domingo, 31 de março de 2013

EU ACREDITO

Um bom começo rubro-negro e em poucos minutos o Londrina mostrou o lado em que iria incomodar. Investiu sobre a nossa lateral direita, aos sete minutos já estava cobrando faltas pelo lado, aos oito escanteio com cabeceio perigoso, aos dezesseis fez seu gol na bola parada que nos atormenta. Não deu tempo nem para respirar.

Do minuto do gol aos trinta e poucos o Atlético penou, foi pressionado, nos momentos em que teve a posse de bola errou passes, os rebotes foram sempre londrinenses, passamos um mal bocado. A torcida foi irmã carinhosa. O melhor público do ano no Janguito fez a diferença.

De repente, o Furacão levantou voo e por incrível que pareça pelo lado que mais era atacado. Jean Felipe avançou e os cruzamentos sobre a área londrinense começaram a aparecer. O time tirou a cabeça fora d’água, terminou o primeiro tempo com importante ação também pela esquerda.

O torcedor suspirou aliviado, gostou da apresentação de Zezinho, resmungou do pouco rendimento de Harrison, não entende a baixa produção de Héracles. Vamos lá, um a zero dá para virar.

O jogo recomeça com Harrison mais pela esquerda sem animar o torcedor que queria mais, pedia pressão, pedia a vitória. Aos quatorze, sai Harrison, entra Marcos Guilherme. Vamos fazer fumaça.

O Furacão vai para o ataque e começa a perder chances. Os escanteios a favor se acumulam, foram mais de dez no segundo tempo, a bola está a todo instante rondando a área do Tubarão.

Aos dezoito sai Héracles para a entrada de Edigar Junio. Mais força à frente, vamos que vamos. Aos vinte e nove entra Lucas Dantas no lugar de Jean Felipe. Agora força total. Muito importante salientar a sábia formação do banco rubro-negro. O treinador sabendo da necessidade da vitória deixou na reserva atacantes em penca para atender à necessidade. Faz mais a minha cabeça, não gosto de bancos cheios de volantes e zagueiros, um convite para a derrota.

Deu certo, aos trinta e três, Marcos Guilherme cobra escanteio e gol de Edigar Junio. Chegamos ao empate. São quatro defendendo e sete atacando. Sá falta o gol salvador de final de jogo.

Até os quarenta e oito foram chances perdidas lá e cá. Santos salvava uma, Danilo repetia o feito do outro lado. O time foi valoroso, foi à luta, tentou de todas as formas, aos quarenta e um, Douglas Coutinho deu seu chute matador, mas Danilo fez a defesa do dia. Não deu, a vitória não veio, a maravilhosa torcida aplaudiu de pé a garra dos meninos rubro-negros.

As poucas chances de finalização para Coutinho e Crislan mostram que os atacantes subiram de cotação, estão marcados de perto, fim da mordomia. Eles têm capacidade, vão continuar marcando gols. Erwin foi um bravo, força menino. Zezinho tocou o barco os noventa minutos, está muito bem.

O Atlético continua na luta pela conquista do turno. O Londrina vai tropeçar. Temos só que fazer a nossa parte. O amigo quer saber, em dia em que pegadinhas de coelho enfeitam o piso da minha morada e cestas cheias de ovos escondem-se atrás das cortinas – ainda em tempo, Feliz Páscoa para todos – eu acredito.

sexta-feira, 29 de março de 2013

A HUMANIDADE TOLERANTE

Com atraso sou obrigado a fazer o registro sobre os jantares em comemoração ao aniversário do Furacão. Dois eventos diferentes, na mesma data, como noticiado pela imprensa ambos com expressiva participação, 600 no promovido pela atual diretoria, 300 no realizado pelo que vou chamar de oposição.

No texto “Feliz Aniversário Meu Furacão” concitei à união, mas não vejo nenhum problema na existência de oposição ordeira dentro das fileiras do Atlético. Segundo o que li, as homenagens prestadas foram feitas a rubro-negros de alto merecimento, não partiu de nenhum dos promotores ataques descabidos aos atleticanos em comemoração em diferentes espaços. Os climas foram de exaltação ao Atlético, os presentes atleticanos de boa-fé, apaixonados pelo clube e interessados no melhor para o clube.

O Clube Athlético Paranaense já provou que nem todas as desgraças o farão tomar caminhos estranhos aos seus melhores interesses. O melhor exemplo vem de 2011. Com a campanha em campo direcionando o time para a segunda divisão, realizou-se reunião do Conselho Deliberativo da gestão Malucelli para que Petraglia apresentasse seu projeto para a Arena 2014. Tudo para um veto monumental.

Saí de casa e fui para a frente da Arena procurar notícias, tentar antecipar o resultado ouvindo os amigos transmitir suas conversas telefônicas com participantes do encontro. “Petraglia acabou de falar”, “Ciclano fez um aparte”, “falou a construtora”, “o projeto foi aprovado”. Fazia um frio danado, a aprovação aqueceu meu retorno.

Em período de muitas dificuldades de relacionamento, o Conselho deu voz a um quase inimigo, votou com consciência, deixou de lado todos os melindres para sancionar o que lhes pareceu melhor para o Clube.

Moral da história, a oposição no Atlético existe, mas é coerente, julga com sabedoria, não interpõe obstáculos ao progresso do clube. O Atlético cresceu uma barbaridade, um orgulho para todos nós, é normal que grupos tenham visões diferentes de como gerenciar seus destinos.

É claro que existem os xiitas de plantão, a atiradeira sempre pronta a quebrar umas vidraças. Quem está de acordo com tudo? Eu mesmo concordo com as ideias básicas da atual diretoria, sempre fui a favor do Sub-23, acho justa a valorização dos conteúdos, não tenho grandes amores pela possibilidade de se jogar fora de Curitiba o Brasileiro. Entretanto, tenho minhas discordâncias pela forma como esses processos são conduzidos.

O problema é contestar a forma em se tratando de futebol. O Atlético ganha amanhã do Londrina, dispara na liderança e vai para a final. Cinco a zero para a diretoria e eu louco de feliz. O Furacão na Copa do Brasil goleia em Pelotas e engrena um grande ano. Oito a zero e eu morrendo de satisfação. Ano que vem a RPC cai com uma bolada pela participação do Furacão no Paranaense. Dez a zero e eu dando pulos de alegria.

Se algo não der certo, posso ter minhas poucas certezas confirmadas, mas isso não me trará felicidade.

Leio ataques furibundos contra o Conselho atual, que simplesmente assegura o decidido pelo Conselho da diretoria anterior. Não consigo entender. É bom guardar o estilingue, dar tempo ao tempo, ir digerindo os acontecimentos devagar, ajudando com serena opinião a que se retifiquem erros, se evidenciem acertos. Assim, devagar e sempre, caminha a humanidade tolerante.

