Ainda meio mareado com o fuso
horário mexicano, vou ao computador em férias desde o último jogo do Brasileiro
e assisto ao seu renascer vagaroso, sem pressa, como se esperando a volta ao
trabalho somente em 2014. Era essa minha intenção. A esposa me fez voltar às
teclas. Bisbilhotando rede social constatou o número de amigos a me
cumprimentar pelo aniversário. Não dava para estender ainda mais meu exílio
informático.
Queria estendê-lo hasta el
início de janeiro. Creio ter cansado os amigos em 2013. Alonguei-me nos textos,
fui quase diário, uma overdose mortal até para o mais fanático dos atleticanos.
Então vamos esquecer o Atlético, até por que as notícias sussurradas nos
rápidos contatos telefônicos me forçam a acreditar que insuperável mão
invisível vai dar jeito em tudo, no Furacão ou você tem fé, ou começa a
choramingar pelos cantos. Tenhamos fé.
Volto para agradecer os
cumprimentos pelo aniversário, os bolos rubro-negros compartilhados, as
mensagens de Natal, os votos de Feliz Ano Novo. Desejar aos amigos tudo de bom,
a começar pela indispensável saúde, seguindo pela harmonia familiar, um tesouro
a alimentar dia a dia, pedir pela compreensão de que a felicidade está nas
pequenas coisas, no bem estar do filho, no sorriso do neto, no salário
suficiente para comprar o pouco necessário para ser feliz.
Em 2014, o mundo repetirá seus
erros e acertos. As guerras continuarão, os campos de refugiados serão abastecidos
diariamente, a generosidade humana se fará presente, a medicina descobrirá
curas, o homem voltará à Lua, pensará em Marte, para quê?
Penso que devemos focar na
família, estar cada vez mais juntos, estender nosso abraço amigo àquele perto
de nós, às vezes necessitado de apenas uma palavra para dar o passo decisivo no
seu desenvolvimento material e espiritual. Penso que devemos entender inúteis
noventa e nove por cento de nossas preocupações, entender que nossas verdades
não são abolutas, pedras imensas a nos impedir o sorriso, afastar as
indispensáveis e benfazejas amizades.
Por isso saúdo os amigos de
infância, da juventude entre chuvas e granadas, que carrego no peito com tanto
respeito e saudade, os que ganhei com o tempo, que tanto me ajudaram e por quem
tão pouco fiz, os que sem me conhecer me acarinham com suas palavras de afeto,
suas críticas burilantes do meu pensamento. A todos o meu agradecimento pelos
votos de boas festas, de feliz aniversário. A todos Feliz 2014.
O Atlético que eu queria ver em
campo contra o Vasco estava lá. Marcando a saída de bola, atacando desde o
início, rápido, resssurgiu no último momento e nos levou à Libertadores. A
semana de treinamentos nos fez bem, recuperou a memória das boas atuações e nos
fez jogar com fluidez, aumentando as dificuldades do Vasco e vencendo com
facilidade.
O gol no início foi
fundamental, trouxe a tranquilidade só quebrada pelos baderneiros mais
preocupados em mostrar ao mundo suas ignorâncias. Mostraram, mancharam
indelevelmente a história de uma torcida que nunca primou pela violência, que
teve o azar de em determinado instante ser escolhida por eles como base para
seus barbarismos. Deixemos de lado nossos azares e voltemos à bola.
O acaso do gol vascaíno não
desviou o Furacão do seu rumo. Força no ataque, na retomada da bola, na saída
veloz na direção do gol. Pouco demorou para Éderson marcar o segundo e ir se
fortalecendo na artilharia. Salvo algum imprevisto, os 45 finais levariam o
Vasco à segunda divisão com certeza.
O time do Dinamite é inferior
ao Atlético, com alguns jogadores jovens para o tamanho da missão, com
experientes já pedindo a aposentadoria. Adilson pouco tinha a fazer. Esperneou
o que deu e acabou exaurido à beira do campo, assistindo sentado o fim da
partida, para ele melancólico.
Baier iniciou a jogada do
terceiro, Felipe serviu para Éderson marcar o quarto, Deivid foi o garçom do
quinto, outro de Éderson, vinte gols, artilheiro indiscutível do Brasileiro.
