sábado, 20 de outubro de 2012

UMA NOITE DE PIPOCA


Eram vinte minutos do segundo tempo e os baianos começaram a subir as escadarias do Barradão, ir para casa, afinal, o Atlético ganhava de dois a zero, o berimbau estava em cacos, as festas de sábado na elétrica Salvador estavam sendo preparadas, Olodum, Margareth Menezes, algum trio na Pituba, melhor ir tomar um bom banho de cheiro, se preparar para pipocar a noite toda. O Vitória já está na primeira divisão, para que sofrer? Melhor para o Furacão.

O Vitória tinha seus trunfos para ganhar do Atlético, continuar na luta pelo campeonato. O jogo pela esquerda com Gilson, Willian, Pedro Ken, a bola aérea para as torres gêmeas Elton e Willian, a presença desses dois atacantes próximos da área.

Carpegiani ajudou, deixou William no banco. Diminuiu o poder aéreo, a ação coordenada pela esquerda, a ação de pivô de Willian. Azar o dele.

Nhô Drub usou seus antídotos contra os venenos baianos. Manteve Marcelo avançado na esquerda, bloqueando o avanço de Gilson, marcou Pedro Ken sem dar chances para o ex-coxa. Faltava anular a bola aérea. Aí coube a Weverton fazer sua melhor partida no Atlético. O Vitória forçou pela direita, cruzou dezenas de bolas, o moicano cortou todas, uma atuação impecável, nota 10.

Seguro na defesa, o Furacão teve dificuldades para chegar ao ataque. Passe de Maranhão para Deivid, finalizado para fora, cruzamento de Marcelo na cabeça de Marcão, três faltas, uma delas com Elias na trave, outra bem cabeceada por Cleberson, foram as preocupações do torcedor do Vitória no primeiro tempo. Comparando-se eficiências, o Atlético esteve mais perto do gol.

Essa eficiência se materializou logo aos dois do segundo. Henrique passou a Elias na frente da área, o dez tirou dois e finalizou de direita. Gol do Furacão. Onze minutos, Botelho expulso, Carpegiani coloca William. Lá vêm as torres gêmeas.

Lá vai Elias, o passe para o papa-léguas, o cruzamento nos pés de Marcão, a bola carinhosa beija a trave e vai para as redes. Dezessete minutos.

Uma multidão de camisas 10 começou a subir a escadaria. O Atlético trocou passes, Tartá entrou para jogar pela esquerda, não funcionou, as torres gêmeas foram detonadas pelo avião moicano, o baiano tirou a maquiagem.

Elias, o construtor da vitória, Marcelo, um tático que fez assistência decisiva, Deivid e João Paulo, pilares na frente da área, Henrique, o onipresente, foram destaques num time de destaques. Hoje, o mas, sempre presente, vai descansar.

Quem merece um descanso é o Nhô Drub. Já o perturbei demais. O Atlético fez grande partida, chegou ao G4, firme. O mineiro merece uma noite de pipoca.

 

 

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