quarta-feira, 30 de abril de 2014

NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA

O chocolate que o Real Madrid aplicou no Bayern traz lições que podem ser úteis ao Furacão. Quatro a zero fora de casa, contra 60 mil alemães bufando nas arquibancadas, pode ser útil para muita gente. Don Miguel deve ter visto a vitória magnífica do time onde trabalhou. As lições são claras.

Primeira, a importância do entrar em campo acordado para todos os detalhes, o amigo sabe, camarão que dorme a onda leva. O Bayern tirou uma soneca e aos 20 minutos perdia de 2 a 0, dois gols de cabeça em escanteio e falta lateral. Inacreditável para o nível da partida. Fosse com o Atlético, eu estaria tirando as calças pela cabeça. Foi com o Bayern. A onda levou o Guardiola.

A bola é alçada, a defesa se preocupa com Cristiano Ronaldo, Pepe, Benzema, Bale, o zagueiro Sergio Ramos vem por trás e vai guardando uma atrás da outra. Guardou duas. Matou o jogo. O Cruzeiro tem a mesma jogada. A tropa se engalfinha com Dedé e a gorduchinha voa para três colocados longo do ex-vascaíno. Ou vai para ele mesmo. Sábado vamos provar desse veneno. Quase a metade dos gols do Cruzeiro neste ano foi de cabeça.

Com dois gols na frente, o Real armou sua defesa móvel, deixou o Bayern avançar seus volantes, postar-se dentro do seu campo e contra-atacou. Bola para Benzema, daí para Bale, o passe para Ronaldo, três a zero aos 34 minutos. Foi a pá de cal, sobrou cerveja em Munique.

Taticamente, o Real é a imagem da simplicidade. Defende com duas linhas de quatro, a segunda, basicamente formada por Modric, Xabi Alonso e Di María, conta com o recuo de Bale. Xabi é o volante que fica, o argentino Di María defende e ataca com qualidade, Modric é ligado no 220, Bale faz uma sombra pela direita, pronto para disparar. Na frente, Ronaldo e Benzema.

É como se o Atlético defendesse com uma segunda linha formada por Marcelo, João Paulo, Deivid e Bady, na frente Mosquito e Ederson, este mais orientado para o setor esquerdo.  Atacasse com João Paulo e Marcelo pela direita, Bady e Ederson pela esquerda, Mosquito zumbizando pelo meio, os laterais subindo só na boa, Deivid recuado protegendo a defesa. No contra-ataque voasse com Marcelo, Mosquito e Ederson.

Escalei o Furacão para Don Miguel? Nada, fiz apenas o óbvio, apliquei as características dos nossos jogadores ao esquema vencedor do seu Ancelotti, copiei a simplicidade do vitorioso. Afinal, no futebol, como em tantas atividades, nada se cria, tudo se copia.

terça-feira, 29 de abril de 2014

MAIOR QUE O FURACÃO

Disse Don Miguel em entrevista: “Se jogarmos como no segundo tempo de hoje, podemos ganhar de qualquer time no campeonato”. Aí que mora o perigo, abre a possibilidade para outra afirmação perigosa: “Se jogarmos como no primeiro tempo vamos para a segunda divisão”. Definitivamente, nem uma nem outra.

O Atlético está buscando um caminho, tentando encontrar um onze ideal, um sistema que aproveite o melhor de seus jogadores. Já que Don Miguel gostou tanto do segundo tempo, podemos esperar outro Furacão contra a Raposa? Vamos jogar no ataque? Não acredito, nem seria inteligente. Vamos ver o que o entrenador e suas experiências tem para nos mostrar.

Vamos ver se Bady já mostrou qualidades para entrar no time, fazer a articulação que tanto precisamos. Seria interessante ver a principal contratação do Atlético em campo. O Atlético do próximo sábado tem que ser melhor.

Quando o Atlético passou na fase preliminar na Libertadores com aquela sequência abençoada de penalidades, amigo coxa disse não acreditar em tanta sorte, disse ainda estar inconformado com nosso retorno à primeira divisão, aquela bola tirada por Cleberson sobre a linha nos últimos minutos no jogo com o Paraná. Domingo Cleberson falhou e muita gente bateu firme no zagueiro.

Zagueiros falham, atacantes perdem gol, os melhores momentos estão cheios de pixotadas defensivas, furadas ofensivas. Cleberson tem crédito, se tiver cabeça, o erro vai ser muito útil. Quantas vezes fizemos vista grossa para as falhas de Manoel até o ídolo descobrir que era maior que o Furacão? Jogador da base é assim, a gente vai compreendendo seus erros, até que um dia eles aprendem e vão embora.

Foi assim com Rhodolfo, é assim com Manoel, será assim com Cleberson. Eu acho natural, só penso que deveriam se preocupar em deixar algum nos cofres do Furacão que lhes deu vida. A gratidão está fora de moda, mas eu gosto.

Marcelo passou da bola contra o Vitória. Os baianos que o viram no Leão da Barra ficaram impressionados. Realmente sua evolução é de cair o queixo. Marcelo resolveu jogar todo o ataque, mexer-se como lagartixa em chapa quente, o conselho que dei a Marcos Guilherme respingou no Papa-léguas.  Os nossos meninos devem seguir o caminho de Marcelo, aproveitar o exemplo, virar-se nos noventa, enquanto ele está aí, não fica maior que o Furacão.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

ELE QUER ME FAZER SOFRER

O empate vibrante do Furacão deve sofrer análise cuidadosa. Impossível achar que estamos prontos, o elenco é suficiente, o esquema é vencedor. O jogo foi um teste, o Atlético andou para tirar zero, esperneou, Marcelo correu pelo time todo, a nota final ficou no seis, o esforço geral merece elogios.

O jogo heroico teve tempos distintos. No primeiro, a falha tremenda de Cleberson logo aos 14 deu o gol ao Vitória e lhe devolveu a segurança para jogar. O Atlético tentou se organizar, teve momentos, a gravidade do problema da articulação obrigou ao jogo com Marcelo, obviamente marcado. O trio de volantes tem dificuldades para sair da marcação, Marquinhos desaparece, Ederson tem que voltar para armar, morre como atacante.

O segundo gol do Vitória aos 36 fez justiça ao melhor desempenho baiano, Santos já tinha feito um milagre minuto antes. Amigos, só vi solução para o problema com mudança radical. Don Miguel voltou para o segundo tempo com Felipe no lugar de João Paulo. Vou abrir um daqueles parágrafos necessários.

Não penso que Felipe seja solução para o Atlético. Reapareceu na final da Copa do Brasil, está sempre na relação, é bom jogador, mas não decide, se não decide, entra para quê? Pois entrou Felipe. Sem esperança, vamos ao ataque. O Vitória tentou segurar o resultado, buscou o contra-ataque e permitiu o avanço atleticano. Marcelo papa-léguas continuou carregando o piano, Ederson se virando para fazer as assistências. O esquema vai matar Ederson.

Eu imploro por substituições. Aos 23, Don Miguel tira Marquinhos e entra com Coutinho. Passamos a jogar com onze. Aos 29, Mosquito substitui Ederson, sai um “armador” entra um atacante.  A pressão aumentou e aos 33, Natanael cruzou para Mosquito marcar de cabeça, lá onde Ederson tem que jogar. O Vitória encolhe ainda mais, contra-ataca, Dinei perde gol incrível aos 35, aos 37, Marcelo manda balaço e empata. Notas 12 para Marcelo, 10 para Mosquito.

