segunda-feira, 21 de abril de 2014

COMEÇO ESPARTANO

Qual a contabilidade do jogo Atlético e Grêmio? Um a zero Furacão, três pontos na sacola. Começamos na frente, escalando uma das pedreiras mais difíceis em momento complicado para a equipe. A fé do torcedor e o esforço coletivo removeram a primeira montanha. Estabelecidos os números vamos ao jogo.

Pressionado os noventa minutos, o Atlético defendeu bem, resistiu a mais de 30 cruzamentos altos sobre sua área, nas minhas contas 9 escanteios, uns 8 chutes de fora e venceu. Foi uma vitória defensiva, até o gol decisivo foi feito por um defensor, Dráusio, o zagueiro com nome de doutor.

O Grêmio no primeiro tempo insistiu nos cruzamentos altos e encontrou Santos soberano. No segundo, penetrou na área atleticana, andou para marcar e teve sempre pé salvador para evitar o empate. Forçou com Riveros e Pará pela direita, Ramiro e Breno pela esquerda, tentou articular com Dudu e Zé Roberto pelo meio, fixou Barcos centralizado para a finalização, não deu resultado.

Deivid marcou Zé Roberto, Paulinho Dias, João Paulo e Marcos Guilherme auxiliaram os laterais, obrigaram ao cruzamento longo defensável. Com esforço vou recordar um cabeceio de Zé Roberto logo no início do jogo, um gol perdido por Riveros aos 40 do primeiro e outro lance de perigo aos 47 do segundo como boas chances do Mosqueteiro. O sistema de marcação funcionou tão bem que nem muitas faltas foram necessárias para conter o tricolor.

Seria jogo para passar sem críticas, começarmos a semana imaginando o melhor dos mundos. Acho melhor fazer uns reparos. Primeiro quanto à participação de Marcos Guilherme. Se você tem um 10 em campo, encarregado de criar, o time todo tem a obrigação de procurá-lo, passar-lhe a bola. Por sua vez, o menino tem que rodar o campo, pedir a redonda, insistir em jogar.

Vou aconselhar Marquinhos. Piá procure observar o futebol de D’Alessandro do Inter. O argentino se oferece para o jogo os noventa minutos, quer a bola, arma, passa, tenta o drible, recebe a falta, bate a falta, perturba o tempo todo. É assim que funciona. Se você passar o jogo espiando o lateral adversário, vai ficar pelo caminho. Você tem futebol para ir muito longe. Exercite-o.

Qual minha segunda queixa? A substituição de Éderson por Olaza. Esse é o tipo da substituição a evitar. É taticamente improdutiva, psicologicamente negativa, atrai a ira do torcedor, descontenta o substituído, é uma inutilidade perigosa. A lucidez do comando é o primeiro passo para a disciplina.

Vou ficar por aqui no meu chororô, vou elogiar Santos, Mário Sérgio e Dráusio, e passar a régua.  Mesmo com os meus reparos, vibrei com o começo espartano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário