terça-feira, 19 de julho de 2016
A EMOÇÃO FICOU PELO CAMINHO
O amigo das frias manhãs de Colégio
Militar leu o texto em que ressaltei o trabalho de Autuori e saiu-se com um
“não sei... não sei...” cheio de dúvidas. Após o jogo contra o Vitória,
encontro no hall do edifício doutor atleticano de fé, que me aponta o bisturi e
ataca com sua certeza: “Hoje o Autuori fez tudo errado”. E eu o que faço,
defendo meu pensamento, ou entrego a rapadura?
Lembro aos amigos que, preparando a
possível defesa, deixei escondido num canto da escritura um salva-vidas
poderoso. Disse eu, “o time com elenco minúsculo e em desfazimento está no G4”.
O empate deixou isto mais do que claro. O elenco que só perde jogadores –
Ewandro, Anderson Lopes, Barrientos, só para lembrar os recém desaparecidos –,
tem no banco uma piazada inexperiente, com as responsabilidades de substituir
Nikão, Walter e Pablo.
Se a partida estivesse dois a zero
Furacão, tudo bem. Com o empate, as substituições desorganizaram a equipe, deram
moral ao time baiano, que só não venceu pela intervenção dos santos e santas da
terra. Como disse o doutor de bisturi em riste, Autuori foi mal, não poderia
ter trocado todo o trio de armação rubro-negro. Nikão e Pablo poderiam ter
permanecido. O rei leão pode explicar as mudanças pela necessidade de descanso
dos atletas para o jogo contra a Chape. Explica, mas não justifica.
O Atlético anuncia a contratação do
lateral-direito Rafael Galhardo, uma das poucas posições do elenco com sobra de
atletas. Há muito tempo sinto a necessidade de reformulação completa no departamento
de futebol rubro-negro. É só um sentimento, sem emoção, a emoção ficou pelo
caminho.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
QUEM VIVER VERÁ
Tem coisas que você só aprende depois
de levar muito cacete. Você imagina saber tudo, não dá o devido valor a
determinados aspectos, supervaloriza momentos em que a sorte fala mais alto,
alicerça seu procedimento fora da realidade e vai aos solavancos, nadando em
mar de altos e baixos, até um dia a luz clarear teu horizonte.
Autuori é a luz no horizonte
rubro-negro. Por muito tempo vivemos da inexperiência, de nomes improváveis,
sabe-se lá onde encontrados, nada a ver com a dimensão que pouco a pouco o
Atlético foi tomando, fruto quem sabe do contingenciamento econômico, no meu
pensar de premissa equivocada, que ganhou permanência, foi ficando, até o “rei
leão” aportar no cajueiro.
Elogiado por todos, o time com elenco
minúsculo e em desfazimento está no G4, já ganhou o Paranaense e foi finalista
da Primeira Liga, prossegue na Copa do Brasil. Quer mais? O comando de Autuori
é, sem sombra de dúvida, a causa de tanto sucesso. Jogadores carregados de
deficiências aprenderam a se posicionar, melhoraram tecnicamente, são novidades
festejadas, tudo graças ao trabalho diário do treinador. Eles próprios o
elogiam. Autuori é ponto positivo de inflexão na vida rubro-negra.
É assim que funciona. Mais adiante
teremos os grandes craques, a convivência tranquila entre diretores e
torcedores, o Atlético com que todos sonhamos, o time a ocupar o espaço aberto
pela falência dos grandes clubes brasileiros. Demora, mas acontece. Quem viver
verá.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
O DEVER DE TODOS NÓS
Em casa, quando penso em Atlético, uma
bandeira amarela é levantada, um olhar recriminatório se instala em rosto
querido, recuo com medo que o falatório se levante. A saúde do velho torcedor
não vai bem, diz-se que culpa do fanatismo, do estresse gerado pelo Furacão. Como
tudo na vida, pode ser, realmente, fui longe demais na paixão, eu admito.
Assim, sigo peleando em retirada, com
pouca munição. Gravo os jogos, vejo depois, sabendo o resultado, sem sofrer incontáveis
minutos para vibrar com vitórias mínimas contra adversários mínimos, mesmo que
alguns digam que fico com as mãos geladas vendo videoteipe de jogo ganho.
Campeando notícias, descobri o racha
entre a diretoria e a organizada. Era só o que faltava. Com um elenco mínimo,
todos os atleticanos deveriam estar em lua de mel com os resultados obtidos,
irmanados pela sorte que nos protege a cada passo. A troca de farpas entre diretoria
e organizada, a ausência do torcedor em nada beneficia o Furacão, em verdade,
só prejudica.
Não vou entrar no mérito da questão.
Durante a eleição, Petraglia ironizava o presidente Sallim, dizendo que era a
vez do novo gestor receber os xingamentos. Parece que isso não aconteceu,
Petraglia continua sendo o alvo preferido dos membros da Fanáticos, fruto, quem
sabe, dos seus comentários nas redes sociais. Difícil nesse tiroteio defender
alguém. O que se espera é que o presidente Sallim tome atitudes, se ainda não
as tomou, que fomentem a união entre os rubro-negros, ele é o presidente, tem o
dever político de dialogar, lutar pelo fim das incompreensões enquanto vivemos a
hora boa, esse é o seu dever.
Se isso não acontecer, quem já viu
quase tudo sabe que a torcida tem obrigação de voltar a campo. As
individualidades serão sempre lembradas, as estátuas marcarão seus feitos, mas
a torcida é entidade eternamente viva, os clubes seguem acalentados por seus
cantos. Não se trata de dar o braço a torcer, diminuir-se, trata-se de
reconhecer seu valor, sua importância, seus erros, eles existem de ambos os
lados, crescer na dificuldade, colocar o Atlético em primeiro lugar, o que é o
dever de todos nós.
domingo, 5 de junho de 2016
SEU NOME É DEIVID
A vitória conquistada com golaço de
Deivid teve a vantagem de colocar a mostra as dificuldades enfrentadas pelo
Atlético e a causa desses embaraços, simplesmente ao comparar as formas de
atuar de Santinha e Furacão. O amigo deve ter observado, eu só vou colocar no
papel seu pensamento. É simples.
O Atlético troca passes no meio de
campo, sofre a primeira marcação dos atacantes adversários e fica nesse chove
não molha até que alguém apareça para receber, demoramos um milênio para
ultrapassar linha de defesa que tem apenas a finalidade de dificultar a saída
de bola rubro-negra. Aí partimos para garoa, mas não rega, trocamos passes
laterais, não há verticalidade, quando há, o armador passa ao pivô, avança para
receber e o passe de retorno acontece de forma equivocada. Enfim, ficamos
dependentes de um milagre. Ele aconteceu.
O time do Milton Mendes é diferente. A
transição é rápida. Recebida a bola, o homem da transição ultrapassa na
velocidade a primeira marcação, se houver necessidade de um drible ele é
permitido, avança, com passe vertical entrega a bola a jogador posicionado
entre as duas primeiras linhas de defesa, aparece para receber, a troca de
passes é certeira, o time chega ao ataque, pelo centro e pelos lados do campo
com rapidez e eficiência. Tivemos sorte. Não fosse a intervenção de Santo
Expedito, a bola que Weverton espalmou para dentro da área e o gol incrível
perdido por Grafite, o resultado seria diferente.
sábado, 4 de junho de 2016
NADA MAIS JUSTO
A sorte do futebol nacional é que Pelé
e companhia jogaram na época em que os treinadores não tinham a importância dos
professores de hoje. Craques reconhecidos tinham liberdade para jogar, driblar,
avançar na direção do gol como flechas, fazer as travessuras que lhes davam na
telha, normalmente terminadas com a bola na rede. Hoje, nossos fenômenos seriam
obrigados a tocar a bola de lado, fazê-la circular pelo ataque todo, tentado o
drible, perdida a gorduchinha, seriam substituídos de imediato, acusados de
irresponsabilidade. Garrincha não passaria da peneirada.
A atual prevalência do treinador é cômoda para
muitos jogadores. Cumpre-se o determinado, o que convenhamos é o beabá do
futebol, passar cinco metros, evitar o contato, próxima a marcação o passe para
trás, para o goleiro, um lançamento pouco mais longo para virar o jogo. Tudo
muito simples, fácil, acontecido o desarme cada um bate em retirada para seu
escaninho na defesa, a tal recomposição tão desejada. Tudo cumprido à risca, os
resultados não acontecendo, cai o professor, nada mais justo. Seu Kleina que o
diga.
A situação é tiro fatal na iniciativa.
Aquele que arrisque movimentar-se pelo ataque, entrar na diagonal, forçar a
jogada pelo meio corre o risco de ser chamado de peladeiro, melhor guardar
posição, participar do toque-toque como manda o figurino. Por isso, Nikão que
não se meta a Robben, entrar na diagonal nem pensar, Ewandro que não se meta a
Ribéry, Otávio que não se meta a Busquets, afinal, Jadson, o último a tentar
aproximar-se do ataque, deu o passe para nosso primeiro gol contra o Coxa na
final no “quebradinho”, já foi embora. Hoje jogamos contra o Santinha. Temos
que ganhar. É bom liberar os cavalinhos, outro resultado ruim e o tempo pode
mudar. Nada mais justo.
sexta-feira, 3 de junho de 2016
PASSOU DA HORA
Estamos em junho e o Atlético continua
acreditando que vai tocar o Brasileiro com o elenco disponível, o esforço feito
para manter alguns jogadores importantes é suficiente. Esse é deplorável
engano, sedimentado a cada jogo perdido em que nossa diretoria imagina termos
feito grande partida, o resultado negativo é fruto de arbitragens equivocadas,
falta de sorte nas finalizações.
