Meu vizinho de porta vai
e vem me fala de Jackson, que ele viu jogar. Diz um craque com olhos fulgentes,
a boca cheia, um dos maiores do Brasil, uma falta ali nas proximidades da área
era gol certo. Não vi Jackson jogar, mas acredito, o homem do Furacão é louvado
por todos aqueles que tiveram a felicidade de vê-lo em campo, com sua arte
escrever páginas da nossa história com dourados caracteres. Ave Jackson!
Pois o craque de noventa
anos resolveu abrir o bico e falar da atualidade do seu Furacão. Li no site
Paraná-online e reproduzo parte do texto. Diz o artilheiro histórico: “Não
conheço ninguém dentro do departamento de futebol que conheça futebol, que
possa se responsabilizar se o time for rebaixado.” Aponta o problema e a
solução: “O Sicupira tem pulso firme e ninguém se aproximaria dele para vender
porcaria e não admitiria propina ou algo assim... Ninguém iria vender a ele
gato por lebre, pois ele sabe e conhece bandido e malandro a cem metros de
distância.”
Eu poderia concluir
sobre as palavras de Jackson tiro certo, dar ao leitor minha opinião. Não vou
fazê-lo. Por quê? Simples. Não conheço os bastidores do Atlético. Leio, avalio,
escuto, mas não estou lá dentro, nem tenho espias, não tenho as certezas
necessárias para bater o martelo. Jackson deve tê-las. O amigo por certo fará
sua leitura.
Do futebol que vejo em
campo, e aí posso opinar, penso que temos jogadores de segundo nível escalados
com frequência absurda, com rendimento crítico, penalizando fortemente o
coletivo. Se a escalação é fruto de influência de terceiros, ou apenas caso de
incompetência crônica, fico na dúvida, torcendo que a incompetência prevaleça.
A verdade é que o
Atlético está numa sinuca de bico. Tem que contratar e jogadores do exterior
estão fora de cogitação, fechou a janela. A maioria da série A já jogou as sete
partidas. Os melhores da série B ninguém vai liberar. Que fazer?
O Atlético tem que se
pronunciar a respeito, tem muita gente envolvida no planejamento rubro-negro,
os salários não devem ser baixos, Jackson é um atleticano importante. Chegar ao
atual estado de coisas com tamanha estrutura é duro de engolir.