 

quinta-feira, 28 de março de 2013

MAIS QUE NECESSÁRIOS

– Atlético de novo? – pergunta a esposa. – De novo – respondo eu, no século 21 com o ultrapassado radinho de pilha na mão, tentando ouvir algo de bom depois do empate no Uruguai, pelo menos uma transmissão mais de acordo com o meu gosto, a que veio do sul, com o empolgado comentarista falando mais que o narrador, me fez ter saudades daquelas emissoras de antigamente em que você “via o jogo ouvindo a rádio...” e o bordão ecoava pelo Maracanã inteiro.

O jogo no Uruguai foi outra decepção. Um empate a um gol, faltando poucos dias para o início da Copa do Brasil. Nem deveria dizer decepção, criticar equipe que você só vê entrando no avião e saindo do ônibus é no mínimo maluquice. O Nhô Drub diz que está tudo bem, tenho que acreditar. O comentarista que atropela o narrador não é confiável.

O que me preocupa é a escalação. O grupo pouco mudou, nenhum nome de peso aportou no Caju, a defesa foi buscar Bruno Costa no Sub-23 para cobrir a falta de Cleberson. O entrosamento do ano passado não tem resolvido contra equipes reservas. Os meses de treinamento parecem não ter agregado grande valor ao conjunto.

Tenho assistido jogos de equipes da primeira divisão e visto times encorpados, alguns com excelentes contratações fortalecendo elencos com bases já bem formadas. Com a pretensão de jogar fora de Curitiba, longe da torcida, temo por mais um ano de sofrimento à distância.

Tive que ouvir mais noventa e um minutos de jogo para ter alguma alegria, sempre com Douglas Coutinho. Com Marcos Guilherme em campo desde o início, o time fez ótimo primeiro tempo e criou várias chances de gol. Bolas na trave, ótimas defesas do goleiro Naldo impediram o gol rubro-negro, o ótimo futebol não rendeu o gol necessário.

O crescimento do Paranavaí na segunda etapa impediu a mesma movimentação do ataque atleticano e remeteu o jogo para os minutos finais. O treinador colocou Pablo e Edigar Junio em campo e foi para o gol de ouro. Tasca substituiu Héracles e aos 40 deu passe para Pablo perder gol feito. Aos 46 serviu Coutinho na entrada da área, o artilheiro matou, avançou entre os zagueiros e bateu forte de esquerda. Desliguei o rádio com um baita sorrisão. Eu gosto de ganhar.

Estamos no jogo. A partida de sábado contra o Londrina decidirá o futuro do projeto Sub-23. Os meninos já fizeram muito. A torcida tem que comparecer, mostrar força, ajudar os piás na chocadeira a amadurecer às pressas, ajudá-los a disputar uma final, carimbar a carteirinha de profissional o mais rápido possível. No cenário que visualizo, eles serão mais que necessários.

terça-feira, 26 de março de 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO MEU FURACÃO

“Boa-tarde ouvintes da PRB2, a voz dos pinheirais. Inicia-se agora, para o Brasil e o mundo, a transmissão radiofônica do primeiro jogo do Clube Athlético Paranaense, recém-formado a partir da fusão entre América e Internacional. Boa sorte para o time que nasce para ser o mais importante clube do Paraná, quiçá despontar entre os maiores do Brasil. Vamos para a escalação das equipes. O Clube Athlético Paranaense utilizando o esquema WM formará com Tapyr no gol; Marrecão e Ferrario na becaria; Franico, Laurival e Mallelo na alfaria; Smythe, Ary, Marreco, Maneco e Motta no ataque. O Universal, seu oponente....”

Era 6 de abril de 1924, o Athlético fundado em 26 de março entrava em campo pela primeira vez. Entrava para ganhar, 4 a 2 sobre o Universal. A locução imaginada aconteceu 89 anos atrás. Curitiba tinha 85 mil habitantes, bares e confeitarias eram os pontos de encontro da sociedade, a Farmácia Minerva cuidava da saúde dos curitibanos, o edifício Moreira Garcez, XV com Voluntários, era o primeiro arranha-céu da capital paranaense.

A primeira foto do novo time mostra a equipe ainda com a camisa do Internacional, as rubro-negras não ficaram prontas a tempo, os jogadores ladeados por torcedores em terno e gravata, cabeças cobertas pelo tradicional chapéu palheta.

Uma simples fusão deu origem ao clube que hoje é paixão da maioria dos curitibanos e paranaenses. Uma simples fusão deu origem ao clube que hoje ostenta patrimônio valioso, está incluso na primeira divisão do campeonato nacional, foi o primeiro campeão brasileiro do século 21, já disputou final de Libertadores e trabalha duro para colocar o magnífico Joaquim Américo pronto para os jogos do Mundial de 2014, um orgulho para todo brasileiro.

A evolução foi brutal, a caminhada ao longo dos anos árdua, sofrida, plena de momentos da maior dificuldade, o que valoriza ao extremo o intrépido caminhante.

A Bandeira tremulou altaneira, periclitou, foi salva, restou orgulhosa, levada por milhões de atleticanos que durante anos de história a carregaram sobre os ombros cansados, a umedeceram com lágrimas de tristeza e glória, levam-na zelosos, dobradinha com cuidado na caixinha do coração.

O Hino é canção patriótica, difícil cantá-lo sem que a emoção tome conta, obrigue a silêncios embargados, chegar ao fim sem que lágrima escorra silenciosa pelo rosto idoso, pelas faces jovens dos herdeiros desta herança bendita.

Uma simples fusão deu origem a esse fenômeno que aglutina milhões de torcedores, espalhados por todos os quadrantes deste mundo de Deus. Fusão lembra união. Abençoada união, necessária união em dias de tantos inimigos.

Que nós atleticanos possamos nos abraçar afastando todas as diferenças, abraçar o abraço de desconhecidos em festa a comemorar os gols salvadores de Marreco, de Cireno, de Jackson, de Sicupira, de Oséias, de Alex Mineiro, de Kléber, de Washington, do velho Baier, do menino Douglas Coutinho.

Bom-dia meu amado Atlético. Feliz aniversário meu Furacão.

(Dados históricos obtidos no livro “CAP – Uma Paixão Eterna” de Heriberto Ivan Machado, Valério Hoerner Júnior e José Paulo Fagnani)

segunda-feira, 25 de março de 2013

DO PRESIDENTE AO PORTEIRO

O Atlético dos meninos é a antítese de um Furacão que quase me deixou louco e nos levou à segunda divisão. Se aquele tomava gols e perdia pontos imperdíveis nos últimos minutos, este ganha dos 85 para frente. Os dois são mata-torcedor, o dos meninos pelo menos trás três pontos na carteira. Muito melhor.

