade de vê-lo em campo, com sua arte escrever páginas da nossa história com dourados caracteres. Ave Jackson!
Pois o craque de noventa anos resolveu abrir o bico e falar da atualidade do seu Furacão. Li no site Paraná-online e reproduzo parte do texto. Diz o artilheiro histórico: “Não conheço ninguém dentro do departamento de futebol que conheça futebol, que possa se responsabilizar se o time for rebaixado.” Aponta o problema e a solução: “O Sicupira tem pulso firme e ninguém se aproximaria dele para vender porcaria e não admitiria propina ou algo assim... Ninguém iria vender a ele gato por lebre, pois ele sabe e conhece bandido e malandro a cem metros de distância.”
Eu poderia concluir sobre as palavras de Jackson tiro certo, dar ao leitor minha opinião. Não vou fazê-lo. Por quê? Simples. Não conheço os bastidores do Atlético. Leio, avalio, escuto, mas não estou lá dentro, nem tenho espias, não tenho as certezas necessárias para bater o martelo. Jackson deve tê-las. O amigo por certo fará sua leitura.
Do futebol que vejo em campo, e aí posso opinar, penso que temos jogadores de segundo nível escalados com frequência absurda, com rendimento crítico, penalizando fortemente o coletivo. Se a escalação é fruto de influência de terceiros, ou apenas caso de incompetência crônica, fico na dúvida, torcendo que a incompetência prevaleça.
A verdade é que o Atlético está numa sinuca de bico. Tem que contratar e jogadores do exterior estão fora de cogitação, fechou a janela. A maioria da série A já jogou as sete partidas. Os melhores da série B ninguém vai liberar. Que fazer?
O Atlético tem que se pronunciar a respeito, tem muita gente envolvida no planejamento rubro-negro, os salários não devem ser baixos, Jackson é um atleticano importante. Chegar ao atual estado de coisas com tamanha estrutura é duro de engolir.

sábado, 30 de agosto de 2014

SENÃO NÃO ENCAIXA

Domingo tem Goiás, a última baba do pacote, ou será o Palmeiras? O time verde do cerrado perdeu os últimos seis jogos, o último contra o Flu pela Sul-Americana. Resolveu reduzir custos, estabeleceu um teto salarial de 50 mil reais e tem um time de desconhecidos, pelo menos para mim, de todos os que jogaram quinta-feira eu só conhecia Renan e Davi.
O treinador é o nosso velho conhecido Nhô Drub, certamente perdendo e só vendo coisas boas. Joga contra Leandro Ávila que segue sua cartilha, treinou o Furacão, foi para os bastidores e voltou ao palco após a saída da novidade que não deu certo. É o Furacão fazendo escola.
O desconhecimento dos jogadores faz com que entender seu esquema tático seja uma dificuldade. Só no segundo tempo, depois que o goleiro do Flu foi expulso, é que comecei a colocar os botões em ordem. Dois a zero para o time do Cristóvão, o Goiás foi para cima, pressionou e conseguiu o gol na prorrogação, gol que vai ajudar muito na partida em casa.
Pelo esforço, resultado merecido. Quer saber a escalação? Vamos lá: Renan; Valmir Lucas, Jackson, Felipe e Léo Veloso; Davi e Thiago Mendes; Murilo, Tiago Real e Esquerdinha; Eric. Davi é o dono do time, responsável pela saída de bola. Os demais sabem jogar, nenhuma estrela, mas há algum sentido coletivo, boa troca de passes, e, importante, nenhum ruim que dói em que o adversário possa confiar. Se é para dar algum alento, Renan falhou nos dois gols tricolores.
O Atlético todos nós conhecemos na ponta da língua, como a diretoria, estamos todos na esperança do encaixe que vai nos levar à Libertadores. Por isso torcedor amigo, relaxe, relaxe senão não encaixa.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ZAGUEIRO KING SIZE

Assisti ontem grande parte de Grêmio e Santos em Porto Alegre. O tricolor atacou, espernou, o seu Felipão trançou os dedos, foi expulso no intervalo e perdeu. Dois a zero Peixe. De novo um erro de arbitragem deu origem a gol, agora de um árbitro FIFA. Adianta reclamar da arbitragem? Claro que não. Na fila para o Hino tem mais árbitro que jogador e nada melhora. Vamos nos conformar.
O que jogo do Grêmio tem que ver com o meu Atlético e seus problemas? Apenas um detalhe. O Atlético em Natal atacou e perdeu, levou dois no primeiro tempo. O Grêmio também. A que remete tudo isso?
Remete a um sistema defensivo eficiente, quase infalível, que possa dar liberdade para que jogadores se lancem ao ataque com alguma segurança. É inegável que o Grêmio tem defesa que inspira essa segurança, mas falhou em escanteio, em contra-ataque atingindo seu setor esquerdo.
Depois de levar, quem vira um jogo desses. Desorganiza, vai para o tudo ou nada, o adversário usa e abusa do cai-cai, o goleiro faz milagre, as traves funcionam. O Atlético perdeu o jogo contra o Santos da mesma forma. Uma falha defensiva aos 42 do primeiro tempo, um contra-ataque em meio ao segundo.
A defesa é o que dá o equilíbrio, sustenta todo o time. Se você não tem um sistema defensivo competente cai no caso do cobertor curto, vai ao ataque, leva gol, cobre a cabeça, descobre os pés. Tomou gol, tem que atacar mais, atacando mais, leva mais. Eu olho para a nossa defesa e perco o sono, acordo com os pés gelados. Vou sair hoje para comprar um cobertor king size. O Atlético deveria fazer o mesmo, ir atrás de um zagueiro king size.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

VAI TER QUE SER PELA DOR

O futebol manda recado, vai avisando, tá ruim, tá muito ruim, você não toma providências, a sorte acaba e de uma hora para outra você se vê em dificuldades, atropelado pela zona do rebaixamento. Aí sai atrás dos medalhões, do treinador a preço de ouro, aquela meleca que todos nós conhecemos.
O Atlético parou frente a uma placa vermelha enorme piscando PERIGO, DANGER, ACHTUNG, PELIGRO, tentando nos mostrar em vários idiomas que a caravana não vai bem, os índios estão atacando e causando baixas tremendas, espero que finalmente alguém tenha entendido na diretoria rubro-negra e chame a cavalaria amanhã.
O Atlético precisa urgente de um treinador, Leandro Ávila passou dois meses assistindo e não entendeu nada, mas só treinador não adianta, precisa também de jogadores. Amigos, perdemos para o cacique Pimpão.
 O Furacão de todos nós tem jogadores fracos tecnicamente, de baixa produtividade, a falta de experiência é gritante, o time que vinha bem a partir do gol se perdeu, virou uma bagunça, seu LA teve que chamar o desencantado João Paulo para evitar a goleada medonha. Isso faz tempo.
O Atlético fez mais uma de suas apostas e perdeu, pelo amor dos meus filhinhos, não pensem que a torcida vai resolver, vai botar o Atlético para ganhar jogos. Não vai, fomos para a segunda divisão com casa cheia, quando vira o fio ninguém segura. Só falta alguma sumidade levantar essa hipótese, deixar para depois o inadiável.
Doriva deve estar dizendo: “É... Não encaixou mesmo”. Tem coisas que se não são pelo amor, são pela dor. Pelo jeito, no meu Atlético vai ter que ser pela dor. 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