A ilusão que nos afasta de
contratações, tem ainda outro aspecto negativo, dispensa jogadores, o elenco
que tem mínimas disponibilidades é reduzido a cada dia, o treinador que gosta
de rodízio, está cada vez mais limitado a mussarela e calabresa. Pepperoni está
em falta, cheddar especial nem pensar.
Quem vê o Furacão jogar, sabe que o
maior problema da equipe é o jogo por dentro, não temos alguém para dar o
último passe, fazer tabela com o pivô, entrar na área para finalizar. Quando
digo alguém não estou individualizando, achando que um jogador pode cumprir
essa missão. Ela deve ser cumprida pelo volante que avança, o armador
centralizado, os ponteiros caindo pelo meio. Tudo isso não acontece, mas pode acontecer.
É questão de vontade, treinamento.
O que falta mesmo é o armador que
possa gerenciar essa movimentação toda. Alguém com qualidade, ânimo, alento,
energia, fogo para o cargo. Quem tem qualidade não tem energia, quem tem
energia carece de predicados. Enquanto o Atlético não contratar esse jogador,
Autuori tem que acumular maior número de jogadores pelo meio, liberando seus
ponteiros para que atuem na diagonal, em direção da área, abrindo espaço para a
subida dos laterais pelos lados. Resumo da história: Treinar tem que ser em
dois turnos, contratar já passou da hora.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
UMA GRANDE VITÓRIA
O jogo em Porto Alegre foi repeteco de
tantos outros entre Atlético e Inter no Beira Rio. Um a zero Colorado, gol em
jogada em que Paulão fez um strike na defesa rubro-negra, atropelou Cleberson
tal qual caminhão desgovernado, Sua Senhoria deixou o lance seguir e a bola
acabou na rede. É o que no Rio Grande chamam de imposição física, a meu ver uma
irresponsabilidade, um míssil encorpado lançando-se com violência contra
companheiros de profissão para criar situação que possa redundar em gol. Protegida,
no futebol brasileiro de hoje a estupidez prospera orgulhosa.
Eu só queria entender porque o juiz
não parou o lance do gol de Vitinho e foi um raio ao parar o lance em que
jogador do Inter levou uma bolada no peito e caiu dentro da sua própria área. Terá
o homem de preto alguma simpatia pelo zagueiro colorado, ou entendeu que o boleado
poderia estar correndo risco de vida, necessário o atendimento imediato dos
socorristas. Amigos, nosso futebol está moribundo, precisa ser revisto a partir
dos alicerces.
A escalação de Marquinhos e Giovanni
só se sustentava até o primeiro gol colorado. A partir daí, quem conhece o
futebol gaúcho sabe que o pau ia comer, seria necessário mais peso, mais
experiência ao nosso ataque. As entradas de Ewandro e Vinícius mantiveram a
leveza, só a sorte poderia nos favorecer. A pouca utilização de Walter como
pivô, impediu uma de nossas poucas chances, a obtenção de faltas nas
proximidades da área. Há muito tempo digo que jogar em Porto Alegre é um risco
enorme, se pudéssemos entregar os pontos e descansar os jogadores seria muito
melhor. Quem sabe Autuori tenha este mesmo entendimento e feito o rodízio
prevendo a derrota. Felizmente , só tivemos um ferido grave. Quando se vai
jogar no sul, esta já uma grande vitória.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
TORÇO PELA INJUSTIÇA
Gosto de espiar os adversários do
Atlético, tomar ciência das dificuldades a enfrentar, preparar o coração,
sofrer o menos possível. Hoje, por exemplo, o Furacão joga contra o Colorado que
não perde a dezessete jogos, nos últimos dez sofreu apenas um gol. É ir na
caixinha de remédios, catar umas duas pílulas poderosas e botar para dentro
minutos antes da bola rolar.
Assisti a Inter e Santos na Vila. O
time de vermelho começa a marcar quase na grande área adversária, avançando
Vitinho, Andrigo e Sasha, torna a bola longa obrigatória. Ultrapassada essa
primeira linha, o Inter recua, pode ficar com nove jogadores atrás da linha da
bola, torna o centro do campo zona de guerra, dobra a marcação nas laterais. A
cara sempre insatisfeita de Argélico Fucks – entende-se o porquê de não ser
Angélico –, toca o time para frente aos gritos, pontapés, braçadas e caretas de
assustar curupiras e boitatás.
Ao atacar mantém os dois zagueiros e
Fernando Bob na segurança, os demais avançam. O volante Paulinho cai pela
esquerda e pode ser ultrapassado pelo lateral Artur. William, o lateral
direito, é outro que vai ao ataque com frequência. A partir daí o que se vê são
os diabos do Argélico em ação. Vitinho, Ferrareis, Andrigo e Sasha trocam
posições, quem está na frente volta para buscar, quem está atrás ultrapassa
para receber a bola enfiada. O amigo vai perguntar: “Então é morte certa?”
Em absoluto. Com tudo isso, contra um
Santos de meninos, o Inter só foi fazer seu gol em escanteio nos minutos finais
da partida. O Peixe, que defendeu todo o tempo, teve ótima oportunidade pouco
antes do gol Colorado, tivesse marcado, o resultado seria injusto, se houvesse
injustiça em futebol. Como não há, defender é do jogo, o que vale é bola na
rede, hoje torço pela injustiça.
terça-feira, 31 de maio de 2016
MUDAR PARA VENCER
Do que escrevi ontem sobre Autuori,
alguém pode pensar que estou pedindo a saída do treinador, iniciando a fritura
do “rei leão”. Amigos, depois que comecei a leitura do livro “Guardiola
Confidencial” de Martí Perarnau, só peço a saída de treinador em último caso,
quando o edifício inteiro estiver para cair.
O livro mostra a importância da
continuidade do trabalho do treinador, do conhecimento inicial de seus
jogadores, das suas capacidades, da possibilidade de adequá-los ao sistema de jogo
idealizado por ele. Só o tempo permitirá que o treinador os conheça a fundo, possa
transformá-los em multifunção, diminuir elenco enorme para 20 jogadores com
superior eficiência.
Da leitura de uma centena de páginas,
fiquei com a certeza de que o troca-troca de técnicos que vivemos no Brasil
trata-se de amadorismo puro, o sucesso de um, de outro, mera casualidade, fruto
de comprometimento maior ou menor dos atletas com aquele que chega. Por isso, vida
longa ao “rei leão” sob o cajueiro.
Isso não quer dizer que concorde com
tudo que o treinador diga ou realize. Quando Autuori diz “temos uma maneira de
jogar, que faz parte do clube e não vamos abrir mão”, submete-se a esquema
ditado por alguém, não se sabe quando, que pode nada ter a ver com as
características dos nossos jogadores, nem com a forma de atuar de nossos
adversários, nem com o seu pensar.
O livro cita vitória de 3 a 1 do Barça
sobre o Real Madrid, tendo o Real marcado seu gol aos 27 segundos do primeiro
tempo. Guardiola, que começara a partida num 4-3-3, adotou o 3-4-3 aos dez
minutos e venceu. O Atlético está engessado há muito tempo, precisa atuar de formas
diversas, frente a distintos adversários. Em qualquer situação, estar sempre pronto
para mudar, mudar para vencer.
segunda-feira, 30 de maio de 2016
DECISIVO NO ATAQUE
Fugi de assistir a qualquer partida do
Figueirense, tentar entender o adversário com antecedência, o jogo era fechar os
olhos e vencer. Vencer ou vencer. Vencemos, fechando os olhos nos últimos
minutos para dar refresco ao coração velho e maltratado.
Quando vemos o Atlético sofrer contra
o apenas simpático Figueirense, tomamos pé da situação em que nos encontramos,
temos a possibilidade de avaliar as durezas a enfrentar pelo resto do ano. Somada
à apresentação apenas regular, a desconstrução que acontece com nosso elenco,
Jadson e Vilches deixando o Caju, fica impossível olhar para frente com algum
otimismo.
Somados a tudo isso, a incapacidade do
nosso treinador para entender a superioridade de Deivid sobre Hernani e a
necessidade da utilização de Walter em qualquer posição do ataque, faz-me sentir
desesperançado, muito embora os anos de experiência de Autuori me tenham levado
a bater palmas de pé quando da sua chegada. Sinto o “rei leão” meio friorento,
cansado, com um jeitão de quem sempre está sempre se perguntando “o que estou
fazendo aqui, eu já tinha me livrado desse tormento?”
De qualquer forma, vencemos. Era
imprescindível. Os melhores em campo? Ewandro, por óbvio, vem resolvendo nossos
problemas desde as finais do Paranaense, e os que entraram, Deivid e Walter.
Deivid recuperou bolas, dobrou a marcação pelos lados, iniciou contra-ataques.
Walter em vinte e cinco minutos obrigou o goleiro Gatito a mostrar as garras
umas três vezes. O Atlético tem que contratar, enquanto isso não acontece,
entender a realidade em que está metido, ser forte na defesa, muito forte, ser decisivo
no ataque.
sábado, 28 de maio de 2016
FARAÓ SALLIM
Existe ditado que ecoa pelo vale do
Nilo desde o tempo de Ramsés, o Grande, ainda hoje de valor extraordinário.