O Atlético que ganha é difícil entender, impossível acertar no diagnóstico, faltam dados, conhecimentos, verdades, pode-se apenas analisar e deduzir, criar hipóteses, correndo riscos dos erros mais grosseiros, até de se cometer o erro dos outros, por ver-se o jogo pelos olhos dos outros.

Tenho cá minhas teorias. Penso que a inexperiência da equipe leva o treinador a jogar defensivamente, utilizar jogadores em início de partida com maior poder de marcação, evitando levar o gol que desequilibre o psicológico dos jogadores e a partida acabe prematuramente, levar o jogo para o caos verificado contra o Toledo. Do time que entra em campo, só Crislan parece estar desobrigado de marcar, ainda assim, nas paradas defensivas está presente na área.

Seguro o resultado inicial, sofrendo com o placar mínimo a favor do adversário, o treinador começa a colocar em campo jogadores de melhor qualidade em busca da vitória. Entram Marcos Guilherme, Harrison e Edigar Junio para atacar, para o tudo ou nada, vai para calça de veludo ou pandeiro de fora.

O primeiro tempo marcador da minha hipótese terminou com o gol do Cianorte aos 44 em jogada pelo setor esquerdo rubro-negro. Quem marcava o responsável pelo cruzamento? Douglas Coutinho. Só falta o Petraglia entrar para auxiliar na marcação. Vamos para o segundo tempo vencedor.

Aos 8, Pelissari perde dividida, o Cianorte quase marca, aos 10 é substituído por Marcos Guilherme. Aos 17, Douglas Coutinho recebe assistência de Guilherme e empata. Aos 27 entra Harrison no lugar de Héracles. A partir dos 30, o Cianorte perde gols em sequência, Santos faz milagres, quase ficamos com o pandeiro de fora. Aos 37, Edigar Junio entra no lugar de Crislan. Aos 42, Harrison passa a Guilherme, daí a Edigar e o gol salvador. Calça de veludo. Como queríamos demonstrar.

Neste Atlético vira-vira, a peça chave parece ser Marcos Guilherme, ao lado de Douglas Coutinho, agora um dos artilheiros do Estadual, não o é solitariamente só porque seu chute nos últimos minutos explodiu na trave. O guri é capeta.

Como diria o personagem do gênio Chico Anísio: “Caaaalaaado!”. Estou dizendo bobagem. Deus esteve nas respostas de todos os jogadores rubro-negros ao final do jogo, até o treinador entrou em ritmo de Francisco.  Reformulando, o guri é um anjo.

O amigo vai me perguntar se este Atlético de braços dados com o Divino pode ser campeão do turno. Claro que pode, basta acreditar, lutar pelo título, só que tem que ser do presidente ao porteiro.

 

 

sábado, 23 de março de 2013

NO ÚLTIMO MINUTO

Retornando para casa após o 3 a 2 contra o Toledo, fui trocando de estação para escutar o pensamento dos analistas, comparar o sentimento da tropa do rádio com o meu desalentado ponto de vista. Nada muito diferente do que vi. O presidente do Toledo remoia o resultado terrível, o craque lamentava o desaparecimento de Junior de Barros, outro queria saber quem realmente escala o Furacão, a rádio CAP fazia a festa com a entrevista dos meninos.

Comum em tudo que ouvi foi a ausência de críticas individualizadas a qualquer jogador rubro-negro. A fraca atuação coletiva foi evidenciada, o trabalho do treinador colocado em dúvida, o confronto com a diretoria sempre lembrado, mas crítica a qualquer dos meninos não ouvi. Gostei. Sem dúvida colocaram os piás no colo, um belo gesto.

Mudando de assunto um. Saiu a tabela do Brasileirão e o Atlético joga a primeira contra o Fluminense, o campeão do ano passado, no Rio de Janeiro. Como o primeiro, os quatro jogos seguintes são uma dureza. Cruzeiro e Flamengo em casa, seguidos de Ponte Preta e Vitória fora. Os resultados nestas cinco primeiras partidas definirão o nível do sofrimento a enfrentar. Duas vitórias e um empate, ótimo começo. Quatro derrotas e pedras imensas no caminho.

A diretoria tem que fazer o possível e o impossível para jogar contra Cruzeiro e Flamengo em Curitiba. O Atlético pode pagar qualquer preço pelo aluguel dos campos de Coritiba ou Paraná. Se resolver jogar fora, estará brincando com fogo.

Seguindo nessa toada, pipocam na imprensa as notícias que o Atlético fará jogos fora, já estaria em entendimentos com a prefeitura de Cascavel para mandar jogos contra Inter e Grêmio na bela cidade do sudoeste. Acho que qualquer iniciativa nesse sentido deveria transitar pelo Conselho Deliberativo (CD) e somente depois do seu concordo bater-se o martelo com as cidades interessadas. A torcida rubro-negra merece defesa. Com a palavra o senhor Antonio Carlos Pauli Bettega.

Mudando de assunto dois. Na última reunião do CD em que estive presente, o presidente Petraglia relatou reunião dos envolvidos no projeto da Copa com Procuradora duríssima, que teria dado um baita puxão de orelhas em todos os representantes de entidades. Está na hora dessa senhora agilitar a desapropriação das casas ao redor da Baixada. O tempo está passando, se alguém com força não tomar atitude urgente, os cadernos da Copa não serão cumpridos, Curitiba falhará. Por falar nisso, e as obras na Afonso Botelho, a integração entre a arena e a praça, quando vão começar?

Mudando de assunto três.  Os meninos já estão em Cianorte. Voltam ao time titular os ausentes contra o Toledo. Santos, Léo, Bruno Costa e Hernani já vestiram as camisas. Espero que tragam um mínimo de organização à equipe e consigam controlar o jogo, mais atacar do que defender. Não sendo possível atender ao meu desejo, que tragam a vitória, nem que seja a típica especialidade da casa, conquistada no último minuto.

 

 

sexta-feira, 22 de março de 2013

BARRIGA VAZIA

O congestionamento absurdo me faz chegar atrasado ao Ecoestádio. Sou recebido pelo guardador de carros que me assegura a vitória rubro-negra. Fico me perguntando de onde tira tanta confiança. Atravesso a passarela e ouço a torcida gritar gol do Furacão. Tenho vontade de voltar e perguntar o nome do santo que dá as dicas ao cheio de certezas. Entro no campo, dou uma olhada para o placar e o que vejo? Dois a um para o Toledo. É “pacabá”.

Até os 40 do segundo tempo, quando decidi abandonar o campo, assisti a um dos Atléticos mais desorganizados de todos os tempos. E olhem que eu vi coisas terríveis. Fossem as regras que regem a permanência de um treinador de Sub-23 as mesmas que prevalecem para o semelhante da equipe titular, o seu Bernardes estaria com o emprego em risco.

