terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ 2014

Ainda meio mareado com o fuso horário mexicano, vou ao computador em férias desde o último jogo do Brasileiro e assisto ao seu renascer vagaroso, sem pressa, como se esperando a volta ao trabalho somente em 2014. Era essa minha intenção. A esposa me fez voltar às teclas. Bisbilhotando rede social constatou o número de amigos a me cumprimentar pelo aniversário. Não dava para estender ainda mais meu exílio informático.

Queria estendê-lo hasta el início de janeiro. Creio ter cansado os amigos em 2013. Alonguei-me nos textos, fui quase diário, uma overdose mortal até para o mais fanático dos atleticanos. Então vamos esquecer o Atlético, até por que as notícias sussurradas nos rápidos contatos telefônicos me forçam a acreditar que insuperável mão invisível vai dar jeito em tudo, no Furacão ou você tem fé, ou começa a choramingar pelos cantos. Tenhamos fé.

Volto para agradecer os cumprimentos pelo aniversário, os bolos rubro-negros compartilhados, as mensagens de Natal, os votos de Feliz Ano Novo. Desejar aos amigos tudo de bom, a começar pela indispensável saúde, seguindo pela harmonia familiar, um tesouro a alimentar dia a dia, pedir pela compreensão de que a felicidade está nas pequenas coisas, no bem estar do filho, no sorriso do neto, no salário suficiente para comprar o pouco necessário para ser feliz.  

Em 2014, o mundo repetirá seus erros e acertos. As guerras continuarão, os campos de refugiados serão abastecidos diariamente, a generosidade humana se fará presente, a medicina descobrirá curas, o homem voltará à Lua, pensará em Marte, para quê?

Penso que devemos focar na família, estar cada vez mais juntos, estender nosso abraço amigo àquele perto de nós, às vezes necessitado de apenas uma palavra para dar o passo decisivo no seu desenvolvimento material e espiritual. Penso que devemos entender inúteis noventa e nove por cento de nossas preocupações, entender que nossas verdades não são abolutas, pedras imensas a nos impedir o sorriso, afastar as indispensáveis e benfazejas amizades.

Por isso saúdo os amigos de infância, da juventude entre chuvas e granadas, que carrego no peito com tanto respeito e saudade, os que ganhei com o tempo, que tanto me ajudaram e por quem tão pouco fiz, os que sem me conhecer me acarinham com suas palavras de afeto, suas críticas burilantes do meu pensamento. A todos o meu agradecimento pelos votos de boas festas, de feliz aniversário. A todos Feliz 2014.

 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

FAZENDO A AMÉRICA

O Atlético que eu queria ver em campo contra o Vasco estava lá. Marcando a saída de bola, atacando desde o início, rápido, resssurgiu no último momento e nos levou à Libertadores. A semana de treinamentos nos fez bem, recuperou a memória das boas atuações e nos fez jogar com fluidez, aumentando as dificuldades do Vasco e vencendo com facilidade.

O gol no início foi fundamental, trouxe a tranquilidade só quebrada pelos baderneiros mais preocupados em mostrar ao mundo suas ignorâncias. Mostraram, mancharam indelevelmente a história de uma torcida que nunca primou pela violência, que teve o azar de em determinado instante ser escolhida por eles como base para seus barbarismos. Deixemos de lado nossos azares e voltemos à bola.

O acaso do gol vascaíno não desviou o Furacão do seu rumo. Força no ataque, na retomada da bola, na saída veloz na direção do gol. Pouco demorou para Éderson marcar o segundo e ir se fortalecendo na artilharia. Salvo algum imprevisto, os 45 finais levariam o Vasco à segunda divisão com certeza.

O time do Dinamite é inferior ao Atlético, com alguns jogadores jovens para o tamanho da missão, com experientes já pedindo a aposentadoria. Adilson pouco tinha a fazer. Esperneou o que deu e acabou exaurido à beira do campo, assistindo sentado o fim da partida, para ele melancólico.

Baier iniciou a jogada do terceiro, Felipe serviu para Éderson marcar o quarto, Deivid foi o garçom do quinto, outro de Éderson, vinte gols, artilheiro indiscutível do Brasileiro.

A partida final foi a confirmação de atuações que nos levaram ao terceiro lugar no campeonato, à final da Copa do Brasil. Baier teve participação efetiva nos três primeiros gols, Marcelo foi muito bem, Éderson deslanchou na artilharia, Manoel está cada vez melhor, cada vez mais consciente da sua importância como zagueiro. Deivid fez partida brilhante, coroada com a assistência para Éderson fechar a conta. Mancini recuperou o brilho da equipe, ultrapassou a crise com dignidade, foi o comandante que precisamos.

O caminho da América está aberto. Nada de férias para o departamento de futebol, há muito trabalho a fazer. Foi um grande ano, de muita luta, desde o início atrapalhado pelos nossos azares. O Atlético tem que identificar e processar os irresponsáveis, fazê-los pagar por todas as perdas financeiras que tivermos, acabar com essa tralha definitivamente. A torcida magnífica vai continuar embarcada, viajando, torcendo, fazendo o Brasil, fazendo a América.

domingo, 8 de dezembro de 2013

ATÉ AMANHÃ

Já falei e vou repetir. Quando o Coritiba caiu para a segunda divisão e seus torcedores devastaram o Couto Pereira, no espaço Bate-Boca da antiga Tribuna do Paraná, fui dos poucos a defender a diretoria coxa, certo de que nenhuma segurança privada seria capaz de enfrentar os vândalos que assumiram o comando e dominaram o espetáculo.  

Por isso, volto, de sangue doce, a bater na mesma tecla. O Atlético só conseguiria deter os doentes que se envolveram na briga horrorosa, existisse disponível um elemento privado com armamento adequado, com condições legais de utilizá-lo, e pessoal preparado para o enfrentamento, o que não existe. Confunde-se segurança privada com leão de chácara, mais ou menos algo como gente grande, careca, ameaçadora, de quem os litigantes não têm o menor temor.

Ou poder-se-iam estabelecer cercas elétricas, rolos de arame farpado, meios materiais agressivos que impossibilitassem o confronto. Algo que existe, mas nunca se pensou utilizar.

O que existe, é pago regiamente, tem treinamento, equipamento e efetivo pronto para deter esses inconsequentes é o estamento policial, que há muito tempo está escondido, longe dos confrontos, no caso catarinense acobertado pelas medidas judiciais que o colocaram fora do campo. Na hora do pega para capar, apareceu, quando o caído já tinha tomada vinte chutes na cabeça. Eu pergunto, é pago para quê? Ou quer mais algum, um reforço no salário para cumprir o seu dever?

Na Inglaterra, a polícia assumiu seu papel, agiu de múltiplas formas e conseguiu transformar guerras terríveis em episódios de mínima visibilidade. No Brasil, bem... O Brasil é o Brasil. Ouvi dizer que a desmobilização dos sodados do Exército, a iniciar neste mês, só acontecerá depois da Copa, a polícia teria declarado que só garante a segurança nos arredores da Arena. Sendo verdade, vai sobrar para o meu EB. Se assim for, fique tranquilo, eu confio.

O atleticano está preocupado com os desdobramentos do desastre. Não é difícil imaginar. O Atlético vai perder dez mandos de campo, vai pagar uma multa pesada, continuará correndo os mesmo riscos nas arquibancadas enfrentados neste 2013. Ninguém tenha dúvida disso. Os briguentos não estão nem um pouco preocupados com o Atlético, com as consequências dos seus atos, nada os impedirá de continuar a nos infernizar. Estão agora nos botecos comemorando. A polícia já está em casa, o uniforme na cadeira, nem sequer amassou.

Amigos, resolvi primeiro falar do lixo, para depois falar do jogo. Até amanhã.

QUE ASSIM SEJA

O sol apareceu forte e a torcida embarcada aproveita para seguir rumo a Joinville, pronta para carimbar o passaporte para a América. A última vez que jogamos lá, aplicamos expressiva goleada no Náutico, o ratão que venceu o Corinthians, campeão do mundo, na sua despedida da primeira divisão. O resultado serve apenas para escancarar o que é o futebol. Um duelo de vontades impressionante, perdeu o foco, desinteressou-se, o Barcelona corre o risco de ser atropelado pelo Ibis.

O jogo de hoje coloca frente a frente dois times cheios de interesse. O Furacão buscando a vaga na Libertadores, o Almirante tentando fugir das garras do rebaixamento. Na última partida do ano, jogam seus futuros em 2014.