A partida final foi a
confirmação de atuações que nos levaram ao terceiro lugar no campeonato, à
final da Copa do Brasil. Baier teve participação efetiva nos três primeiros
gols, Marcelo foi muito bem, Éderson deslanchou na artilharia, Manoel está cada
vez melhor, cada vez mais consciente da sua importância como zagueiro. Deivid
fez partida brilhante, coroada com a assistência para Éderson fechar a conta.
Mancini recuperou o brilho da equipe, ultrapassou a crise com dignidade, foi o comandante
que precisamos.
O caminho da América está
aberto. Nada de férias para o departamento de futebol, há muito trabalho a
fazer. Foi um grande ano, de muita luta, desde o início atrapalhado pelos
nossos azares. O Atlético tem que identificar e processar os irresponsáveis,
fazê-los pagar por todas as perdas financeiras que tivermos, acabar com essa
tralha definitivamente. A torcida magnífica vai continuar embarcada, viajando,
torcendo, fazendo o Brasil, fazendo a América.
Já falei e vou repetir. Quando
o Coritiba caiu para a segunda divisão e seus torcedores devastaram o Couto
Pereira, no espaço Bate-Boca da antiga Tribuna do Paraná, fui dos poucos a
defender a diretoria coxa, certo de que nenhuma segurança privada seria capaz
de enfrentar os vândalos que assumiram o comando e dominaram o espetáculo.
Por isso, volto, de sangue
doce, a bater na mesma tecla. O Atlético só conseguiria deter os doentes que se
envolveram na briga horrorosa, existisse disponível um elemento privado com
armamento adequado, com condições legais de utilizá-lo, e pessoal preparado
para o enfrentamento, o que não existe. Confunde-se segurança privada com leão
de chácara, mais ou menos algo como gente grande, careca, ameaçadora, de quem
os litigantes não têm o menor temor.
Ou poder-se-iam estabelecer
cercas elétricas, rolos de arame farpado, meios materiais agressivos que
impossibilitassem o confronto. Algo que existe, mas nunca se pensou utilizar.
O que existe, é pago
regiamente, tem treinamento, equipamento e efetivo pronto para deter esses
inconsequentes é o estamento policial, que há muito tempo está escondido, longe
dos confrontos, no caso catarinense acobertado pelas medidas judiciais que o
colocaram fora do campo. Na hora do pega para capar, apareceu, quando o caído
já tinha tomada vinte chutes na cabeça. Eu pergunto, é pago para quê? Ou quer
mais algum, um reforço no salário para cumprir o seu dever?
Na Inglaterra, a polícia
assumiu seu papel, agiu de múltiplas formas e conseguiu transformar guerras terríveis
em episódios de mínima visibilidade. No Brasil, bem... O Brasil é o Brasil.
Ouvi dizer que a desmobilização dos sodados do Exército, a iniciar neste mês,
só acontecerá depois da Copa, a polícia teria declarado que só garante a
segurança nos arredores da Arena. Sendo verdade, vai sobrar para o meu EB. Se
assim for, fique tranquilo, eu confio.
O atleticano está preocupado
com os desdobramentos do desastre. Não é difícil imaginar. O Atlético vai
perder dez mandos de campo, vai pagar uma multa pesada, continuará correndo os
mesmo riscos nas arquibancadas enfrentados neste 2013. Ninguém tenha dúvida
disso. Os briguentos não estão nem um pouco preocupados com o Atlético, com as
consequências dos seus atos, nada os impedirá de continuar a nos infernizar.
Estão agora nos botecos comemorando. A polícia já está em casa, o uniforme na
cadeira, nem sequer amassou.
Amigos, resolvi primeiro falar
do lixo, para depois falar do jogo. Até amanhã.
O sol apareceu forte e a
torcida embarcada aproveita para seguir rumo a Joinville, pronta para carimbar
o passaporte para a América. A última vez que jogamos lá, aplicamos expressiva
goleada no Náutico, o ratão que venceu o Corinthians, campeão do mundo, na sua
despedida da primeira divisão. O resultado serve apenas para escancarar o que é
o futebol. Um duelo de vontades impressionante, perdeu o foco,
desinteressou-se, o Barcelona corre o risco de ser atropelado pelo Ibis.
O jogo de hoje coloca frente a
frente dois times cheios de interesse. O Furacão buscando a vaga na
Libertadores, o Almirante tentando fugir das garras do rebaixamento. Na última
partida do ano, jogam seus futuros em 2014.