O Atlético foi amplamente dominado pelo Toledo, em nenhum momento teve algum predomínio, trocou quatro passes, articulou jogada que pudesse incomodar a defesa do porco. Aos trinta minutos ainda da primeira fase cabiam no mínimo duas substituições, alguns jogadores mostravam-se visivelmente fora do jogo, sem condições de contribuir sequer com a marcação.

O empate acontece na bola aérea bem aproveitada por Crislan. Fico imaginando que os dois gols do Toledo impactaram os meninos, razão do caos observado em campo. Penso que o empate e a palavra do vestiário vão colocar ordem na casa, o segundo tempo será melhor.

Amigos, nem pensar. Jogado na defesa o Atlético sofre, o Toledo perde gols. No ataque o bom Douglas Coutinho tenta resolver sozinho, solidário volta para a defesa para marcar, cortar cruzamentos, o onze está em todo o campo.

Marcos Guilherme entra com o mesmo espírito, jogar em toda parte, defender, atacar, enfim, ver se quebra o galho de pau ferro. Aos trinta entra Harrison, ali pela meia esquerda, em poucos minutos coloca Héracles por três vezes livre pelo lado, dois cruzamentos mal executados, um chute a gol para fora. Acendeu-se uma luz. Aos 40 entra Edigar Junio. Outra luz.

Dá-se a impressão que o treinador começa a escalar pelo banco. “Harrison, você sabe jogar, vai para o banco. Marquinhos, você também. Edigar, senta ali. Agora vamos ver quem vai para a escolinha”. O jogo uma peneirada valendo três pontos e a paciência da torcida. Só não entendo o por quê de colocar Zezinho para carregar o piano indefinidamente. Por que só ele não tem vaga no banco?

Saio do Ecoestádio com a entrada de Edigar. No portão ouço a torcida gritar o gol de Crislan. Sigo propositalmente quieto, devagar, ouvindo o praguejar dos passantes, o reclamar de tudo aquilo que vi, sem poder para advogar a causa de ninguém. O torcedor está cheio de razão.

O time ganhou porque em meio à selva luta com unhas e dentes. Sem norte, é forte, sendo forte, tem sorte.

Chegando ao automóvel vejo o guardador ser esquecido pelo rubro-negro à minha frente, tão aborrecido que nem moedinhas sobraram para o vigilante. Então entendo tanta fé no Furacão. É fé necessária. Se com a vitória o bendito trocado não cai, perdendo vai dormir de barriga vazia.

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

PRAIA DA PASSARELA

Hoje o Brasil joga contra a Itália revivendo tantos jogos memoráveis, trazendo saudades imensas, quem não lembra a final de 70, e tristezas incríveis, como esquecer o 3 a 2 na tragédia do Sarriá na belíssima Barcelona. Mudando a rota em 180º, Felipão optou por partidas contra grandes seleções, deu adeus às peladas do Mano Menezes, difícil esquecer tantos adversários bisonhos. O novo Felipão de três atacantes está uma coragem só.

Passei um dia de reclusão midiática após a derrota do Atlético para os meninos do Cruzeiro. Foram três jogos contra Egito, Gabão e Grão Ducado de Luxemburgo e três derrotas no passaporte. Como criticar algo que não se vê? Assisti aos jogos que este mesmo time fez em Málaga e confesso ser difícil acreditar nos resultados horrorosos. O onze que jogou lá, com toda aquela determinação, por certo não jogou cá. Tem caroço nesse angu.

Vou assistir Brasil e Itália como um aperitivo para o jogão do meu Furacão contra o Toledo. Os meninos vestiram a camisa, jogam meio à italiana, agarrados na defesa, mas quando vão ao ataque causam danos irreparáveis, Douglas Coutinho é o nosso Paulo Rossi matador, deu chance, é bola na rede.

O time está repleto de ausências. Santos, Bruno Costa, Léo e Hernani estão fora. Fazem falta? Claro que sim, são jogadores considerados titulares, com elevado número de participações no setor defensivo. Ausências no ataque são comuns, parecem fazer parte do processo de formação atleticano, acontecem todos os dias, o time já se acostumou ao troca-troca de atacantes.

Mesmo preocupado, acho que a recomposição defensiva pode ser feita com sucesso, os prováveis substitutos estão bem jogados, motivados, entram com gana, querem ganhar, pouco a pouco um espírito vencedor toma conta dos meninos.

A torcida curiosa e com alguma esperança vai comparecer ao iluminado Janguito. Sobre a incompetência do Paraná, que não enxergou a possibilidade de crescer com a necessidade do Atlético, o Jotinha vai se criando.

Vamos lá rubro-negro! Surfamos duas ondas diferentes, uma merreca que nos impacienta, outra em forte crescimento que nos pode levar ao mais inesperado dos sucessos. Vamos irmãos, esqueçamos por um momento as ondas de ultramar que nos desalentam e vamos pegar um tubo na iluminada praia da passarela.

 

terça-feira, 19 de março de 2013

É UMA OBRIGAÇÃO


O Atlético joga hoje em Belo Horizonte contra os reservas do Cruzeiro. Depois do completo insucesso nos jogos contra Goiás e Atlético do cerrado, muito mais que um amistoso, a equipe de Nhô Drub joga a tranquilidade do prosseguir do projeto rubro-negro.  

O Atlético paga o preço do pioneirismo mal compreendido, tem multidão agourando seus passos corajosos, precisa de resultados práticos que confortem, que apontem para a luz no fim do longo túnel. Neste difícil caminhar, derrotas são pedras lançadas no caminho pelo próprio caminhante.

O interessado em subverter a ordem no Atlético, que vê na opção rubro-negra apenas a finalidade de acabar com o Paranaense – como se precisasse, o campeonato se extingue por conta própria –, saboreia deliciado os insucessos, alavancas para seus prognósticos apocalípticos.

Como futebol é resultado, o atleticano fica com a pulga atrás da orelha, silencia, as redes sociais se calam, pipocam as frases icônicas, as imagens históricas, cessam os comentários plenos de boas expectativas.

Para reverter esse status quo, o time do Nhô Drub hoje tem que ganhar e ganhar bem, dar um sopro de esperança ao torcedor em dúvida, dar ao Caju ares de otimismo nestas duas últimas semanas antes da abertura da Copa do Brasil.

Mudando de assunto. O apresentador do programa televisivo chama a entrevista com Toninho Cecílio e lamenta a falta da palavra de Arthur Bernardes. Acho isso de uma incompetência absurda. A fala de Bernardes está no site do Atlético, basta copiar e colar na tela a palavra escrita entre aspas. Qual é o problema? Qual é o objetivo? Repetir à exaustão o confronto com o Atlético? Senhores, se não sabem driblar um simples obstáculo, como podem tocar um programa sobre futebol.