O Atlético busca um supercalendário, a rota andina, portenha, maia, ferver o coração da torcida com jogos incandescentes, quem sabe alguns já na nova arena belíssima. O atleticano espera um time jogando à morte, à altura de algumas partidas memoráveis acontecidas neste ano de grandes vitórias. O torcedor fanático merece.

O vascaíno ajoelha-se nas igrejas, pede proteção, sonha com um lance de individualidade de Marlone, um gol salvador de Edmilson.  Tenta fazer em um jogo o que não fez em trinta e sete. Pode? Sim, pode, como eu disse lá no alto, no futebol pode tudo.

Difícil acreditar, simplesmente pelo interesse que o time do seu Vavá tem na partida, pela sua melhor constituição individual, pelo seu melhor coletivo, pela semana de descanso que desfrutou para o último combate.

Nesta guerra de interesses, as flores do campo choraram lágrimas de alegre catarata ao saber que a partida contra o São Paulo não será a despedida de Rogério Ceni, imaginam elas que, se assim fosse, as portas da segunda divisão para o “glorioso” estariam escancaradas. Amanheceram com seus caules curvados pelo peso das derrotas, em solene e desesperado pedido de proteção.

Faltam poucas horas para tudo estar decidido. O vidente que traz o amor de volta em sete dias, com direito a devolução do investimento, perde-se em tonturas, cambaleia, não consegue definir se alegre ou triste o retorno coxa-branca.

Ao voltar-se para o destino rubro-negro, as velas a ponto de apagar se recuperam, um cheiro de foguetório inunda o ambiente, um sorriso satisfeito sinaliza para o retorno festivo de Joinville, um até que enfim encharcado de suor, carregado de sorrisos. Que a nossa vontade seja superior, que consigamos impor nosso melhor futebol, que assim seja.

sábado, 7 de dezembro de 2013

PODE CONFIAR

Tenho lá meus poréns quanto ao tal bom senso que faz os jogadores sentarem, ajoelharem, trocarem passes displicentes antes do início das partidas. Penso que os penitentes ajoelhados ganham demais, atropelam-se em campo, quebram cabeças, insistem nos carrinhos por trás, os cotovelos são armas usadas com frequência. Menos violência, salários condizentes com a baixa qualidade técnica do futebol jogado e melhor percentual de passes certos fariam com que minha simpatia pelo movimento ganhasse força.

Tenho meus poréns, porém, quando se observa que esta foi a primeira semana cheia que o Atlético teve para treinamentos, desde a chegada de Mancini, fica evidente a insanidade do calendário, o absurdo esforço físico a que foram submetidos os jogadores atleticanos e tantos outros.

Times que foram se afastando de competições, o Cruzeiro, por exemplo, eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo, tiveram desgaste inferior, puderam aprimorar-se taticamente, tiveram seu caminhar facilitado. A citada Raposa venceu com facilidade o Brasileiro. Um estranho caso de perder aqui para vencer ali. Para a Ponte Preta, um caso grave de cair aqui, para tentar vencer ali.

Não fossem as premiações para os clubes que avançam às finais dos vários campeonatos e torneios, o planejamento anual poderia começar com a seleção de competições a jogar à vera e à brinca. O Atlético já deu o primeiro passo nessa direção abandonando o Paranaense. Só imaginando, ano que vem, empenhado na Libertadores, poderia enfrentar a Copa do Brasil com um time B, aberto à possibilidade de perder para o Luverdense na primeira fase, preservando o principal para o Brasileiro. Só imaginando.

Voltando à realidade, o Furacão viveu semana a que estava desacostumado, sem entrar em avião, fazer check-in em hotel, as famílias viveram overdoses paternas. Mancini teve “a oportunidade de trabalhar mais com o grupo em termos táticos e dar um pouco mais de posse de bola e velocidade de jogo à equipe”. Graças ao nosso quinhão de idiotas terá que fazer uma viagem de ônibus a Joinville, mais uma vez, palmas para o nosso quinhão de idiotas.

É tanto descanso que chega a dar medo. Claro que não. O Atlético já passou por tudo neste ano, aprendeu muito, sabe da necessidade da vitória, vai enfrentar o Vasco com ânimo de leão, vai vencer. A torcida embarcada, uma nova categoria de torcida, a que deu show no Maracanã, pode confiar.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

FURACÃO NA LIBERTADORES

No programa Bola da Vez da ESPN, Seedorf driblou com categoria todas as perguntas polêmicas, veladamente criticou a imprensa brasileira e sua obcessão pelos problemas internos dos clubes, o esquecimento completo das coisas boas acontecidas nas difíceis vidas dos times nacionais. Caso Seedorf jogasse no Furacão, já teria pedido o boné, em termos de criar crises, entraves aos seus passos, a mídia local é algoz implacável.

Agora, se o Furacão ficar fora da Libertadores, o culpado já está escalado: Mario Celso Petraglia. Para complicar ainda mais, fomenta-se o desequilíbrio de Paulo Baier, espalha-se o negativismo, desobriga-se o grupo da vitória, justifica-se antecipadamente possível mau desempenho por conta do vestiário no Maracanã. Uma dirty press com fim específico.

Percebe-se certa dor em alguns ao ver no sorteio para a Copa do Mundo, hoje, a definitiva inclusão de Curitiba no rol das sedes para o maior espetáculo da Terra. O esforço tremendo em atrasar, aumentar gastos, criar dificuldades para a administração atleticana não funcionou. Pior, só aumentou as depesas para os mal administrados cofres públicos, pelo menos é o que afirma o município como desculpa para que Curitiba fosse a única a não comparecer à apresentação das cidades sedes na Costa do Sauípe. Um vexame mundial.

Permita-me o amigo, a citada pobreza assinalada como desculpa é inverdade absoluta, a causa real é a pobreza mental de nossos homens públicos, a falta do básico entendimento da grandeza do evento em andamento. A Copa começa hoje, o mundo todo está ligado, menos o seu Fruet, um desqualificado para o cargo. Por favor, vamos evitar o voto em filho de político velho. São gerações perdidas, sem sequer a capacidade de envergonhar-se.

O atleticano tem que entender um ponto importante. Se você colocar o nome Petraglia no título do seu texto dobra a leitura. Se no primeiro parágrafo falar mal de Petraglia multiplica por dez. Se você está meio baleado de audiência, vive disso, sabe o caminho para tirar o pescoço fora d’água. Petraglia é notícia. As pessoas gostam da polêmica, Petraglia é polêmico.

O atleticano se aborrece com polêmicas, as constantes más notícias sobre time vice da Copa do Brasil, por um fio na Libertadores, gostaria de um noticiário mais clean, mais dentro da realidade. Irrita-se por que quer. A arena será concluída, os prazos foram dilatados pela FIFA, a cada dia a obra ganha contornos mais nítidos, o time vai fazer grande partida domingo, voltará de Joinville classificado para a América. Quem tem que se irritar é o inimigo em desespero.

Calma, rubro-negro. Aproveite o sorteio, curta os potes, os grupos, faça as suas análises, a festa começou, você faz parte. Relaxe, faltam só três dias para o fim do Brasileiro, o time vai jogar como nunca, vai trazer a vaga. Comemore.

Alguém, no fundo da redação, amargando seus rancores, vai ter que produzir texto elogioso, engulir a manchete difícil: Furacão na Libertadores.  

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O MEU CORAÇÃO MERECE

O site da menina que tudo sabe informa que Pedro Botelho não joga mais pelo Atlético. O porquê fica envolto em mistérios que vez por outra tornam o Caju um filme de Hitshcock. Sempre achei Botelho jogador mediano, com alguma desenvoltura no ataque, lento na recomposição, um marcador com dificuldades. Isso bastaria para colocá-lo na reserva indefinidamente, passá-lo a outra equipe, deixá-lo prosseguir na carreira com outra camisa.

Sem contratações, com pouca visão das suas necessidades, o Atlético foi se obrigando a entender Botelho como titular absoluto do setor, tendo na sua passagem pelo Arsenal o diploma de titularidade. Um erro grave. O Brasil não é grande produtor de laterais-esquerdos, a espetacular seleção de setenta tinha Everaldo fechando o setor, sem dúvida, o menos genial da equipe.

Quem está há anos luz na estrada conheceu alguns supercraques como o recém-falecido Nilton Santos, Rildo, Junior, Roberto Carlos, fica com parâmetros elevados de comparação. Quando vê uns e outros glorificados por ter acertado um cruzamento no ataque, dá de ombros, quer ver mais, não vê, joga o dito cujo na caixa dos RQD, melhor dizendo, ruim que dói.

Botelho não é um RQD, com alguma ajuda pode melhorar, ser mais eficiente na defesa, o primeiro objetivo da sua posição. Verdade o divulgado pela menina que tudo sabe, tudo vê, vai ter que buscar ajuda em outro condomínio. Meus olhos e meu coração terão um descanso. Boa sorte Botelho.

O site do Atlético nada traz sobre a recuperação de Adriano. Difícil de entender se alguns consideram esta uma genial jogada de marketing. Como diz o velho estudante em aperturas, não entendeu, decora. Verdade é que o imperador está lá, usufruindo das tecnologias e carinhos do cajueiro santo.

Se está lá, deixo por dois minutos meu coração peludo de lado, entendo Adriano um ser humano em dificuldades e bato palmas para o meu Furacão caridoso. Qualquer iniciante em humanas sabe que a recuperação do trintão da Vila Cruzeiro depende dele mesmo, a estrutura colocada à sua disposição é uma nave dirigida por sua cabeça, por enquanto, um computador em pandarecos. Ele que aproveite. Boa sorte.

Enquanto nos conflitamos diariamente com os mexericos da Candinha, o time treina para o jogo que nos levará à Libertadores. Temos que estabilizar o barco o mais rápido possível, recuperar a confiança abalada. O Furacão tem que voltar a jogar o que sabe, o que se viu. O meu coração merece.

 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O FIM DA BELA VIAGEM

O pessoal da maquininha tem certeza que nem Einstein com suas teorias mais delirantes poderia contestar. Um carioca vai cair. Fluminense e Vasco não escapam juntos da arapuca. Assim, amigo velho, torcedor do “glorioso” em Curitiba e tricolor no Rio de Janeiro, assistirá os jogos do fim de semana com o telefone do pronto-socorro ao alcance da mão. Vai lá caem os dois e o amigo tem um chilique ao ligar para a provedora de TV a cabo, passar por aquele vexame de incluir no seu cardápio a série B. Há dor maior? É de cortar o coração.

O Furacão pode minorar esse sofrimento, dar uma tamancada no português e diminuir uma vaga para os seus amores, colocar o Vasco para ninar na zona do rebaixamento. Pelo que vi no noticiário vascaíno, a queda não seria o pior dos desastres para os cruzmaltinos e brasileiros. Eurico Miranda anda se assanhando para voltar à colina. Tem desgraça maior? Impossível.

No timão da nau vascaína está velho conhecido, já nos encaminhou para o abismo em 2011, nada mais, nada menos que o capitão Adilson Batista. Sem rumo desde que saiu do Cruzeiro, Batista tem boa campanha no Vasco, ganhou três, empatou duas, perdeu uma. Alguma coisa fez que deu certo. Antes do jogo com o Náutico afastou cinco por falta de comprometimento. O comandante anda com o coração mais peludo que o dos inimigos do pirata Jack Sparrow.

Vem para Joinville sem seu pior marinheiro, o terrível Guiñazu, afastado por amarelos. Nada o intimida, avisa que “vai atacar, buscar o gol, mas sem loucura”. Seu artilheiro Edmilson avança que a partida é de “erro zero”. O Vasco vem para correr noventa minutos, arriscar o gol na falha atleticana e segurar na defesa, como fez no jogo dos olhares pecaminosos e leituras labiais indecorosas em que venceu a Raposa por dois a um.

Assisti ao jogo, o Cruzeiro lutou por melhor resultado, usou de todos os seus talentos, mas o dois a zero sofrido enquanto ressonava em campo foi impossível superar. A partida é exemplar para o Atlético. É cópia carioca da nossa derrota para o Criciúma. O início sonolento, as falhas transformadas em gols, a recuperação impossível.

Vejo nossos Pitágoras afirmando que o empate nos coloca na Libertadores. O empate é resultado perigosíssimo, estávamos bem contra o Santos, esse empate de que falam assegurado, vem a bola nas costas, a defesa espera o quinto zagueiro assistente cortar o lance, ele não corta, gol, fim da pelada.