O Atlético busca um
supercalendário, a rota andina, portenha, maia, ferver o coração da torcida com
jogos incandescentes, quem sabe alguns já na nova arena belíssima. O atleticano
espera um time jogando à morte, à altura de algumas partidas memoráveis
acontecidas neste ano de grandes vitórias. O torcedor fanático merece.
O vascaíno ajoelha-se nas
igrejas, pede proteção, sonha com um lance de individualidade de Marlone, um
gol salvador de Edmilson. Tenta fazer em
um jogo o que não fez em trinta e sete. Pode? Sim, pode, como eu disse lá no
alto, no futebol pode tudo.
Difícil acreditar, simplesmente
pelo interesse que o time do seu Vavá tem na partida, pela sua melhor
constituição individual, pelo seu melhor coletivo, pela semana de descanso que
desfrutou para o último combate.
Nesta guerra de interesses, as
flores do campo choraram lágrimas de alegre catarata ao saber que a partida
contra o São Paulo não será a despedida de Rogério Ceni, imaginam elas que, se
assim fosse, as portas da segunda divisão para o “glorioso” estariam
escancaradas. Amanheceram com seus caules curvados pelo peso das derrotas, em
solene e desesperado pedido de proteção.
Faltam poucas horas para tudo
estar decidido. O vidente que traz o amor de volta em sete dias, com direito a
devolução do investimento, perde-se em tonturas, cambaleia, não consegue
definir se alegre ou triste o retorno coxa-branca.
Ao voltar-se para o destino rubro-negro,
as velas a ponto de apagar se recuperam, um cheiro de foguetório inunda o
ambiente, um sorriso satisfeito sinaliza para o retorno festivo de Joinville,
um até que enfim encharcado de suor, carregado de sorrisos. Que a nossa vontade
seja superior, que consigamos impor nosso melhor futebol, que assim seja.
Tenho lá meus poréns quanto ao tal bom senso
que faz os jogadores sentarem, ajoelharem, trocarem passes displicentes antes
do início das partidas. Penso que os penitentes ajoelhados ganham demais,
atropelam-se em campo, quebram cabeças, insistem nos carrinhos por trás, os
cotovelos são armas usadas com frequência. Menos violência, salários
condizentes com a baixa qualidade técnica do futebol jogado e melhor percentual
de passes certos fariam com que minha simpatia pelo movimento ganhasse força.
Tenho meus poréns, porém, quando se observa
que esta foi a primeira semana cheia que o Atlético teve para treinamentos,
desde a chegada de Mancini, fica evidente a insanidade do calendário, o absurdo
esforço físico a que foram submetidos os jogadores atleticanos e tantos outros.
Times que foram se afastando de competições,
o Cruzeiro, por exemplo, eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo, tiveram
desgaste inferior, puderam aprimorar-se taticamente, tiveram seu caminhar facilitado.
A citada Raposa venceu com facilidade o Brasileiro. Um estranho caso de perder
aqui para vencer ali. Para a Ponte Preta, um caso grave de cair aqui, para
tentar vencer ali.
Não fossem as premiações para os clubes que
avançam às finais dos vários campeonatos e torneios, o planejamento anual
poderia começar com a seleção de competições a jogar à vera e à brinca. O
Atlético já deu o primeiro passo nessa direção abandonando o Paranaense. Só
imaginando, ano que vem, empenhado na Libertadores, poderia enfrentar a Copa do
Brasil com um time B, aberto à possibilidade de perder para o Luverdense na
primeira fase, preservando o principal para o Brasileiro. Só imaginando.
Voltando à realidade, o Furacão viveu semana
a que estava desacostumado, sem entrar em avião, fazer check-in em hotel, as
famílias viveram overdoses paternas. Mancini teve “a
oportunidade de trabalhar mais com o grupo em termos táticos e dar um pouco
mais de posse de bola e velocidade de jogo à equipe”. Graças ao nosso quinhão
de idiotas terá que fazer uma viagem de ônibus a Joinville, mais uma vez,
palmas para o nosso quinhão de idiotas.
É tanto descanso que chega a
dar medo. Claro que não. O Atlético já passou por tudo neste ano, aprendeu
muito, sabe da necessidade da vitória, vai enfrentar o Vasco com ânimo de leão,
vai vencer. A torcida embarcada, uma nova categoria de torcida, a que deu show
no Maracanã, pode confiar.
