O amigo sabe que tenho o
olho otimista. Vi Mérida jogar e adivinhei em boa bola longa enfiada com
precisão o armador que precisávamos, alguém que conseguisse sair da marcação e
colocar companheiro na cara do gol. Fiquei ansioso por oportunidade de noventa
minutos para o espanhol e então vi seu futebol de fim de jogo não corresponder
em tempo integral. Sempre se poderá dizer que lhe faltou continuidade. Não
virou titular nem com Don Miguel.
Depois imaginei Mirabaje
o sucessor de Everton, capaz de chegar à frente, assistir os atacantes e voltar
para defender. Este teve todas as chances, nunca, porém, com liberdade para
atacar, sempre muito mais um terceiro volante do que um meia, tendo o ataque
como principal prioridade. Caiu em desgraça com a torcida, cumpriu todas as
ordens do treinador e submergiu.
O Atlético joga pouco, sempre
valendo a vida, há necessidade de defender obriga o criativo a marcar. Daqui a
dez dias enfrentamos o Grêmio, lá vai o dez cuidar da lateral esquerda. Esse é
um dos problemas que Bady vai enfrentar. Primeiro marcar, o esquema exige, depois,
se der um tempo, criar.
Outro a falta de nome. A
torcida quer nomes para resolver seus problemas. O desconhecido chega, mata mal
a primeira bola e acabou-se o encanto no minuto seguinte. O torcedor olha para
o colega ao lado, os dois franzem o nariz e perdemos um armador. Sem
continuidade, sem apoio, é difícil se firmar, ganhar entrosamento, produzir.
O torcedor pode aguentar
Adriano parado lá na frente, petecando bolas entre os zagueiros, não aguenta
dois minutos Éderson sem movimentação, chutando a gol. É o efeito nome, existe,
impossível evitar.
Existe ainda um ralo
misterioso por onde somem jogadores sem qualquer explicação. Alguém sabe onde
foi parar Elias?
Temos ainda que esperar
pela contratação de Bady. Caso ela aconteça, desejar boa sorte, um grande
primeiro jogo, uma instantânea paixão surgida com a torcida. Vai precisar, se
assim não for, vai sendo esquecido, vira Elias, e cai no ralo misterioso.
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