Paz no campo. Resolveu-se o problema
da reforma agrária no Brasil? Colocaram o Stédile na cadeia, finalmente? Não
irmãos, o Atlético que vive turbulências aflitivas na urbana Curitiba de lobos
e raposas, em campo venceu com facilidade, deu-me uma tarde tranquila. Meu coração
em pandarecos precisava.
O Rubro-negro tomou conta do jogo
desde o primeiro minuto. Alugou meio campo, viveu no ataque, João Paulo e Baier
conduziram as ações, os atacantes marcaram, a expulsão de Jefferson Maranhão
aos 36 do 1º tempo facilitou.
O amigo quer saber a diferença entre
Baier e Elias? É simples. Baier é mais vertical, joga na direção do gol, mesmo
de costas enfia bolas com precisão para os atacantes. Elias é mais lateral, às
vezes parece garçon de Botelho, quando de frente para o gol normalmente tenta o
arremate. Elias é ótimo jogador, imprescindível, precisa ser mais vertical, mais
assistente.
Vamos ao exemplo. Marcão vem buscar
pela ponta esquerda, avança, toca a Henrique, Henrique a Baier, um toque a
Marcão livre, o cruzamento perfeito, gol de Marcelo. Fácil não?
Vida mansa. Tudo vai bem. Maranhão no
ataque, o Avaí contra-ataca pela esquerda, Manoel dá o bote, perde, lançamento
no vazio, Saci sai para cobrir lá na direita, é driblado, cruzamento, gol do
time azul. Inacreditável. Um ataque, um gol. Inacreditável. Foi-se a minha
tranquilidade.
Quando Manoel vai entender que é
zagueiro? O velho Abel Braga, zagueirão da melhor qualidade, avisa: só se dá o
bote se for para ganhar, se não der, volta e espera, o atacante vai ter que
passar por ali. Manoel avança, é lento no retorno, deixa um buraco atrás.
Garante o resultado e depois vai brincar no ataque, como fez aos 40, dando belo
passe a Ligüera.
Nhô Drub deve providenciar urgente a
cobertura para a subida de Maranhão. Maranhão, Deivid e Manoel no campo de
ataque, ao mesmo tempo, é suicídio.
Voltemos a Baier, a outro exemplo. Meleca feita, a bola
chega ao velhinho no meio campo, um toque para João Paulo, o chute longo,
golaço. Voltemos à rede, à vida mansa, à água de coco, como eu gosto de quem
sabe jogar.
A vitória deve muito ao trabalho da
dupla Mar-Mar. Marcelo fez o primeiro gol em passe de Marcão e retribuiu com três
assistências para o atacante. A primeira para belo cabeceio bem defendido, a
segunda na primeira trave, a finalização para fora, a terceira para o gol do
artilheiro. A luta de Marcão merecia sucesso.
Nhô Drub tomou coragem, fez
substituições ofensivas, manteve o Atlético no ataque e venceu. Está
aprendendo. Acabado o jogo, suponho que incentivado pelo Holzmann, aparece
Petraglia sorridente para fotos e imagens. Se minha suposição é correta, o prezado
Holzmann é um lobo.
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