No programa Bola da Vez da ESPN, Seedorf
driblou com categoria todas as perguntas polêmicas, veladamente criticou a
imprensa brasileira e sua obcessão pelos problemas internos dos clubes, o
esquecimento completo das coisas boas acontecidas nas difíceis vidas dos times
nacionais. Caso Seedorf jogasse no Furacão, já teria pedido o boné, em termos
de criar crises, entraves aos seus passos, a mídia local é algoz implacável.
Agora, se o Furacão ficar fora da
Libertadores, o culpado já está escalado: Mario Celso Petraglia. Para complicar
ainda mais, fomenta-se o desequilíbrio de Paulo Baier, espalha-se o negativismo,
desobriga-se o grupo da vitória, justifica-se antecipadamente possível mau desempenho
por conta do vestiário no Maracanã. Uma dirty press com fim específico.
Percebe-se certa dor em alguns ao ver no
sorteio para a Copa do Mundo, hoje, a definitiva inclusão de Curitiba no rol
das sedes para o maior espetáculo da Terra. O esforço tremendo em atrasar,
aumentar gastos, criar dificuldades para a administração atleticana não
funcionou. Pior, só aumentou as depesas para os mal administrados cofres
públicos, pelo menos é o que afirma o município como desculpa para que Curitiba
fosse a única a não comparecer à apresentação das cidades sedes na Costa do
Sauípe. Um vexame mundial.
Permita-me o amigo, a citada pobreza
assinalada como desculpa é inverdade absoluta, a causa real é a pobreza mental
de nossos homens públicos, a falta do básico entendimento da grandeza do evento
em andamento. A Copa começa hoje, o mundo todo está ligado, menos o seu Fruet, um
desqualificado para o cargo. Por favor, vamos evitar o voto em filho de
político velho. São gerações perdidas, sem sequer a capacidade de
envergonhar-se.
O atleticano tem que entender um ponto
importante. Se você colocar o nome Petraglia no título do seu texto dobra a
leitura. Se no primeiro parágrafo falar mal de Petraglia multiplica por dez. Se
você está meio baleado de audiência, vive disso, sabe o caminho para tirar o
pescoço fora d’água. Petraglia é notícia. As pessoas gostam da polêmica,
Petraglia é polêmico.
O atleticano se aborrece com polêmicas, as
constantes más notícias sobre time vice da Copa do Brasil, por um fio na
Libertadores, gostaria de um noticiário mais clean, mais dentro da realidade.
Irrita-se por que quer. A arena será concluída, os prazos foram dilatados pela
FIFA, a cada dia a obra ganha contornos mais nítidos, o time vai fazer grande
partida domingo, voltará de Joinville classificado para a América. Quem tem que
se irritar é o inimigo em desespero.
Calma, rubro-negro. Aproveite o sorteio, curta
os potes, os grupos, faça as suas análises, a festa começou, você faz parte. Relaxe,
faltam só três dias para o fim do Brasileiro, o time vai jogar como nunca, vai
trazer a vaga. Comemore.
Alguém, no fundo da redação, amargando seus
rancores, vai ter que produzir texto elogioso, engulir a manchete difícil:
Furacão na Libertadores.
O site da menina que tudo sabe informa que
Pedro Botelho não joga mais pelo Atlético. O porquê fica envolto em mistérios
que vez por outra tornam o Caju um filme de Hitshcock. Sempre achei Botelho
jogador mediano, com alguma desenvoltura no ataque, lento na recomposição, um
marcador com dificuldades. Isso bastaria para colocá-lo na reserva
indefinidamente, passá-lo a outra equipe, deixá-lo prosseguir na carreira com
outra camisa.
Sem contratações, com pouca visão das suas
necessidades, o Atlético foi se obrigando a entender Botelho como titular
absoluto do setor, tendo na sua passagem pelo Arsenal o diploma de
titularidade. Um erro grave. O Brasil não é grande produtor de laterais-esquerdos,
a espetacular seleção de setenta tinha Everaldo fechando o setor, sem dúvida, o
menos genial da equipe.
Quem está há anos luz na estrada conheceu
alguns supercraques como o recém-falecido Nilton Santos, Rildo, Junior, Roberto
Carlos, fica com parâmetros elevados de comparação. Quando vê uns e outros
glorificados por ter acertado um cruzamento no ataque, dá de ombros, quer ver
mais, não vê, joga o dito cujo na caixa dos RQD, melhor dizendo, ruim que dói.
