Estou frente ao teclado, nas vésperas
do jogo importante, esperando a inspiração movimentar meus dedos e nada. O
batuque sem sentido faz jotas, emes, efes, eles, agás surgirem em conjuntos
variados, sequencias farfalhantes que nada tem a ver com meu estado d’alma.
Home, deleeeeeeeeete.
Em 2001, na imensa fila para comprar
ingressos, fui entrevistado. Foi fácil afirmar minha certeza nas duas vitórias.
Acompanhei o Atlético e seus adversários jogo a jogo, conhecia tudo de todos,
conhecia todas as possibilidades do Atlético de Geninho, um time sem
vulnerabilidades. Não foi o meu coração rubro-negro a predizer sucessos, foi
meu conhecimento.
Naquele ano, tivesse um blog, a força
da minha mente acionaria as teclas do computador sem a interferência dos
necessários dedos. O texto vitorioso sairia por transmissão de pensamentos, lançados
pela invencível força da fé, fundamentada no saber.
Pergunto-me. E se hoje, em igual fila,
fosse eu perguntado sobre o resultado do jogo em São Caetano? Confesso carecer
da mesma certeza.
A explicação é simples. Conheço o
Atlético de cor e salteado, penso entender seu comandante, identifico força de
vencedor no Rubro-negro. A razão principal para não afirmar a vitória é única,
desconheço o São Caetano.
Vi um frágil São Caê contra o Barueri,
assisti o oposto contra o Vitória. A saída do treinador parece ter mobilizado a
equipe. Leão reclamou que o “cara” queria escalar o time, pelo jeito o tal “cara”
escalou bem demais, ou o bicho cresceu barbaridade. Assim, não sei qual São
Caetano vamos enfrentar.
O recurso da estatística nada ajuda, a
reta final da série B já o comprovou exaustivamente. Certo é que o jogo será o
eterno encontro de vontades, vencerá aquele vivo durante os noventa minutos,
sem falhas na defesa, o gol procurado até o último segundo, Goiás e Criciúma
apontam o caminho da classificação.
A super-vontade de Marcão, a persistência
de Elias, a iluminação de Baier, a objetividade de Marcelo, a eficiência de
João Paulo, a força do conjunto defensivo, a boa fase de Weverton em momento
importante, o deslocamento da massa atleticana para São Caetano me fazem
acreditar na vitória.
Se o conhecimento me impede de
predizer o sucesso, o coração fala mais alto. O povo pode começar sua marcha
para o Campanella. O Atlético tem um jeito de jogar, está fisicamente muito bem
preparado, tem feito gols em todas as partidas, com a força da torcida a seu
lado, vai dar.
Vamos torcedor, apronte sua mochila. Sábado
tem final.