quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PROMESSA É PROMESSA

O Atlético pede a opinião dos sócios sobre o preço das mensalidades após a conclusão da Arena e o faz afirmando existirem “várias táticas a serem aplicadas no futebol”, e acrescenta: “para se fazer um time realmente competitivo existe uma: recurso financeiro”. Basicamente, se você quer time campeão, bote a mão no seu bolsão.

A campanha bem formulada, com informações precisas sobre os valores recebidos em patrocínios, televisão e pay-per-view, demonstra a defasagem entre primos pobres e ricos do futebol nacional. Um cálculo simples mostra a diferença mínima entre Flamengo e o nosso Atlético: 89 milhões de reais/ano.

A frase “para se fazer um time realmente competitivo existe uma: recurso financeiro” é um primor. Seria um desastre se afirmasse “só uma”. Existem outras. Esse “fazer” não ficou bom, me doeu o ouvido.

A prática mostra que para se montar um time realmente competitivo precisa-se muito mais do que recurso financeiro, fosse só o vil metal, Flamengo e Corinthians brigariam pelo título até a última rodada.

Fosse só o volume de entradas financeiras, o Inter com os 106 mil sócios entraria nesta briga Rio-São Paulo e daria contínuas surras de boleadeira em manos e urubus. Há quantos anos o Inter não ganha um Brasileiro? O Falcão já perdeu todos os cabelos que tinha no último campeonato colorado.

O amigo vai dizer que estou jogando contra. Nada disso, já coloquei lá no hot site o valor que posso pagar, se vale muito mais, com a palavra os entendidos. O Atlético pediu apenas minha opinião, nenhuma análise financeira de valor.

Voltando à aritmética, dobrasse a mensalidade para 140 reais, o total arrecadado seria pouco superior a 6 milhões, menos que as entradas projetadas para pay-per-view e patrocínios.  Para chegar ao Inter, receita de 40 milhões/ano, o Atlético teria que mudar a forma de captação, ter gente disposta a pagar, com muito pouco a receber.

Minha intenção é mostrar que também fundamental é a aplicação correta dos valores recebidos, realizada por uma direção cerebral e de coração rubro-negro. O Inter com uma arrecadação de 80 milhões, mais as mensalidades dos associados, naufragou em 2012. Errou no elenco, no técnico, perdeu o rumo, terminou com milionários sonolentos no banco de reservas.

Contratar bem deve ser o objetivo primeiro da aplicação dos poucos recursos. O Furacão está nesse caminho. Deverá contratar jogadores para chegar e jogar e manter jogadores que se revelaram de extrema utilidade. Os recursos limitam, mas não impedem a formação de uma grande equipe para 2013. A tarefa é difícil. 

O Atlético formou um time de especialistas em acesso e subiu. Agora precisa formar um time de especialistas em chegar à Libertadores. É uma nova família, com um novo objetivo. O tempo está passando. Segundo meus cálculos, faltam só nove anos para sermos campeões do mundo. Promessa é promessa.

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