Botelho não é um RQD, com alguma ajuda pode
melhorar, ser mais eficiente na defesa, o primeiro objetivo da sua posição. Verdade
o divulgado pela menina que tudo sabe, tudo vê, vai ter que buscar ajuda em
outro condomínio. Meus olhos e meu coração terão um descanso. Boa sorte Botelho.
O site do Atlético nada traz sobre a
recuperação de Adriano. Difícil de entender se alguns consideram esta uma
genial jogada de marketing. Como diz o velho estudante em aperturas, não
entendeu, decora. Verdade é que o imperador está lá, usufruindo das tecnologias
e carinhos do cajueiro santo.
Se está lá, deixo por dois minutos meu
coração peludo de lado, entendo Adriano um ser humano em dificuldades e bato
palmas para o meu Furacão caridoso. Qualquer iniciante em humanas sabe que a
recuperação do trintão da Vila Cruzeiro depende dele mesmo, a estrutura
colocada à sua disposição é uma nave dirigida por sua cabeça, por enquanto, um
computador em pandarecos. Ele que aproveite. Boa sorte.
Enquanto nos conflitamos diariamente com os
mexericos da Candinha, o time treina para o jogo que nos levará à Libertadores.
Temos que estabilizar o barco o mais rápido possível, recuperar a confiança
abalada. O Furacão tem que voltar a jogar o que sabe, o que se viu. O meu
coração merece.
O pessoal da maquininha tem certeza que nem
Einstein com suas teorias mais delirantes poderia contestar. Um carioca vai
cair. Fluminense e Vasco não escapam juntos da arapuca. Assim, amigo velho,
torcedor do “glorioso” em Curitiba e tricolor no Rio de Janeiro, assistirá os
jogos do fim de semana com o telefone do pronto-socorro ao alcance da mão. Vai
lá caem os dois e o amigo tem um chilique ao ligar para a provedora de TV a
cabo, passar por aquele vexame de incluir no seu cardápio a série B. Há dor
maior? É de cortar o coração.
O Furacão pode minorar esse sofrimento, dar
uma tamancada no português e diminuir uma vaga para os seus amores, colocar o
Vasco para ninar na zona do rebaixamento. Pelo que vi no noticiário vascaíno, a
queda não seria o pior dos desastres para os cruzmaltinos e brasileiros. Eurico
Miranda anda se assanhando para voltar à colina. Tem desgraça maior?
Impossível.
No timão da nau vascaína está velho
conhecido, já nos encaminhou para o abismo em 2011, nada mais, nada menos que o
capitão Adilson Batista. Sem rumo desde que saiu do Cruzeiro, Batista tem boa
campanha no Vasco, ganhou três, empatou duas, perdeu uma. Alguma coisa fez que
deu certo. Antes do jogo com o Náutico afastou cinco por falta de
comprometimento. O comandante anda com o coração mais peludo que o dos inimigos
do pirata Jack Sparrow.
Vem para Joinville sem seu pior marinheiro, o
terrível Guiñazu, afastado por amarelos. Nada o intimida, avisa que “vai
atacar, buscar o gol, mas sem loucura”. Seu artilheiro Edmilson avança que a
partida é de “erro zero”. O Vasco vem para correr noventa minutos, arriscar o
gol na falha atleticana e segurar na defesa, como fez no jogo dos olhares
pecaminosos e leituras labiais indecorosas em que venceu a Raposa por dois a
um.
Assisti ao jogo, o Cruzeiro lutou por melhor
resultado, usou de todos os seus talentos, mas o dois a zero sofrido enquanto
ressonava em campo foi impossível superar. A partida é exemplar para o
Atlético. É cópia carioca da nossa derrota para o Criciúma. O início sonolento,
as falhas transformadas em gols, a recuperação impossível.
Vejo nossos Pitágoras afirmando que o empate
nos coloca na Libertadores. O empate é resultado perigosíssimo, estávamos bem
contra o Santos, esse empate de que falam assegurado, vem a bola nas costas, a
defesa espera o quinto zagueiro assistente cortar o lance, ele não corta, gol,
fim da pelada.
Mancini tem que montar o time para a vitória,
ganhar o jogo no primeiro tempo, acabar com o moral do navegante, conquistar a
vaga. O Atlético fez campanha elogiada por coxas e paranistas, tem que terminar
o ano com partida que dignifique todo o seu trabalho, uma nota dez na prova
final. A torcida tem que ir, soprar as velas rubro-negras com vigor, aplaudir
de pé o fim da bela viagem.
