Do que escrevi ontem sobre Autuori,
alguém pode pensar que estou pedindo a saída do treinador, iniciando a fritura
do “rei leão”. Amigos, depois que comecei a leitura do livro “Guardiola
Confidencial” de Martí Perarnau, só peço a saída de treinador em último caso,
quando o edifício inteiro estiver para cair.
O livro mostra a importância da
continuidade do trabalho do treinador, do conhecimento inicial de seus
jogadores, das suas capacidades, da possibilidade de adequá-los ao sistema de jogo
idealizado por ele. Só o tempo permitirá que o treinador os conheça a fundo, possa
transformá-los em multifunção, diminuir elenco enorme para 20 jogadores com
superior eficiência.
Da leitura de uma centena de páginas,
fiquei com a certeza de que o troca-troca de técnicos que vivemos no Brasil
trata-se de amadorismo puro, o sucesso de um, de outro, mera casualidade, fruto
de comprometimento maior ou menor dos atletas com aquele que chega. Por isso, vida
longa ao “rei leão” sob o cajueiro.
Isso não quer dizer que concorde com
tudo que o treinador diga ou realize. Quando Autuori diz “temos uma maneira de
jogar, que faz parte do clube e não vamos abrir mão”, submete-se a esquema
ditado por alguém, não se sabe quando, que pode nada ter a ver com as
características dos nossos jogadores, nem com a forma de atuar de nossos
adversários, nem com o seu pensar.
O livro cita vitória de 3 a 1 do Barça
sobre o Real Madrid, tendo o Real marcado seu gol aos 27 segundos do primeiro
tempo. Guardiola, que começara a partida num 4-3-3, adotou o 3-4-3 aos dez
minutos e venceu. O Atlético está engessado há muito tempo, precisa atuar de formas
diversas, frente a distintos adversários. Em qualquer situação, estar sempre pronto
para mudar, mudar para vencer.