Por dois anos fui diretor de colégio
público sujeito a todas as licitações, tomadas de preço, expedição de cartas
convite, todas essas cerimônias destinadas a possibilitar que os dinheiros que
pagamos em impostos redundem no seu melhor aproveitamento.
O amigo quer saber qual a minha
opinião sobre toda essa imensa burocracia? Se me dessem dinheiro vivo, eu
compraria melhor e gastaria menos.
Vou para o exemplo mais rudimentar.
Precisávamos adquirir bolas de futebol para o departamento de educação física.
Fazia-se a tal tomada de preços e lá estavam as cotações, dentro da óbvia lei
do mercado. As melhores, mais caras.
Os recursos exíguos, as necessidades
sempre muito maiores que as disponibilidades, obrigavam à compra da mais
barata. Resultado. Em duas semanas tínhamos à disposição das nossas crianças
jabulanis depenadas, o lixo reciclável a única destinação possível.
Honorável conselheiro, fui à reunião,
vi as cadeiras, fiz o necessário test
drive e digo aos amigos: se os recursos disponíveis permitem a compra pelo
maior preço, se outra fase da obra não será negligenciada pela falta dos
mesmos, se desnecessário o atendimento à legislação inerente a recursos públicos,
a cadeira da Kango é a escolha certa. Sem dúvida, a melhor.
Assim, dei o episódio cadeiras por
encerrado, não só este conselheiro, 180 outros presentes à reunião, onde muito
se falou sobre o senhor Cid, a origem de toda esta inquietude.
Fosse ali em meio à selva, entre o
córrego insuspeito que te consome, a árvore caída que te obriga ao máximo esforço,
a areia fina que rala a alma do guerreiro mais valente, eu diria que deveríamos
esquecê-lo para as onças.
Minha preocupação passou a ser outra.
A CAP/SA tem menos de quinze dias para que Governo do Estado e Prefeitura
assinem os contratos que viabilizarão a liberação dos recursos pelo BNDES para
a conclusão da Arena.
O Atlético é vítima do poder público.
Para ponte estaiada, a custo de 94 milhões, quase o custo da Arena, a ser
construída na Avenida das Torres, os recursos fluem amazônicos. O amigo, que já
passou pela tal avenida, encontrou ali um rio de porte, um canyon profundo escavado pelo colorado, o time falecido nas
imediações, a ser transposto por obra de tal porte? Claro que não,
A ponte faraônica é um desperdício
monumental, uma inveja provinciana da paulistana ponte, um símbolo da mente obscura
de nossos políticos, generosos com a desnecessidade, impolutos gerentes dos
recursos destinados à obra geradora de imensos benefícios. Atacam o Atlético
com vileza.
O atleticano tem que se mobilizar. Ir
para o campo e para as ruas com a mesma força. Os inimigos estão à solta. Não
se trata de defender o Petraglia, trata-se de defender Curitiba, trata-se de
defender o Atlético.
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