Semanas atrás, o correspondente da Globo na Europa afirmou que na Inglaterra a imprensa esportiva “vive de migalhas”. Nem por isso deixou de existir, influir, ter milhões de leitores. Alguém pode bradar “não me venham com essas coisas de Europa”, o que possibilita a outro rebater com igual veemência “não me venham com essas coisas de Brasil”, todos sabemos, um país atrasadíssimo, que temos o dever de modificar.

Na mesma toada, o repórter que buscou pegar uma beirada na entrevista do jogador atleticano ao lado do campo, mesmo sabendo da impossibilidade da tentativa, reclama de ter sido impedido por gente rubro-negra. Meus amigos, por que não comemos iogurte no interior do supermercado, por que não urinamos na via pública, por que não avançamos o sinal vermelho? Simplesmente porque atendemos às determinações claramente estabelecidas, ou, mais simplesmente ainda, somos disciplinados, entendemos limites, temos educação.

Opinar sobre o pioneirismo rubro-negro todos podem, é direito que assiste ao atleticano, a todos aqueles que trabalham com, ou apenas acompanham o futebol paranaense. Usar de criatividade na produção de programas é compromisso com a inteligência, respeitar regras impostas com meridiana clareza é uma obrigação.

 

segunda-feira, 18 de março de 2013

NOITE LUMINOSA

Incentivei o atleticano a ir ao jogo, acreditar que um bom posicionamento defensivo e criminosas estilingadas no ataque pudessem derrubar a gralha. Quase deu, o empate foi terrível para o Paraná, mostra todas as suas deficiências materiais, táticas e técnicas, ruim para o Furacão na busca do título do segundo turno.

Quase um ataque contra defesa a maior parte do tempo, o Paraná impondo a sua vontade frente ao torcedor em pânico, o jogo foi tudo o que se poderia esperar do Atlético do estadual, uma cópia dos jogos anteriores em que a equipe tem enormes dificuldades para jogar no campo do adversário e rendimento eficientíssimo nas poucas jogadas criadas no ataque.

Douglas Coutinho e seus gols vira-vira garantiram o placar. Quando Reinaldo marcou aos 32, os poucos rubro-negros em campo devem ter se arrependido de ir passar frio na Vila Capanema. O sentimento durou só três minutos. Aos 35 Coutinho mandou uma bomba de fora e empatou, aos 38 finalizou bela jogada central construída com a ajuda de Zezinho e passamos à frente.

Bobeada fatal permitiu o empate do Paraná. Cruzamento de Lucio Flavio encontrou três paranistas livres na segunda trave. Reinaldo só encostou de cabeça. Se há algo a lamentar, choro esse posicionamento infeliz da defesa e a segunda expulsão de Léo. Já lamentei, vamos à luta companheiros.

Quando digo que o Atlético se repete não tenho medo de errar. A entrada de Crislan no ataque é exemplo disso. Não a entrada de Crislan propriamente dita, os treinamentos escalam, mas o desaparecimento de Junior de Barros, nem no banco estava. A dupla que parecia no bom caminho se desfez sem explicações.

O treinador reclama de questionamentos de “pessoas de fora e que não têm a menor noção do que está sendo feito dentro do Clube”.

O telhado duas águas reclama porque quer, as entrevistas da TV CAP são escadas construídas para ele colocar sem tropeços todas as suas opiniões, explicar todas as suas atitudes com calma, deixar o torcedor por dentro do trabalho “feito dentro do Clube”.

Que não comece a ficar nervoso, os resultados estão acontecendo, tem uma carapaça protetora jamais vista, nem o velho Fergie do Mancheter United é tão protegido, a torcida mostra uma paciência de Jó em seus melhores momentos.

Gostei do resultado. Jogar defensivamente é uma solução para problemas que estão aí, desejar algo diferente contra o Paraná seria querer demais. O ataque dois gols por partida me alegra. Douglas Coutinho já faz sombra para Marcão e companhia. A irregularidade de alguns jogadores é compreensível.

O barco está sendo tocado dentro das suas possibilidades. Falta à torcida acreditar que o time dos meninos é o Atlético, identificar-se, ir a campo dar o seu apoio, como deu a tantos times ruins durante tanto tempo. Vai ver quinta-feira é o dia, isto é, é a noite, que seja uma noite luminosa.

domingo, 17 de março de 2013

A GRALHA CAI NO DURIVAL

O atleticano quer saber se deve pagar 80 reais para assistir o clássico no “areião” da Engenheiros Rebouças. Quer saber se dá para ganhar, manter a invencibilidade que vem desde junho de 2002, se não der para ganhar, no mínimo empatar, voltar para casa zoando os paranistas obrigados à vitória.

Vamos concordar, se os meninos ganharem da gralha pé de areia, a ave em extinção terá que fechar as portas, passar o ponto, quem sabe dedicar seus funcionários ao paisagismo, ao cuidar gramados, não sem antes lhes impor a participação em cursos e estágios que lhes agreguem algum conhecimento sobre o desenvolvimento de gramíneas e foliáceas.

Voltemos à pergunta do torcedor: “Dá para ganhar?”

O Atlético tem dificuldades para controlar o jogo, toma pressão até do lanterna do campeonato, troca de jogadores a cada partida, mas venceu os três últimos jogos. A principal razão das consecutivas vitórias reside na melhora sensível do setor ofensivo, melhor dizendo, o ataque passou a fazer gols, foram sete marcados contra Operário, Rio Branco e Nacional, sofreu apenas um.

A bola parada ofensiva começou a ter sucesso, as poucas chances criadas são aproveitadas, a defensiva tomou vergonha.

Eu gostaria de saber se Zezinho volta. Harrison ficou de castigo contra o Nacional por deficiência técnica. Como Zezinho foi substituído antes de Harrison no jogo com o Rio Branco, fico na dúvida se o armador também está no rol dos insuficientes tecnicamente. Acho Zezinho meio para o sobrepeso, creio que terá dificuldades no “areião” molhado pelas chuvas de fim de semana.

Confesso que deixei de querer escalar e tentar adivinhar escalações, aprendi a consumir o que se põe na mesa, torcer por conhecidos e desconhecidos, como todo bom atleticano acreditar que tudo está sendo feito dentro dos parâmetros científicos mais avançados, embora minha fé claudique mais que a azêmola do Jânio Quadros.

Quer saber, tem oitenta pilas para pagar o ingresso, tá com folga no orçamento, a sogra foi passar a tarde com a esposa querida, acha que rádio é coisa para emergências tipo o satélite foi atropelado por um asteróide, rume para o Durival de Britto, se no Flamengo o Dorival caiu, vai ver os meninos dão umas boas estilingadas e a gralha cai no Durival.