O tempo final salvou o Furacão. Os dois gols do Vitória foram ótimo teste, o Atlético reprovado na defesa provou que pode jogar no ataque, fica a dúvida sobre a contribuição do desgaste, do recuo baiano para manter o resultado. Don Miguel persiste com os três volantes que eu não gosto. Insiste em Marquinhos procurando espaço. Imagina em Felipe a solução. Afasta Ederson da área. Demora a substituir. Ele quer me fazer sofrer.

domingo, 27 de abril de 2014

VITÓRIA SEM VITÓRIAS

Dou uma espiada nos jogadores do Vitória e encontro poucos conhecidos. Souza, ex-Bahia, Hugo, ex-Goiás, o rápido Marquinhos, o goleiro Wilson e o nosso velho Dinei. Juntando o desconhecimento do elenco aos maus resultados colhidos pelo Vitória recentemente poderia dizer que o Atlético tem boas chances de trazer três pontos da arena Pituaçu.

Então me coloco no lugar do torcedor baiano e pergunto quem ele conhece do meu Furacão? Sei que ele deve estar coçando a cabeça lendo os nomes dos nossos atletas e evito a conclusão apressada. Mesmo com toda a informação disponível, ainda estamos muito distantes do futebol nordestino.

Sabemos que o Vitória saiu precocemente da Copa Nordeste, perdeu as duas da final do estadual para o Bahia, foi eliminado nesta semana pelo Jotinha na Copa do Brasil, resultados constrangedores para o bom técnico Ney Franco. Daí a conhecer jogadores, as promessas da base baiana, vai uma longa distância.

Para conhecer melhor o rubro-negro da boa terra vou ao blog do Carlos Brandão e leio: “Dentro de campo falta raça, falta vibração! O time se arrasta, não tem energia, não procura o gol, não dá combate na zaga. O atacante tem medo de chutar e toca para trás; a zaga até hoje bate cabeça em bola aérea; os laterais estão perdidos e não temos meio-campo.” O colega baiano está comendo acarajé e cuspindo marimbondos, pedindo reforços de qualidade.

Após o jogo com o Jotinha, Ney Franco saiu dizendo que “a equipe não deu liga esse ano... está jogando muito abaixo do que pode”. O capitão Wilson reclama da falta de regularidade e pede “todo mundo se cobrando e recomeço para voltar a vencer”. O time não venceu nos últimos quatro jogos.

O Atlético vai encontrar pela frente treinador com a corda no pescoço, time com o emocional abalado pela eliminação prematura na Copa do Brasil. Não vejo em campo liderança capaz de modificar o psicológico ruim da equipe. Essa é vantagem evidente para o Furacão. Outra, a semana toda dedicada ao trabalho, aos acertos táticos, contra o desgaste baiano do meio de semana.

Física e psicologicamente em melhores condições, temos nossas chances fortalecidas. Sempre é perigoso enfrentar o Leão acuado, mesmo assim é bom aproveitar, não é sempre que se tem pela frente um Vitória sem vitórias.

sábado, 26 de abril de 2014

O RESULTADO VIRÁ

Embasbacado com a belíssima imagem da Arena toda iluminada demoro a escrever. Cheguei há pouco do litoral e encontrei este cartão postal na minha janela. Longe, os refletores do Durival de Britto informam o jogo rolando. Paraná e Joinville, desejo sorte para ao time do começo da rua. Voa Gralha.

O Furacão embarcou para Salvador. As entrevistas, as informações sinalizam para a manutenção do time que venceu o Grêmio, com a entrada óbvia de Sueliton na lateral-direita. Don Miguel fala em uma ou duas substituições e eu me quedo a pensar no outro a entrar, só imaginar, entre uma olhada na janela explodindo em luzes e a lembrança do linguado à romana abatido no almoço. Vida dura.

Creio que no trio de volantes, Don Miguel não mexe. A entrada de Otávio seria uma possibilidade, volante por volante, procurando uma melhora na saída de bola. Vai ficar para o segundo tempo. Ederson e Marcelo são absolutos. A única chance de uma segunda mudança fica para a presença de Bady no lugar de Marcos Guilherme. Nada aponta para isso.

Então fica tudo como está. Bom para a continuidade do grupo e da “filosofia”, mesmo por que não pode haver uma forma de jogar em domicílio, outra fora de casa, jogamos sempre longe da brilhante Arena, da linda Curitiba, da fanática torcida. Don Miguel diz que a motivação é grande, o time está comprometido, o objetivo é ganhar a segunda partida, sabiamente conclui que os jovens precisam de bons resultados para acreditar no trabalho.

O capitão Deivid explica mais ou menos a “filosofia”, foca na posse de bola, no equilíbrio, não ficar retrancado, mas não sair em vão, sair organizado. Cita a juventude, a união da equipe e o treinamento forte como os diferenciais do Furacão. A minha preocupação fica com o levar gol. Que fazer?

Don Miguel levou Bady para o meio, para o ataque Mosquito e Douglas Coutinho. Pode substituir e ganhar força ofensiva incrementada pela juventude, pela vontade de mostrar serviço. O mais interessante é que os jovens, que precisam de bons resultados para acreditar no trabalho, podem ser os principais responsáveis pela construção do resultado. Penso que eles devem acreditar em si mesmos, colocados em campo jogar como grandes, soltos, criativos, irreverentes, como manda a juventude. O resultado virá.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

TODO MUNDO SABE

Adriano no Atlético teve o mesmo poder arrasador de um terremoto nível 10 graus na escala Richter. Em três meses de Furacão, o Imperador acelerou clima em deterioração e deixou para trás cenário de terra arrasada difícil de acreditar. Meio time ganhou passaporte para o expressinho, Manoel está na vitrine para venda, Weverton está no banco de reservas.

Eu só queria saber o destino do pai da ideia de trazer Adriano para o cajueiro. No mínimo deve estar exilado na Venezuela, entrando na fila para comprar papel higiênico racionado. Ou enviado para curso na Petrobrás, ultimamente um paradigma de bons negócios e grandes ideias.

O que não consigo entender é como insistimos com Adriano com tantos sinais de que a casa da mãe Joana estava em instalação, o escalamos noventa minutos de dois jogos importantíssimos em Londrina e La Paz. Caso tivéssemos passado o Strongest o Imperador continuaria sentado em seu trono no cajueiro, fomentando os problemas vindos à luz com o desmanche da equipe? O resultado justificaria a desordem?

Fato é que temos que focar no que restou e o que restou dá para ir pouco além do jogo contra o Grêmio. Defender e jogar por uma bola. Quem viu o Chelsea se defender contra o Atlético de Madrid, uma primeira linha de quatro, outra de cinco, apenas Fernando Torres na frente e a remota possibilidade do contra-ataque com Ramires e Willian pelos lados, pode se encher de esperança.

Mourinho pode se dar a esse luxo. Tem no banco Oscar, o dez da canarinho, e Hazard, o dono da seleção belga. Com duas substituições coloca os blues para atacar, tem condições de virar qualquer resultado. E nós?

De 2013 para cá, o Atlético revelou e contratou bons laterais e foi só. Nos demais setores já carentes a primeira notícia é Bady. Agora se fala no meia Rudy do Bolívar. Bady e Rudy? O elenco rubro-negro é pequeno para o tamanho da competição, tem setores, como a zaga, muito fragilizados, sempre se poderá apontar o risco da inexperiência para a utilização do pessoal da base, embora eu não ache. Agora que o descobridor do Adriano deve estar de olheiro do Baladão FC, temos que contratar. Eu sei, você sabe, todo mundo sabe.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

TRATAMENTO DE CANAL

Antigamente um dentista resolvia todos os seus problemas. Arrancava, obturava, tratava canal, colocava aparelho, só não tirava radiografia, se você tivesse que tirar uma chapa tinha que ir na Saúde Pública. Hoje, o odontólogo te recebe com uma dor do cão, bate a tal chapa, olha o celuloide, afirma “é canal” e empurra o amigo para o especialista. O expert fura teu dente, trata e quando tem que fechar te remete para um terceiro, um Rodin dos molares perfurados, um Michelangelo das porcelanas. É a superespecialização.

Caminhamos no mesmo sentido no futebol. Aconselhei Marcos Guilherme a copiar D’Alessandro e amigo me socorre, diz que Marquinhos é um meia atacante que avança e chega na frente, não é o articulador  que todos desejamos. Pronto, fiquei sem o articulador, estou aconselhando mal o menino, esqueça Marquinhos, fique pelas redondezas da área, se alguém te der a bola avance e finalize. Marquinhos é vítima da superespecialização.

Volto aos primórdios, quando você chegava na peneirada fervilhante e o cara com o apito perguntava  qual sua posição. Poucas as opções: gol, defesa, meio campo e ataque. Você dizia meio campo e tinha que saracotear para todo lado, com os pregos das traves cutucando a sola do pé, implorando a bola, caprichando nos passes. Imagino a tecno-peneirada atual. Você chega com o CD embaixo do braço, o cara faz a mesma pergunta e você responde: Eu sou um meia atacante que avança e chega na frente. Tóóóiiiiiiimmmmmm.

O futebol começa como um brinquedo em que você só vai para frente se for fome de bola, participativo, pegar a redondoca e sair driblando, passando, fazendo gol. Estar com a bola no pé é o maior prazer. Parece que com o tempo alguém classifica o menino, bota um rótulo, ele ganha um espacinho para jogar.

Assim, o Damião de 42 milhões fica plantado dentro da área para fazer o gol e a torcida do Peixe prefere um menino fominha. O Pato faz dois passes para gol e alguém aparece como o descobridor do seu verdadeiro talento. Saiu do Corinthians em fim de carreira. Pato apenas se libertou das amarras, saiu para jogar, sabe jogar, acertou dois, com liberdade fará muito mais.

O amigo que me socorre sabe que eu respeito sua opinião. Ele que observa nossos meninos desde a escolinha está corretíssimo. Eu só estou cheio desse futebol em que a joia não pega na bola 90 minutos, passa o tempo na escolta de um lateral e nós nos comovemos com sua assistência na cobrança de uma falta. Deixem esse piá jogar, se movimentar, se divertir com o jogo, fazer peraltices, assistências, gols, ele vai ser muito mais feliz e nós também. E que todos os santos o livrem do tratamento de canal.

terça-feira, 22 de abril de 2014

PARA AS BANDAS DE ITAQUERA

Leio os comentários dos amigos. O do sobrenome importante defendendo o Delegado, o daquele que parece ter conhecimento dos bastidores rubro-negros, informando ser seu Antônio Lopes apenas um elo da diretoria com a equipe, pouco influindo em contratações, os de todos que concordam com gentileza ou discordam com veemência das minhas certezas.

Como dou opinião sobre futebol e todos nós somos doutos em futebol, como desprezar conhecimentos. Assim, aproveito-me das suas inteligências para orientar meu raciocínio, virar o jogo, manter a direção de ataque conforme a minha avaliação dos juízos dos meus leitores. Todos são de grande ajuda, desde aquele que não consegue ultrapassar o título, ao que informa com segurança, apresenta visão diversa interessante.

Voltemos ao Delegado.  Estou vendo a ESPN e o Zé Elias – o amigo lembra o volante do Corinthians, agora transformado em comentarista – sai com uma pérola. Diz ele que Antônio Lopes deveria assumir logo o comando do Furacão, diz ter informações de que é ele que indiretamente dirige o time, por um meio qualquer o orienta, diz faça assim, faça assado. Volante inteligente dá para aguentar, o fofoqueiro é dose prá leão.

Antônio Lopes conhece os jogadores do Atlético, detectou o estado de casa da mãe Joana no cajueiro, certamente orienta a reformulação do elenco. Para quem assiste de longe tem poder para fazê-lo. Penso eu, define os disponíveis. Daí a escalar o time, interferir em meio à partida é ir longe demais.  

É indispensável que Don Miguel tenha independência para treinar, armar, escalar a equipe, modificá-la. Se assim não for, todos os que julgamos seu trabalho, o torcedor do “Burro! Burro!”, eu que classifico a substituição de Éderson de inutilidade perigosa, o amigo que entraria com Olaza no lugar de volante, algo já visto nos tempos de Wellington Saci, estaremos atirando no alvo errado.

Eu acredito que o Atlético a fazer sete treinamentos antes de enfrentar o Vitória será definido por Don Miguel, exclusivamente por Don Miguel. E o Elias e sua boca grande? Ele que vá lançar a discórdia lá para as bandas de Itaquera.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

COMEÇO ESPARTANO

Qual a contabilidade do jogo Atlético e Grêmio? Um a zero Furacão, três pontos na sacola. Começamos na frente, escalando uma das pedreiras mais difíceis em momento complicado para a equipe. A fé do torcedor e o esforço coletivo removeram a primeira montanha. Estabelecidos os números vamos ao jogo.

Pressionado os noventa minutos, o Atlético defendeu bem, resistiu a mais de 30 cruzamentos altos sobre sua área, nas minhas contas 9 escanteios, uns 8 chutes de fora e venceu. Foi uma vitória defensiva, até o gol decisivo foi feito por um defensor, Dráusio, o zagueiro com nome de doutor.

O Grêmio no primeiro tempo insistiu nos cruzamentos altos e encontrou Santos soberano. No segundo, penetrou na área atleticana, andou para marcar e teve sempre pé salvador para evitar o empate. Forçou com Riveros e Pará pela direita, Ramiro e Breno pela esquerda, tentou articular com Dudu e Zé Roberto pelo meio, fixou Barcos centralizado para a finalização, não deu resultado.

Deivid marcou Zé Roberto, Paulinho Dias, João Paulo e Marcos Guilherme auxiliaram os laterais, obrigaram ao cruzamento longo defensável. Com esforço vou recordar um cabeceio de Zé Roberto logo no início do jogo, um gol perdido por Riveros aos 40 do primeiro e outro lance de perigo aos 47 do segundo como boas chances do Mosqueteiro. O sistema de marcação funcionou tão bem que nem muitas faltas foram necessárias para conter o tricolor.

Seria jogo para passar sem críticas, começarmos a semana imaginando o melhor dos mundos. Acho melhor fazer uns reparos. Primeiro quanto à participação de Marcos Guilherme. Se você tem um 10 em campo, encarregado de criar, o time todo tem a obrigação de procurá-lo, passar-lhe a bola. Por sua vez, o menino tem que rodar o campo, pedir a redonda, insistir em jogar.

Vou aconselhar Marquinhos. Piá procure observar o futebol de D’Alessandro do Inter. O argentino se oferece para o jogo os noventa minutos, quer a bola, arma, passa, tenta o drible, recebe a falta, bate a falta, perturba o tempo todo. É assim que funciona. Se você passar o jogo espiando o lateral adversário, vai ficar pelo caminho. Você tem futebol para ir muito longe. Exercite-o.