É O QUE ESPERO

As análises sobre a saída de Doriva estão em todos os lugares. A minha é muito simples. Doriva escalou o ruim que dói (RQD), o em má fase, o sem objetividade, perdeu e caiu. Escolheu mal, perdeu o emprego. Técnico não pode dar força a pereba, deu força toma gol, não marca, o pereba continua lá assombrando o torcedor, ele toma rumo. É simples demais.
A vantagem da permanência de Leandro Ávila é que ele conhece perfeitamente todos os RQD, todos os maus momentos, só vai utilizá-los se for um caso de suicídio empregatício. Fosse um novo treinador, ia ver um bom treino do RQD, ouvir um sussurro do empresário, e colocá-lo para jogar, certo de estar escalando uma pérola.
Outro dia, ouvi ex-jogador advogando a causa do pereba, dizendo que se não tivesse tido chances quando novo pararia a meio caminho. Ele que pegue os seus tostões e vá criar o “pereba esperança”.
O jogo contra o América na noite de hoje é especialmente difícil. O time potiguar está animado, a torcida vai lotar o estádio, o Atlético não é o bicho, vai ter que lutar muito para trazer bom resultado, facilitar as coisas na Arena.
Leandro Ávila tem que colocar o boné de comandante e esquecer amizades, passado recente, escalar os melhores e exigir correria, morcegou, trocou. Não deve nada a ninguém, só tem responsabilidades para com o clube que lhe paga, é um profissional, tem que agir como. É o que espero.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

APERTEM OS CINTOS! O PILOTO SUMIU!

Estou tentando especular o time que Leandro Ávila vai escalar e desisto. Fico arrepiado ao pensar que ele retorne com Léo Pereira, imagino que voltará com Otavio e Coutinho desde o início. E Nathan, fica no banco?
Tenho muitas restrições à atuação de Marquinhos, acho-o um jogador óbvio demais, um futebol sem surpresas, vejo Marcelo em péssima fase, acredito em Cléo, leio opiniões e fico admirado com avaliações tão díspares.
O jogo de domingo só apresentou um lance de criatividade, a entrada de Coutinho na diagonal, o passe vertical para a entrada lateral de Cleo, o cruzamento e a cabeçada para fora de Coutinho. Os 89 outros minutos foram de uma mesmice aterradora.
De todos os jogadores de meio que assisti, o único – atenção, é a minha opinião – que consegue dar um passe entre os zagueiros, deixar o companheiro em condições de finalizar é Otávio. O resto tem número na camisa e pose.
É claro que Nathan é um desses jogadores surpreendentes, mas esse não vejo jogar, aliás, vi jogar com a Canarinho, é um estranho caso de titular da Seleção que não tem vaga em time com tantas deficiências.
Fosse eu o treinador, Coutinho, Otávio e Nathan entravam, saíam Marcelo, a “desrevelação”, e Marquinhos. Otávio para jogar mais avançado, fazer dupla com Nathan na armação, Coutinho e Cleo na dupla de ataque. É muita mudança, Leandro Ávila não vai jogar fora o emprego recuperado.
Então, vou me jogar na poltrona e esperar o Hino. Conforme o que aparecer na fila, desejo boa sorte ao Leandro, boto para gravar e vou ver “Apertem os cintos! O piloto sumiu!”

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O AMIGO TEM FÉ

Foi dureza assistir Bahia e Criciúma, foi duríssimo assistir Atlético e Bahia, sempre aquele terror de sofrer um gol e perder em casa para time na zona do rebaixamento. O jogo foi tão ruim, tão sem vibração que Doriva caiu. A coisa ficou preta para o treinador.
Antes do jogo afirmei que o Bahia é um time que erra passes, possui jogadores de baixa qualidade técnica, taticamente confuso, fraco na bola aérea defensiva. Pois o meu Furacão empatou com esse time, teve duas boas chances de gol em final de partida, ambas perdidas inexplicavelmente.
Se Doriva caiu com tanta rapidez, fatores extracampo, aquilo que o gaúcho chama de vestiário, devem ter colaborado. Doriva não colocou o time para andar, mas é justo salientar a péssima fase de Marcelo, a falta de objetividade absurda de Marcos Guilherme e Bady, a queda de produção de nossos laterais, a falta de qualidade evidente de alguns jogadores.
Doriva é o pai desse decréscimo de rendimento? Pode ser. Em campo, os jogadores tagarelavam com o adversário, erravam passes, jogavam para trás, o time só foi jogar verticalmente com a entrada de Coutinho. Eu que assisti a Grêmio e Corinthians em alta rotação, achei Atlético e Bahia um casados e solteiros. Os jogadores queriam a queda de Doriva?
A voz de Leandro Ávila vai levantar o Furacão? Difícil dizer. Eu estou falando da necessidade de contratações há meses. Penso que o Atlético se ilude com adjetivos não comprovados em campo, uma ausência de criatividade sem tamanho, armadores que não veem além do jogador cinco metros à frente, enfiar uma bola, colocar o atacante na frente do gol, uma raridade. Acreditar que a troca de comando vai mudar tudo isso é para homens de fé. O amigo tem fé?

domingo, 24 de agosto de 2014

A COISA ESTÁ PRETA

Foi dureza assistir Bahia e Criciúma. Consegui chegar aos 27 do segundo tempo, sou um herói da resistência. Qual o fruto de todo o meu sofrimento? Um conhecimento mínimo do Baêa para que o amigo assista o jogo com um pouco mais de confiança.
O time do seu Gilson Kleina jogou com Marcelo Lomba; Railan, Demerson, Titi e Guilherme Santos; Rafael Miranda, Ueliton e Léo Gago; Rhayner e Marcos Aurélio; Kiesa.
Três volantes, Ueliton centralizado, mais fixo, Rafael Miranda e Léo Gago com liberdade para avançar, Rhayner e Marcos Aurélio tentando servir Kiesa isolado no ataque. Defende com nove, fica só Kiesa no ataque. Guilherme é o lateral com algum cacoete ofensivo. Deve começar o jogo com essa estrutura, com Maxi Biancuchi no lugar de Rhayner machucado.
Se resolver atacar, tira o volante Ueliton, entra o meia Emanuel Biancuchi para jogar centralizado, Maxi Bianchuchi vai para a direita, entra Willian Barbio no lugar de Marcos Aurélio pela esquerda. Kiesa continua isolado no ataque. Passa a jogar com dois volantes. Vira um 4231PA.
Marcos Aurélio é aquele que ganhou vida no Atlético e foi nos maltratar no Coxa. Fora de forma, só assusta pela sina de marcar contra o Furacão. O Bahia é um time que erra passes, possui jogadores de baixa qualidade técnica, taticamente confuso, fraco na bola aérea defensiva.
Futebol é futebol, o Atlético pode até perder, mas se perder para esse Bahia que vem a Curitiba para empatar, a coisa está preta. 