Diziam os torcedores dos grandes clubes da época, o Múmias da Bola, o Esfinges
do Deserto, o Faraós da Pelota e outros nanicos: “Quem constrói pirâmide, não
monta time”.
Mais simples impossível. O homem que
constrói, que valoriza o trabalho, o dinheiro, tende a ver no pagamento de altos
salários a jogadores um risco desmesurado, algo a se evitar, se possível gastar
o estritamente necessário, apostar em instante coletivo de alto rendimento,
chegar à vitória, ao título, com despesas mínimas. É maneira lógica de ver o
problema.
A história parece dar razão ao
construtor de pirâmides. Defendendo seu ponto de vista contra os gastos feitos
pelo Galo para ser campeão da Libertadores, lembre-se da contratação de
Ronaldinho Gaúcho, ele dirá: “Mas se o Vitor não tivesse pego um pênalti com a
ponta do pé tudo teria ido por águas abaixo”. Na mesma toada, dirá que a
contratação de Robinho, pelo mesmo Galo neste ano, morreu na praia, o craque
estava contundido no jogo decisivo contra o São Paulo. Eliminado o galináceo, restaram
os altos salários a pagar. Eu entendo.
Mas há um componente de risco que os
grandes clubes têm que assumir, ainda mais depois da pirâmide construída.
Ninguém mais tem paciência com jogadores medianos, com apostas da base, com
resultados de envergonhar a Cleópatra torcedora. Por isso, quem constrói cuida
da pirâmide, quem assumiu compromissos com o torcedor monta time. É assim desde
Ramsés. Ainda bem que temos na presidência um egiptólogo, que sabe o valor do
provérbio, que pode gastar um pouco mais, vai contratar os craques que o
Furacão precisa. Eu tenho certeza. Eu falo do nosso Faraó Sallim.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
EU VI E NÃO ESQUECI
Pedi paciência, inteligência e
velocidade. O que esqueci de pedir, algo que alguém como eu jamais poderia
esquecer? O amigo vai responder de bate-pronto, vai acertar na gaveta. Claro,
esqueci de pedir segurança. Sem segurança, mandamos no jogo, criamos, perdemos
chances de gol, e perdemos em dois lances de contra-ataque. O resultado é
vexatório. O Atlético não pode mais se permitir chegar à terceira rodada do
Brasileiro com um ponto, fechando a classificação. Ninguém me venha de potocas,
é um vexame.
As ausências de Leandrinho e Neilton
no Botafogo transformaram o time agressivo que vi contra o Sport em equipe
jogada na defesa, tímida, uma cobra esperando o vacilo atleticano para instilar
seu veneno. Com a entrada de Neilton no segundo tempo, veio o gol que nos
imobilizou por completo. Um desastre.
Vou falar pela última vez. Se Hernani
tem mesmo que ser titular deste time do Atlético, deve disputar posição com
Vinícius, Pablo, atuar avançado, nunca como volante. Hernani é lento, não
recupera bolas, curto passa para trás, longo erra passes. Na frente, tem boa
visão, pode dar passe enfiado, arriscar cabeceio ofensivo, a batida de falta
premiada. Escalar Hernani como volante é pedir para morrer, uma
irresponsabilidade. Pronto falei. Também é certo que se Otávio quer proteger a
defesa sem fazer falta, marcando com o olho, o banco é melhor lugar.
Walter jogou dez minutos e provou que
não pode ficar fora do time. Se André Lima também não pode ficar, então que se
ache maneira de colocar os dois em campo. Essa história que os dois não podem
jogar juntos só pode vir da boca de quem não viu a seleção de setenta jogar,
esqueceu o tempo em que ganhávamos tudo. Eu vi e não esqueci.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
FOI-SE O TEMPO DE BRÓCOLIS COM RADICHE
Hoje, às 19:30, voltamos à bola,
esperançosos de que o jogo contra o Botafogo seja decidido pelos jogadores,
seja nula a interferência do homem de preto, ultimamente, um urubu a sobrevoar
nossos estádios, arruinar esforços os mais diligentes. A esperança é a última que
morre. Está na UTI.
Amigos, o que teremos pela frente é
time azeitado pelo zagueiro Ricardo Gomes, defendido por duas linhas de quatro
muito próximas, rápidas na recuperação defensiva, que dificultam sobremaneira a
armação de jogadas do adversário. No jogo contra o Sport, o Leão da Ilha do
Retiro fez seu gol em cruzamento da direita, finalizado por Diego Souza, após
falha do goleiro Helton Leite, e foi só.
O Bota respondeu rápido, empatou com
Fernandes, e, sustentado pela sólida defesa, tomou conta do jogo. O ataque é
bonito de se ver jogar. Com Ribamar centralizado na frente, a linha formada por
Leandrinho, Fernandes e Neilton, que o antecede, caracteriza-se pela ausência
de posições fixas, os jogadores “vespam” por todos os lados, partem
seguidamente para a jogada individual, o lateral-direito Luis Ricardo ajuda
muito, quando a jogada é sinalizada pelo lado do campo, no mínimo três
jogadores se acumulam no interior da área.
Resultado desse vespeiro é que o Bota
perdeu seis chances claras de gol, o goleiro Magrão do Sport foi o craque do
jogo, o Leão em nenhum momento conseguiu encaixar a marcação dentro da sua
toca. Espero que o Autuori já tenha colocado os nervos no lugar, estudado com
calma o alvinegro e optado por solução projetada sobre os pilares da paciência,
inteligência e velocidade. É irmãos, é Brasileiro, foi-se o tempo de brócolis
com radiche.
terça-feira, 24 de maio de 2016
SANTA INGENUIDADE
Coloco para rodar a gravação do jogo
de domingo e lá está o lance do pênalti assinalado contra o Furacão. Segundo o
Gaciba, autoridade no assunto, nada a marcar, a exemplo do que fez Sua Senhoria
no lance de Nikão, segundo o ex-árbitro também sem merecer a colocação da bola
na marca fatal. Fico com o Gaciba. Um a zero Furacão.
O que mais me maltrata nesta situação
toda é o segundo plano com que o assunto é tratado na mídia nacional, podendo
até virar piada de um momento para outro. O juiz leva teus pontos, sangra teu
time, e tudo é visto com naturalidade, como se o erro da arbitragem fosse algo incorrigível,
nada a fazer, o jeito é esperar que na próxima partida, o gato do dia equilibre
as coisas, cometa algum delito que te favoreça.
Fica aquela tropa de comediantes
fantasiados de comentaristas a trocar gracejos, agarrados aos seus empreguinhos,
velhinhas crochetando em meio ao chá da tarde, motejando sobre o esporte que
lhes garante o pão de cada dia. Com o pessoal de fora já estou acostumado, pior
é a turma da nossa RPC, capaz de nos colocar na forca a cada lance, ver tudo
com olhos estrangeiros, subir no muro com a agilidade do gato que nos maltrata.
O Atlético tem que fazer expediente duro
em defesa do nosso treinador, exigente de melhores arbitragens, de punições aos
árbitros que nos prejudicaram claramente. Não pode passar em branco. Neste
Brasil varonil de propinodutos a céu aberto, só no futebol se acredita que os
erros são unicamente fruto da falha humana, defende-se o árbitro como anjo
caído do céu, um poço de virtudes em meio a pecadores. Se o Batman assistisse
meia hora do futebol nacional, as maracutaias em progresso, sem sombra de
dúvida afirmaria: Santa ingenuidade.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
AMADORA, ARROGANTE, DANOSA, DEPRESSIVA
O jogo que a meu ver era duríssimo,
ficou pior ainda com a arbitragem mais do que polêmica. O Atlético começou bem,
marcou em boa jogada iniciada por Hernani, finalizada por André Lima, e pouco a
pouco começou a sofrer pressão do Galo mineiro. A meu ver tudo muito natural.
Como disse anteriormente, o Galo é
time bem treinado, chega forte pelos lados do campo, com o placar adverso era
natural o avanço, o Atlético teria que se virar para evitar o empate. Até que
se virou, jogou-se na defesa, tentou jogar no contra-ataque, quando a casa
esteve para cair, Weverton salvou. Ia tudo muito bem, até que Sua Senhoria viu
penalidade em lance daqueles que tem juiz que dá, outro que não dá, o mesmo
homem de preto que não tinha dado um semelhante a nosso favor em chute de Nikão,
favoreceu o galináceo.
O bom jogo teve resultado justo. Temos
que melhorar, nossa transição tem que ser aperfeiçoada, defender só não basta, o
ataque tem que ser eficaz, aproveitar-se do avanço adversário. Treinar,
treinar, treinar.
A declaração de Weverton, ao final do
jogo, parece tornar o treinamento perda de tempo. Weverton reclamou da
arbitragem, arbitragem que nos teria prejudicado, anulado o esforço da semana. Eu
concordo. Já contra o Palmeiras, o juiz atrapalhou a partida, ontem pode ter
decidido o placar, foi polêmico, irritou a torcida. Com os custos nas alturas,
manutenção de arena, pagamento de altos salários a atletas e profissionais de
várias áreas, arbitragens amadorísticas já deviam estar fora do cenário do
nosso futebol, esquecidas no folclore da bola. O esporte muda, a ciência invade
os CTs, as regras mudam, só não muda a arbitragem, amadora, arrogante, danosa,
depressiva.
sábado, 21 de maio de 2016
CANTAR MUITO
O Galo deve vir a Curitiba sem seu
treinador, demissionário, Lucas Pratto, Léo Silva e Robinho. As ausências
ajudam, o cansaço do jogo de quarta também, mas, sempre é bom lembrar que o
reserva do genérico mineiro ganhou do Santos campeão paulista na primeira
rodada do Brasileiro. Para mim, o jogo continua a ser batalha das mais
difíceis, exigente da presença da massa rubro-negra lotando a Magnífica.