Mancini tem que montar o time para a vitória, ganhar o jogo no primeiro tempo, acabar com o moral do navegante, conquistar a vaga. O Atlético fez campanha elogiada por coxas e paranistas, tem que terminar o ano com partida que dignifique todo o seu trabalho, uma nota dez na prova final. A torcida tem que ir, soprar as velas rubro-negras com vigor, aplaudir de pé o fim da bela viagem.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

MEXERICOS DA CANDINHA

A amiga me pergunta o que acho da possibilidade de Adriano JOGAR no Furacão. Saco minha pistola mata-boatos e atiro duas vezes no disparate. Há uma tendência a se achar que tudo que Petraglia toca vira ouro, um Midas rubro-negro. Não creio que o Presidente tenha gosto pela ideia, gastar chumbo em chimango não faz seu gênero. As probabilidades de dar errado são altíssimas.

Se o Atlético vai gastar algo a mais que o salário de seus profissionais na recuperação de Adriano está empenhando recursos na loteria, algo pouco empresarial. Se deve gastar algum para garantir o recebimento da megassena tem que ser um mínimo, simbólico para o tamanho da aposta. Caso o amigo ache que não, pague suas cadeiras em dia para garantir o trono do imperador. Enfim, enquanto não sair no site do clube é boato, fogo nele.

Outro amigo se preocupa com a matéria da Gazeta do Povo, teme jogo dificílimo em Joinville se tudo que leu for verdade. A notícia trata do vestiário no Maracanã, de duras palavras possivelmente ditas pelo Presidente Petraglia, basicamente chamando o time de frouxo, Baier e Botelho de mercenários. O jornal cita como fontes a 98 FM e a Transamérica.

Ainda com a pistola na mão, picoto o diário com cinco balaços, sobram outros para as fofoqueiras. Com a arma ainda fumegante, lembro que onde há fumaça, há fogo. Em fim de jornada, a derrota atiçando a boca grande, tudo pode. Não deve, mas pode. Entretanto, a lei universal da bola recomenda: O que se diz no vestiário, fica no vestiário. Colocadas de lado pelo Presidente, as emissoras abriram o bico, faz parte do jogo, abriu a guarda para o inimigo, leva chumbo.

Tremi quando uma semana antes da final, o Flamengo anunciou 1,5 milhão de prêmio pela vitória. Um a zero para os cariocas. Essas notícias afetam negativamente o adversário. Se não houver uma contramedida rápida, corre-se sério risco. O amigo lembra Atlético e América Mineiro em Minas, nós precisando da vitória, o Cruzeiro avançou belo prêmio para o Coelho, o bicho do seu Malu foi inferior, resultado, derrota, segunda divisão.

Nessas situações, Baier na condição de capitão está sempre no meio, corre riscos. Não entendi Pedro Botelho. Darei minha opinião a respeito pela última vez. O Atlético com o time que subiu da segunda divisão, com o improviso de Juninho na direita e Éderson no ataque, perdeu merecidamente para o Flamengo no Rio de Janeiro. O time que quase perdeu para o Paraná a última partida da segundona no Ecoestádio, chegou à final da Copa do Brasil, um milagre, não conseguiu jogar e virou vice. O Flamengo jogou melhor, ponto final.

Se Petraglia falou, falou, a palavra dita não volta atrás. Culpa todos temos. A Arena empenhou todos os recursos, o departamento de futebol não trouxe um reforço importante, na hora do vamos ver, Felipe, gerente de rachão, virou esperança, o coletivo antes fortíssimo não andou, a torcida calou no segundo tempo na Vila Caldeirão, cada um vista a sua carapuça.

Petraglia tem que reunir a patrulha, polir arestas, dar a direção e seguir na frente. O povo rubro-negro depende do seu bom senso, da sua inteligência, da sua grandeza. Assim sendo, o torcedor não precisa se preocupar. Vamos ganhar do Vasco. Enquanto isso, o atleticano troca de jornal, de rádio, evita dar ouvidos aos mexericos de Candinha.

MEXERICOS DA CANDINHA

A amiga me pergunta o que acho da possibilidade de Adriano JOGAR no Furacão. Saco minha pistola mata-boatos e atiro duas vezes no disparate. Há uma tendência a se achar que tudo que Petraglia toca vira ouro, um Midas rubro-negro. Não creio que o Presidente tenha gosto pela ideia, gastar chumbo em chimango não faz seu gênero. As probabilidades de dar errado são altíssimas.

Se o Atlético vai gastar algo a mais que o salário de seus profissionais na recuperação de Adriano está empenhando recursos na loteria, algo pouco empresarial. Se deve gastar algum para garantir o recebimento da megassena tem que ser um mínimo, simbólico para o tamanho da aposta. Caso o amigo ache que não, pague suas cadeiras em dia para garantir o trono do imperador. Enfim, enquanto não sair no site do clube é boato, fogo nele.