 

 

 

 

sexta-feira, 15 de março de 2013

FIQUEI COM OS MENINOS

O Atlético viajante perdeu para os reservas do Atlético Goianiense. Os jogadores se esquivaram de dar entrevistas até para a Rádio CAP. A sabedoria popular diz que, quando na sequência de um disparo se ouve grande gritaria, ainda há salvação. Quando no seguimento o silêncio absoluto se apresenta, a situação é grave. Pois o rubro-negro nas redes sociais, nas listas de e-mail, silenciou, a situação é gravíssima.

Longe do tumulto, aqui a quilômetros de distância, podemos apenas especular.

Haverá clara insatisfação entre os jogadores sobre a condução da longa pré-temporada, achariam eles necessária a realização de jogos, a participação no campeonato estadual?

Haverá clara insatisfação entre os jogadores sobre a impossibilidade de conceder entrevistas, a total reclusão que transformou o Caju numa Capela Sistina futebolística?

Se o meu especular contém alguma realidade, cabe aos jogadores transmitir ao comando suas preocupações. O grupo convoca um conclave, estabelece uma liderança, esta comunica seus anseios ao cardeal Antônio Lopes e este os encaminha ao papa. Contrariamente ao que muitos possam pensar, imaginar que uma rebelião estaria se formando, um caso grave de insubordinação, este é ato da mais pura lealdade, cultivado em qualquer organização responsável.

Caso o temor de represálias imobilize a opinião dos atletas, Petraglia necessita urgente de alguém em que tenha credibilidade, que se disponha a ouvir os jogadores, estar com a comissão técnica e lhe encaminhe as apreensões do grupo.  Mais importante será que esse diplomata consiga convencer o papa a mudar os dogmas da sua igreja, transformar Pedro em Francisco.

Fato é que algo tem que ser feito. Atropelado pelo Goiás, Nhô Drub escalou o time 2012 para enfrentar o Dragão e saiu com a armadura em chamas. Falta de ritmo por falta de ritmo, os reservas do genérico goiano também não veem uma pista de dança há muito tempo. O Sub-23 que venceu o Nacional poderia ter melhor sorte na calorenta Goiânia.

Modificado, improvisando zagueiros nas laterais – o que Héracles foi fazer em Goiás? –, usando os três volantes que odeio – onde está Harrison? –, o Sub-23 não teve o controle do jogo, foi pressionado, a incompetência do ataque de Rolândia mostrou o porquê da péssima classificação da equipe, deu-nos a vitória.

Felizmente, o ataque tem concluído com acerto as poucas chances criadas. Aí a diferença. Douglas Coutinho e Marcos Guilherme resolveram o problema.

Em meio de semana iniciado pleno de esperanças, trouxemos na bagagem de Goiás incertezas imensas, os meninos levaram o nome do Atlético ao primeiro lugar da tabela. Entre os homens e os meninos, fiquei com os meninos.

quinta-feira, 14 de março de 2013

ESPÍRITO CANSADO

Existem situações em que se você tentar explicar piora. Por isso desliguei o rádio ao final do jogo, evitei ouvir entrevistas após o 3 a 1 que o Goiás impôs ao Atlético no Serra Dourada, 3 a 0 ainda no primeiro tempo, na minha percepção, com o chicote embaixo do braço.

Mesmo sem ouvir, tenho certeza de que alguém falou na diferença entre treinar e jogar e sua influência no resultado. Tenho certeza que essa é desculpa na ponta da língua do treinador, do jogador, do massagista, do roupeiro. Nas entrelinhas fica claro, a culpa é da diretoria.

O 3 a 1 é uma baita freada de arrumação no projeto atleticano, um absurdo choque de realidade, todas as piores imagens voltam ao pensamento do torcedor, um início difícil na Copa do Brasil, uma eliminação prematura, um Brasileiro namorando a volta à segunda divisão.

Estou sendo pessimista ao extremo, deduzindo o colapso da casa ainda nos seus alicerces? É possível, certamente reflexo do meu cansaço com as durezas enfrentadas nos últimos anos. Cansei.

Cansei como cansou o Grêmio após perder para o Huachipato, para o Caracas, e resolver jogar as partidas do Gauchão em Porto Alegre com o time principal, deixando para os aspirantes as partidas no interior. Percebeu que treinar é bom, mas jogar é essencial, e a forma mais simples e barata de jogar é participar minimamente do Estadual, não para vencer o campeonato, simplesmente para dar o entrosamento e o ritmo de jogo a um time com tantos desafios pela frente.

Não espero que uma simples resolução como essa seja tomada pela direção atleticana. Essa fumaça branca não vai sair de alguma chaminé do CT do Caju.

Há anos o Atlético é navio que se dirige para o iceberg, buzina para o bloco de gelo se afastar, dá com tudo no mudinho e só então procura mudar o curso desastroso.

O importante é que o resultado contamine somente o meu espírito cansado, não se espraie pelo povo rubro-negro, que a torcida não leve para o Janguito seus temores, não prejudique os meninos que hoje enfrentam o Nacional.

Vamos meninos, façam um grande jogo, joguem como verdadeiros rubro-negros. Tem dias que só uma boa vitória pode levantar um espírito cansado.

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

PENSAR DIFERENTE

O Furacão joga três partidas em dois dias. Hoje, enfrenta o Goiás no Serra Dourada, uma pelada ótima de jogar, com torcida e tudo, amanhã contra o Nacional no Janguito em busca da terceira vitória consecutiva, e contra o Atlético Goianiense no CT do Dragão. O atleticano trabalhador vai ficar de ouvido na rádio CAP, os que como eu já estão com o burro na sombra estarão dando apoio aos meninos ao vivo e a cores.

Os jogos no cerrado devem primar pelas várias substituições, provavelmente dois times diferentes, dando chances a todos os viajantes. Presumo que a equipe a entrar em campo contra o Goiás será aquela que Nhô Drub tem como titular para o início do ano, a base de 2012 mais novidades que não me atrevo a apontar. É nessa escalação que estou interessado.

O Goiás só volta a jogar na próxima segunda-feira, lidera o Goiano com folga, tem tempo de recuperação suficiente para colocar em campo time próximo do titular. Tem ausências asseguradas. O goleiro Harlei, o zagueiro Rodrigo e o meia Ramon estão fora. Entrando quase completo e com vontade, o jogo-treino terá validade.

O Dragão vem de duas vitórias, pela primeira vez entra no G4 do estadual, está ganhando força. Como o jogo-treino substituirá um dos coletivos da semana, imagina-se que os titulares estarão em campo frente a um time B atleticano.

Tivéssemos a imagem poderia ser boa oportunidade para conhecer os novos contratados, na luta para mostrar serviço. Como todos precisam de ritmo de jogo, inclusive os reservas, o amistoso tem importância, é necessário.