Mesmo com o comando do nosso Carlinhos
Neves, o sistema tático do Galo não deve mudar, mudam nomes, as ações continuam
as mesmas, como se viu quando do jogo contra o São Paulo. O time é bem
treinado, o jogador troca de lado no ataque e continua com o mesmo rendimento,
sabendo o que fazer.
Temos jogo duríssimo pela frente. Se
cairmos na armadilha do cansaço, das ausências, entrarmos de sangue doce, corremos
grande risco. Brasileiro é campeonato para se jogar com equilíbrio, seguro na
defesa, eficaz no ataque. Creio que ainda não conseguimos segunda linha de defesa
sólida a ponto de impedir lançamentos verticais entre nossos zagueiros, temos
sérios problemas quando o adversário acumula jogadores pelos lados do campo,
quase sempre o cruzamento sai matador.
Muito do sucesso rubro-negro depende
do reconhecimento das suas limitações, escalação compatível e mobilização
coletiva para minimizá-las. Se tudo der certo, marcamos três pontos e nosso
cavalinho dá um passo a frente na classificação. O amigo tem que sair de casa,
encomendar um frangão recheado na televisão de cachorro da esquina e ir para o
campo cheio de fé, e com a garganta em dia. Para garantir o almoço festivo com
a família, antes vai ter que cantar, cantar muito.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
FALCÃO-PEREGRINO
Confirmado o previsto passeio contra o
Dom Bosco, tomei conhecimento da guerra de domingo a ser travada na hora do
churrasco contra o Galo de Minas. Transformado em galeto quarta pelo São Paulo,
espero tenham sobrado pelo menos as asas do galináceo para o almoço dominical
do Furacão, delícias a serem consumidas uma atrás da outra, acompanhadas por
boa polenta frita e vinho tinto de boa safra.
O jogo é cheio de perigos. O primeiro
tem coração cruel e nome conhecido. Trata-se de Leandro Donizete. O amigo sabe
quantos Atletibas o empedernido ganhou na marra, até que um dia seu Baier lhe
deu um tranco em início de jogo, o pai da maldade encolheu, ganhamos, fomos
para a segunda divisão, mas “eles” deram adeus à Libertadores.
Com técnica apurada, ousadia, fazendo
fila, passando com qualidade, chegando para finalizar, o nome do perigo bom de
bola é Cazares. É belo jogador. Destemido, rápido, móvel, se a marcação der um
espacinho vai lá dentro do gol.
O coletivo fecha o triângulo dos
perigos. Com Patrick, Cazares, Carlos, os dois laterais muito avançados, todos abastecendo
Lucas Pratto, que pode sair da área, fazer pivô, abrindo espaço para infiltrações,
o time joga em velocidade, usa muito os cruzamentos altos sobre a área, tem bom
cardápio de bolas paradas ensaiadas, até o lateral cobrado longo por Marcos
Rocha merece cuidado.
É jogo prá macho, seu Autuori tem que
escolher seus guerreiros a dedo, afastar os lentos e desacordados. Quem estiver
a fim de uma asinha no domingo tem que acordar cedo, começar a aquecer as nove
e meia, entrar em campo com fome e velocidade de falcão, de falcão-peregrino.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
CRIANDO FURACÕES
A vitória larga aconteceu, o bom
futebol necessário disse presente. O Atlético acordou do seu sono pós-paranaense,
com o time bastante modificado deu à torcida melhor perspectiva para o caminhar
no Brasileiro. Quem já estava encostando a viola no canto, voltou a se animar com
o cinco a zero de casados e solteiros.
O jogo mostrou detalhes que devem ser
observados. André Lima, fazendo gols a todo instante, contribuindo com
assistências, não pode dormir no banco os noventa minutos de uma partida.
O amigo sabe que tenho minhas
dificuldades com Hernani, é certo, porém, que o jogador tem sido decisivo em
algumas partidas, ontem marcou e deu assistência, seu entrosamento com André
Lima é evidente. Continuo achando que Hernani não é volante, tem pouco poder de
marcação, mas seu aproveitamento avançado tem se revelado eficaz.
A torcida pega no pé de Marcos Guilherme.
Penso que o lado do campo é o túmulo do baixinho, a entrada pelo meio, a
liberdade para circular no ataque pode dar vida ao seu futebol. Temos que ter
paciência. Hoje é reserva. Quando entrar tem que receber apoio.
Anderson Lopes entra em campo com fome
de obeso mórbido. Assim, vai avançando na fila daqueles que pedem passagem.
Problemas para o seu Autuori administrar. Enquanto as contratações não chegam,
ele vai treinando seu poder de escolha, usando o melhor da capacidade de seus
jogadores, criando Furacões.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
OS DOZE MIL FANÁTICOS DE SEMPRE
Hoje o Coliseu dá lugar ao futebol.
Após o espetáculo belíssimo de sábado passado, em que a economia da cidade como
um todo pode respirar em meio à crise que nos assola, deixam a cena os
lutadores, as luzes giratórias, os anúncios de lutas de deixar Césares
boquiabertos, volta o simples esporte inglês, com suas magias e monumentais
imprevistos. O jogo em início de noite só acontece por um desses monumentais imprevistos
proporcionados pelo jogo da bola. O amigo sabe do apagão que determinou esta
segunda partida.
Fala-se em Atlético com força máxima.
Nem poderia deixar de ser. O Atlético de ressaca que foi a São Paulo tem que
tirar a máscara e mostrar serviço, mesmo contra o pequeno Dom Bosco, tem que
injetar um mínimo de ânimo na torcida que do céu foi ao inferno, conheceu suas
asperezas e começou a colocar caraminholas na cabeça, mesmo com seu Autuori
achando que o “primeiro jogo nada representa”.
Pode não representar mesmo, mas o
Atlético jogou zero, foi dominado todo o tempo, por um Palmeiras com bom
entrosamento e um menino que resolveu brincar de bola entre nossos zagueiros.
Considero a partida contra o leão
cuiabano um treino oficial, a vitória larga obrigatória, o bom futebol uma
necessidade. Sem bom futebol, sem movimentação, sem contundência ofensiva, sem
apresentações individuais de relevo, mesmo com a passagem de fase assegurada, o
torcedor irá para casa se perguntando a cada esquina “o quanto representa o
título estadual?”, a dúvida instalada na cabeça, o horizonte nevoento. Tudo o
que não pode acontecer em início de campanha, a diferença entre a Magnífica
cheia e os doze mil fanáticos de sempre.
segunda-feira, 16 de maio de 2016
OURO DO GOL
Assisti assustado a Corinthians e
Grêmio. Um jogo em altíssima rotação, marcações dobradas o tempo todo,
movimentação constante de atacantes perseguidos pelos seus marcadores, os
espaços diminutos para a construção de jogadas. Por que assustado? Porque se vamos
atuar, como contra o Palmeiras, estamos armados de garrucha em combate onde
impera a automática Glock G25.
No Grêmio, Dodô fixo no ataque, Luan,
Giuliano e Bolaños não tem posição fixa para atacar, movimentam-se com leveza,
quem ocupa a ponta, em segundos, está se infiltrando pelo meio para receber a
bola matadora. No Timão, Elias, Rodriguinho, Marquinhos Gabriel, Romero e até
André, um pouco mais fixo, alternam posições, contam ainda com Fagner sempre
aberto pela direita, livre para o cruzamento. O amigo sabe que o jogo foi 0 a 0,
com poucas chances de gol para ambos os lados, as defesas com alta mobilidade
barraram os ataques.
O Atlético foi vítima dessa
movimentação ofensiva. Nos dois primeiros gols Paulo André demorou uma
eternidade para realizar a cobertura, parecia estar ainda no Paranaense, onde
se pode deixar para a natureza a marcação dos ponteiros de nossos coirmãos. Ou
Paulo André alia um pouco de velocidade à sua experiência, ou vamos tomar
balaços a cada duelo de fim de tarde.
No ataque, a lição foi duríssima,
ficou claro, ou se movimenta, ou troca de posição, ou entra na surpresa, ou
está barrado no baile. O jogo de sábado mostrou um Furacão imobilizado, que
espero tenha tomado um benéfico choque de realidade. No Atlético das capitanias
hereditárias em que cada jogador parece ser dono de um lote, precisamos de
Bandeirantes ousados, fortes, decisivos na procura do ouro do gol.
domingo, 15 de maio de 2016
EU NÃO ESPERAVA
Amigos, tomamos um quatro a zero
inesquecível. Quase volto a precisar das minhas enfermeiras. Foi um atropelamento
digno de UFC, um chute na cabeça em início de combate, felizmente no futebol
existe a semana seguinte, a possibilidade de recolocar os miolos no lugar,
entender os motivos do vexame e tentar o recomeço. Vou fazer uma, a minha análise
rápida da desgraça.
Primeiro, as atuações individuais de
nossos atletas foram, todas elas, abaixo do nível. Ninguém jogou bem.