sábado, 23 de agosto de 2014

QUEM PODE MAIS CHORA MENOS

Encontro o vizinho no elevador, atleticano muito jovem, e aproveito para cutucar o rapaz saindo para a universidade. “E o Furacão?” pergunto. O lamento vem acompanhado de uma saudade dos tempos do Leandro Ávila, o desconforto com o trabalho de Doriva. Não é um sintoma novo, está por aí, na cabeça de muitos atleticanos.
Fui pesquisar. Leandro Ávila comandou o Atlético em quatro jogos. Corinthians (1X1), Coritiba (2x0), São Paulo (2x2) e Figueirense (3x1). Eliminei o jogo contra o Corinthians em que ele usou três volantes e fiquei com a equipe que jogou as três últimas partidas.
Qual a equipe? Vamos lá: Weverton; Sueliton, Cleberson, Léo Pereira e Natanael; Deivid e Otávio, Bady e Marcos Guilherme; Douglas Coutinho e Éderson. Os principais substitutos foram João Paulo, para garantir resultado com três volantes, Nathan e Cléo para dar força ao ataque. Lembre-se que Marcelo estava machucado.
Qual a diferença para o time que perdeu do Santos? João Paulo no lugar de Otávio, a nova dupla de ataque Marcelo e Cléo. Onde está a culpa? O novo ataque não marca gol, não ajuda defensivamente com a mesma eficiência? Pode ser. Lembre-se que Éderson já pegou o tapete mágico.
Importante lembrar que na pré-Copa, os times estavam em fase de arrumação, contratando, hoje estão prontos, o Sport tem Diego Souza, Ibson, o Santos Robinho, o São Paulo Kaká, uma leva de gringos chegou para ajudar, a moleza acabou. O Atlético trouxe o científico.
Doriva não se deu bem com os três atacantes, mas não acho que a culpa seja exclusivamente sua. Há um buraco na nossa defesa, se ataca fica exposto, o ataque está devagar, o meio não arma nem cadeira de praia. Doriva cuida do coletivo, mas a individualidade tem que ajudar.
Não dá para olhar para trás, sentir saudades, era outro cenário. Tem que substituir, achar o melhor esquema, logo. Agora, quem pode mais chora menos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MUITO PIOR

O atleticano tem que colocar os pés no chão e entender que este ano será muito difícil repetir 2013. As razões são evidentes.
O elenco atual não tem o mesmo nível técnico. É inegável que perdemos jogadores importantes e a esperada reposição não aconteceu. Evidente a perda da experiência de atletas que foram decisivos na campanha do ano que passou, embora muitos desmereçam essa importância.
Admita-se que o Furacão 2013 foi fruto de um momento muito ruim em que Mancini assumiu a equipe e teve liberdade e capacidade para encaixar jovens e veteranos rapidamente, conseguindo resultados imediatos que deram segurança para o prosseguimento.
Ao contrário de Mancini, Doriva recebeu o Atlético em fase de vitórias, obrigou-se a manter escalação com deficiências e muita juventude, os remanescentes de 2013 em má fase, alguns em processo de negociação, sempre negativo, e, só agora tem uma real visão da qualidade do elenco disponível. Demorou mas a ficha caiu. Assim espero.

Doriva já deu chance para todo mundo, aguentou demais, agora tem que colocar o melhor em campo e vencer o Bahia, para ter tranquilidade no futuro. Tem que ir ao encontro da torcida com crédito. Jogar na arena vazia é muito ruim, com a torcida desconfiada muito pior.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

INFELIZMENTE

Bem rapidinho. Dorival não mudou, o time até que incomodou no ataque, principalmente entre os dez e vinte minutos, depois permitiu que o Santos avançasse seus volantes, aí fica difícil, mesmo assim, quando parecia que íamos para o vestiário com o empate, a bola caiu ali onde não pode cair e gol do Peixe. Espero que o Dorival tenha entendido finalmente.
Então o Doriva assumiu, tirou Marquinhos, que alguém esqueceu de ensinar a jogar para a frente, e colocou Coutinho, entrou com três atacantes. O jogo foi intenso, como Doriva queira, o Atlético teve a presença ofensiva que eu quero, mas é difícil se mandar para o ataque e não levar gol com a defesa que tem. Contra-ataque do Santos, dois a zero.
Entra Dellatorre, entra Otávio, na teoria tudo certo, para valorizar o esforço, pênalti sobre Marcelo. Quem tem que bater? Óbvio, Douglas Coutinho. Marcelo pega a bola e mete na trave. Marcelo quase nos fez passar mais um ano na segunda divisão com essa malandragem de bater pênalti elevando a bola. Marcelo, na terceira vez é burrice.
A partida deixou claro que Dráusio tem qualidade para ser zagueiro titular do Atlético com um pé nas costas. Não é.

O Atlético tem um treinador eficiente, um grupo engajado, um elenco que com duas contratações poderia fazer grande figura no Brasileiro. Infelizmente elas não vieram. Para nós torcedores, infelizmente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

PENSAR EM TRÊS PONTOS

Quarta-feira, dia de chegar do trabalho, ligar a TV e esperar pelo jogo comendo de preferência um fruto do mar, já se preparando para degustar o Peixe logo a seguir. Lula à milanesa, marisco à vinagrete, camarões ao bafo, acompanhados de um branco são aconselháveis para aquecer.
O Peixe a ser devorado tomou de três da Raposa no fim de semana, vem para cima do Furacão com ferocidade de orca assassina. E como joga essa orca? Vou explicar. Antes vou dizer que considero a utilização de no mínimo dois esquemas por equipe em uma partida, um para defender(PD), outro para atacar(PA). Por exemplo, um 442PD, um 3151PA.
O Santos do primeiro tempo contra o Cruzeiro não foi assim. Jogou num 433 puro, para defender e atacar. Vejamos: Aranha; Cicinho, Edu Dracena, Bruno Uvini e Mena; Lucas Lima, Alan Santos e Arouca; Robinho, Damião e Thiago Ribeiro. Sempre defendeu com três na segunda linha. No ataque permitiu uns avanços de Cicinho.
Com mais um gol de cabeça, a Raposa foi para o vestiário com 1 a 0. O Santos sacou Damião e entrou com Rildo na esquerda. Robinho saiu da direita e foi para o meio. Thiago Ribeiro saiu da esquerda e foi para direita. Uma bela mexida. Deixou Arouca e Alan Santos na frente da zaga e liberou Lucas Lima para atacar. Para quem gosta dos números um 4213PA, ainda um 433PD.
Com tudo isso tomou gol aos três minutos e passou o resto do jogo no ataque, exigindo umas duas boas defesas de Fábio. No final, contra-ataque e Julio Batista carimbou o três a zero.
Deficiências: defende com três na segunda linha, Egidio cruzou umas vinte bolas da esquerda, no ataque tem uma bola aérea nula, Damião está mal, o time costura, costura e ninguém para arrematar. O Gabigol está jogando pelada com o Mosquito lá no Catar.
Virtudes: Robinho está bem, Thiago Ribeiro pode matar o jogo, Lucas Lima joga na vertical do gol, é bom jogador, se deixar Arouca avançar cria situações importantes. Tem ainda Rildo, um ponta-esquerda clássico, vai para o drible na velocidade, pode complicar.

Acho que Doriva não vai mexer, vamos repetir Recife, com um pouco de sorte, uns milagres de Weverton, repetimos o resultado. Se Marcelo entrar em campo acordado, dá até para pensar em três pontos.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