O que se pode ver, estar lá para ajudar, é o jogo do Sub-23 contra o Nacional. Zezinho e Renato estão fora. Léo e Héracles devem ocupar as laterais. Eu aposto em Marcos Guilherme para a vaga de Zezinho. Aposto, mas não creio. Penso que o treineiro vai entrar com David Henrique e avançar Hernani.

Os meninos têm que fazer boa partida, mostrar os dentes, ganhar com sobra. Sei que o jogo vai ser duro, se nada é fácil para coxas e paranistas com seus titulares, não vai ser o Rubro-Negro que vai pegar mamão com açúcar.

O Atlético tem que ser testado, ultrapassar dificuldades, ganhar força para o jogo contra a Gralha no fim de semana. Falei Atlético? Sem dúvida. Master, veterano, juvenil, dente de leite, vestiu a rubro-negra, está defendendo o Atlético, sua história. Só um louco para pensar diferente.

domingo, 10 de março de 2013

VOLTAR PARA TORCER

Acho que estou ficando com comportamento bipolar, bastam poucos minutos para o meu humor se alterar do macambúzio para o radiante. Num instante, o Atlético empata com o Rio Branco, o Coritiba vence o Operário. Passam-se escassos minutos, o Operário se iguala ao “mais vitorioso do mundo”, Bruno Costa marca e o Furacão vence o Leão da Estradinha. Que beleeeeeza!

O jogo ficou longe de ser uma beleza para o lado rubro-negro. O esperado bom começo do returno com a maturidade adquirida com toda uma primeira fase de dificuldades, uma postura impositiva na forma de jogar, um morar prolongado no campo de defesa adversário ficaram para a próxima.

O Rio Branco dominou quase toda a partida, usou os lados do campo com propriedade, fez chover sobre a área rubro-negra. Os laterais tiveram dificuldades defensivas e pouco chegaram ao ataque. Bruno Costa teve um trabalho danado.

Mesmo jogando abaixo da expectativa, o Atlético marcou primeiro em penalidade máxima bem batida por Zezinho ao final do primeiro tempo. Não demorou muito para o Rio Branco empatar, de novo gol em bola parada.

Com o resultado inconveniente, o maestro substituiu Harrison e Zezinho, nos quais aposto todas as minhas fichas, prova de que não gostou da atuação de seus violinistas. É interessante como jogadores de boa técnica, já com alguma experiência, não conseguem impor seu jogo, sair da marcação, dar ritmo e personalidade à equipe. Têm que se mexer, chances assim acontecem poucas vezes, só no ano do dragão do calendário petragliano.

O melhor do jogo foi o treinador. Ao invés de se acomodar com o empate, fez uma meia sola na defesa com a entrada de Léo Pereira no lugar de Anderson Tasca, e trocou os solistas por Crislan e Marcos Guilherme, jogadores de frente, foi para o tudo ou nada e venceu com o gol de Bruno Costa nos acréscimos do segundo tempo. Comecei a pegar gosto.

O Atlético não foi bem mais uma vez, mas venceu, tinha soluções no banco de reservas, contou com a sorte, ótimo.

A vitória foi muito importante, deu força aos meninos, criou boa expectativa para o jogo de quinta-feira, puxou orelhas de promessas estabelecidas, colocou luz sobre promessas emergentes.

O torcedor desconfiado começa a ter esperanças. Precisa voltar ao campo, voltar para torcer.

 

sexta-feira, 8 de março de 2013

GATAS GAROTAS RUBRO-NEGRAS

Mulheres estão por gerações na vida atleticana, têm diferentes nomes, exercem influências, apertam orelhas, zelam, entregam-se como feras no cumprimento das missões maternas, na orientação correta da futura vida, na imperiosa e delicada tarefa de nortear escolhas.

Marias são avós cuidosas, abraçam, beijam, sabem rezas milagrosas, caído o neto, acodem com carinho. Se o choro alonga, afagam, dizem “vai passar, vai passar” ao peraltinha. Se o resultado é pouco, cochicham “Santa Luzia passou por aqui, com seu cavalinho comendo capim...”, e a dor vai embora, volta o sorriso como por encanto.

Experientes, afastam dos guarda-roupas os tons de verde, preferem os sapatinhos vermelhos da paixão, do amor profundo, querem para seus netinhos a felicidade, o calor das cores, talvez um calçãozinho branco, nada mais que isso é permitido.

Stellas são mães corajosas, mulheres que tudo podem, fazem de suas casas empresas de sucesso, levam-nas nas costas aos confins do mundo. Protagonistas de papéis infindos, educam, alimentam, transportam, curam, gerenciam, dão amor, põe de castigo, cobram lições, ajudam outras mães em desespero, nenhuma dor lhes incomoda o passo, cuidam de estressados maridos rubro-negros, com eles torcem, estão em toda a parte, tem na Arena o nome escrito na cadeira, o exemplo aos filhos dado sem ter medo.

Arianes, Larissas, Denises, Julianas, Marianas e Francines são psicólogas, médicas, fotógrafas, dentistas, professoras, cuidam de corpo e alma, mostram ângulos, educam os filhos doutros, horas de tremendo esforço para o estranho que lhes chega ao colo sem nada ter de seu, estranho agradecido que frente a tanto amor vacila, tropeça e cai na inexorável teia rubro-negra.

São mães também de Lívias, Manuelas, Júlias, Anas e Eduardas, essas sim atleticanas desde o berço, sem chance de cair no infeliz engano, felizes elas, filhas de sábias a lhes propor o rumo.

E nós atleticanos a lhes admirar os olhos, a sapiência, a força, o zelo, o corpo inteiro, sabedores que sem elas nada somos, gratos escravos dessas santas, maravilhosas gatas garotas rubro-negras.

 

 

quinta-feira, 7 de março de 2013

BOTA UM MOÇO AÍ

Estou assistindo Manchester United contra Real Madrid, o Manchester perdendo o jogo em casa, van Persie entra na área pela esquerda, marcado por Khedira, cruza, a bola bate no braço do alemão, os dois braços colados ao corpo, um militar diria que o pupilo do Mourinho estava na posição de descansar correta, as duas mãos entrelaçadas às costas. Khedira é um craque completo. Nem pensar em penalidade.

Nada a ver com a doidivanas que se joga para cortar o cruzamento feito uma siriema destrambelhada, os braços ocupando todos os espaços para cortar a trajetória da bola, correndo todos os riscos. Pênalti. Na dúvida bota a siriema  no detector de mentiras e pergunta se ele teve intenção ou não. Dá um choque nele. É o único jeito.

Outra solução será criar a falta culposa. Acredita na intenção, crime doloso, pênalti. Inexiste a certeza, crime culposo, ou falta culposa, falta indireta no local do crime. Vai virar uma festa.