Segundo, taticamente voltamos ao
engessamento pré-finais do Paranaense. Walter centralizado, Nikão não se
afastou dos vinte metros quadrados que comprou ali pela direita, Ewandro caiu
no equívoco de marcar o lateral, túmulo de atacantes, Vinícius tem futebol de
qualidade, porém, é incompetente para fugir da marcação. Nossos atacantes
atuaram a quilômetros de distância, marcados implacavelmente, sem ataque,
tomamos um baile, os gols verdes foram saindo naturalmente.
Terceiro, nossa defesa mostrou
lentidão sempre que explorada pelos lados do campo. Ultrapassados os laterais,
os atacantes palmeirenses chegaram na frente dos nossos zagueiros com
facilidade. No jogo, o Palmeiras foi o coelho, o Furacão a tartaruga,
infelizmente sem o desfecho da história infantil.
Quarto, o juiz atrapalhou o jogo, o
Palmeiras usou melhor o despreparo de Sua Senhoria, nos deu uma sapecada
histórica. Gostaria de saber qual foi nossa conversa de vestiário em meio ao
jogo, o retorno, todos sabemos, foi um desastre. O Atlético não pode sofrer
mais esses vexames, ser atropelado por time de desconhecidos com bom
treinamento. Por essa eu não esperava.
sábado, 14 de maio de 2016
MÁRCIAS, TATIANES, MARIAS E ANAS PAULAS
Saí da consulta com Madame Rosa Regina
e fui direto para a sala de cirurgia, o comparecimento à final esquecido, a
melhor expectativa assistir ao jogo maiúsculo com o corpo espetado por agulhas
benfazejas a conduzir o soro, injetar remédios, analgésicos, antibióticos, um
horror necessário.
Escondido sob as cobertas, sem dar
mostras do meu coração rubro-negro – quem quer um coxa procurando sua veia em
clima de final? –, assisti à magnífica atuação de Walter com ar paranista, louco
para sair pelo corredor aos gritos de campeão, carregando tripés lotados de
cartuchos plásticos e suas mágicas poções.
Só fui dar aquele sorrisão campeão lá
pelo final da noite, quando a reportagem mostrou Walter anunciando sua
liberação do regime, aberta a possibilidade para a comilança, no cardápio cinco
coxinhas cinco estrelas. A vitória melhorou meu ânimo, facilitou a recuperação,
os dias foram passando e pude ouvir pelo rádio a vitória contra o Dom Bosco,
que ao amanhecer descobri ter se transformado em doloroso empate. Estou
melhorando, nada me desanima.
sexta-feira, 6 de maio de 2016
HARE KRISHNA
Com a certeza do título resisti a
voltar ao encontro de Madame Rosa Regina. Fiquei vagabundeando pelo apartamento,
espiando a Magnífica pela janela, lembrando os lances memoráveis do domingo que
passou, imaginando Paulo André recebendo a taça maravilhosa, a volta olímpica,
a cidade rubro-negra em festa, o jogo das faixas marcado em importante partida
do Brasileiro.
Resisti, resisti, mas voltei.
Repetiram-se os mesmos passos. O encontro de brecha na agenda lotada, a
impaciência na sala de espera, amenizada pelos cheiros dos incensos indianos, o
abrir da porta, a minha entrada triunfal na sala onde o futuro incerto se transforma
em certeza a um apertar de têmporas. “E então, acertei?”, perguntou Madame RR. “A
Madame sabe que sim, acertou em cheio”, respondi, “agora quero saber o
resultado de domingo”.
Madame sentou em sua cadeira
almofadada e abriu a caixa de madrepérola, tirou dela o baralho de tarô.
Embaralhou, esparramou sobre a mesa e me mandou tirar três cartas, deixando-as
viradas. Abriu a primeira. “O Mágico. Esta carta diz que se tem na mão todo o
necessário para o sucesso, inclusive a competência e a habilidade mental para o
alcance das metas ambicionadas”, explicou. Abriu a segunda. “A Força. Energias
favoráveis, pleno poder perante as circunstâncias e fortes possibilidades de
sucesso”. Faltava a última.
Abriu. Um menino segurava o Sol sobre
a cabeça. “O Sol. O Sol representa a glória, o brilho, o sucesso – puxou forte
a respiração –, quando esta carta sai num lançamento, dissipa dúvidas, traz
certezas e segurança. A vitória está praticamente certa”. Olhou para mim com
jeito de mãezona e perguntou: “Satisfeito filho?”. Eu não estava satisfeito, eu
delirava, ao fundo, bem ao fundo, os Beatles cantavam Hare Krishna.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
ESSA VAI PARA O GUINNESS
Destaca Pablo no site oficial do
Furacão: “Teremos mais noventa minutos, completamente diferentes”. Penso,
repenso e concluo: “Diferentes... ou não”.
Coloco o Tico e o Teco para trabalhar
e fico imaginando que surpresa seu Gilson Kleina poderia apresentar no
quebradinho para produzir “noventa minutos completamente diferentes”. O amigo
sabe que as ervilhas têm que atacar, é indispensável, porém, seu GK sabe que
primeiro tem que acertar sua defesa, uma peneira de malha grossa com um buraco
enorme no meio.
O trabalho do treineiro coxa é imenso,
consertar a defesa, arrumar a criação sem Juan, ou com Juan marcadíssimo, fazer
o ataque funcionar contra sistema defensivo cada vez mais eficiente.
Já Autuori tem jogadores importantes
voltando à disponibilidade, precisa manter o nível de disposição da equipe, pode
fazer aperfeiçoamentos que tornem o Furacão ainda mais “eficaz”, isto é, volte
a marcar gols no jogo de volta. Missão facilitada.
Fatigados ao extremo, o Tico e o Teco
me apresentam cenário em que os noventa minutos só serão completamente
diferentes se o Atlético entrar com um salto quinze, menosprezar o adversário,
algo impossível de acontecer com o “rei leão” no comando.
A exemplo do domingo inesquecível, o
Furacão vai respeitar o Coritiba, mas não economizará esforços para ganhar o
título, se possível dar uma boa sapecada nas ervilhas saltitantes. Tudo leva a crer que o Coxa vai ser “bi-vice”
no quebradinho. Essa vai para o Guinness.
quarta-feira, 4 de maio de 2016
A SUA ESCOLHA
Volto a falar exclusivamente de
Atlético, volto a falar da lendária atuação de domingo e me pergunto: “Quais
foram os pilares da vitória rubro-negra?” Respondo de bate pronto, o corpo
lançado lateralmente no ar, como em gol de Bebeto.
O futebol coletivo, sufocante,
objetivo, criador de oportunidades é um deles. A determinação de todos os
jogadores está escrita em letras d’ouro neste fundamento da vitória gloriosa.
O futebol vigoroso, sem deixar
espaços, amedrontador na defesa, fulminante no cabeceio ofensivo de Thiago
Heleno é o segundo. Sem sombra de dúvida.
O futebol de noventa minutos de Pablo,
corajoso, marcador, exigente de marcação logo em início de partida, João Paulo
que o diga, materializado pela assistência no segundo gol rubro-negro é o
terceiro.
O futebol rápido de Ewandro, atuando
pelo meio do ataque, aterrorizante para a dupla de área coxa, o segundo gol
marcado com categoria, a falta sofrida ali na beirada da área no terceiro, é o
quarto.
O comando de Autuori que soube tirar o
gesso do Atlético, dar flexibilidade ao ataque, surpreender seu Gilson, que
quando se deu conta do desastre já estava três a zero, só dava tempo de ajustar
o discurso pós-partida, fecha o pacote.
Essa é a minha opinião, atuação
brilhante como a de domingo pode ser vista por uma infinidade de ângulos,
admitir variadas preferências. O amigo pode ter opinião diversa. Tudo bem, eu
vou achar ótimo, aplaudir de pé a sua escolha.
terça-feira, 3 de maio de 2016
O MELHOR PROGRAMA
A foto é significativa. Hernani sai
para o abraço dos companheiros após o terceiro gol, atrás dele, mãos na
cintura, olhando para a torcida rubro-negra em delírio, está João Paulo. Se a
imagem tivesse um daqueles balões de gibi saindo da boca do volante coxa,
ex-atleticano, a legenda seria “o que é que eu estou fazendo aqui?” Se alguém
pudesse morrer de saudades, João Paulo já estaria sepultado. Nem vou falar
mais, daqui a pouco dirigente coxa decide demitir o jogador, a exemplo do
acontecido com Nei no Paraná, que culpa tem o profissional de respeitar torcida
que sempre o apoiou, sentir saudades.
A manchete do jornal Metro apresenta grave
erro matemático. Diz ela: “Meia taça na Arena”. Ora irmãos, convenhamos, para
ser gente boa, afinal todos temos amigos coxas e é um dever consolá-los neste
momento de dificuldade tremenda, a manchete matematicamente verdadeira,
assinada por Pitágoras, Tales de Mileto, Euclides, Descartes, seria “Nove
décimos da taça na Magnífica”. Fica um décimo para os acasos do jogo da bola,
só por isso.
Mesmo assim, que ninguém aconselhe o
torcedor coxa a comparecer ao quebradinho. O jogo de domingo mostrou diferença
monumental entre as duas equipes, uma questão de competência que não se perde
do dia para noite, nem se ganha no decorrer da semana. Todos os esforços do seu
Gilson, outro atleticano de coração, deverão se finar no transcorrer dos
minutos e o risco de nova vitória rubro-negra é altíssimo.