ESTAREI LÁ PARA VER

O Atlético já tem adversário para as oitavas da Copa do Brasil. É o América do Rio Grande do Norte que levou de três em Natal e meteu cinco no Flu no Rio de Janeiro. O quinto e definitivo gol nos acréscimos deixou o torcedor tricolor furibundo, pensando na longa viagem de ônibus em retorno ao lar. O jogo de ida é dia 27 na capital potiguar.
O jogo da volta será na Arena já liberada para a imensa torcida rubro-negra, dia 3 de setembro, às 19h30. Depois de dois anos e oito meses voltamos para casa. Vivos. Amigos, somos uma fortaleza espiritual, testados em todos os aspectos mais sutis de nossas almas, de volta para nosso castelo invencível, novo, belo, magnífico. Merecemos.
O amigo gostou do sorteio? Acha o América mamão com açúcar? Impossível reclamar. Óbvia a necessidade de nos prepararmos com consciência. O Atlético está longe de ser equipe a passar por cima de qualquer adversário, em nosso estágio atual a tendência são jogos sempre difíceis, vencidos pelo esforço e dedicação extremos.
Doriva juntou o time na defesa, mas não conseguiu defender e atacar com equilíbrio, alternar momentos de segurança defensiva com outros de predomínio ofensivo, mesmo contra-atacar de forma coletiva. Basicamente, tem um time que defende, que com substituições pode jogar no ataque.
O jogo contra o Sport prova minha tese. O Atlético entrou para defender, teve sucesso, até saiu na frente no placar, sofreu o empate, em final de partida remontou a equipe, entrou com Coutinho e Dellatorre, três atacantes para tentar o resultado em final de jogo. São dois times diferentes. O segundo sem armadores.
O amigo me dá um carrinho por trás, diz “se o homem coloca três atacantes, você detona, se fortalece o meio, você critica”, levanta, pisa meu joelho bichado e diz que não foi nada. O amigo sabe que o torcedor torce, torce para que todas as tentativas do treinador tenham sucesso. Quando não dá, valeu a intenção, azar o nosso, mudar é preciso.
Doriva ganha para colocar em campo um time equilibrado que defenda e ataque, consiga ultrapassar o meio de campo e criar situações. Só isso. Parece pouco, mas ainda não vi. Como torcedor quero ver. Até que enfim, dia 3, depois de uma eternidade no sofá, estarei lá para ver.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

NA QUARTA TEM MAIS

Se alguém viu algo de bom no Atlético que empatou em Recife além do ponto ganho, por favor, me avise. A defesa! A defesa! Grita o amigo querendo me ajudar no texto que custa a sair.
Eu sei, é inegável, time que defende noventa minutos e consegue sair de campo com o empate deve ter seu esforço reconhecido. Não faltou esforço. Especial reconhecimento para Weverton, o milagreiro.
Amigos, fora Weverton e suas defesas, vi muito pouco de bom, nenhuma atuação tecnicamente razoável, aqueles em que passei a acreditar no jogo contra o Botafogo se apresentaram abaixo do jogo anterior, casos de Cléo, Natanael e João Paulo.
Simplesmente, o Atlético não conseguiu jogar. Fez o gol de bola parada, teve uns primeiros segundos animadores no segundo tempo, foi trocar três passes aos quarenta, se muito, dois minutos. É muito pouco, é pouquíssimo para uma semana inteira de treinamentos, contra o Sport.
O Atlético está tão empenhado em marcar que quando tem a bola não sabe o que fazer. Marcelo está espiando o lateral, Cléo é uma ilha cercada de zagueiros por todos os lados, Bady e Marquinhos recebem e tocam para trás. Se não fosse pecado capital, seria interessante ver o Furacão inferiorizado no placar só para vê-lo tentar jogar no ataque.
Talvez tenha que ser assim mesmo. O treinador avaliou o que tem em mãos e pensa ser esta a solução. Quando resolveu atacar tomou de três, então, defender e arriscar na bola parada são os ingredientes da fórmula Doriva para o sucesso atleticano. Se for assim, não percamos mais tempo, vamos parar por aqui. Foi só um bom resultado, em jogo duro, num dia de luto. Na quarta tem mais.

domingo, 17 de agosto de 2014

CONTÍNUAS VITÓRIAS

O Goiás jogou contra o Inter contando com sete jogadores da base. Perdeu, bola cruzada na área, o zagueiro fez contra. É a terceira derrota seguida do time goiano. Porque estou trazendo a triste história do cerrado ao conhecimento do amigo?
Para fazer um paralelo com o nosso Furacão, penso que recordista em pratas da casa jogando neste Brasileiro. Os dois times de meninos apresentam campanha parecida, temos 22 pontos, eles 20, com um jogo a mais. Os dois times não contrataram estrelas para compor suas equipes.
O amigo sabe que penso necessárias contratações, mas quero deixar claro que sou totalmente contra esses salários absurdos pagos à tropa que retorna ao Brasil varonil. Penso que o primeiro artigo da tal Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte deveria estabelecer um salário teto para jogador, pelo menos para os times devedores. Ou tira a “responsabilidade” da lei. O Alex não vai gostar.
Sem querer saí do rumo. Meu objetivo era relacionar a falta de contratações à absoluta ausência de público no Serra Dourada. Sem dúvida, a contratação da estrela motiva o torcedor, vende camisa, ingresso, rende associados. O time de meninos pode ser motivo de orgulho, ter o craque criado em casa eleva a autoestima, mas não tem o mesmo efeito da contratação estelar.
O Atlético, que espera forte aumento de associados quando da reativação da Arena, pode ter o objetivo atingido apenas parcialmente devido à ausência de contratações de peso. O Sport, que hoje enfrentamos, trouxe Vitor do Goiás, está resgatando Diego Souza e Ibson da Europa. Vai lotar estádio.
Os 24 mil rubro-negros associados, heróis da resistência, estarão lá, já aguentaram tudo, provaram muito mais que amor ao clube. Os agarrados ao sofá vão precisar de um bom motivo para sair de casa. Vamos esperar então que o time engrene, ganhe partidas em sequência, leve o torcedor ao Espaço Sócio Furacão. Que assim seja. Que hoje seja mais um dia de contínuas vitórias.

sábado, 16 de agosto de 2014

JOGO DURO

Apertei o OK e passei a ver Flamengo e Sport, só para avaliar o nosso adversário de domingo, estimar quantos copos de suco de maracujá devo tomar antes do jogo. O amigo sabe que a partida no Maracanã terminou um a zero Urubu, gol nos minutos finais, gol que levou nosso coirmão a ficar com a lanterna acesa durante toda a semana.
Em termos de elenco nada que impressione. Veja aí: Magrão, Patric, Oswaldo, Ferron e Renê; Ronaldo e Rithely; Augusto e Wendel; Neto Baiano e Felipe Azevedo. Defende com duas linhas de quatro, Augusto volta pela direita e Wendel pela esquerda para formar a segunda linha.
Ataca com Patric forçando pela direita, Wendel deslocado pela esquerda, Augusto centralizado, os dois atacantes se movimentando na frente da área. Rithely é volante de muita movimentação, vem buscar na saída de bola, avança, passa bem longo, finaliza muito. É bom cuidar.
A saída de bola acontece pelos laterais, mais por Patric, já falei em Rithely. Achei que o treinador forçou com Patric pela direita no primeiro tempo, com Renê pela esquerda no segundo. Para resumir, o Sport se defendeu noventa minutos, fez quase nada no ataque, perdeu.
Para dar uma ideia da precariedade ofensiva da equipe, aos dez do segundo tempo, o treinador trocou os dois armadores, entraram Zé Mario e Danilo nos lugares de Augusto e Wendel. Nada mudou, o Fla deu um abafa no final do jogo, mereceu vencer.
A imprensa aponta mudanças nessa equipe. Veja aí o novo Leão: Magrão; Patric, Durval, Oswaldo e Renê; Wendel, Rithely, Régis; Felipe Azevedo, Erico Júnior e Neto Baiano. Durval o amigo conhece, Régis é armador contratado da Chapecoense, Erico Júnior é atacante da base.
Muda muito. É time montado para atacar, ganhar 3 pontos. Sem nenhum marcador de ofício na segunda linha pode ficar vulnerável. O Flamengo venceu explorando o setor de Patric. Demorou, mas cruzamento encontrou Eduardo Silva livre, de cabeça fez ruir a toca do felino.
Penso que o Atlético terá dificuldades no aspecto físico, temos jogadores de menor porte, perdemos no futebol trambolhão. Se encolhermos para jogar só no contra-ataque é melhor economizar viagem. O jeito é entrar acordado, tentar jogar, bloquear a saída de bola lá na frente, forçar pela esquerda, evitar o choque, trocar passes, usar velocidade.

Os quatro copos de suco que já deixei reservados para domingo indicam jogo duro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SOCOOOOOORRRROOO

Fluminense, São Paulo e Internacional foram defenestrados da Copa do Brasil. Os rivais deitaram e rolaram. Do soberano São Paulo disseram que ele continua “sobeirano” vaga nas competições de que participa. Transformaram o Ceará mata Colorado em Mazembe do Nordeste. A estrelinha da Globo afirmou que como o América é de Natal e o jogo foi em agosto, a vaga é tricolor, ganhou na justiça, outra vez.
A quarta aterrorizante mostra bem o horror em que se transformou o futebol nacional. Qualquer time pode perder, essa é uma das razões que tornam o futebol apaixonante, mas, em jogos mata-mata, times da primeira divisão serem eliminados por Bragantino, Ceará e América de Natal é quase impossível. Por azar, um deles poderia cair, os três nem pensar. Amigos, estamos no fundo do poço.
Ao final da tarde assisti parte do jogo entre Brasil e Equador em torneio sub-20 no Catar, uma dureza, nem com a dupla Nathan e Mosquito em campo aguentei ver até o final, um zero a zero tremendo, repetindo o empate da estreia contra o Catar. Amigos, estamos virando piada em todos os níveis, até as meninas tomaram de cinco da Alemanha.
A convocação da seleção sub-21 tem a maioria dos jogadores atuando fora do Brasil, quem vê esses jogadores para convocar com alguma seriedade? O super-Gallo, o megaempresário Gilmar Rinaldi?
O amigo sabe que sou um dinossauro sobrevivente do meteoro, pois de tudo que vi afirmo com convicção, esse futebol que está aí não tem o DNA do futebol brasileiro de Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe, só para citar uma linha de ataque. Poderiam ser muitas outras, Zico, Adílio, Falcão, Sócrates, Rivelino, Romário, Ronaldo...
Em algum momento perdemos o rumo, esquecemos o drible, a tabelinha, os armadores finaram, ficamos sem meio, inventamos o meia-atacante, “pelamor”, valorizamos o treinador, que descobriu ser possível ganhar um Brasileiro com bola parada e uma multidão de volantes.

Pelo que li, o meu Atlético, que tem 298 bons volantes, pretendia contratar mais um na janela de transferência. Daí eu iria clamar pela volta do meteoro. Como diz o amigo coxa de sobrenome atleticano importante “socooooorrooooo”

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

MOTIVO PARA SEGUIR EM FRENTE

Espio os sites, a minha esperança de notícia boa não chegou, fechou a janela de transferência e o Atlético não trouxe ninguém, tudo muito caro, vamos com o que tem, ou com alguma contratação nacional, algo muito difícil. Sorte do empresário.
Tinha pouquíssimas esperanças na vinda de alguém de fora, mas tinha esperanças. Ter esperança sempre é um motivo para seguir em frente.
Sem a novidade, agarro-me à manutenção do 442 pelo Doriva – alguns acham que é um 4231, outros um 433 –, às vitórias dos meninos no estrangeiro, vão ter que fazer uma estante só para as conquistas internacionais, às promessas apontadas nesse time que tem o passaporte carimbado todos os dias, a cada viagem volta com a mala carregada de troféus, uma, duas estrelas em ascensão.
Uns chegam, outros saem, quatro piás vão para a Índia, vão ser sorteados entre os times indianos, algo como o draft da NBA, é o Furacão exportando capacidades, mais uma aposta, vamos ver no que é que dá.
No Brasil, o azar continua. O candidato a presidente morreu. Em país com capacidades mínimas, alguém que poderia dar um alento, tinha algo a dizer além de patacoadas, merecia ser ouvido, se acidenta e morre. É de jogar a toalha.
Eu continuo na minha campanha do NÃO REELEJA. Aprendi desde cedo a ter coragem, a acreditar no Brasil que percorri inteiro, no povo que não se vende, na gente que, consciente da sua real e imensa capacidade, não se entrega, luta e transforma a debacle em vitória.

É nessa raça corajosa que deposito minha esperança na virada, pego minha mochila e avanço, ter esperança é sempre motivo para seguir em frente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ÓTIMAS LEMBRANÇAS

O Paraná fez água, deve salários, salários para todo mundo, os jogadores se reuniram e deram um ultimato à diretoria. Jogam até a próxima terça-feira, se solução definitiva não acontecer, é greve. O Paraná vive o mesmo problema enfrentado pelo Botafogo. Dívidas sem fim, fossem empresas, já teriam fechado as portas.
Muitas vezes saí ali da Brasílio Itiberê, atravessei o cemitério e fui a pé com a turma da rua assistir jogos no Orestes Thá, propriedade do então Água Verde, que deveria na verdade se chamar Guaíra, nome do bairro onde ainda se localiza sede do clube que a inteligência paranista pensa passar nos cobres para pagar a dívida.
Quando converso com os velhos italianos criadores do clube, que por meio de sucessivas adições transformou-se no atual Paraná, ouço de todos eles a certeza do fechamento. Alguns acusam a ala do antigo Ferroviário de responsável pelo desastre, dizem que no Pinheiros até para se comprar um lápis tinha que se mostrar necessidade, quando os colorados assumiram as contas a vaca foi para o brejo.
Eles que são brancos que se entendam. Penso que a Gralha se meteu numa arapuca da qual não sai sem apoios externos, sem ajuda não levanta voo. De onde poderia vir essa ajuda? Creio que Atlético e Coritiba poderiam ajudar.
Empréstimo de jogadores mantendo o pagamento dos salários, o Corinthians tem Emerson no Fogão desta forma, pagamento de salário de jogadores sobre os quais tenham interesse tendo como retorno percentual do passe do atleta, uma partida na Arena com renda revertida para o Paranito, a Arena é uma atração e tanto, com a palavra os criativos.
Penso que se a cidade não se mobilizar, segue a Gralha para a degola, ou para um grande investidor que assuma a dívida e o clube, um multimilionário russo, um sheik das Arábias, um desses empresários de secos e molhados que tem 20 jogadores aqui, vinte ali.

Para quem assiste o drama da última fila, parece que a degola é a realidade a enfrentar. Seria uma pena, a última morte de uma dezena de clubes da velha Curitiba. E eu ficaria só com duas lembranças desses clubes, um balão impossível que o Mandrake deu em lateral do Água Verde (Fonti?) na bandeirinha de escanteio e os quatro gols do Ziquita. Não se pode negar, ótimas lembranças.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

BAFEJADA PELA SORTE

Doriva diz que “estamos no caminho certo”. Se assim pensa, achamos o rumo na hora exata. Faltam cinco rodadas para terminar o primeiro turno do Brasileirão, quem está com a corda no pescoço vai jogar a vida, quem está lá na frente não vai entregar a vantagem de graça. É bom estar com o esquema definido, a equipe trabalhando duro no seu entrosamento.
A nossa sequência de jogos aponta Sport, Santos, Bahia, Goiás e Palmeiras. Sport, Santos e Goiás fora, Bahia e Palmeiras na Arena magnífica, contra o “verdão” já com a torcida no BID.
Os jogos fora são contra times que nos seguem na tabela, classificados entre o 8º e o 10º lugares, somos o 7º, vão querer nos jogar nas cordas, tomar nossa posição custe o que custar. Bahia e Palmeiras se arrastam no fim da fila, vem conhecer a Baixada para levar um ponto.
Uma boa solução para o Atlético seria fazer 4 pontos fora e vencer as duas em casa, 10 pontos em caixa. Somados aos 22 já obtidos teríamos 32 ao findar do turno, exatamente a metade dos 64 que nos garantiram o 3º lugar em 2013, nos levaram à Libertadores. Possível? Mesmo sem conhecer nossos adversários, penso que temos chance. Vai depender de muitos aspectos.
A saída de Coutinho para a seleção sub-21 não nos beneficia. No meu entendimento, essas seleções só servem para encorpar as contas bancárias de empresários. A má fase de Marcelo não ajuda. Deficiências crônicas não sanadas aqui e ali vão deixar sequelas. O elenco limitado em quantidade e em experiência terá que sofrer baixas mínimas, ganhar cancha valendo três pontos. A diretoria que poderia ajudar um pouco, contratar um ou dois, vitaminar o cajueiro, não bota a mão no bolso. 
Um ótimo trabalho de Doriva, o entusiasmo dos piás, o fator Arena no segundo turno, a sorte, poderão ajudar. Os fatores antagônicos são muito mais numerosos e reais do que os positivos, todos dependentes de um “se” que deixa dúvidas e dúvidas.