Mudando de assunto. Acordo ainda meio zureta, ligo a televisão e assisto a cena africana. Busco o número do canal e não estou na BBC, na CNN, canais onde as desgraças africanas estão sempre presentes, estou no Bom Dia Brasil. Uns cinco rapazes estão esgotando uma cobertura aparentemente de material plástico, que mais parece uma piscina, a dezenas de metros de altura, sem qualquer segurança. A imagem abre e o fato acontece no Maracanã inundado, aquele que tem dias para ficar pronto, um provável mico histórico.

O Pai Nosso do brasileiro deveria conter um adendo do tipo “cuidai dos incompetentes, daí a eles sorte, e que suas incapacidades não nos causem nenhum mal”. Senhores, quem deu ordem para aqueles rapazes arriscarem suas vidas. Senhores, a Nigéria é aqui.

Mudando de assunto dois. Algo que me impressiona é como moços e moças ocupam hoje os principais postos da administração do país. Sou do tempo em que o chefe era um homem de cabelos brancos, tinha história, era o único a ter carro do ano. Os concursos guindaram jovens para os principais cargos, eles prendem e arrebentam, comandam, dão as tintas em todas as áreas.

Olho para tudo isso com certa desconfiança, acho que experiência conta, mas quando vejo o senhor Afonso Vitor de Oliveira no comando da arbitragem paranaense, há anos conduzindo o setor com rara e comprovada inabilidade, sonho com um jovem saindo da adolescência para destronar esse caso geriátrico que envergonha todos aqueles com direito a cartão de idoso.

Senhores, cansei desse senhor. Bota um moço aí.

 

 

 

terça-feira, 5 de março de 2013

VIRANDO EPIDEMIA

Saio de casa para o almoço no “a quilo” onde encontro minha dieta mediterrânea, o peixe panga como carro chefe, vindo diretamente do delta do Mekong, alimentado pelo agente laranja fartamente distribuído pelo americano em terras vietnamitas, quando encontro o vizinho paranista chegando da sua caminhada sob o sol escaldante.

– Você viu o absurdo? Vou fazer um e-mail para a Federação, um e-mail deste tamanho. Não dá mais. – Conclui com os braços abertos sinalizando o tamanho da mensagem. Sem me dar chance para falar continua. – O Petraglia está certo, tem que colocar um time de meninos para jogar este campeonatinho.

Concordo satisfeito, escuto pouco mais das suas lamentações, o jogo contra o Jotinha é lembrado, dou força para a remessa do e-mail, coloco umas pimentas e parto para o peixe panga, sem acreditar nos alertas das redes sociais.

A ficha do Paraná caiu lá atrás, a do Londrina e seus milhares de torcedores caiu no domingo. Se a campanha de 2012 rendeu poucos dividendos para o Coritiba como o “time dos paranaenses”, agora é que foi por águas abaixo, quem sabe ainda reste algum torcedor iludido em Foz do Iguaçu, a capital coxa do nosso interior, segundo me consta, local de residência do apitador do fim de semana.

Por incrível que pareça, encontro em alguns rubro-negros de minha estima a ideia de que em nenhum dos três lances houve pênalti a favor do Londrina. Pelas santas defesas do Caju, até o meu porteiro coxa acha que o lance envolvendo Rafinha foi pênalti claro. Os lances são de interpretação. No lance sobre Pereira, bola na direção do gol interceptada pelo braço do zagueiro, é quase norma na arbitragem brasileira a marcação do pênalti.

O amigo pode pensar que sou atleticano revoltado. Nem pensar, desde 2012 me joguei de cabeça no projeto Sub-23. Não vou me doer pelo Londrina, nem pelo Paraná. Se lhes faltou visão, se acreditaram que o Atlético era o bandido da história, o Coritiba o bom moço, atacado pelo pérfido ditador rubro-negro, merecem o castigo. Assumiu que peixe panga é linguado, azar o seu.

A imprensa, finalmente meio encabulada, reagiu instando o Londrina a não perder o ânimo, tem ainda o segundo turno, pode chegar à final. O apresentador lamentou o lento retorno da defesa londrinense no momento do gol coxa. Após a terceira penalidade não ser assinalada pelo aplicador da regra, só se os jogadores do Tubarão fossem disciplinados soldados alemães de elite.  

Queimei a cabeça para escrever o “Fazer a Sua Parte” de ontem, evitando tocar no assunto arbitragem. Achava perda de tempo. O assunto é viciado, repugnante. Estou fora. O revoltado amigo paranista, a sinceridade do porteiro, os atleticanos de braços com a arbitragem me fizeram voltar ao assunto. Uma coisa me deixa feliz, a paranoia atleticana está virando epidemia.

segunda-feira, 4 de março de 2013

FAZER A SUA PARTE

O atleticano começa o março de todas as chuvas com a cabeça na Eurotour 2013, no treinamento do Subs 15, 18 e 23 para essas competições no velho continente, no treinamento do profissional para a Copa do Brasil, já daqui a um mês, e o retorno ao Brasileiro.

Tem outras preocupações importantes. A aceleração das obras da Arena maravilhosa, a busca de campo para jogar o Brasileiro.

O que mais mobiliza o torcedor é o treinamento do Sub-23 utilizando-se das partidas do campeonato paranaense. Já no próximo domingo, o Furacão enfrenta o Rio Branco em Paranaguá, partida importante, o time dos meninos está em ascensão, o treinador parece ter encontrado a melhor formação para a equipe, a torcida precisa descer a serra para dar o seu inestimável apoio.

O Sub-23 enfrenta dois torneios importantes na Alemanha e Holanda já no mês de maio, o time tem que estar na ponta dos cascos. O Atlético é o atual campeão do Yokohama Cup a se realizar na Alemanha. Canecos à vista.

As notícias da Arena tornaram-se raras, as fotos diárias são a única forma de acompanhar o desenvolvimento das obras. Pelo menos não estamos sendo bombardeados por notícias ruins, a tônica de 2012, os inimigos, parece, recolheram-se às suas incompetências.

O torcedor quer conhecer os adversários do profissional, as datas dos jogos que capacitarão o time A a enfrentar as durezas dos principais campeonatos nacionais. Gostaria que esses jogos não fossem treinos escondidos no Caju, pudesse assistir, conhecer as novidades, ganhar confiança, dar apoio.

Quer saber onde vai jogar o Brasileiro, como vão as tratativas sobre o assunto. Em entrevista semanas atrás, o presidente da CBF disse que em pendências entre clubes nada mais faz que aproximar presidentes, de pouca ajuda em se tratando de Paraná. Resumo, da CBF nada se espere.

O atleticano quer saber, ver, ser estimulado pelo conhecimento, estar próximo. Já deu as costas para a província, os últimos acontecimentos justificam o cansaço, a atitude radical. Já colocou nas costas a mochila do sofrimento e segue com coragem, só quer o direito de fazer a sua parte.