Outro amigo se preocupa com a matéria da Gazeta do Povo, teme jogo dificílimo em Joinville se tudo que leu for verdade. A notícia trata do vestiário no Maracanã, de duras palavras possivelmente ditas pelo Presidente Petraglia, basicamente chamando o time de frouxo, Baier e Botelho de mercenários. O jornal cita como fontes a 98 FM e a Transamérica.

Ainda com a pistola na mão, picoto o diário com cinco balaços, sobram outros para as fofoqueiras. Com a arma ainda fumegante, lembro que onde há fumaça, há fogo. Em fim de jornada, a derrota atiçando a boca grande, tudo pode. Não deve, mas pode. Entretanto, a lei universal da bola recomenda: O que se diz no vestiário, fica no vestiário. Colocadas de lado pelo Presidente, as emissoras abriram o bico, faz parte do jogo, abriu a guarda para o inimigo, leva chumbo.

Tremi quando uma semana antes da final, o Flamengo anunciou 1,5 milhão de prêmio pela vitória. Um a zero para os cariocas. Essas notícias afetam negativamente o adversário. Se não houver uma contramedida rápida, corre-se sério risco. O amigo lembra Atlético e América Mineiro em Minas, nós precisando da vitória, o Cruzeiro avançou belo prêmio para o Coelho, o bicho do seu Malu foi inferior, resultado, derrota, segunda divisão.

Nessas situações, Baier na condição de capitão está sempre no meio, corre riscos. Não entendi Pedro Botelho. Darei minha opinião a respeito pela última vez. O Atlético com o time que subiu da segunda divisão, com o improviso de Juninho na direita e Éderson no ataque, perdeu merecidamente para o Flamengo no Rio de Janeiro. O time que quase perdeu para o Paraná a última partida da segundona no Ecoestádio, chegou à final da Copa do Brasil, um milagre, não conseguiu jogar e virou vice. O Flamengo jogou melhor, ponto final.

Se Petraglia falou, falou, a palavra dita não volta atrás. Culpa todos temos. A Arena empenhou todos os recursos, o departamento de futebol não trouxe um reforço importante, na hora do vamos ver, Felipe, gerente de rachão, virou esperança, o coletivo antes fortíssimo não andou, a torcida calou no segundo tempo na Vila Caldeirão, cada um vista a sua carapuça.

Petraglia tem que reunir a patrulha, polir arestas, dar a direção e seguir na frente. O povo rubro-negro depende do seu bom senso, da sua inteligência, da sua grandeza. Assim sendo, o torcedor não precisa se preocupar. Vamos ganhar do Vasco. Enquanto isso, o atleticano troca de jornal, de rádio, evita dar ouvidos aos mexericos de Candinha.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

OU VAI, OU RACHA

O Atlético acabou se enrolando contra o Santos, perdeu e ficou na mira do Goiás. Depois de tentar duas mil trezentos e cincoenta e duas bolas longas, morreu na bola longa. Houvesse um Freud no futebol, seria bom pagar uma consulta para ver o que aconteceu com o time que marcava na frente, tomava a bola a dez metros da área adversária e em dois toques estava criando dificuldades.

O tempo foi passando e o Atlético ficando defensivo. O jogo de ontem deixou isso bem claro. Precisando vencer, começou os dois tempos de jogo atrás, esperando o Santos. Pior, não se pode nem culpar a postura defensiva, pois quando estava melhor, no ataque, perdendo gol com Everton e Luiz Alberto, tomou o gol definitivo. É coisa mesmo para o doutor Freud.

Fico com a impressão que os jogos pela Copa do Brasil descaracterizaram o Atlético atacante. Lutando por placares mínimos no torneio mata-mata, foi recuando, usando demais a bola longa, acreditando na jogada individual de Marcelo, finou-se como time de ataque. A velocidade transformou-se em morosidade, o ataque ficou nas mãos de poucos, deu chance às defesas de anular Éderson.

Marcado, o artilheiro dos míseros minutos transformou-se em assistente, foi jogar longe da área, afastado dos três metros da balisa onde fez tantos gols. Sem Dellatorre, ficamos sem a velocidade produtiva, que assiste, abre espaços, complica. Everton corre, avança e entrega a bola para o marcador. Alguém tem que dizer para o elétrico que depois de atrair a marcação, um atacante ficou livre para receber seu passe, é só tocar e receber na frente. É desconcertante ver jogador correr tanto e produzir tão pouco. Podia ter matado o jogo, livre na marca do pênalti deu uma varada por cima.

