domingo, 16 de dezembro de 2012

PARABÉNS CORINTHIANS

Quando me entendi por gente, quem morava em Curitiba e gostava de futebol tinha no mínimo três times para torcer. Um nesta cidade, um no Rio, outro em São Paulo. O Atlético – a gente nasce Atlético –, o Flamengo, uma decorrência natural da antiga camisa, o Santos, impossível fugir do Santos de Pelé, foram as minhas escolhas.

O tempo passou e Flamengo e Santos desapareceram do meu universo de torcedor. O Atlético cresceu e fui tomado cada vez mais por essa paixão maluca, uma borracha apagando lembranças de antigos namoros.

Isso não impediu minha torcida pelo Flamengo de Zico na final de Tóquio em 1981. Era um time tão espetacular, jogava com tal beleza e senso ofensivo que torcer contra seria inclinar-se pela morte do futebol como arte.

O Corinthians campeão do mundo não é o Flamengo de Zico. No Brasil de hoje não existem mais Zicos, nem Juniores, nem Adílios, nem Leandros,  infelizmente. Já disse alguém que comparações são sempre odiosas e é a mais pura verdade. Então por que estou comparando? Talvez um saudosismo de final de tarde de domingo sem futebol.

Se falta ao Corinthians campeão un touche d’art, sobram abnegação, futebol coletivo, apego profundo ao esquema tático, uma “argentinidade” na disputa dos títulos nunca vista em time nacional. Venceu com o maior dos merecimentos, um título irretocável.

O time mosqueteiro é exemplo a ser seguido dentro de campo. A manutenção do treinador após o pior dos reveses, a eliminação na primeira fase da Libertadores/ 2011, a construção de um time pouco a pouco, mantendo-se a base e reforçando-a, Cássio e Guerreiro os exemplos, provam minha afirmativa.

Claro que para o Corinthians tudo sopra a favor. Vai ganhar um campo dos sonhos patrocinado pelo pai do mensalão, a arbitragem aqui e ali dá uma boa ajuda, mas não sou eu que vou culpar o time da Gaviões por saber se aproveitar do efeito Brasil varonil. Quero apenas ressaltar que se podemos buscar no timão o exemplo a seguir para a formação de nossas equipes, impossível imaginar caminhos tão desimpedidos para a construção do nosso patrimônio e para a nossa definitiva transformação em gigante do futebol tupiniquim.

Nossas dificuldades serão imensas e teremos que lutar muito para alcançar o patamar corinthiano de conquistas, mas chegaremos lá. O amigo atleticano pode confiar. Enquanto lutamos com entraves de todos os tipos, temos que olhar para a conquista do bando de loucos com grandeza, entender que há poucos anos subiam da segunda divisão, fizeram grande trabalho, merecem estar no céu em Yokohama.

Por isso, sem invejas, com o sereno reconhecimento do mérito da grande conquista, digo como fiel torcedor do Atlético Paranaense, o único time a ocupar meu coração, parabéns Corinthians.

Nenhum comentário:

Postar um comentário