Prossegui no Brasileiro.
A cada jogo lá estava eu conversando com o porteiro. Nunca tive resposta. Pode
ser que meus conselhos nunca tenham sido sequer lidos, nenhuma influência tenham
tido no título de campeão brasileiro. É o mais provável. Já me imaginei
treinador e fiquei na dúvida se daria crédito às sugestões de torcedor, um
profissional dando ouvidos à arquibancada.
A prova da minha
diligência está encadernada em dois tomos, como diria o conselheiro Sátiro com
o óculos na ponta do nariz e seu relógio de ouro seguro pela corrente no bolso
do colete, com o título de “Como ajudei o Atlético a ser campeão”. Um dia,
espero que distante, alguém terá que jogar fora.
Só voltei ao procedimento
insano na Libertadores 2005, pouco antes do jogo com o Santos em Curitiba. O
técnico, senhor Antônio Lopes. Passada a partida, o telefone toca, a filha
atende. Diz ela assustada: “Pai, Antônio Lopes”.
O comandante acusa o
recebimento com atraso, só depois do jogo, agradece, diz ter gostado, me enche
de alegria. Até a final em São Paulo recebi outros telefonemas, todos plenos de
gentileza e esperança nos resultados positivos. Sou um homem cheio de dúvidas.
Penso se meus gráficos e conselhos eram realmente aproveitados ou apenas a
educação do delegado, ou a superstição que não o abandona, seriam os
motivadores das curtas ligações telefônicas.
No ano negro de 2011,
quando o delegado voltou ao Furacão, me apressei a montar um dossiê sobre
aquele time horrível, fui ao CT e não passei do porteiro. O serviçal não aceitou
receber, fez perguntas de todos os tipos, desisti, aquele era realmente um
Atlético ruim do presidente ao porteiro.
Agora vejo Antônio Lopes
de volta, diretor de futebol. Será o elo entre a presidência e a comissão
técnica. Ninguém melhor. O delegado é grande campeão, já exerceu a função na
seleção brasileira campeã com Felipão, tem tudo para dar certo. Eu,
particularmente, estou feliz.
È assim que vou começar
2013, feliz com a contratação, cheio de esperanças. Ao rubro-negro de coração,
aconselho ter fé. 2013 será o ano da união, as dificuldades serão múltiplas,
deverão ser enfrentadas sem desânimos, as mãos dadas, o olhar sempre voltado
para o futuro gigante, nada de ciscar para trás.
É família Furacão, vamos
que vamos, com saúde, com fé, toda força à frente.