Então, amigos coxas, o negócio é
permanecer no recesso do lar, mergulhado no sofá, o controle na mão, começou a
complicar troca de canal, vai assistir ao programa da Eliana, do Faro, a um
filme do tipo “Ela dança, eu danço”, este, para quem acabou de tomar um baile,
talvez seja o melhor programa.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
BORBULHANTE, GELADO, DELÍCIA
Pouco antes de sair de casa, catei um
champanhe remanescente do Natal e acondicionei no freezer, em espaço feito
especialmente para isso. Fechei a porta, procurei o desenho apagado de taça
inclinada com borbulhas soltas pelo ar e pressionei com o indicador. A taça
acendeu e me disse que em 45 minutos o espumante estaria pronto para consumo.
Fui para o jogo.
Primeiro tempo de controle absoluto da
partida, gol perdido por Ewandro do interior da área, algumas boas defesas do
goleiro Coxa, mostraram um Furacão fechado na defesa, forte no ataque, pronto a
detonar o “favorito” a qualquer momento. Fomos para o intervalo zero a zero e
eu de sangue doce, fé absoluta nas previsões de Rosa Regina, o amigo sabe que
Rosa Regina nunca erra.
Sete minutos e Thiago Heleno marca de
cabeça, finalizando cruzamento de Léo. Dezenove, os zagueiros coxas batem
cabeça, a bola sobra para Ewandro que marca na saída do goleiro. Vinte e dois,
Hernani cobra falta, três a zero Furacão. Alguém, por favor, jogue uma pá de
cal no caixão alviverde. Um Furacão arrepiante, com atuações preciosas de
Thiago Heleno, Pablo e Ewandro fez renascer a torcida atleticana que há anos eu
não via tão entusiasmada.
Brócolis e radiches esperneiam, tentam
marcar o de honra, nem chegam perto. Domínio completo e irrestrito. O jogo
acaba e penso que a torcida coxa deveria pedir o impeachment daqueles que a fizeram
acreditar que tinha time. Semanas atrás, quando o Coxa venceu o PSTC em
Cornélio, disse que aquele time não dava nem para o começo. Eu e Rosa Regina
estávamos certos. Estou saindo e alguém grita do meu lado “delícia!” “delícia!”,
e eu sigo em meio à multidão delirante, pensando no champanhe da vitória,
borbulhante, gelado, delícia.
domingo, 1 de maio de 2016
O DIA AMANHECEU ATLETICANO
Leio, escuto e não acredito. Existe um
pensamento incrustado nas cabeças pétreas de alguns de que o Coritiba já
ganhou. O Atlético é vice contumaz, tem fraco desempenho como visitante, não
ganha no quebradinho, está pressionado para a final. O Coxa, que é vice do
Operário, perdeu do Malucelli e do PSTC fora, aliás, sabe-se lá de quem ganhou
fora, já que em 2015 andou namorando a segunda divisão, joga sem pressão, é
favorito para levar o caneco. Uma insanidade sem tamanho.
Perguntado sobre o assunto, colocadas
as semifinais perdidas pelo Furacão nos últimos anos, muitas delas com o
Sub-23, a melhor resposta foi do armador Nikão. Disse o homem que matou o
goleiro Marcos com um chutaço de fora: “Se você não me dissesse, eu nem sabia”.
Continuou na argumentação, mas não precisava dizer mais nada, já dissera tudo.
Nikão quebrou a coluna do jornalista,
mostrou que o Atlético está focado no jogo, o passado está destinado aos
arquivos, às memórias que não entram em campo, servem apenas para o relato da
história, para o revelar de traços da gente curitibana. Ficamos por aí.
O Atlético vai para o jogo respeitando
o Coritiba, a exemplo do respeito demonstrado contra Londrina e Paraná.
Respeito nada tem a ver com medo de cara feia, com distância das divididas, com
fraqueza no embate corpo a corpo. O Atlético vai para o jogo como o time
histórico que é, premiado pela raça, pela vontade irrefreável de seus
jogadores. É assim o Atlético, e assim
será. Vamos à luta irmão. Olho para o céu matinal, uma barra vermelha no
horizonte contrasta com o negrume da Serra do Mar, e sinto que o dia amanheceu
atleticano.
sábado, 30 de abril de 2016
O CHAMPANHE DA VITÓRIA
Para começar este final de semana de
futebol, quero dar medalha de lata para a Gazeta do Povo pela publicação da
matéria “ ‘Vovô’ em clássicos, Deivid representa fase negativa do Atlético
contra o Coritiba”. A reportagem coloca sobre os ombros do volante atleticano a
responsabilidade de maus resultados rubro-negros, baseia-se em números que só
se sustentam porque o jogador tem longa vida no elenco, dá razão àqueles que
julgam o periódico inimigo do Furacão, enxergam no texto o objetivo de
prejudicar o atleta, por extensão o clube na reta final do campeonato. No mínimo,
o texto é infeliz, jornalismo de baixo nível, que imaginei já ausente de nossas
redações. Em tempos de Olimpíada, que suba a Gazeta ao pódio, a ela uma luminosa
medalha de lata.
As ausências deram tempero especial ao
Atletiba decisivo. Pelo Atlético, André Lima, Vinícius e Otávio; pelo Coritiba,
Juan, Dudu e Ceará. Do pouquíssimo que vi o Coxa jogar, acho que a contusão de
Juan pesa muito para a criação alviverde. Confirmada a falta de Ceará, ou seu
aproveitamento fora do seu melhor estado físico, a defesa fica também
comprometida. Assim, a semana que começou capenga para o Furacão, igualou
forças durante seu transcorrer. Difícil entender como, jogando contra
adversários de segundo nível, o Coritiba conseguiu lotar seu departamento
médico.
Como clássico é desafio mental, choque
de lideranças, penso que a ausência de Juan no Coritiba pode levar o barco
alviverde a fazer água, o vigor da torcida atleticana conduzi-lo ao naufrágio. Vamos
lá rubro-negro, Madame RR já falou, tudo conspira a nosso favor, se sócio
compareça, se não sócio associe-se, vamos com tudo, o primeiro jogo vale taça,
no almoço é lasanha na manteiga, ao final da tarde brócolis com radiche. Ao
chegar em casa, o champanhe da vitória.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
MADAME RR NÃO ERRA
Angustiado com o Atletiba que se
aproxima, fui consultar minha vidente preferida, madame Rosa Regina. Madame RR
é daquelas que tudo sabe, tudo vê, lê as linhas da mão como cigana adornada com
pendentes brincos de ouro, trafega entre as cartas do tarô com a habilidade de
mago centenário, afasta as brumas, enxerga o futuro claro na bola de cristal
como se a carcomida esfera disponível fosse TV de plasma da melhor qualidade.
Cliente antigo, consegui brecha na sua
agenda lotada de consulentes e sai em disparada, o coração aos pulos para saber
o resultado do jogão de domingo. Pisquei o olho para a secretária, procurei uma
cadeira vazia e aguardei na sala de espera plena de indagações. Ouvia-se o
barulho de pequenas peças caindo sobre mesa que eu conhecia bem, búzios sendo
lançados, o som murmurado das projeções de Madame RR.
Beijinhos na porta e a cliente se foi.
Fui chamado. Ai... Ai... Ai... Entrei e... ela leu meus pensamentos: “Já sei,
quer saber o resultado do jogo”. Era o óbvio, até aí nada de sobrenatural
pensei eu. “Sente-se e concentre-se”, comandou. Olhou para a mesa onde os
búzios restavam ainda lançados aleatoriamente, passou a vista pelo tarô
guardado em caixa de madrepérola, pela bola de cristal escondida sob a mais pura
seda indiana, relutou entre os três e escolheu a bola.
Tirou a seda que encobria a dona do
destino, pousou as mãos sobre as minhas, fechou os olhos, pareceu ter tomado um
choque, e quando os abriu novamente estava na Magnífica, assistindo ao
espetáculo ainda por acontecer. “Que time é esse que tem um gordinho que parece
um capeta?” perguntou. “É o Furacão Madame”, respondi ansioso. “Pois então o
Furacão vai ganhar, esse gordinho vai fazer a festa”. Amigo, confie em mim, Madame
RR não erra.
VOCÊ DESEQUILIBRA
A semana cheia é boa para o treinador,
para a recuperação de jogadores, para os acertos necessários a elevar o nível
de eficiência das equipes. Para quem têm que escrever sobre o assunto, os sete
dias são uma eternidade, ainda mais nos dias de hoje, quando os jogadores não
falam, se falam observa-se que melhor seria terem permanecido calados, os
centros de treinamento são lacrados a sete chaves, as notícias inexistem.
Correm então os noticiários para os
retrospectos. Quantos Atletibas nas finais, quantos vitórias de cada um,
procuram um favorito, os números, que deveriam indicar o vencedor, submetidos à
rivalidade tornam qualquer prognóstico impossível. Ninguém sai de cima do muro.
Só o torcedor se arrisca a puxar a brasa para sua sardinha.
Os jogos entre Paraná e Atlético
mostraram a importância do jogo em casa. Na Magnífica, o Furacão passou por
cima da Gralha, poderia ter vencido por placar superior. No puxadinho entregou-se
à marcação, perdeu seu jogo de cintura, a criatividade, perdeu nos noventa,
levou nas penalidades. Pela prática, levando-se em consideração inclusive os
jogos das quartas de final contra o Londrina, o jogo caseiro, o apoio maciço do
torcedor vale ouro.