Qual minha segunda queixa? A substituição de Éderson por Olaza. Esse é o tipo da substituição a evitar. É taticamente improdutiva, psicologicamente negativa, atrai a ira do torcedor, descontenta o substituído, é uma inutilidade perigosa. A lucidez do comando é o primeiro passo para a disciplina.

Vou ficar por aqui no meu chororô, vou elogiar Santos, Mário Sérgio e Dráusio, e passar a régua.  Mesmo com os meus reparos, vibrei com o começo espartano.

domingo, 20 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA

Lá por 2002 enviei um projeto para o Atlético. Tratava-se da criação de um setor responsável pelo estudo de adversários. Gentilmente fui convidado para uma conversa com o Maculan, na época o responsável pelo futebol rubro-negro. Um bom papo, um bom café e a certeza de que o projeto ficaria para depois, ou já existia, o diretor foi apenas gentil com meu desconhecimento.

Tenho ouvido falar num certo departamento de inteligência, até onde vai meu saber encarregado de indicar atletas para o Furacão, baseado num software de scout. Creio que vá muito além disso. Precisa. A todos os componentes do setor meus parabéns, trabalhar na área é fascinante, tenham muito sucesso.

Hoje enfrentamos o Grêmio. Pela minha proposta, no início da semana o treinador receberia um documento com todas as informações sobre o mosqueteiro relativas aos seus últimos cinco jogos. Esquema, principais jogadores, jogadas, capacidades e vulnerabilidades. Don Miguel poderia armar seu time já na segunda-feira conhecendo o tricolor com profundidade.

Durante a semana, o documento continuaria sendo atualizado. Saberíamos que a zaga titular, Rhodolfo e Werley, foi para a zona de repouso, Pedro Geromel e Bressan protegerão Marcelo Grohe. Wendell, liberado pela CBF vai ocupar a lateral-esquerda, Zé Roberto substitui Alan Ruiz na ligação entre os três volantes – Riveros, Edinho e Ramiro – com os atacantes Dudu e Barcos.

O Grêmio vai para o jogo sem saber quem é. É o mosqueteiro que espetou com facilidade seus adversários do grupo da morte na Libertadores, ou o espadachim espetado por quatro vezes pelo Colorado na final do Gauchão? Daí vem um componente perigoso. O ânimo.

Mesmo com todos os conhecimentos disponíveis a vontade é fundamental no futebol. Entrou adormecido pode perder o jogo em dez minutos, leva um chocolate, de nada adianta a preleção perfeita. O Atlético hoje não tem muito mais a oferecer do que o esforço. Muito se falou em trabalho na última semana, espero que ele venha acompanhado de dedicação desde o primeiro minuto.

Só assim conseguiremos mandar o Grêmio para o psicólogo de Bagé, atormentado pela pergunta que ameaça o treinador Enderson Moreira: “Quem sou eu, tche?”

Prezados amigos de todas as torcidas, Feliz Páscoa.

sábado, 19 de abril de 2014

VAMOS COM FÉ

Amigos rubro-negros, vamos à batalha. Com fé ou sem fé? De preferência com fé. Irmão, sem fé nem levante da cama. Mesmo que você seja um materialista apaixonado por números, acredite que o seu sucesso é fruto apenas da sua inteligência privilegiada, do seu esforço nos estudos, da sua boa condução dos negócios, aconselho a fé. Aquele que ao terceiro dia ressuscitou dos mortos disse que a fé remove montanhas. Eu acredito.

O Atlético estabeleceu como seu objetivo para o ano campanha igual ou superior a 2013. Vamos ficar com a expectativa mais modesta, repetir o terceiro lugar, um aproveitamento de 57%. Uma montanha e tanto.

Vamos imaginar esse rendimento para o período pré-Copa, nove jogos, peregrinando Brasil afora, graças ao nosso punhado de idiotas. Contra Grêmio, Vitória, Cruzeiro, Internacional, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, São Paulo e Figueirense teríamos que fazer quinze pontos, basicamente cinco vitórias. O que o amigo acha da cordilheira?

Nada de se impressionar com os nomes das montanhas. Os campeonatos estaduais só consagraram Cruzeiro, Internacional e Figueirense. O Grêmio foi goleado pelo Inter, o Vitória entregou para o Baêa, Chapecoense, Coxa e os dois paulistas ficaram no caminho. Mesmo assim, escalar cinco dessas pedreiras é tarefa para o rubro-negro Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro no Everest.

O ano será semelhante ao de 2013. Após o 1º de junho só se volta a jogar 16 de julho. Um mês e meio parado. A comparação coloca à mostra o excepcional rendimento do Furacão de Mancini após a Copa das Confederações, antes vivemos de péssimos resultados.
 
Repetir o segundo semestre será difícil. Melhor começar bem, escalar umas pedras, capitalizar pontos, não deixar tudo para depois. Vamos lá, encarar de frente a cordilheira, mesmo com a pulga atrás da orelha, vamos com fé.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

NA PAZ DO SENHOR

O atleticano ganhou seu presente de Páscoa. Trata-se de Bady vindo do São Bernardo, segundo ele próprio um meia de armação, com boa qualidade no passe e boa chegada no ataque. O rubro-negro tem que tirar o celofane e ir descobrindo o jogador aos poucos, dando chance, tempo, aplaudindo, vai ver temos uma ótima surpresa.

Bady é jogador para encaixar na equipe e produzir coletivamente, não veio para colocar o Atlético nas costas e ganhar jogos sozinho. Boa sorte Bady.

Palavras de Don Miguel sobre o time a enfrentar o Grêmio: "A base do time tem uma ideia similar em relação àquele que disputou a Libertadores. Mas as características dos novos jogadores são diferentes. Estamos trabalhando para a construção de um time novo, com alguns jogadores que atuaram no time Sub-23. Podemos ter um time com um pouco mais de intensidade, um pouco mais de velocidade. Também um pouco mais de juventude".

O que se pode esperar é muito esforço. O time deve estar bastante reformulado, a juventude dos que chegam do sub-23 será a origem da intensidade e da velocidade prometida pelo treinador. Enfim, muita correria, algum desentrosamento, prioridade defensiva, Marcelo e Éderson resolvem no ataque, quem sabe com o apoio de Marcos Guilherme. Marquinhos em campo seria ótimo presente para o torcedor. Coragem Don Miguel. Quem joga, joga.

A camisa mudou, as listas estão mais estreitas, eu gostei. Estamos com uma embalagem mais bonita, o ovo é uma surpresa a descobrir com o correr do campeonato. O amigo está louco de desconfiado. Eu também. Torçamos para que tudo dê certo, mais ou menos como a bacalhoada desta sexta-feira santa.

Pega-se um bacalhau sem certidão de nascimento, umas boas cebolas, uns tomates, cobre tudo com um purê de batatas, sapeca queijo ralado sobre a mistura e bota no forno, vamos ver no que vai dar. Antes de levar à mesa, toma-se um bom vinho para alegrar a vida e melhorar o sabor do prato fervilhante. Com um pouco de fé, acaba ficando bom.

Amigos de todas as torcidas tenham um grande dia junto às suas famílias, na paz do Senhor.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

DA ALTURA DO ROMÁRIO

O presidente em momento da sua entrevista revelou-se ofendido por aqueles que reclamam, que duvidam da competência da sua equipe de trabalho, coloca os resultados rubro-negros, as promessas cumpridas como prova de eficiência, não entende o porquê das dúvidas e protestos dos torcedores.

