quinta-feira, 17 de abril de 2014

DA ALTURA DO ROMÁRIO

O presidente em momento da sua entrevista revelou-se ofendido por aqueles que reclamam, que duvidam da competência da sua equipe de trabalho, coloca os resultados rubro-negros, as promessas cumpridas como prova de eficiência, não entende o porquê das dúvidas e protestos dos torcedores.

Creio que o presidente deveria entender o torcedor. O que espera o atleticano às vésperas do Brasileiro? Simplesmente um time de futebol com bons jogadores, alguns experientes, se tiver alguma estrela melhor ainda, um treinador competente, conhecido, que lhe possa estimular.

Definitivamente, o Atlético não se enquadra nesse figurino. Nossas contratações são sempre apostas, jogadores e treinadores. O presente é exemplo vivo. O torcedor terminou 2013 com time decorado e hoje navega em mar de inseguranças. Desconfia do treinador, vê jogadores em que acredita afastados, as contratações apontadas nomeiam desconhecidos, enfim, o maior dos otimistas olha o futuro com pé-atrás.

Nessa situação, quem tem a boca grande pega o trombone e sopra com tudo. É assim mesmo. Quem está trabalhando, vive as dificuldades, entende estar fazendo o melhor pelo clube pode até se ofender. Não deve. A crítica é inerente ao exercício do poder, seja ele pleno de sucesso, eivado de maus resultados.

O que o presidente pede é fé. Pede que olhemos para o futuro e acreditemos que a infraestrutura, os motivados a contratar, as promessas da base, o ambiente produtivo, o trabalho do treinador e o gerenciamento eficiente, com o passar do tempo redundarão em equipe a disputar a ponta do Brasileiro.

Pede-nos a rotina. Já deveríamos estar acostumados. Pergunto se então não estaríamos mortos? Eu largaria o teclado, os amigos compartilhariam notícias políticas, a conversa do boteco giraria em torno da Petrobrás e suas maracutaias, aos domingos iríamos ao campo com esperança, qualquer fosse o resultado sairíamos do campo com esperança, uma chatice sem tamanho.

Melhor deixar como está. Lançados ao lixo os absurdos frutos da ignorância e falta de educação, a discordância faz parte do futebol, alimenta o negócio, pode apresentar soluções pertinentes, de forma alguma alterar o ânimo ou o humor dos profissionais. A vida é assim até com os amadores. Vejam o meu caso, um elogia, outro desse o porrete, teve alguém que até já me chamou de pequeno. Pequeno eu sou mesmo, sou da altura do Romário.

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