A escalação dos três volantes foi a culminância das culminâncias do defensivismo. Depois de tentar Mérida, Zezinho, Felipe e outros pelo caminho, como Marco Antônio, Mancini resolveu optar pelo esquema funerário, só admissível se o objetivo desde o início fosse o empate. Como tenho ódio declarado dos três volantes, acho que nos levaram à segundona em 2011, sou suspeito, vou ficar por aqui.

Mancini tem que fazer uma pergunta simples aos seus cochichadores de plantão: “Como era mesmo aquele esquema que nós ganhávamos jogos todos os dias?”.

Alguém deve lembrar. Então é começar hoje os treinamentos, marcar a saída de bola, forçar o erro adversário, desarmar e marcar. Meus queridos amigos, vamos arrumar as mochilas e seguir para Joinville. O Vasco não é o Náutico, se não exigirmos aos gritos a vitória, perdemos a vaga na Libertadores e pagamos o mico do ano.

A equipe tem que voltar no tempo, trabalhar duro e jogar no ataque noventa minutos. O Goiás vai passar por cima do Santos. É a última partida. Só a vitória interessa. Ou vai, ou racha.

domingo, 1 de dezembro de 2013

VAMOS À LUTA

A CBF divulgou a seleção do Campeonato Brasileiro e o Furacão conta com três jogadores escalados, Manoel, Baier e Éderson, e ainda Marcelo eleito como a revelação do Brasileirão. O excepcional rendimento do Furacão é causa de tantos rubro-negros na seleção do ano. Nem era para menos, o Atlético foi vice na Copa do Brasil, a primeira com os participantes da Copa Libertadores, e está na vice-liderança do Nacional com grandes chances de mantê-la nas duas rodadas finais.

O time que começou capengando, virou sucesso absoluto. As causas do alto rendimento são adivinhadas por comentaristas em todos os níveis. Suspeita-se do afastamento do Estadual, fonte de preparo físico extra, da chegada de Mancini no comando da equipe. Eu aposto minhas fichas no comando do seu Vavá.

A Copa das Confederações deu um mês de descanso às equipes em disputa, de certa forma nivelou a preparação física de todas para o segundo semestre. Na quinta rodada, antes da competição internacional, perdemos para o Vitória, no retorno empatamos com o Grêmio, pedi Ney Franco, veio Mancini para assistir nossa derrota para o Coxa, estávamos na zona do rebaixamento. A partir daí tudo mudou. Impossível não creditar parte do sucesso ao treinador.

A preparação física ajudou, porém, creio que muito mais devido à competência do seu Moracy do que à ausência no Parananense.

Se disser que Mancini retornou Baier ao time, der ao capitão destaque na bela caminhada, vou tomar tanta pancada neste início de domingo que vou almoçar na UTI de algum hospital. Vou deixar a análise para o amigo.

Baier e Botelho não jogam hoje contra o Santos. Há um clima de mistério pouco produtivo envolvendo seus afastamentos. O Atlético está a um passo da Libertadores, só nos falta um climão para tirar o foco da equipe, desarrumar o ambiente, causar desequilíbrio desnecessário para a partida de hoje.

Vejo o Santos como adversário mais fácil do que o Vasco na última rodada. O time de Pelé está cumprindo tabela, Arouca não joga, o psicológico está a nosso favor. Se entrar para ganhar, vence. O Vasco poderá estar na bacia das almas, vai jogar a vida, quem viu Criciúma e Atlético, assistiu ontem Fluminense e Galo, sabe do que estou falando.

A Copa do Brasil acabou, fomos excepcionalmente bem, se o atleticano lamenta, imagine o bambi que perdeu a vaga na final da Sul-Americana para a Ponte Preta. Temos que parar de escalar culpados em time que rendeu 110% em ano muito difícil. Temos que olhar o elenco e reconhecer o quanto fomos longe.

Faltam ainda duas batalhas, temos que seguir juntos, unidos, a guerra ainda não está ganha. Vamos irmãos, sem réus e sem heróis, ergamos as bandeiras, ao rufar dos tambores vamos à luta.