Creio que o presidente deveria entender o torcedor. O que espera o atleticano às vésperas do Brasileiro? Simplesmente um time de futebol com bons jogadores, alguns experientes, se tiver alguma estrela melhor ainda, um treinador competente, conhecido, que lhe possa estimular.

Definitivamente, o Atlético não se enquadra nesse figurino. Nossas contratações são sempre apostas, jogadores e treinadores. O presente é exemplo vivo. O torcedor terminou 2013 com time decorado e hoje navega em mar de inseguranças. Desconfia do treinador, vê jogadores em que acredita afastados, as contratações apontadas nomeiam desconhecidos, enfim, o maior dos otimistas olha o futuro com pé-atrás.

Nessa situação, quem tem a boca grande pega o trombone e sopra com tudo. É assim mesmo. Quem está trabalhando, vive as dificuldades, entende estar fazendo o melhor pelo clube pode até se ofender. Não deve. A crítica é inerente ao exercício do poder, seja ele pleno de sucesso, eivado de maus resultados.

O que o presidente pede é fé. Pede que olhemos para o futuro e acreditemos que a infraestrutura, os motivados a contratar, as promessas da base, o ambiente produtivo, o trabalho do treinador e o gerenciamento eficiente, com o passar do tempo redundarão em equipe a disputar a ponta do Brasileiro.

Pede-nos a rotina. Já deveríamos estar acostumados. Pergunto se então não estaríamos mortos? Eu largaria o teclado, os amigos compartilhariam notícias políticas, a conversa do boteco giraria em torno da Petrobrás e suas maracutaias, aos domingos iríamos ao campo com esperança, qualquer fosse o resultado sairíamos do campo com esperança, uma chatice sem tamanho.

Melhor deixar como está. Lançados ao lixo os absurdos frutos da ignorância e falta de educação, a discordância faz parte do futebol, alimenta o negócio, pode apresentar soluções pertinentes, de forma alguma alterar o ânimo ou o humor dos profissionais. A vida é assim até com os amadores. Vejam o meu caso, um elogia, outro desse o porrete, teve alguém que até já me chamou de pequeno. Pequeno eu sou mesmo, sou da altura do Romário.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

ELE VAI GOSTAR

Ouvi com atenção a longa e esclarecedora entrevista do presidente Petraglia. O amigo tinha interesse e não conseguiu? Vou resumir destacando os tópicos que julgo mais importantes e dar uns pitacos. Vamos lá.

Arena. As últimas reuniões com o Governo do Estado e Prefeitura acertaram os detalhes para a conclusão da obra. Tudo finalmente está bem. Aleluia.

Afastamento de Manoel. O ambiente no cajueiro já estava ruim e se deteriorou ainda mais com chegada de Adriano. Virou casa da mãe Joana. Falta de respeito ao técnico, jogadores se achando donos do clube. Antônio Lopes alertou para a situação e as medidas necessárias foram tomadas, apenas postergadas para o fim da participação rubro-negra na Libertadores. Pensar que o ambiente no CT chegou ao nível casa da mãe Joana é assustador. Como?

Manoel deu demonstrações tácitas e objetivas de não querer mais jogar pelo CAP, sente-se sem vontade para treinar. A diretoria atendeu ao seu desejo. Não há proposta de qualquer clube pelo jogador. Havendo oferta, será avaliada. Treinará e jogará pelo expressinho. Revista sua posição, voltará ao time principal. Simples. Fim de papo.

Permanência de Don Miguel. O treinador tinha 18 jogadores para treinar devido ao empenho do sub-23 no Paranaense. Onze atletas relacionados para a Libertadores eram do sub-23. Culpar Don Miguel pelo resultado negativo seria negar as dificuldades que envolveram o treinamento. Eu acrescento o ambiente nível casa da mãe Joana no cajueiro. Questão de justiça. É justo.

Previsão de reforços. A diretoria está trabalhando na busca de reposições, procurando jogadores que desejem jogar no Atlético, estejam motivados e dentro da realidade financeira do clube. Ouvinte perguntou por zagueiro do Ituano. Petraglia negou a contratação devido a baixa estatura do atleta, apenas 1,77 m. Penso que o Departamento de Informação está se atendo a detalhe que não trouxe problemas ao Ituano, time com a defesa menos vazada do Paulista.

Objetivos para 2014. Campanha igual ou melhor que 2013. Mesmo com a imposição de nove jogos fora, quase todo o primeiro turno sem o apoio maciço do torcedor.

Apelo. Temos que chegar aos 40 mil sócios. Com a casa cheia, o aporte de recursos das associações, mais televisão, a formação eficiente e entraremos em todas as competições para disputar títulos, não vai ter para ninguém. Vamos lá rubro-negro, associe-se, ou convença alguém a se associar.

Convite. Apareça na Arena no final de tarde, vá lá tomar um café, bater papo, será um prazer. Vou dar uma ideia. Saia do expediente mais cedo, associe-se e, smart na mão, vá tomar um café com o comandante. Ele vai gostar.

terça-feira, 15 de abril de 2014

ATLÉTICO GIGANTE

O futebol brasileiro sempre foi para mim fonte de imensas alegrias. Ouvi as copas de 58 e 62 ainda menino, vi 70 rapazote, encantado, o jogo transformado em arte, a única forma de arte em que nos sobressaímos. Hoje o que me encanta é o futebol europeu, deixei para o nacional minha torcida fanática, acompanhada de um desapontamento com a técnica sem apuro, a tática sem inteligência.

“O cara vê a Liga dos Campeões da Europa e quer comparar com os estaduais”, dirá o amigo discordante. A comparação é mesmo impossível, eu sei disso. O meu olhar não se fixa no agora, é de longe que tenho esse sentimento. O nosso futebol é decadente, mesmo ainda sendo o Brasil um ninho de talentos, eles estão nos grandes clubes do mundo, só o  Chelsea de Mourinho tem quatro. 
 
Qual o motivo do meu ataque saudosista, fazer o amigo deixar de ir a campo, ligar a TV, deixar de lado os erros de passe de cinco metros e deliciar-se com as perfeitas viradas de jogo de cinquenta? Negativo. A minha preocupação é com o meu Atlético.

O clube do meu coração em dias terá infraestrutura espetacular, com facilidade colocada entra as melhores do mundo. Tem que se adequar ao moderno futebol praticado além fronteiras, tem que começar pela formação de seus atletas, tem que começar pela mudança de mentalidade. A base do jogo são os fundamentos, o principal a ser incentivado é o passe.

Vou dar um exemplo simples. A bola alta vem na direção do zagueiro do Augsburg livre, ele sobe e cabeceia para o seu companheiro, inicia-se a jogada ofensiva. A mesma bola se encaminha para o zagueiro brasileiro e ele dá um cabeçasso sem qualquer direção, inicia-se a refrega. Insuportável. É assim em todos os clubes nacionais.

O Atlético tem tudo para formar atletas completos, fortes fisicamente, precisos nos fundamentos, disciplinados taticamente, mentalmente serenos, religiosamente ligados ao Furacão. Temos que ir buscar lá fora os princípios de treinamento, os equipamentos, quem sabe até as cabeças pensantes. A mudança é significativa, os resultados de longo prazo, tem que ser tentada.

