Começo do segundo tempo,
o Alex com o pé sobre a bola olha para trás e eu imagino o pensamento do
Pinduca: “O que é que eu estou fazendo aqui rodeado de tantos pernas de pau?” A
realidade é esta, o coxa é um deserto de talentos. Marcado o ídolo, o time
naufraga. A sorte é que Alex pouco se movimenta e o marcador vai se descolando,
então, sobra uma bola e ele coloca Keirrison na cara do gol, aparece uma falta
e o efeito tremendo mata o jogo.
Sem ninguém, com Alex
quase parando, o Coritiba foi eliminado do seu campeonato preferido e sobrou
para o treinador, como já tinha sobrado o ano passado para o destronado Marquinhos.
O Alex machucou, o coxa apagou e o técnico ganhou relógio de ouro e foi passear
na Bahia. O que se esquece é a qualidade do elenco. Outro treinador virá, com
as mesmas peças, nada mudará.
A torcida do Atlético
pediu a saída de Don Miguel ao final do jogo contra o Jotinha. O torcedor
compara, vê o sub-23 bater o moleque do Barigui, vai para Arena para se
encantar com o colosso, saborear histórica goleada. O zero a zero impensável
irrita, a boca grande entra em cena.
O atleticano precisa
reconhecer as carências do seu elenco. O Atlético não tem um dez, joga com três
volantes, a prioridade de Mirabaje é marcar, o ataque fica por conta dos
laterais e atacantes. O passe que funcionou bem em Lima capengou em Curitiba, a
defesa falhou nos três gols do Velez.
Don Miguel vai para a
Bolívia colocado na marca do pênalti pelo torcedor. Se avançar a defesa, for
para a bola longa na montanha, resiste trinta minutos, ele sabe disso. O
treinamento da semana tem que ser focado na posse de bola, no controle do jogo,
no aproveitamento da necessidade de vencer do Strongest, na utilização
ponderada dos laterais, no oportuno uso dos reservas.
Don Miguel conhece seus
atletas, o adversário, o esquema não deve mudar, a escalação inicial mantida. Mudança
significativa poderia ocorrer com a entrada dos meninos do sub-23. Muito
difícil. Assim, vamos com o que tem, torcendo pelo bom desempenho defensivo, pela
individualidade dos atacantes.
O torcedor sabe tudo,
pode tudo, escala, contrata, demite, é um patrão duro de roer. Só não pode
esquecer que treinador é dependente da qualidade de seus atletas, pode até ter
nome de Ángel, mas não faz milagre.
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