quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DEFENDER O ATLÉTICO


Por dois anos fui diretor de colégio público sujeito a todas as licitações, tomadas de preço, expedição de cartas convite, todas essas cerimônias destinadas a possibilitar que os dinheiros que pagamos em impostos redundem no seu melhor aproveitamento.

O amigo quer saber qual a minha opinião sobre toda essa imensa burocracia? Se me dessem dinheiro vivo, eu compraria melhor e gastaria menos.

Vou para o exemplo mais rudimentar. Precisávamos adquirir bolas de futebol para o departamento de educação física. Fazia-se a tal tomada de preços e lá estavam as cotações, dentro da óbvia lei do mercado. As melhores, mais caras.

Os recursos exíguos, as necessidades sempre muito maiores que as disponibilidades, obrigavam à compra da mais barata. Resultado. Em duas semanas tínhamos à disposição das nossas crianças jabulanis depenadas, o lixo reciclável a única destinação possível.

Honorável conselheiro, fui à reunião, vi as cadeiras, fiz o necessário test drive e digo aos amigos: se os recursos disponíveis permitem a compra pelo maior preço, se outra fase da obra não será negligenciada pela falta dos mesmos, se desnecessário o atendimento à legislação inerente a recursos públicos, a cadeira da Kango é a escolha certa. Sem dúvida, a melhor.

Assim, dei o episódio cadeiras por encerrado, não só este conselheiro, 180 outros presentes à reunião, onde muito se falou sobre o senhor Cid, a origem de toda esta inquietude.

Fosse ali em meio à selva, entre o córrego insuspeito que te consome, a árvore caída que te obriga ao máximo esforço, a areia fina que rala a alma do guerreiro mais valente, eu diria que deveríamos esquecê-lo para as onças.

Minha preocupação passou a ser outra. A CAP/SA tem menos de quinze dias para que Governo do Estado e Prefeitura assinem os contratos que viabilizarão a liberação dos recursos pelo BNDES para a conclusão da Arena.

O Atlético é vítima do poder público. Para ponte estaiada, a custo de 94 milhões, quase o custo da Arena, a ser construída na Avenida das Torres, os recursos fluem amazônicos. O amigo, que já passou pela tal avenida, encontrou ali um rio de porte, um canyon profundo escavado pelo colorado, o time falecido nas imediações, a ser transposto por obra de tal porte? Claro que não,

A ponte faraônica é um desperdício monumental, uma inveja provinciana da paulistana ponte, um símbolo da mente obscura de nossos políticos, generosos com a desnecessidade, impolutos gerentes dos recursos destinados à obra geradora de imensos benefícios. Atacam o Atlético com vileza.

O atleticano tem que se mobilizar. Ir para o campo e para as ruas com a mesma força. Os inimigos estão à solta. Não se trata de defender o Petraglia, trata-se de defender Curitiba, trata-se de defender o Atlético.

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