Só assim teremos zagueiros que saibam se posicionar, atacantes que saibam matar a bola, laterais que saibam virar um jogo, meias que saibam sair da marcação e fazer uma assistência e não estejam loucos para deixar o Furacão. É mudança que envolve diversos segmentos do clube, esbarra em esforçados servidores certos da realização de trabalho perfeito, prontos para apontar Marcelo e Manoel como produtos prontos e acabados.

O problema é que eles não estão prontos nem tática nem tecnicamente e o clube não lhes é suficiente. O amigo vai dizer que é assim mesmo, sempre se pode aprimorar, impossível fugir da atração europeia. Eu concordo quando se pensa no Atlético pequeno, nunca quando se imgina o Atlético gigante.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

CAMINHARÁ SÓ

Começo meu domingo sem Furacão assistindo Liverpool e Manchester City. O time dos “reds” entra em campo e a torcida canta “You Will Never Walk Alone”, traduzindo, você nunca caminhará só. Inicia acompanhando a música tocada nos alto-falantes e termina com o refrão à capela, civilizado, lindo, emocionante.

É justo que todo jogador tenha vontade de estar lá naquele palco magnífico, principalmente vendo Fernandinho com a camisa do Manchester City, decisão antecipada do campeonato inglês. Pois Manoel, que desde menino nos defende, deseja partir. Pelo jeito, avançou o sinal e passa a treinar no campo B até ser negociado ou finde seu contrato em 2015. É o que diz o site oficial do clube.

Manoel nunca caminhou só. Quando fez suas travessuras na concentração lá pelo Norte do país, quando foi marcado pelo racismo, quando falhou, acabou de fazer um golaço contra em La Paz, Manoel nunca caminhou só.

Manoel é titular perpétuo pela força, pelo bom futebol, pela raça, pela absoluta falta de concorrência. Todos sabem que o Atlético contrata promessas, as disponibilidades na cozinha são duas estrelas, assim sendo, Manoel é indiscutível patrão na zaga.

Indo para outra equipe nacional terá concorrência, no exterior muito provavelmente será reserva por bom tempo, tem problemas de posicionamento a corrigir, a vida lá não é fácil, veja-se Paulinho, reserva no Tottenham, proprietário da vaga na seleção brasileira.

Manoel deve estar de olho na grana, títulos acabou de disputar um nacional em 2013, deixou a Libertadores há dias. O salário altíssimo não basta, as condições de treinamento pouco importam, a grande transferência, o salto na conta corrente deve ser o móvel da ansiedade. É esperar para ver time brasileiro bancar a pedida alta, estrangeiro interessado no seu futebol.

Fim do jogo, 3 a 2 “reds”, o capitão Steven Gerrard, um craque, desde os 8 anos no clube, 33 de idade, chora, ainda não tem o título inglês, está na iminência de consegui-lo. É outro futebol, falaremos nisso amanhã.

O Atlético tem que olhar o passado, lembrar que em 2011 entregamos Rhodolfo para o São Paulo, apostamos num Rafael sei lá o quê, no primeiro jogo contra o mesmo Grêmio o rapaz fez uma caca tremenda e nos encaminhamos para a segunda divisão. A defesa é o começo de tudo, o caráter de quem se contrata é o princípio do respeito, da disciplina e do comprometimento.

Manoel tem que colocar a cabeça no travesseiro e pensar, a favor ou contra sua vontade, por certo contra a de muitos torcedores, a partir de agora caminhará só.

sábado, 12 de abril de 2014

SÓ NÃO DÁ PARA SE ILUDIR

Para quem esperava grandes mudanças após La Paz, nada aconteceu, tudo como dantes no quartel de Abrantes. É natural. A mudança é ato instintivo, do tipo perdi a paciência, não gosto mais de você, faça suas malas.

Passada a ira, dado tempo para a reflexão, as culpas se dispersam, vai acabar sobrando para o cara que não deu a pressão correta naquelas bolas de vôlei, para o criador da teoria da altitude psicológica. Os cabeças continuarão prestigiados, pelo menos até o início da Copa, parada obrigatória. Sempre se pode imaginar reproduzir o milagre Mancini 2013.

Dizer que nada aconteceu é inverdade. Adriano ganhou rumo. Fico imaginando se o Atlético não pensou em duplicar o efeito Ronaldinho Gaúcho com a vinda de Adriano. Vai lá os ares curitibanos botavam o imperador para ouvir Chopin, tomar Coca Zero, dançar bolero, ele ressurgia em toda sua pompa e glória, os gols pipocavam, e olha nós no Marrocos. Desculpem o absurdo.

No jogo contra o Jotinha, comentei que Adriano parecia puxar uma perna e a mocinha ao lado, lá dos seus vinte e poucos anos, veio na esteira rápido: “Mas que ele samba, samba.” Era testemunha ocular dos subterrâneos da história.

Adriano nos matou duas vezes. No Paranaense só atrapalhou, foi um estorvo do seu tamanho. Segundo ele próprio, “perdido”. Pois o perdido foi escalado para jogar em La Paz, desde o primeiro minuto, fez o gol que a minha avó de bengala faria, e foi menos um os noventa minutos. Contra a altitude, precisando oxigênio extra, jogamos com dez. Quem nunca existiu, só atrapalhou, foi embora.

Embarcada a mala, no Atlético só se fala em trabalho. Se não mudar o esquema, se caras novas competentes não aparecerem logo, corremos sério risco. Trabalho não faltou contra o Strongest, contra o Velez, faltou inteligência, futebol, jogador. Pode haver tempo para se empurrar com a barriga, ver no que vai dar, só não dá para se iludir.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

RALO MISTERIOSO

Escrevi ontem que pensantes inexistem no Atlético. Sobre eles temos notícias frescas. O Furacão estaria contratando o meia Bady do São Bernardo, 25 anos, destaque do clube no Paulistão pelo segundo ano seguido, autor de sete gols neste 2014. É esperar para ver. Mais do que isso, é esperar para torcer.

O amigo sabe que tenho o olho otimista. Vi Mérida jogar e adivinhei em boa bola longa enfiada com precisão o armador que precisávamos, alguém que conseguisse sair da marcação e colocar companheiro na cara do gol. Fiquei ansioso por oportunidade de noventa minutos para o espanhol e então vi seu futebol de fim de jogo não corresponder em tempo integral. Sempre se poderá dizer que lhe faltou continuidade. Não virou titular nem com Don Miguel.

Depois imaginei Mirabaje o sucessor de Everton, capaz de chegar à frente, assistir os atacantes e voltar para defender. Este teve todas as chances, nunca, porém, com liberdade para atacar, sempre muito mais um terceiro volante do que um meia, tendo o ataque como principal prioridade. Caiu em desgraça com a torcida, cumpriu todas as ordens do treinador e submergiu.

O Atlético joga pouco, sempre valendo a vida, há necessidade de defender obriga o criativo a marcar. Daqui a dez dias enfrentamos o Grêmio, lá vai o dez cuidar da lateral esquerda. Esse é um dos problemas que Bady vai enfrentar. Primeiro marcar, o esquema exige, depois, se der um tempo, criar.

Outro a falta de nome. A torcida quer nomes para resolver seus problemas. O desconhecido chega, mata mal a primeira bola e acabou-se o encanto no minuto seguinte. O torcedor olha para o colega ao lado, os dois franzem o nariz e perdemos um armador. Sem continuidade, sem apoio, é difícil se firmar, ganhar entrosamento, produzir.

