quarta-feira, 10 de outubro de 2012

SEM LAMENTOS


Ao fim da tarde calma e calorenta, jovens caveiras trocavam pensamentos, o que melhor em Santa Catarina, São Caetano, empate, Joinville, o que melhor na arena em sofrimento?

São Caetano não é Jorge, onde o cavalo, onde ficou a lança trespassante? Joinville não é o ninho de dragões em polvorosa, a voar sobre caveiras duvidosas. O duelo em si, tão importante, seria apenas de vontades, homens lutando por três simples pontos.

A vitória catarinense é bem melhor, dizia ela, o empate é tudo, ele falava, e eu a tudo ouvia querendo meter o meu bedelho, sem coragem de interromper atleticanos, tão jovens, tão profundos, nas suas previsões de um melhor mundo.

O santo não venceu, o Joinville a santa protegeu, e o empate, que do segundo era o melhor mundo, chegou a mim como fato consumado, para opinar, dizer o que pensava.

De nada adiante o tropicar do santo, se os que partem para o duro encontro, deixarem aqui o amor ao rubro-negro manto, que o peito açoda e transforma em santo.

Quem vai?

Lá vão Manoel e Cleberson das falhas e acertos contundentes, da salvação heroica ao erro repelente, no coração do torcedor só dois infantes, filhos de um povo, feliz, em tê-los defensores.

Lá vai Deivid, o pai menino, que a filha afaga no peito rubro-negro, menina linda sem saber ainda, ser pai guerreiro a lhe cobrir de beijos.

Lá vai seu Baier, o experiente velho, que aqui chegou prá resolver problemas, nos trouxe os gols dos últimos segundos, a esperança no escanteio renascida.

Lá vai Marcelo, o papa-léguas santo, a tudo atento na área do tormento, um segundo aqui, n’outro ali, na hora agá... marcando mais um tento.

Lá vai Elias que nos deixou de lado, mas cá está prá nos fazer felizes, destino frio a escrever destinos, sábio na escolha das horas e momentos.

Quem vai?

Vão tantos outros ao combate imenso, vamos todos nós nos nossos pensamentos, atleticanos todos a cantar os hinos, toda uma raça, com garra, sem lamentos.

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