Há algum tempo, o Atlético parece viver de apostas, gosta de correr riscos, e, todos sabemos, tem tido muita sorte. Pois então vamos acreditar que é possível, fechar os olhos, esquecer os obstáculos, seguir em frente, confiar na piazada, bafejada pela sorte.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SÓ O TEMPO DIRÁ

Vitória do Furacão com gol no crepúsculo do dia dos pais é sobremesa requintada. Não supera todo o chamego dos filhos e netos, o futebol é apenas um anexo importante, mas é um The End digno da Metro-Goldwyn-Mayer em seus melhores tempos.
O Atlético venceu jogo em que imaginei teria muitas dificuldades. A ausência de Carlos Alberto facilitou, Emerson teve que resolver tudo sozinho, quase conseguiu, mas com uma barriguinha que já possibilita saber o sexo do bebê, era muita areia para o seu caminhãozinho.
A mudança do esquema para o 4-4-2 foi fundamental para a conquista dos três pontos, mais que isso, a aproximação da marcação no meio de campo. O Atlético, que espiava os adversários, passou a chegar junto com velocidade, dificultando a livre circulação da bola, retomando-a, propiciando situações de ataque.
Nada para entusiasmar, a partida foi equilibrada, as chances de gol poucas. Aproveitando-se das dificuldades com a bola aérea da defesa carioca, Cléo marcou aos 46 do primeiro tempo em cruzamento de Natanael, já tinha obrigado Jefferson a grande defesa em lance anterior.
Cléo foi uma das boas figuras da partida. Sabe jogar de costas para o gol, fazer o pivô, consegue manter a defesa em sobressalto, recuada, obrigada a marcá-lo. Defensivamente também teve boa atuação, muito eficiente na bola aérea.
Quando aos trinta saiu para dar lugar a Coutinho, o Botafogo, que já estava dentro da nossa área, avançou todo, nos últimos quinze minutos a casa andou para cair, Weverton fez dois milagres seguidos aos trinta e três. O perigo só acabou com o gol de Coutinho aos quarenta e sete.
Achei João Paulo o melhor do Furacão. João Paulo joga muito, mas toda nova contratação, todo novo treinador, lá vai o João para o banco. Tendo continuidade, fecha o meio. Natanael também teve nota alta, teve participação nos dois gols rubro-negros, no primeiro assistiu, no segundo deu início à jogada. Marcelo continua muito mal.

Coletivamente foi bom jogo. Doriva foi importante na vitória, mudou o esquema, reforçou setores deficientes, penso que deveria ter mantido Cléo em campo, entrado com Coutinho no lugar de Marcelo. Sem dúvida o time evoluiu taticamente. Se esta evolução basta para enfrentar adversários mais preparados, só o tempo dirá.

domingo, 10 de agosto de 2014

FELIZ DIA DOS PAIS

As redes sociais nos fazem conhecer centenas de pessoas, de longe participar de suas vidas, acompanhar seus sucessos, dizer amém para suas orações, inserir um nome em perigo nas nossas próprias orações, as pessoas precisam, não custa aumentar a “rela”. Deus compreende, deve escutar paciente, dar um despacho positivo para quem de direito.
Um dos aspectos mais interessantes é acompanhar a felicidade imensa que envolve a gestação. Uma mãe alardeia o início da gravidez, meses depois está postando a barriga em desenvolvimento, quando você menos espera passaram-se nove meses, estão nascendo as Alices, as Fernandas, as Agaras, os Superes, temos lá a foto do pai de máscara cirúrgica, o gorro atravessado na cabeça, o pequeno ser em seus braços. Uma alegria de gol aos 47 do segundo tempo contra os... Contra quem você quiser.
Mais um pouco e a Francine – é a fotógrafa de bebes que habita minha página – está tirando fotos belíssimas, pais e mães encantados com a criança mais linda do mundo, de marinheiro, de urso, de pirata, peladitas, dormindo o suave sono dos inocentes, sorrindo o sorriso dos anjos. A piazada de hoje nasce maquiada, fazendo pose. Reconheça-se, o controle de qualidade melhorou muito.
Para quem já viveu o ciclo todo, assistir o começo de tudo para tantos é reconfortante, um crédito à família, uma promessa de trabalho feito com amor, um compromisso que não tem fim, para quem ainda não sabe, filhos são para sempre.  Sendo para sempre, quanto melhor for o trabalho feito na formação, melhor será o craque no futuro, quanto melhores forem os fundamentos, mais fácil será sua integração ao jogo da vida.
Hoje, o pai deixou de ser o último zagueiro carrancudo para participar da armação, com sentimento orientar os passos, ver crescer com liberdade, apresentar limites, criar oportunidades, principalmente dar exemplo.

É empolgante ver este novo time familiar em que o pai participa com tanta intensidade e tanto sucesso. É um belo caso de adaptação às novas circunstâncias. Por isso, a todos aqueles que assumiram as novas funções com amor maternal, muito de armador, muito de sentir, pouco de zagueiro, o imprescindível, um feliz dia dos pais.

sábado, 9 de agosto de 2014

SUAR SANGUE

Estressado com o meu Furacão, resolvi dar uma olhada em Botafogo e Cruzeiro, ver o que nos espera no domingo. O time da estrela solitária está no bico do corvo, deve cinco meses de salários. Quando se diz que os jogadores botafoguenses estão se “doando” ao máximo é a mais pura realidade.
O amigo sabe que o jogo foi um a um, o Bota saiu na frente e deixou empatar no segundo tempo. A Raposa que a todos vence, encontrou muitas dificuldades, empatou na bola aérea, uma das suas especialidades.
O Fogão, que enfrentou a Raposa de igual para igual, tem uma coluna vertebral de qualidade e muita experiência. Jefferson goleiraço, Bolívar na zaga, o velho Carlos Alberto na transição, o chatíssimo Emerson sheik no comando do ataque, incomodando todo mundo, criando caso.
O time tem bom entrosamento, os volantes Bolati e Gabriel podem chegar ao ataque, Edilson, que já foi lateral no Furacão, joga como volante avançado pela direita, foi dele o gol do Bota, os laterais só vão na boa, Carlos Alberto joga centralizado armando as jogadas, Emerson e Rogério se alternam pelos lados do campo com velocidade.
É um 4-3-1-2 com o volante da direita com grande liberdade para atacar.
Para defender voltam nove, Carlos Alberto fica ali pelo meio de campo para puxar contra-ataque. As duas linhas defensivas jogam muito próximas, a Raposa sofreu para encontrar brechas e finalizar.
Se estressado estava, pior fiquei. O Botafogo tem melhor entrosamento que o Atlético, jogadores com maior experiência, o esquema funciona, fiz um esforço danado para encontrar defeitos, só enxerguei problemas na bola aérea defensiva e um cansaço precoce em fim de partida.
O torcedor rubro-negro não se iluda. O jogo será duríssimo. Para ganhar os necessários três pontos, o Furacão vai ter que suar sangue.

PS: Em reportagem da Gazeta do Povo fiquei sabendo que o Atlético acolhe vinte jogadores do empresário Rafael Stival, entre eles Marquinhos e Léo Pereira. Sou um anjo, só me falta voar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

É MUITO DIFÍCIL

A manutenção de Léo Pereira na zaga durante o treino de quinta-feira indica a indigência do departamento de futebol atleticano. Eu, é minha opinião, cada um tem a sua, e eu respeito, acho sua escalação uma irresponsabilidade.
O defensor do garoto vai dizer que ele é novo, o gol contra foi apenas um lance de azar. Amigos, o Atlético joga a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, entre o jogador e o Furacão, eu fico com o Furacão, fácil.
O único atributo em que o menino tira nota sete é a bola aérea, mesmo assim, o gol de lateral aconteceu no seu setor. Com a bola no chão a nota é baixa, o lance do autogol é apenas a confirmação do que estou dizendo. No jogo contra o Galo, Maicosuel passou tantas vezes quantas quis pelo zagueiro, fez uma festa, só não vê quem não quer, ou quer afrontar a inteligência do torcedor.
Lembra Rafael Santos no Atlético segunda divisão/2011. Afastado do bom futebol, gol contra, lá fomos nós ladeira abaixo. O Atlético tem uma gordura que não pode perder, sob pena de daqui a três rodadas estar com a corda no pescoço, atropelado pelo Coxa. Depois que o psicológico vira o fio, ninguém sabe o que pode acontecer.
Se Doriva deseja insistir com o zagueiro, ou é obrigado, que escale logo três volantes, ou posicione um líbero atrás da primeira linha de quatro, tente tampar a brecha de alguma forma. Três atacantes, nem pensar.

A sorte é que não sou dono da verdade, posso estar redondamente enganado e Léo Pereira ser um craque em evolução. Para o bem do menino, que assim seja. O azar é que acompanho a zaga do Atlético desde os tempos de Tocafundo, Charrão, Bellini, Alfredo e daí por diante. Não sou cientista, mas já vi tudo. Estar redondamente enganado é muito difícil. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

JÁ SERIA UM COMEÇO

A Câmara Federal decidiu adiar a votação da Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte. Ficou para depois da eleição. O amigo sabe que o assunto gerou polêmica entre o presidente Vilson do Coxa, que virou porta-voz dos clubes – a última vez que seu Virso esteve à frente de alguma coisa se produziu o maior vexame da história do futebol nacional – e o Paulo André, um dos representantes dos jogadores aglutinados sob a sigla do Bom Senso.
Basicamente, a lei pretende estabelecer um parcelamento das dívidas fiscais dos clubes e instituir novas práticas nas gestões. Sem querer ao digitar gestões apareceu na tela festões, quase a mesma coisa. A partir daí vida nova para os clubes, que teriam que apresentar Certidões Negativas de Débitos como pré-condição para participar do Campeonato Brasileiro. Seria, ainda, criado um fundo de financiamento para iniciação esportiva, o lado sonhador da coisa, aquilo que nunca será realizado, todo mundo sabe, está lá para cativar os tolos.
Eu queria que nesta lei estivesse incluído o seguinte artigo: Os clubes deverão manter em seus sites, de maneira clara, os nomes dos empresários dos atletas e percentuais a eles correspondentes nos valores dos contratos, bem como aqueles referentes ao clube.
Exemplo: Jogador Carlos Alberto da Silva (Cacá), empresário Estevão Lunardeli, com 60% dos valores do passe, os 40% restantes de propriedade do Itapecerica Futebol Clube.
O motivo do meu desejo vem da palavra do meu porteiro coxa. Sempre que eu reclamo da escalação contínua de jogador sem a mínima qualificação para atuar no Furacão, ele repete com aquela sabedoria que lhe é peculiar: “Empresário forte seu Ivan!”. Com o conhecimento dos valores contratuais, eu poderia saber se a afirmação do amigo tem fundo de verdade.

Ainda teríamos que verificar se esses empresários não são apenas laranjas de empresários ainda mais fortes, algo quase impossível de saber. Restaria sempre uma dúvida, mas já seria um começo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O ELO MAIS FRACO

Domingo, o Atlético enfrenta o Botafogo de Mancini, técnico que nos levou à final da Copa do Brasil e à Libertadores. Melhor rendimento só o de Geninho, campeão brasileiro. Mancini se foi e ao estudar o seu adversário de domingo certamente terá dificuldades não imaginadas para treinador que abandonou o Cajueiro sete meses atrás.
O Furacão de Mancini mudou e mudou muito. Daquele time restaram os titulares Weverton, Deivid, João Paulo e Marcelo. As lacunas deixadas foram preenchidas por reservas imediatos, Cleberson, boas contratações, Sueliton e Natanael, pratas da casa, Marquinhos e Coutinho, contratações que ainda não vingaram, casos de Bady e Cléo.
Mancini pegou o time no abismo e o levou ao cume da montanha. Um caso de esquema vencedor, sorte muitas vezes, principalmente acerto de uma defesa até sua chegada claudicante. Mesmo com laterais de nível inferior aos atuais, o trio formado por Weverton, Luiz Alberto e Manoel foi rocha dura de furar.
Aonde quero chegar? Quero chegar na importância da defesa. O atacante pode perder gols, o armador errar passes, do meio para frente tudo pode, um gol salva o dia. Na defesa, errar é impossível. Um erro mata o dia, três matam o dia e o torcedor de enfarto fulminante.
Domingo Doriva trocou Otávio por João Paulo com o intuito de fortalecer o sistema defensivo. Pouco adiantou. Anginas terríveis pipocaram nas arquibancadas, sofás, bares e botecos. Por quê? Simples. Não há esquema que dê jeito na falha individual.
A equipe de futebol é corrente que tem como grau de resistência o grau de seu elo mais fraco. Se este elo mora na defesa, é ali que ela quebra. Para salvar a corrente, a solução é trocar o elo. Novo no cargo, o Doriva bom moço manteve o elo e desmanchou o topete na parede.

Doriva sabe que a prioridade é a corrente, corrente que tem que voltar a vencer, se assim não for, logo, logo, ele próprio passa a ser o elo mais fraco. 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

SINTO MUITO PETRAGLIA

O retorno do Atlético às vitórias não é só dependente de contratações. Ei! Não estou dizendo que elas não são necessárias, podem esperar, elas são necessárias e urgentes. Digo que seu Doriva pode ir puxando orelhas e trabalhando com o objetivo de vencer o Botafogo desde já.
Começar puxando as orelhas do seu Marcelo. O papa-léguas parou de jogar. Por quê? E eu sei. Penso que o chamego com o Timão deixou sequelas, ou a expectativa de seguir o rumo de Éderson o fez passar a ausente. Outro a ter a orelha esticada é o seu Coutinho, individualista em demasia, esqueceu que tem outros dez em campo.
Depois é mudar o esquema. Os três atacantes não funcionaram, a recuperação defensiva é frágil, Marcelo e Coutinho só espiam de longe, cria-se uma sensação de que temos uma multidão para defender e a bola vive dentro da nossa área. Talvez dois atacantes, um meia que possa ajudar Marquinhos e tenha algum poder de marcação, só para começar.
Segue o entrosamento dos laterais com os atacantes e meias. O Galo deu exemplo forçando com três pelos lados, trocando passes, sempre sobrando alguém livre na linha de fundo. Tem que treinar, tem que colocar Sueliton para gastar a perna em cruzamentos, erra muito, liberar Natanael para atacar, coordenar as coberturas para esses avanços.
Certa vez, quando falei com importante dirigente de futebol, e foram umas quatro horas de conversa interessante, eu o ouvi dizer que “o pior do futebol são os noventa minutos”. Trabalha-se, treina-se, gasta-se e em dez minutos de jogo tudo pode ser posto a perder sem explicação.
Com esse pensamento, entendo que Petraglia prefira deixar o futebol a cargo do vice-presidente e dedicar-se a conseguir recursos com a venda dos conteúdos do Atlético, tarefa em que é papa. Infelizmente, futebol é noventa minutos, não se pode fugir deles. O Real Madrid não é grande pelo Santiago Bernabéu, é grande porque seu futebol é grande, só com a venda de camisas pagou metade do passe do colombiano James.