O torcedor pode aguentar Adriano parado lá na frente, petecando bolas entre os zagueiros, não aguenta dois minutos Éderson sem movimentação, chutando a gol. É o efeito nome, existe, impossível evitar.

Existe ainda um ralo misterioso por onde somem jogadores sem qualquer explicação. Alguém sabe onde foi parar Elias?

Temos ainda que esperar pela contratação de Bady. Caso ela aconteça, desejar boa sorte, um grande primeiro jogo, uma instantânea paixão surgida com a torcida. Vai precisar, se assim não for, vai sendo esquecido, vira Elias, e cai no ralo misterioso.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

PASSA O RODO

A queda nas alturas coloca a gente rubro-negra para pensar, avaliar tudo que foi feito até agora, encontrar o caminho certo para enfrentar o ainda longo 2014. Basicamente, o Atlético tem que pensar em três aspectos principais. A permanência do senhor Antônio Lopes à frente do Departamento de Futebol, de Don Miguel no comando da equipe e um profundo estudo do elenco disponível.

Com todo o respeito ao Delegado, acho que o momento do relógio de ouro já passou, está na hora de curtir netos e bisnetos. Acredito que sua honestidade e lealdade ao presidente sejam os principais motivos para sua prolongada estada à frente do futebol do Atlético. A confiança do presidente o manterá no cargo importantíssimo, neste aspecto sem novidades.

Quanto a Don Miguel, dei-lhe o tempo necessário para mostrar serviço e nada vi. A troca de passes eficiente que assisti no primeiro jogo contra o Universitario e cheguei a imaginar ser seu principal legado para o Furacão ficou na ameaça. Don Miguel não deixa herança. A entrada de Adriano desde o início contra o Strongest foi uma barbaridade, a saída de Éderson um horror, a entrada de Zezinho uma calamidade que deu frutos negativos em dois minutos.

Quem seria seu substituto? Não sei, por certo não será Petkovic, um caos no meio do berçário, uma invenção a dar certo em qualquer lugar menos à beira do campo. O Atlético não é escola de treinadores, é time de futebol, tem que vencer, projetar jogadores, ser treinado por gente competente, com experiência, que dê resultado no dia seguinte. Tenhamos um mínimo de bom senso.

E o elenco? A lista de dispensas é grande. O ciclo de muitos do sub-23 chegou ao fim, tem gente que só “o empresário forte” – como diria o meu porteiro coxa – justifica a presença com a camisa do Atlético. Tenho certeza que o amigo já ouviu sua esposa, namorada, “ficante”, perguntando horrorizada, “nossa, quem é esse rapaz?”, depois de pixotada pavorosa.  

Do time principal a relação é do mesmo porte. Tem gente que vive na AtléticoTur, tem vaga no ônibus, no avião, de 6 em 6 meses aparece como solução, nunca resolve, mas está todo alegre tirando foto na viagem. Reserva eterno de elenco fraco, onde faltam zagueiros e os indispensáveis pensadores de jogo, aliás, pensantes inexistem.

Hora da faxina. Todos tiveram chances, quem aproveitou, aproveitou, quem não mostrou serviço, tchau e benção. Se o time que chegou a terceiro do Brasileiro, vice da Copa do Brasil perdeu cabeças, porque agora seria diferente? Passa o rodo e vai atrás de peças. Melhor agora, enquanto há tempo. Passa o rodo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

SÓ ELE PODE RESPONDER

Escrevo sobre o Atlético tirando leite de pedra, ouvindo entrevistas e buscando em duas palavras que me soem razoáveis o mote para dar algum otimismo aos amigos. Sei da inteligência dos prezados e tenho a certeza de que me leem com as devidas ressalvas de seu conhecimento e bondade. Era passar ou passar e o Atlético não passou.

Para quem deseja fuzilar o trabalho do departamento do futebol atleticano este é o momento. Pode atirar no pé, no peito, na cabeça, as vulnerabilidades estão presentes desde há muito, é só ir escolhendo a mosca e atirando, inexiste defesa minimamente articulada que possa inocentar a turma do Delegado, nem um Domingos Moro dos gramados conseguiria sucesso.

Eu vou deixar minha 45 no coldre. Diz o guerreiro velho que não se deve gastar munição com chimango. Vou segurar o dedo crispado também por estar cansado de apontar deficiências nas entrelinhas, entre dose cavalar de otimismo escorregar incompatível absurdo e ver temeridades se confirmarem em campo.

A casa caiu, o Atlético passou para a fase de grupos por milagre, estacionou onde todos os entendidos asseguravam ele tinha vaga garantida na garagem. O torcedor se agarra ao sonho, acha que dá na raça, confia na estrela da boa sorte, até ver jogadores mortos em campo, o mais ou menos vivo substituído pelo sepultado, o gol definitivo avisar, ou vocês tomam jeito ou vão se incomodar pelo resto do ano.

Para falar um parágrafo sobre o jogo, a altitude psicológica devastou o Atlético, a bola “reta” passou longe do gol, o adversário conhecido chegou por todos os lados, a necessária troca de passes foi substituída pela bola longa, um veneno para pulmões asfixiados, cabeças destruídas.  

Seu Antônio Lopes foi campeão da Libertadores com o Vasco em 1998 contando com Juninho Pernambucano, Pedrinho e Ramon no meio de campo. Com trezentos anos de experiência sabe que o Atlético não tem um jogador do nível de qualquer desses três. Não lhe faltou conhecimento para montar o Furacão. Faltou o quê? Só ele pode responder.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PASSAR OU PASSAR

Domingo, quatro horas da tarde, final do campeonato paranaense e Curitiba está tranquila, poucos carros nas ruas, silêncio absoluto, as pessoas estão em casa, assistindo às finais dos estaduais Brasil afora, vendo filmes, dormindo, visitando sogras, muitos certamente acompanhando Londrina e Maringá.

Passei os olhos no início da partida e fiquei feliz com o público, a festa, todos os indicativos de uma bela final. Tomara tenha sido. O resultado foi bom, remete a ótimo jogo no próximo domingo. Vamos ver, o interior merece.

O Atlético partiu para o topo da América pronto para enfrentar o adversário, a altitude, a velocidade da bola. Ouvi a entrevista de Don Miguel. O treinador se mostrou mais preocupado com da velocidade da redondoca do que com a altitude. Classificou como psicológico o mal das alturas, causado por lenda que leva os atletas a imaginar o afogamento.

As palavras de Don Miguel me fazem lembrar madrugadas de forte geada em que algum herói sacava destemido que o frio era psicológico. Psicológico para as afrodescendentes do calorento. Frio é frio, frio dói, se você não se preparar para ele acaba congelado. Mesmo não sendo o bicho que pintam, a altitude tem influência no rendimento dos atletas. Não afoga, mas desgasta. Don Miguel não a desprezou, apenas não a superestimou.

O importante é verificar que o Atlético se preparou de forma completa para o jogo. Pensou na altitude, na velocidade da bola, no adversário que Don Miguel bem conhece. Penso que fizemos uma boa preparação.

No time que embarcou senti a falta da força de Coutinho. Gostei das presenças de Mosquito e Marcos Guilherme. Como Don Miguel não gosta de mudar, creio que entramos em campo com Weverton; Sueliton, Manoel, Cleberson e Natanael; Paulinho Dias, João Paulo e Mirabaje; Marcelo, Éderson e Mosquito.

