A campanha bem formulada, com
informações precisas sobre os valores recebidos em patrocínios, televisão e
pay-per-view, demonstra a defasagem entre primos pobres e ricos do futebol
nacional. Um cálculo simples mostra a diferença mínima entre Flamengo e o nosso
Atlético: 89 milhões de reais/ano.
A frase “para se fazer um time
realmente competitivo existe uma: recurso financeiro” é um primor. Seria um
desastre se afirmasse “só uma”. Existem outras. Esse “fazer” não ficou bom, me
doeu o ouvido.
A prática mostra que para se montar um
time realmente competitivo precisa-se muito mais do que recurso financeiro,
fosse só o vil metal, Flamengo e Corinthians brigariam pelo título até a última
rodada.
Fosse só o volume de entradas
financeiras, o Inter com os 106 mil sócios entraria nesta briga Rio-São Paulo e
daria contínuas surras de boleadeira em manos e urubus. Há quantos anos o Inter
não ganha um Brasileiro? O Falcão já perdeu todos os cabelos que tinha no
último campeonato colorado.
O amigo vai dizer que estou jogando
contra. Nada disso, já coloquei lá no hot site o valor que posso pagar, se vale
muito mais, com a palavra os entendidos. O Atlético pediu apenas minha opinião,
nenhuma análise financeira de valor.
Voltando à aritmética, dobrasse a
mensalidade para 140 reais, o total arrecadado seria pouco superior a 6
milhões, menos que as entradas projetadas para pay-per-view e patrocínios. Para chegar ao Inter, receita de 40 milhões/ano,
o Atlético teria que mudar a forma de captação, ter gente disposta a pagar, com
muito pouco a receber.
Minha intenção é mostrar que também
fundamental é a aplicação correta dos valores recebidos, realizada por uma
direção cerebral e de coração rubro-negro. O Inter com uma arrecadação de 80
milhões, mais as mensalidades dos associados, naufragou em 2012. Errou no
elenco, no técnico, perdeu o rumo, terminou com milionários sonolentos no banco
de reservas.
Contratar bem deve ser o objetivo
primeiro da aplicação dos poucos recursos. O Furacão está nesse caminho. Deverá
contratar jogadores para chegar e jogar e manter jogadores que se revelaram de
extrema utilidade. Os recursos limitam, mas não impedem a formação de uma
grande equipe para 2013. A tarefa é difícil.
O Atlético formou um time de
especialistas em acesso e subiu. Agora precisa formar um time de especialistas
em chegar à Libertadores. É uma nova família, com um novo objetivo. O tempo
está passando. Segundo meus cálculos, faltam só nove anos para sermos campeões do
mundo. Promessa é promessa.
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