A amiga me pergunta o que acho da
possibilidade de Adriano JOGAR no Furacão. Saco minha pistola mata-boatos e atiro
duas vezes no disparate. Há uma tendência a se achar que tudo que Petraglia
toca vira ouro, um Midas rubro-negro. Não creio que o Presidente tenha gosto
pela ideia, gastar chumbo em chimango não faz seu gênero. As probabilidades de
dar errado são altíssimas.
Se o Atlético vai gastar algo a mais que o
salário de seus profissionais na recuperação de Adriano está empenhando
recursos na loteria, algo pouco empresarial. Se deve gastar algum para garantir
o recebimento da megassena tem que ser um mínimo, simbólico para o tamanho da
aposta. Caso o amigo ache que não, pague suas cadeiras em dia para garantir o
trono do imperador. Enfim, enquanto não sair no site do clube é boato, fogo
nele.
Outro amigo se preocupa com a matéria da
Gazeta do Povo, teme jogo dificílimo em Joinville se tudo que leu for verdade.
A notícia trata do vestiário no Maracanã, de duras palavras possivelmente ditas
pelo Presidente Petraglia, basicamente chamando o time de frouxo, Baier e
Botelho de mercenários. O jornal cita como fontes a 98 FM e a Transamérica.
Ainda com a pistola na mão, picoto o diário
com cinco balaços, sobram outros para as fofoqueiras. Com a arma ainda
fumegante, lembro que onde há fumaça, há fogo. Em fim de jornada, a derrota
atiçando a boca grande, tudo pode. Não deve, mas pode. Entretanto, a lei
universal da bola recomenda: O que se diz no vestiário, fica no vestiário.
Colocadas de lado pelo Presidente, as emissoras abriram o bico, faz parte do
jogo, abriu a guarda para o inimigo, leva chumbo.
Tremi quando uma semana antes da final, o
Flamengo anunciou 1,5 milhão de prêmio pela vitória. Um a zero para os
cariocas. Essas notícias afetam negativamente o adversário. Se não houver uma
contramedida rápida, corre-se sério risco. O amigo lembra Atlético e América
Mineiro em Minas, nós precisando da vitória, o Cruzeiro avançou belo prêmio
para o Coelho, o bicho do seu Malu foi inferior, resultado, derrota, segunda
divisão.
Nessas situações, Baier na condição de
capitão está sempre no meio, corre riscos. Não entendi Pedro Botelho. Darei
minha opinião a respeito pela última vez. O Atlético com o time que subiu da
segunda divisão, com o improviso de Juninho na direita e Éderson no ataque,
perdeu merecidamente para o Flamengo no Rio de Janeiro. O time que quase perdeu
para o Paraná a última partida da segundona no Ecoestádio, chegou à final da
Copa do Brasil, um milagre, não conseguiu jogar e virou vice. O Flamengo jogou
melhor, ponto final.
Se Petraglia falou, falou, a palavra dita não
volta atrás. Culpa todos temos. A Arena empenhou todos os recursos, o
departamento de futebol não trouxe um reforço importante, na hora do vamos ver,
Felipe, gerente de rachão, virou esperança, o coletivo antes fortíssimo não
andou, a torcida calou no segundo tempo na Vila Caldeirão, cada um vista a sua
carapuça.
Petraglia tem que reunir a patrulha, polir
arestas, dar a direção e seguir na frente. O povo rubro-negro depende do seu
bom senso, da sua inteligência, da sua grandeza. Assim sendo, o torcedor não
precisa se preocupar. Vamos ganhar do Vasco. Enquanto isso, o atleticano troca
de jornal, de rádio, evita dar ouvidos aos mexericos de Candinha.
A amiga me pergunta o que acho da
possibilidade de Adriano JOGAR no Furacão. Saco minha pistola mata-boatos e atiro
duas vezes no disparate. Há uma tendência a se achar que tudo que Petraglia
toca vira ouro, um Midas rubro-negro. Não creio que o Presidente tenha gosto
pela ideia, gastar chumbo em chimango não faz seu gênero. As probabilidades de
dar errado são altíssimas.
Se o Atlético vai gastar algo a mais que o
salário de seus profissionais na recuperação de Adriano está empenhando
recursos na loteria, algo pouco empresarial. Se deve gastar algum para garantir
o recebimento da megassena tem que ser um mínimo, simbólico para o tamanho da
aposta. Caso o amigo ache que não, pague suas cadeiras em dia para garantir o
trono do imperador. Enfim, enquanto não sair no site do clube é boato, fogo
nele.