O banco com Deivid, Zezinho, Marcos Guilherme, Crislan e Adriano pode dar fôlego e qualidade ao time em final de partida, para defender e atacar. O Furacão vai com o que tem, treinado, comprometido. Os adversários foram estudados e a equipe preparada. É jogo duríssimo, o que importa é passar de fase, ter calendário até o início do Brasileiro. Não é vencer ou vencer, é passar ou passar.

 

sábado, 5 de abril de 2014

RESERVA DO SUB-23

Amigos, lembram do Nathan, aquele piá de 18 anos que eu quero ver jogando no time de cima, acho um craque e ele vive no banco de reservas? Pois o menino foi convocado de novo para período de treinamento na seleção brasileira sub-20, depois vai para o Torneio de Toulon na França, a seguir para o da China em Chengdo.

Eu adoraria ver o Atlético negar a saída do guri para a seleção. O amigo todo orgulhoso de ter representante rubro-negro na canarinho pergunta por quê? Simplesmente por que o Atlético não ganha nada com isso, perde a participação do jogador em campeonatos que disputa, coloca-o numa vitrine da qual somente o empresário do piá pode tirar lucro, o Furacão ficará lambendo os dedos após anos de tutela da promessa.

Depois que a lei “emPELÉsário” matou os clubes, a ida para essas seleções de base só serve para facilitar a fuga prematura de jovens valores. Vem lá o timão europeu, cochicha no ouvido do pai encantado com as cifras monumentais e lá se vai o guri deixando quireras para o formador. Sei que o assunto é polêmico, ambos os lados têm defensores cheios de razão.

Fico imaginando se não haveria forma de segurar esses meninos sem que se tenha que pagar 500 mil reais por mês para alguém jogando no dente de leite. Deve haver, o Santos revela safras de craques adolescentes e não me consta que sejam cooptados com tamanha facilidade por clubes estrangeiros.

Penso que estou entrando em terreno pantanoso sem conhecimento suficiente para sair do atoleiro sem sequelas graves, se assim for, o amigo vai perdoar minha ignorância. Mesmo assim, se existe a possibilidade, penso que o Atlético deveria negar a ida do piá para a seleção. Iria dar um forrobodó danado, suscitar polêmica, polêmica é conosco mesmo.

O problema é que posso estar advogando a causa errada, incorrendo em erro grave com a minha otimista visão do futebol do jogador, quem sabe ele não é tudo que imagino, seja apenas um dos tantos que ficarão pelo caminho. É bem possível, afinal, ele é só mais um reserva do sub-23.

 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

BOLA RETA MATADORA

A vida continua. O chocolate de Londrina já está bem guardado, será repassado na Páscoa próxima, dos males o menor, vamos fazer economia, o que é muito bom na atual conjuntura em que os preços crescem e as embalagens diminuem. O coxa que foi eliminado com magérrimo 1 a 1 ficou longe dessa vantagem. Para quem anda na pindaíba um chocolatinho faria bem. Que acha disso, seu Virso?

A vida continua e temos um morro brabo para subir. Ano passado andei pela cidade do México, 2400 metros de altitude. Nos primeiros dias, irmão pascoalino, fiquei meio no bagaço. Fiquei imaginando o brasileiro de nível do mar, fazer longa viagem de avião e jogar partida valendo a vida, um, dois dias depois. Mesmo com toda a juventude e preparação, o atleta deve sentir um bocado.

A altitude de La Paz é superior aos 3600 metros, 1200 a mais que a capital asteca que sofri. Vai ser uma dureza. O Atlético campeão brasileiro já avisou. Fez 5 no primeiro tempo contra o Bolívar em 2002, levou cinco no segundo e quase perdeu. Assim, medidas estão sendo tomadas para evitar o desgaste dos atletas.

Vamos para Santa Cruz de La Sierra, quase ao nível do mar, viajamos em cima da hora para La Paz, a ideia é expor o jogador à baixa concentração de oxigênio o menor tempo possível. Nossos goleiros treinam com bolas leves, os atacantes aprimoram o incentivado chute de fora, a batida mais no meio da bola, “mais reta” como disse o Éderson.

O físico é importante, a cabeça muito mais. O chocolate londrinense deve ser explorado. O apagão sofrido pelo Ventania é possível, aconteceu, não deveria, mostra fragilidade do elenco a momento mais do que esperado, a pressão do Tubarão, o apoio da torcida, a desvantagem no placar.

O The Strongest vai espernear o que der, sua torcida vai botar fogo pelas ventas, voltar classificado é tarefa para guerreiros de escol. Eu disse escol, não Skol. O Atlético pode, já segurou Grêmio e Internacional na Copa do Brasil 2013, o time é psicologicamente forte, vai tirar do passado forças para enfrentar o presente.

João Paulo afirmou que “dentro do campo, precisamos nos ajudar”. É isso mesmo, apoio mútuo, força, fé no resultado positivo, acreditar até o último minuto. A irmandade rubro-negra tem que estar focada em ultrapassar a barreira no topo do mundo, prosseguir na América, fazer história. João Paulo parece estar com a cabeça no caminho certo, muito bom, então só falta aquele chute de fora, aquela bola “reta” matadora.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

ACABOU

O jogo termina e os fogos espocam na cidade, coxas e paranistas comemoram a goleada do Londrina sobre o Furacão. É assim que o circo funciona. Eu fico com a sensação de estar vendo aquele filme em que a Halle Berry, mais conhecida como mulher-gato, nada entre os tubarões, brinca com eles e de vez em quando o grande branco tira pedaço de seus companheiros de mergulho.

Com a faca e o peixe na mão, o Atlético entregou jogo em que a virada parecia difícil face às dificuldades técnicas do time londrinense. Estou desdenhando o vencedor? Negativo, o Tubarão mereceu vencer, o placar mostra com clareza. Por outro lado, o amigo há de concordar que negar a infantilidade da defesa atleticana nos lances de gol do azul e branco seria faltar com a verdade.

Depois de dois meses ainda existe a expectativa de que Hernani contribua com a marcação, resultado, Sidcley recebe sobre si todo o esforço adversário, a coisa fica complicada. Para ajudar seu Pet, justifiquei a entrada de Hernani pela estatura, o auxílio na bola aérea. Pelo jeito pouco adiantou, o Atlético tomou dois gols de escanteio.

Apostando na defesa, o Atlético bulia com Tubarão e ele lhe comia um braço, ficava olhando para o sangue derramado, o bichano lhe papava uma perna, tentava acalmar a fera, ela lhe arrancou o coração. O Ventania fez jogos muito fracos durante todo o campeonato, viveu de alguns bons quinze minutos finais, do crescimento absurdo do futebol de Marcos Guilherme.

Ontem, faltaram os bons momentos, a coragem ofensiva, o Atlético foi o que realmente é, um time sub-23 com treinador que acha que grito ganha jogo, algo impensável para jogador da qualidade do senhor Petkovic.

Não vamos agora procurar culpados, também não vamos afagar, achar que são meninos, são todos bem taludinhos para levar o chocolate que levaram. Para alguns é fim de carreira, outros têm que carpir muito lote se quiserem viver da bola, dois ou três são promessas, com humildade e trabalho têm chances.

Qual a maior bobagem do jogo? A entrada tão tardia de Nathan. O piá joga bola, é tranquilo, entrou cinco minutos e colocou uma bola ao alcance de Guilherme, quase fomos para os pênaltis. Tem lugar no avião para a Bolívia e senta no último banco do ônibus para Londrina. Aí é “pracabá”. Acabou.