Então, o rubro-negro que quer títulos
tem que correr para a fila comprar seus ingressos, ou partir definitivamente
para a associação. Precisa ajudar. O time tem que jogar futebol, entregar-se no
limite máximo, evitar o erro, aproveitar-se do erro adversário. É o seu dever.
O Furacão de hoje está à altura da final, chegou a ela enfrentando durezas, as
cicatrizes fortalecem o espírito do guerreiro. Vamos lá irmão, o jogo é jogado,
mas nesta hora você desequilibra.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
VIEMOS PARA VENCER
Quarta- feira, seu Autuori já deve
estar treinando o time que vai jogar no domingo. Pode ser tarde, mas vou me arriscar
a dar conselhos. O primeiro trata da substituição de Otávio. É bem possível que
o “rei leão” esteja pensando em escalar Hernani. Penso ser decisão arriscada.
Hernani não conta com a simpatia da maioria da torcida atleticana, dois erros
de passe e um murmurar vai correr pelas arquibancadas, algo totalmente
indesejável na grande decisão.
Outro é liberar Marcos Guilherme para
jogar, sair do caixote em que está metido pela esquerda. Marquinhos jogando
sobre a linha lateral é facilmente marcado, a liberdade para entrar pelo meio
lhe dá alguma utilidade, alguma eficiência. É outro que já foi enxotado de
campo pela torcida, parodiando o ditado antigo, ou joga ou desocupa a moita.
O terceiro é entrar com Ewandro,
alguém que pode dar velocidade e movimentação ao ataque, algo que definitivamente
faltou nos dois últimos jogos. Ouvi falar em Pablo e pergunto, a ideia é marcar
ou atacar? Se for marcar, ajudar na contenção da saída de bola Coxa tudo bem,
se for criar, driblar, obrigar os zagueiros alviverdes a correr atrás, fazer
faltas, Ewandro é melhor.
Meus conselhos podem ser os piores
possíveis, Hernani pode entrar domingo e fazer o gol da vitória, lembra do
Pelotas? São conselhos do torcedor, que está há anos vendo as mesmas promessas
subirem e descerem com a chegada de novos treinadores. Do torcedor cansado, que
quer movimentação, drible, velocidade, impacienta-se com o toque para trás, a
opção fácil desde o momento em que o treinador passou a ser mais importante que
o jogador. O último conselho fica para a
torcida. Domingo é dia de apoiar. Aconteça o que acontecer, o grito tem que ser
“Vamos Furacão... Viemos para vencer”.
terça-feira, 26 de abril de 2016
O PORQUÊ DE EU NÃO FICAR EM CASA
Atlético e Coritiba vão para a final
em situações opostas. O Furacão mareado pelo mar turbulento, os adversários
mais taludinhos fizeram estragos, o Coxa passeou em mar de almirante, fez um
cruzeiro pelas araucárias onde só faltou show do capitão Roberto Carlos, vai
inteiro para o primeiro jogo na Magnífica.
Nada a reclamar. Logo após a derrota
para o Paraná, ainda na primeira fase, amigo passou por mim e mandou um “lá na
frente vamos pagar por isso”. Dito e feito. As derrotas para a Gralha e para o
Coxa nos levaram às dificuldades, por isso, sem chororô, quem pariu Mateus que
o embale, vamos à luta, com força em com raça, quem é velho rubro-negro de
guerra como eu está dando de ombros, louco para entrar na Magnífica, louco para
cantar “só eu sei... porque não fico em casa...”.
Com as ausências de André Lima e
Otávio, sua senhoria estava vestida para matar, e Vinícius, o Furacão vai ter
que mostrar que suas contratações de início de ano têm condições de tocar o
piano, com o apoio da torcida botar o alviverde para dançar, sair com resultado
positivo para a decisão no quebradinho. No mínimo repetir o feito de domingo no
puxadinho.
Não dá para deixar de correr para o
teu abraço irmão. Vamos precisar de você, do teu grito, do teu apoio de noventa
minutos. A meio caminho nos distanciamos, acontece, sempre é tempo para
recomeçar, o Atlético merece. Está é a hora de todos os aplausos, do fim dos
ódios mortais, da união invencível. Quero entrar na Magnífica e ser deslumbrado
pelo ambiente, assistir ao teu espetáculo com os olhos prontos para o correr das
lágrimas e confirmar, mais uma vez,o
porquê de eu não ficar em casa.
domingo, 24 de abril de 2016
APENAS REALISTA
Tudo que eu queria ver no Atlético não
vi. O ataque foi imobilizado pela defesa tricolor, criou muito pouco, a defesa
falhou, perdemos. Diga-se para começo de conversa que é a segunda derrota em
cinco dias. Em cento e oitenta minutos nada marcamos, levamos dois. Quem tem a
responsabilidade de cuidar do futebol do Furacão deveria estar preocupado. Será
que está?
Pensei que com a chegada de Autuori esqueceria
as substituições sem o menor sentido, quebrei a cara, o “rei leão” comete as
mesmas bobagens do Claudinei, do Henderson, do Milton Mendes, do Cristóvão. Muda
a fisionomia, você pensa que vai sair dali alguma grande ideia, mas nada.
Jadson é substituído pelo fator banco de minutos, a entrada de Ewandro no lugar
de Nikão é impossível entender, com Marcos Guilherme ausente da partida.
Pelo menos desta vez conseguimos levar
a decisão para as penalidades, a meleca em final de partida não aconteceu. Nos
pênaltis passamos de fase. Cumprimos a missão. Tivéssemos perdido a vaga para a
Gralha seria o vexame do ano, para quem enxerga um pouco, a dupla de área
paranista é ruim que dói, durante a partida entrou o terceiro reserva da
posição. Se a defesa é ruim, tem uns dois ali do meio de campo com uma vontade
incrível, louve-se o esforço.
Autuori tem uma semana para tirar o
gesso desse time, dar-lhe alguma flexibilidade, colocar alguém em campo que
saiba dar um drible, que possa quebrar com lance criativo uma linha de defesa, entrar
na área, dar ao adversário a chance de nos dar um pênalti de presente. O
Brasileiro está chegando, a única partida boa que o Atlético fez até agora foi
a primeira da semifinal contra o Paraná. É muito pouco. Temos que acelerar o
passo do petiço. Pode parecer que estou chutando o balde, nada disso, estou
louco de feliz, sou apenas realista.
sábado, 23 de abril de 2016
CHEGA DE MELECA
O Atlético tem recebido duras lições
em final de jogo. Só este ano três. Contra o Cruzeiro em Minas, contra o
Coritiba na Magnífica, contra o Fluminense em Juiz de fora. Passados os trinta
minutos do segundo tempo não se pode mais levar gol, ainda mais se você está em
vantagem, pode manter sua estrutura defensiva bem postada, jogar com segurança,
marcar com proximidade, sem fazer faltas desnecessárias.
Isso não tem acontecido. Contra o
Coritiba, Negueba recebeu livre pela direita, teve tempo para pensar, olhar e
cruzar na cabeça do atacante. Contra o Flu, a bola sobrou para Magno Alves, que
colocou Marcos Jr em condições de marcar. Nem Negueba, nem Marcos Jr poderiam
ter recebido a bola com liberdade, no mínimo deveriam ter sofrido a falta. Bobeou,
perdeu o jogo, perdeu o título.
Embora no primeiro jogo, o Atlético
tenha dado um passeio no Paraná, ali pelo final da partida alguém enfiou bola vertical
para Lucio Flavio, que ultrapassou Paulo André e deu um totó de esquerda,
tivesse virado forte de direita a viola teria tudo para se partir em mil pedaços.
Assim é o jogo da bola em seus noventa minutos, principalmente em clássicos.
Atenção, força, movimentação, troca de
posições, substituições nos momentos certos, o adversário tem que trabalhar
todo o tempo para conter o esforço daquele que o agride. É esse o Atlético que
eu quero ver hoje, seguro na defesa, forte no ataque, Nikão, Marquinhos e
Vinícius alternando posições, marcando gols para evitar riscos em final da
partida. No popular, chega de meleca.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
ESSA NÓS TEMOS QUE CUMPRIR
Larguei um dia o teclado para ler
opiniões a respeito da derrota em Juiz de Fora. Do natural desapontamento ao
terror explícito tem tudo. Penso que a ponderação deve prevalecer sempre e a
sensatez só vem com estudo cuidadoso e sereno do desastre. Procurei entender a
derrota com frieza.
Primeiro temos que entender a
campanha. Lembrar que o Atlético chegou à final jogando três jogos fora de casa
e apenas um na Magnífica. Vencemos fora Fluminense e Flamengo, perdemos para o
Cruzeiro em jogo que vencíamos até os trinta do segundo tempo, derrota que
levou a decisão para Juiz de Fora. Não dá para reclamar.
Fomos para a final contra o Flu,
contra torcida numerosa, perdemos aos trinta e quatro do segundo tempo, quando
a partida já se encaminhava para as penalidades. Logo após o apito final,
perguntado sobre a vitória, a primeira palavra de Levir foi “sorte”. É claro que
não foi apenas sorte, mas é evidente que ela ajudou o tricolor naquele
contra-ataque.
