Eram vinte minutos do segundo tempo e
os baianos começaram a subir as escadarias do Barradão, ir para casa, afinal, o
Atlético ganhava de dois a zero, o berimbau estava em cacos, as festas de
sábado na elétrica Salvador estavam sendo preparadas, Olodum, Margareth
Menezes, algum trio na Pituba, melhor ir tomar um bom banho de cheiro, se preparar
para pipocar a noite toda. O Vitória já está na primeira divisão, para que
sofrer? Melhor para o Furacão.
O Vitória tinha seus trunfos para
ganhar do Atlético, continuar na luta pelo campeonato. O jogo pela esquerda com
Gilson, Willian, Pedro Ken, a bola aérea para as torres gêmeas Elton e Willian,
a presença desses dois atacantes próximos da área.
Carpegiani ajudou, deixou William no
banco. Diminuiu o poder aéreo, a ação coordenada pela esquerda, a ação de pivô
de Willian. Azar o dele.
Nhô Drub usou seus antídotos contra os
venenos baianos. Manteve Marcelo avançado na esquerda, bloqueando o avanço de
Gilson, marcou Pedro Ken sem dar chances para o ex-coxa. Faltava anular a bola
aérea. Aí coube a Weverton fazer sua melhor partida no Atlético. O Vitória
forçou pela direita, cruzou dezenas de bolas, o moicano cortou todas, uma
atuação impecável, nota 10.
Seguro na defesa, o Furacão teve
dificuldades para chegar ao ataque. Passe de Maranhão para Deivid, finalizado
para fora, cruzamento de Marcelo na cabeça de Marcão, três faltas, uma delas
com Elias na trave, outra bem cabeceada por Cleberson, foram as preocupações do
torcedor do Vitória no primeiro tempo. Comparando-se eficiências, o Atlético
esteve mais perto do gol.
Essa eficiência se materializou logo
aos dois do segundo. Henrique passou a Elias na frente da área, o dez tirou
dois e finalizou de direita. Gol do Furacão. Onze minutos, Botelho expulso, Carpegiani
coloca William. Lá vêm as torres gêmeas.
Lá vai Elias, o passe para o
papa-léguas, o cruzamento nos pés de Marcão, a bola carinhosa beija a trave e
vai para as redes. Dezessete minutos.
Uma multidão de camisas 10 começou a
subir a escadaria. O Atlético trocou passes, Tartá entrou para jogar pela
esquerda, não funcionou, as torres gêmeas foram detonadas pelo avião moicano, o
baiano tirou a maquiagem.
Elias, o construtor da vitória,
Marcelo, um tático que fez assistência decisiva, Deivid e João Paulo, pilares na
frente da área, Henrique, o onipresente, foram destaques num time de destaques.
Hoje, o mas, sempre presente, vai descansar.
Quem merece um descanso é o Nhô Drub. Já
o perturbei demais. O Atlético fez grande partida, chegou ao G4, firme. O
mineiro merece uma noite de pipoca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário