terça-feira, 1 de abril de 2014

NÃO FAZ MILAGRE

Final de tarde, trânsito difícil, no rádio do carro escuto que o técnico do coxa caiu. Não costumo ver jogos do Coritiba, se nada há a aprender para que ver. Mesmo assim, visitado por amigo coxa da melhor qualidade, para agradar a visita, cansei meus neurônios assistindo Coritiba e Rio Branco. Irmãos, o Leão da estradinha fez um a zero e o alviverde sofreu para virar.

Começo do segundo tempo, o Alex com o pé sobre a bola olha para trás e eu imagino o pensamento do Pinduca: “O que é que eu estou fazendo aqui rodeado de tantos pernas de pau?” A realidade é esta, o coxa é um deserto de talentos. Marcado o ídolo, o time naufraga. A sorte é que Alex pouco se movimenta e o marcador vai se descolando, então, sobra uma bola e ele coloca Keirrison na cara do gol, aparece uma falta e o efeito tremendo mata o jogo.

Sem ninguém, com Alex quase parando, o Coritiba foi eliminado do seu campeonato preferido e sobrou para o treinador, como já tinha sobrado o ano passado para o destronado Marquinhos. O Alex machucou, o coxa apagou e o técnico ganhou relógio de ouro e foi passear na Bahia. O que se esquece é a qualidade do elenco. Outro treinador virá, com as mesmas peças, nada mudará.

A torcida do Atlético pediu a saída de Don Miguel ao final do jogo contra o Jotinha. O torcedor compara, vê o sub-23 bater o moleque do Barigui, vai para Arena para se encantar com o colosso, saborear histórica goleada. O zero a zero impensável irrita, a boca grande entra em cena.

O atleticano precisa reconhecer as carências do seu elenco. O Atlético não tem um dez, joga com três volantes, a prioridade de Mirabaje é marcar, o ataque fica por conta dos laterais e atacantes. O passe que funcionou bem em Lima capengou em Curitiba, a defesa falhou nos três gols do Velez.

Don Miguel vai para a Bolívia colocado na marca do pênalti pelo torcedor. Se avançar a defesa, for para a bola longa na montanha, resiste trinta minutos, ele sabe disso. O treinamento da semana tem que ser focado na posse de bola, no controle do jogo, no aproveitamento da necessidade de vencer do Strongest, na utilização ponderada dos laterais, no oportuno uso dos reservas.

Don Miguel conhece seus atletas, o adversário, o esquema não deve mudar, a escalação inicial mantida. Mudança significativa poderia ocorrer com a entrada dos meninos do sub-23. Muito difícil. Assim, vamos com o que tem, torcendo pelo bom desempenho defensivo, pela individualidade dos atacantes.

O torcedor sabe tudo, pode tudo, escala, contrata, demite, é um patrão duro de roer. Só não pode esquecer que treinador é dependente da qualidade de seus atletas, pode até ter nome de Ángel, mas não faz milagre.

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