Por isso, entendo que o mundo continua
em pé. O Atlético jogou decisão comemoradíssima pelo Flu, cumpriu seu papel,
vinte centímetros mais baixo o pelotaço de Vinícius na trave poderia ter decidido
a nosso favor. Os jogadores mostraram valor, sofreram no início, controlaram os
nervos, a partida, de alguma forma o time cresceu, preparou-se para as
dificuldades que batem à porta.
O torcedor tem que engolir o choro, unirem-se
pacíficos e furibundos, a vida continua, no domingo temos que garantir outra
decisão. Essa é nossa nova missão, torcedores e jogadores juntos. Com vantagem,
melhor infraestrutura, maior investimento, essa nós temos que cumprir.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
CONTRATAR É IMPERATIVO
A noite quieta, quente, foi despertada
pelos rojões de coxa, que parece ter um paiol de pólvora para comemorar as
desgraças rubro-negras, quando do gol tricolor, e foi só. Desligue-se a TV, o
sonho atleticano fica para depois.
Odeio procurar culpados em momentos
como esse. Prefiro tentar entender o que se passou, olhar para frente, procurar
a conquista de novos objetivos diminuindo a margem de erros que deu origem ao
fracasso.
O jogo mostrou um Atlético
despreparado para a decisão em seu início, dos quinze aos trinta tomou sufoco,
conseguiu resistir e dominou o final do primeiro tempo, deu ao torcedor
esperanças. Vamos ao vestiário, Autuori acerta detalhes, temos chances.
Fiquei na esperança. A presença
estática de Autuori foi repetida dentro de campo. Jogadores imobilizados em suas
funções, o Flu criando situações, fazendo modificações, e nós respondendo com
faltas diretas conseguidas em jogadas centrais. A entrada de André Lima, não
veio, o Flu marcou, o amigo sabe o final da história.
Situações como essa me dão a certeza de
que treinador tem que durar anos no comando, para ter a consciência de que
alguns jogadores tem que tomar rumo, se assim não for, sempre estarão no banco
e poderão ser aproveitados sem qualquer proveito. E não estou falando de
Sidcley, em quem vejo valor.
Ficou claro que o time precisa de
reforços, como já sabido na última reunião do Conselho Deliberativo, quando se
falou no assunto, sem qualquer resposta do nosso DF. Se desejarmos fazer algo
grande, sair da rotina, contratar é imperativo.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
O CANECO É NOSSO
Corri atrás de um jogo do Flu para dar
um alento ao amigo que está em nervos e encontrei um já meio passado, 6 de
abril, Tricolor 3, Tombense 0, na cidade de Tombos pela Copa do Brasil. O
placar eliminou o jogo de volta.
Pois vamos ao check-up do time do
Levir. Primeiro a escalação: Diego Cavalieri, Jonhatan, Gum, Henrique e
Wellington Silva; Pierre e Cícero; Gerson, Gustavo Scarpa e Marcos Jr; Fred. O
amigo percebeu? O esquema tático é idêntico ao do Furacão. Uma primeira linha
de quatro, dois volantes, três armadores, dois abertos pelos lados, um
centralizado, um centroavante fixo.
Da mesma forma que o Atlético, os três
armadores trocam de posição com frequência. O primeiro gol do Flu aconteceu
numa dessas trocas, Scarpa caiu pela direita, fez a jogada de linha de fundo,
concluída por Gérson atuando pelo meio. Enquanto o Tombense conseguiu marcar
Scarpa, o Flu pouco conseguiu, quando o meia tricolor arrumou espaço ganhou o
jogo, o terceiro gol teve origem em assistência sua rasgando a área direto para
os pés de Marcos Jr.
Além da movimentação dos três armadores,
o apoio constante dos laterais e do volante Cícero, este sempre eficiente no
cabeceio das bolas paradas, são fortes componentes do poder ofensivo tricolor.
O segundo gol surgiu em cruzamento certeiro de Jonhatan para Marcos Jr
cabecear.
E a defesa? Seria querer muito
encontrar pontos fracos na defesa tricolor enfrentando o Tombense. Taticamente,
o time defende com duas linhas de quatro, Fred e Scarpa dificultam a saída de
bola. Onde eu digo Fred, leia-se Magno Alves. O Flu é time para respeitar, nada
mais que isso. Se o Furacão que embarcou para Juiz de Fora jogar com força e
equilíbrio, o caneco é nosso.
terça-feira, 19 de abril de 2016
UM GOLZINHO CAMPEÃO
Manchete no site oficial do Atlético
diz que “Vinícius quer ser novamente protagonista contra o Fluminense”. A matéria
explica. Vinícius teve ótima atuação no FURAFLU vencido pelo Furacão em Volta
Redonda, foi dele o gol que deu vantagem ao rubro-negro. Agora em Juiz de Fora,
na final importante, o meia quer deixar sua marca novamente. Sonho com isso.
Vinícius ainda não é no Atlético
aquele armador que a bola vem lamber-lhe as botas de minuto em minuto, muito
devido à maneira de jogar do Furacão, girando a bola, procurando com a virada
de jogo criar os espaços necessários para furar o bloqueio defensivo. Assim,
marcado de perto, é esquecido pelos passadores que dão preferência aos companheiros
livres pelas laterais do gramado. Azares do ofício.
Mesmo assim, penso que Vinícius pode
se movimentar mais, obrigar o marcador a persegui-lo, pedir a bola, tentar o
lance frontal, entrar na área, forçar o adversário à falta, ao pênalti que
ainda não conhecemos neste ano, ou já tivemos algum a nosso favor? Se
confirmada a ausência de Walter sua importância fica do tamanho do mundo. Importante
é reconhecer que Vinícius tem talento para exercer a função, é capaz, que
ninguém tenha dúvida disso.
Além do protagonismo de Vinícius, eu gostaria
que Autuori gastasse tempo no treinamento das nossas bolas paradas ofensivas.
Estamos tirando pouco proveito delas, com sua experiência deve conhecer umas
ensaiadas que poderiam melhorar nosso rendimento, dar origem a um golzinho
campeão. Na final em Juiz de Fora é disso que precisamos, um golzinho campeão.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
A INDISPENSÁVEL FÉ
Assisti com apagões de sonolência ao
jogo do Coxa em Cornélio. Um jogo de ataque contra goleiro, de Juan brincando
de cruzar, no final brincando de marcar, deixando o PSTC na história deste
Paranaense. A partida de volta servirá para... para nada. O PSTC está morto e
enterrado, descanse em paz.
O Coritiba que vi jogar no Atletiba
não viajou para o interior, foi time dependente da bola parada, de Juan, sem
qualquer outro jogador com atuação superior, fiquei na dúvida sobre o Coxa que
enfrentaremos na final. O de ontem não dá nem para o começo.
O Furacão descansou o domingo e hoje começa
seus preparativos para a decisão de quarta-feira. Enfrenta o Fluminense em
retorno de Manaus, após perder para o Vasco e dar o título da Taça Guanabara ao
time cruzmaltino. Nem o retorno de Fred, após ficar de bico com seu Levir,
garantiu melhor resultado ao tricolor. O Fred 7 a 1 não joga na quarta, está
fora do jogo assim como Léo, o amigo lembra do quiprocó entre os dois na
partida em Volta Redonda.
Penso que o Atlético está melhor
mobilizado que o tricolor. O título da Primeira Liga diz mais para os jogadores
atleticanos, o time ganhou muito em combatividade contra o Paraná, está mais
descansado, inexistem problemas de contusão, pela primeira vez temos um
treinador à altura de uma decisão, vamos para o jogo com ganas de campeão.
A semana que começa venturosa para o
Brasil pode ser aquela do nosso primeiro título em 2016. Não é um caso apenas
de esperança, é um caso de confiança em inúmeros aspectos combinados com a fé,
a indispensável fé.
sábado, 16 de abril de 2016
VAI FICAR AINDA MELHOR
Combativo, marcador, intenso, criativo
no ataque, o Atlético deu uma estilingada na Gralha e deu ao torcedor tricolor
a sensação de que no próximo domingo será melhor ficar em casa, espiar de
longe, será muito difícil reverter a situação, embora em futebol tudo seja
possível, a esperança é a última que morre, até para as aves.
O atleticano saiu de campo lamentando
os gols perdidos, a chance desperdiçada de colocar a pá de cal na semifinal. É
verdade, o Furacão trocou passes, jogou um toque, rodou a bola, criou
situações, poderia ter feito no mínimo uns dois a mais, que nos dariam maior
tranquilidade. O jogo deixou claro que repetida a partida de hoje, o Atlético é
finalista do Paranaense.
O gol paranista, marcado em penalidade
máxima, surgiu de falha de posicionamento. Robson é bom jogador, mata com
facilidade, dribla, cai pelos dois lados, é daqueles que não podem receber a
bola, ter espaço para jogar. Com a jogada adversária acontecendo pelo setor de
Sidcley, Eduardo se aproxima muito de Paulo André, deixa o atacante livre na
esquerda, chega atrasado, é tirado para dançar, faz a falta. Vai ser consertado
durante a semana.
Dentro de um coletivo quase perfeito, “partidaças”
de Paulo André, Otávio, Nikão e Walter. As entradas de Marcos Guilherme e André
Lima deram vida nova ao ataque, a estrela do 99 definiu o placar com dois
minutos em campo. Crescendo o coletivo, assistiremos a performances individuais
mais criativas, tecnicamente mais corretas, jogadores ainda tímidos assumindo
protagonismos para os quais estão aptos. Você gostou do Furacão que depenou a
Gralha? Vai ficar ainda melhor.
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