Outro amigo se preocupa com a matéria da
Gazeta do Povo, teme jogo dificílimo em Joinville se tudo que leu for verdade.
A notícia trata do vestiário no Maracanã, de duras palavras possivelmente ditas
pelo Presidente Petraglia, basicamente chamando o time de frouxo, Baier e
Botelho de mercenários. O jornal cita como fontes a 98 FM e a Transamérica.
Ainda com a pistola na mão, picoto o diário
com cinco balaços, sobram outros para as fofoqueiras. Com a arma ainda
fumegante, lembro que onde há fumaça, há fogo. Em fim de jornada, a derrota
atiçando a boca grande, tudo pode. Não deve, mas pode. Entretanto, a lei
universal da bola recomenda: O que se diz no vestiário, fica no vestiário.
Colocadas de lado pelo Presidente, as emissoras abriram o bico, faz parte do
jogo, abriu a guarda para o inimigo, leva chumbo.
Tremi quando uma semana antes da final, o
Flamengo anunciou 1,5 milhão de prêmio pela vitória. Um a zero para os
cariocas. Essas notícias afetam negativamente o adversário. Se não houver uma
contramedida rápida, corre-se sério risco. O amigo lembra Atlético e América
Mineiro em Minas, nós precisando da vitória, o Cruzeiro avançou belo prêmio
para o Coelho, o bicho do seu Malu foi inferior, resultado, derrota, segunda
divisão.
Nessas situações, Baier na condição de
capitão está sempre no meio, corre riscos. Não entendi Pedro Botelho. Darei
minha opinião a respeito pela última vez. O Atlético com o time que subiu da
segunda divisão, com o improviso de Juninho na direita e Éderson no ataque,
perdeu merecidamente para o Flamengo no Rio de Janeiro. O time que quase perdeu
para o Paraná a última partida da segundona no Ecoestádio, chegou à final da
Copa do Brasil, um milagre, não conseguiu jogar e virou vice. O Flamengo jogou
melhor, ponto final.
Se Petraglia falou, falou, a palavra dita não
volta atrás. Culpa todos temos. A Arena empenhou todos os recursos, o
departamento de futebol não trouxe um reforço importante, na hora do vamos ver,
Felipe, gerente de rachão, virou esperança, o coletivo antes fortíssimo não
andou, a torcida calou no segundo tempo na Vila Caldeirão, cada um vista a sua
carapuça.
Petraglia tem que reunir a patrulha, polir
arestas, dar a direção e seguir na frente. O povo rubro-negro depende do seu
bom senso, da sua inteligência, da sua grandeza. Assim sendo, o torcedor não
precisa se preocupar. Vamos ganhar do Vasco. Enquanto isso, o atleticano troca
de jornal, de rádio, evita dar ouvidos aos mexericos de Candinha.
O Atlético acabou se enrolando contra o
Santos, perdeu e ficou na mira do Goiás. Depois de tentar duas mil trezentos e
cincoenta e duas bolas longas, morreu na bola longa. Houvesse um Freud no
futebol, seria bom pagar uma consulta para ver o que aconteceu com o time que
marcava na frente, tomava a bola a dez metros da área adversária e em dois
toques estava criando dificuldades.
O tempo foi passando e o Atlético ficando
defensivo. O jogo de ontem deixou isso bem claro. Precisando vencer, começou os
dois tempos de jogo atrás, esperando o Santos. Pior, não se pode nem culpar a
postura defensiva, pois quando estava melhor, no ataque, perdendo gol com
Everton e Luiz Alberto, tomou o gol definitivo. É coisa mesmo para o doutor
Freud.
Fico com a impressão que os jogos pela Copa
do Brasil descaracterizaram o Atlético atacante. Lutando por placares mínimos
no torneio mata-mata, foi recuando, usando demais a bola longa, acreditando na
jogada individual de Marcelo, finou-se como time de ataque. A velocidade
transformou-se em morosidade, o ataque ficou nas mãos de poucos, deu chance às
defesas de anular Éderson.
Marcado, o artilheiro dos míseros minutos
transformou-se em assistente, foi jogar longe da área, afastado dos três metros
da balisa onde fez tantos gols. Sem Dellatorre, ficamos sem a velocidade
produtiva, que assiste, abre espaços, complica. Everton corre, avança e entrega
a bola para o marcador. Alguém tem que dizer para o elétrico que depois de
atrair a marcação, um atacante ficou livre para receber seu passe, é só tocar e
receber na frente. É desconcertante ver jogador correr tanto e produzir tão
pouco. Podia ter matado o jogo, livre na marca do pênalti deu uma varada por
cima.
