sexta-feira, 15 de março de 2013

FIQUEI COM OS MENINOS

O Atlético viajante perdeu para os reservas do Atlético Goianiense. Os jogadores se esquivaram de dar entrevistas até para a Rádio CAP. A sabedoria popular diz que, quando na sequência de um disparo se ouve grande gritaria, ainda há salvação. Quando no seguimento o silêncio absoluto se apresenta, a situação é grave. Pois o rubro-negro nas redes sociais, nas listas de e-mail, silenciou, a situação é gravíssima.

Longe do tumulto, aqui a quilômetros de distância, podemos apenas especular.

Haverá clara insatisfação entre os jogadores sobre a condução da longa pré-temporada, achariam eles necessária a realização de jogos, a participação no campeonato estadual?

Haverá clara insatisfação entre os jogadores sobre a impossibilidade de conceder entrevistas, a total reclusão que transformou o Caju numa Capela Sistina futebolística?

Se o meu especular contém alguma realidade, cabe aos jogadores transmitir ao comando suas preocupações. O grupo convoca um conclave, estabelece uma liderança, esta comunica seus anseios ao cardeal Antônio Lopes e este os encaminha ao papa. Contrariamente ao que muitos possam pensar, imaginar que uma rebelião estaria se formando, um caso grave de insubordinação, este é ato da mais pura lealdade, cultivado em qualquer organização responsável.

Caso o temor de represálias imobilize a opinião dos atletas, Petraglia necessita urgente de alguém em que tenha credibilidade, que se disponha a ouvir os jogadores, estar com a comissão técnica e lhe encaminhe as apreensões do grupo.  Mais importante será que esse diplomata consiga convencer o papa a mudar os dogmas da sua igreja, transformar Pedro em Francisco.

Fato é que algo tem que ser feito. Atropelado pelo Goiás, Nhô Drub escalou o time 2012 para enfrentar o Dragão e saiu com a armadura em chamas. Falta de ritmo por falta de ritmo, os reservas do genérico goiano também não veem uma pista de dança há muito tempo. O Sub-23 que venceu o Nacional poderia ter melhor sorte na calorenta Goiânia.

Modificado, improvisando zagueiros nas laterais – o que Héracles foi fazer em Goiás? –, usando os três volantes que odeio – onde está Harrison? –, o Sub-23 não teve o controle do jogo, foi pressionado, a incompetência do ataque de Rolândia mostrou o porquê da péssima classificação da equipe, deu-nos a vitória.

Felizmente, o ataque tem concluído com acerto as poucas chances criadas. Aí a diferença. Douglas Coutinho e Marcos Guilherme resolveram o problema.

Em meio de semana iniciado pleno de esperanças, trouxemos na bagagem de Goiás incertezas imensas, os meninos levaram o nome do Atlético ao primeiro lugar da tabela. Entre os homens e os meninos, fiquei com os meninos.

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