Eu sei que o descanso é merecido, foram anos difíceis tocando a obra, mas não dá. Os últimos cento e oitenta minutos exigem sua volta às carreiras. O barco está fazendo água. Sinto muito Petraglia. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

DÁ PARA INSISTIR

Sofrer pressão, tirar bola sobre a linha, tomar bolada na trave, levar amarelo, obrigar Santos a ótimas defesas, finalmente tomar outro gol de lateral foi o resultado do defender, defender, defender implantado por seu Doriva no primeiro tempo. Torci para acabar rápido, o placar mínimo era um prêmio, descesse uma luz sobre nosso vestiário, mudássemos alguma coisa, ainda haveria alguma chance.
O Atlético recua todo e dá muito espaço para os condutores da bola, não pressiona, permite a troca de passes com erros mínimos, facilita para que jogadas iniciadas na defesa terminem dentro da nossa pequena área, sempre situações de muito perigo. Sem aproximação, sem desarme. Sem desarme, sem contra-ataque.
Quando por acaso temos chance de prosseguir na direção do gol nossos atacantes são individualistas demais, o jogo coletivo inexiste, um joga em Paranaguá, outro em Cascavel, o terceiro em Foz do Iguaçu. De vez em quando um chute de fora. Foi assim que o Furacão empatou, em grande gol de Marcos Guilherme, desde o evitar a marcação até o chute certeiro.
Quando o jogo se encaminhava para o empate, Léo Pereira fez contra. Infelizmente, Léo Pereira não tem futebol para jogar na primeira divisão. Todos nós sabemos. Dias atrás em conversa com amigo, lamentei a fragilidade da defesa e ele respondeu com os olhos estanhados: “Mas não leva gol”. Se faltava levar gol, tomou seis em duas partidas. A realidade está aí para quem quer ver, se você não vê, ela te derruba.
Jogadores como Léo Pereira têm que ser emprestados para times das divisões inferiores, serem lapidados pelas durezas das refregas, voltar ao Furacão sem as grosseiras arestas. É o que se faz mundo afora.
Doriva tem muito que arrumar. A insistência nos três atacantes foi um erro. A manutenção da herança Léo Pereira outro. Ele que aproveite a semana cheia e arrume essa meleca. Não venha me falar em azar, poderia estar três a zero no primeiro tempo. Tivemos foi sorte.

Pelo menos uma coisa boa. Marcos Guilherme fez grande partida, acordou, entendeu que tem que armar o time, foi muito produtivo. Mostrou inteligência para mudar. Com ele dá para insistir.

domingo, 3 de agosto de 2014

MARCARIA UM TRIPLO

“Faremos uma mudança no nosso meio de campo, haja vista que no nosso time mesmo os atacantes de beirada exercem função de meia. Todos são meias, menos o atacante de área. Todos os outros têm função de meio campo”, disse Doriva.
Vamos então de um 4-2-3-1. Resta saber quem é o atacante de área do Atlético, já que até hoje todo mundo joga pela beirada, o tal homem de área é aquele que no momento está em meio aos zagueiros.
Nos nossos dois últimos gols, Coutinho cruzou da direita para Marcelo marcar, depois, Marcelo pela direita passou para Sueliton cruzar para Coutinho concluir. Éderson, que deveria ser nosso homem de área, o artilheiro do Brasileiro 2013, tanto jogou pelas beiradas que saiu pela lateral, pegou o tapete mágico e foi jogar do outro lado do mundo.
Vamos ver quem é o nosso Fred. O amigo teve um arrepio ruim? Eu também. O gol do fixo dentro da área só sai com erro da defesa, vide os dois gols do Furacão contra o Criciúma. A defesa do Tigre comeu mosca.
Mais fácil construir a jogada acumulando jogadores no campo de ataque, girando a bola enquanto os atacantes vão se introduzindo dentro da área. Quando do lance fatal, o agressor tem de três a quatro finalizadores próximos da marca do pênalti. Vide Alemanha desmontando o Brasil.
Espero que quando Doriva afirma que todos os atacantes exercem função de meia, entenda-se que exercem função de armador, troquem passes, façam assistências precisas. Temo que Doriva esteja confundindo armação com marcação, que também tem que ser feita, provê segurança e tem no desarme o primeiro passo a caminho do gol, mas pode levar ao recuo demasiado e ao risco. Confesso que fiquei confuso.

Quem não está confuso é o seu Levir Culpi. O Galo nem concentrou para o jogo. Acho que exagera. O Furacão é uma incógnita completa, não há conhecimento para embasar um plano tático 100% eficaz. A menos que tenha um espião no Cajueiro, ou confie na inexperiência atleticana. O jogo está em aberto, se tivesse que apostar, marcaria um triplo.

sábado, 2 de agosto de 2014

O RESPEITO E A FÉ

Muitos anos atrás um menino me chamou de tio. Pela primeira vez me senti um velho. A infância brasileira trocava então o reverente senhor pelo amigável tio. Eu gostei, mesmo entendendo que meus primeiros grisalhos não eram mechas cheias de charme, eram evidentes sinais de velhice. O senhor afastava, impunha respeito, o tio veio para aproximar, sem perder o respeito imprescindível.
Ontem, estava conversando com amigos, quando moça – atleticana de avô, pai e mãe, que a tudo ouvia – se aproximou e perguntou com ar carrancudo demais para a sua idade: “O tio votou no Petraglia, não?
Ela aludia ao referendo que deu mais um ano de mandato ao Presidente. Respondi que sim e ela saiu sem dizer nada, obviamente contrariada com minha decisão. Não me passou uma descompostura, foi respeitosa no seu silêncio, afirmativo no seu pensamento oposto ao meu.
Existe uma realidade que não se pode colocar debaixo do tapete. Há um percentual de rubro-negros felizes com a Arena, com os ganhos patrimoniais, insatisfeita com a ausência de contratações, com as saídas, com a demora do Atlético gigante dentro de campo.
Essa gente espera sem criticas, desgostosa com os rumos do futebol do Furacão. Pode-se dizer que nada há reclamar, o Atlético está a poucos pontos do G4 e é verdade. Uma vitória domingo e subimos a ladeira. Existe, entretanto, uma desconfiança latente com a equipe, um sentimento de que um pouquinho mais e estaríamos bem melhor, um medo de que tudo possa desandar de uma hora para outra.
Quem sabe seja a distância do time, o olhar televisivo que parece nunca acabar. Quem sabe seja um desconforto sem razão, que o continuar de bons resultados e o retorno à Arena lançarão ao esquecimento. É possível.

Os condutores da política atleticana têm que saber da existência desses muitos que confiam desconfiando, torcem com o rosário na mão. Não se pode deixar de dar valor àqueles que, na dúvida, mantêm o respeito e a fé.