A escalação dos três volantes foi a culminância
das culminâncias do defensivismo. Depois de tentar Mérida, Zezinho, Felipe e
outros pelo caminho, como Marco Antônio, Mancini resolveu optar pelo esquema
funerário, só admissível se o objetivo desde o início fosse o empate. Como
tenho ódio declarado dos três volantes, acho que nos levaram à segundona em
2011, sou suspeito, vou ficar por aqui.
Mancini tem que fazer uma pergunta simples
aos seus cochichadores de plantão: “Como era mesmo aquele esquema que nós
ganhávamos jogos todos os dias?”.
Alguém deve lembrar. Então é começar hoje os
treinamentos, marcar a saída de bola, forçar o erro adversário, desarmar e
marcar. Meus queridos amigos, vamos arrumar as mochilas e seguir para
Joinville. O Vasco não é o Náutico, se não exigirmos aos gritos a vitória,
perdemos a vaga na Libertadores e pagamos o mico do ano.
A equipe tem que voltar no tempo, trabalhar
duro e jogar no ataque noventa minutos. O Goiás vai passar por cima do Santos.
É a última partida. Só a vitória interessa. Ou vai, ou racha.
A CBF divulgou a seleção do Campeonato
Brasileiro e o Furacão conta com três jogadores escalados, Manoel, Baier e
Éderson, e ainda Marcelo eleito como a revelação do Brasileirão. O excepcional
rendimento do Furacão é causa de tantos rubro-negros na seleção do ano. Nem era
para menos, o Atlético foi vice na Copa do Brasil, a primeira com os
participantes da Copa Libertadores, e está na vice-liderança do Nacional com
grandes chances de mantê-la nas duas rodadas finais.
O time que começou capengando, virou sucesso
absoluto. As causas do alto rendimento são adivinhadas por comentaristas em
todos os níveis. Suspeita-se do afastamento do Estadual, fonte de preparo
físico extra, da chegada de Mancini no comando da equipe. Eu aposto minhas fichas
no comando do seu Vavá.
A Copa das Confederações deu um mês de
descanso às equipes em disputa, de certa forma nivelou a preparação física de
todas para o segundo semestre. Na quinta rodada, antes da competição
internacional, perdemos para o Vitória, no retorno empatamos com o Grêmio, pedi
Ney Franco, veio Mancini para assistir nossa derrota para o Coxa, estávamos na
zona do rebaixamento. A partir daí tudo mudou. Impossível não creditar parte do
sucesso ao treinador.
A preparação física ajudou, porém, creio que
muito mais devido à competência do seu Moracy do que à ausência no Parananense.
Se disser que Mancini retornou Baier ao time,
der ao capitão destaque na bela caminhada, vou tomar tanta pancada neste início
de domingo que vou almoçar na UTI de algum hospital. Vou deixar a análise para
o amigo.
Baier e Botelho não jogam hoje contra o
Santos. Há um clima de mistério pouco produtivo envolvendo seus afastamentos. O
Atlético está a um passo da Libertadores, só nos falta um climão para tirar o
foco da equipe, desarrumar o ambiente, causar desequilíbrio desnecessário para
a partida de hoje.
Vejo o Santos como adversário mais fácil do
que o Vasco na última rodada. O time de Pelé está cumprindo tabela, Arouca não
joga, o psicológico está a nosso favor. Se entrar para ganhar, vence. O Vasco
poderá estar na bacia das almas, vai jogar a vida, quem viu Criciúma e
Atlético, assistiu ontem Fluminense e Galo, sabe do que estou falando.
A Copa do Brasil acabou, fomos
excepcionalmente bem, se o atleticano lamenta, imagine o bambi que perdeu a
vaga na final da Sul-Americana para a Ponte Preta. Temos que parar de escalar
culpados em time que rendeu 110% em ano muito difícil. Temos que olhar o elenco
e reconhecer o quanto fomos longe.
Faltam ainda duas batalhas, temos que seguir
juntos, unidos, a guerra ainda não está ganha. Vamos irmãos, sem réus e sem
heróis, ergamos as bandeiras, ao rufar dos tambores vamos à luta.