O bombado homem de preto é anunciado
como pretendente ao quadro da FIFA, normalmente uma garantia de qualidade, partida
sem polêmicas. Não foi o que se viu em Uberlândia. O seu Anderson Daronco botou
a cuíca para roncar, foi protagonista de arbitragem plena de controvérsias.
Pode-se dizer que a autoridade definiu o placar.
Quatro lances capitais sofreram
interpretação duvidosa de sua senhoria. Sueliton finaliza, o zagueiro defende
com o braço dentro da área, jogo que segue. Bola dividida na entrada da área
entre Luiz Fabiano e Deivid, pênalti para o São Paulo. Deivid se enrosca com Osvaldo
dentro da área, segue o baile, amarelo para Osvaldo. Natanael chuta, a bola
estoura no braço de Luiz Fabiano, corre para a rede, gol do São Paulo.
Contabilizadas as interpretações do
seu Daronco, três a um para o time do santo, duas delas redundaram efetivamente
em gol do tricolor. O Atlético, punido em excesso pela guerra de Joinville,
continua na cruz, é o inimigo, bater no inimigo é fácil, contra ele a interpretação
mais dura. Tem sido assim.
A hipótese aponta para maior cuidado
dos defensores rubro-negros. Tivesse dado a falta no enrosco de Deivid com
Osvaldo, teríamos a expulsão do Coquinho e outro pênalti para Ceni bater. O
jogo acabaria ali. Três penalidades já foram apontadas contra Weverton em oito
jogos, é demais. Nenhum dos lances era definitivo, havia cobertura, foram casos
de excesso de força interpretados com rigidez.
O Atlético nada contra a corrente em
rio cheio de piranhas, prontas para mordiscá-lo, certas de que nas margens da torrente
nada existe para defendê-lo. Então é tomar cuidado, chegar leve, acreditar na
cobertura, lembrar que em rio que tem piranha jacaré nada de costas.
O amigo lá de Portugal manda a
mensagem: “Vamos que o São Paulo é freguês de caderno”. É mesmo, quase os
bambis saem de campo chorando as pitangas, não fosse o apito amigo eram três
pontos Furacão. Enquanto jogarmos fora de casa, graças ao nosso quinhão de
idiotas, a “interpretação” será sempre pró-adversário.
O Atlético fez boa partida. A defesa
foi segura na bola aérea, Léo Pereira tirou todas, os volantes deram conta da
dupla aviária, Pato saiu no intervalo por inexistência. Só não conseguiu
bloquear o incansável Osvaldo. Houve até
certa tranquilidade na saída de bola, passes certos, uma transição bem feita
por Otávio. O ótimo Léo Pereira da bola aérea precisa acalmar o pé nervoso, é
chutão demais.
Para minha surpresa, o Marquinhos, que
depois de longa observação desisti de considerá-lo um armador, teve bons
momentos na articulação das jogadas, fugiu do passe para trás, tentou o jogo
vertical, foi dele o cruzamento para o gol de Bady, ainda deu outro para Éderson
perder na frente do gol. Éderson anda tão esquecido que está perdendo o faro,
ou se mexe, ou vai perder a vaga.
A boa transição se perdeu no início do
segundo tempo, fomos para a inútil bola longa, o tricolor fechou o cerco, o
interino tremeu, desembarcou João Paulo em campo, lá foi Bady para o chuveiro.
Morta a ligação é esperar pelo pior. E o pior acontece. Pênalti de Deivid sobre
Luiz Fabiano. Quem ainda falta fazer pênalti na defesa rubro-negra? Ceni bate,
empate no placar.
Éderson perde a vaga, entra Cléo para
dar vida ao ataque, e dá. Natanael faz ótimo lançamento e o sérvio coloca o
Furacão na frente aos 44. Faço um risco na coronha da 45, mais um bambi abatido,
foi cedo demais. O danado do Osvaldo ainda estava vivo, entra pelo lado, cruza,
Natanael afasta, a bola bate no braço de Fabiano e entra, o juiz dá gol. Só
faltou dar pênalti para o Furacão aos 21 do primeiro quando o zagueiro paulista
salvou descaradamente com o cotovelo.
Gostei do resultado. O Atlético está
mais calmo, mais solidário, ganha experiência em batalha, os erros capitais
ainda nos prejudicam. Espero que o novo treinador esteja observando, fazendo
anotações, e, sinceramente, saiba que a melhor defesa é o ataque.
Ao final da Copa de 2010 tínhamos o
epílogo da carreira em alto nível de Luiz Fabiano e a ascensão de Pato e Ganso,
certezas na seleção que ontem se apresentou na Granja Comary. Luiz Fabiano
acabou mesmo, só restaram os nervos à flor da pele, as aves ficaram na
esperança, vão assistir a Copa na arquibancada. E onde estão essas ex-feras?
O amigo sabe, perderam as garras, viraram
bambis, estão no São Paulo que enfrentamos hoje em Uberlândia, comandados por
Muricy, outro apontado como certo para dirigir a Canarinho que não vingou. O
tricolor é porto seguro para todas as decepções.
O time do santo tomou cinco do Flu e
ganhou do Grêmio com o tradicional gol de bola parada, o mesmo que nos deu a
vitória contra o mosqueteiro gaúcho. Venceu, mas não convenceu. Jogou no
esquema 4-1-4-1, sendo o volante Souza o primeiro 1, Luiz Fabiano o segundo. A
segunda linha de 4 tinha Maicon, Pato, Ganso e Osvaldo.
Com o esforço principal por Osvaldo
bloqueado, Muricy concentrou Maicon, Pato e Douglas (LD) pela direita e dá-lhe
bola aérea. Ganso passeou pelo ataque enfiando bolas para Fabiano. É um
especialista, com meio metro acha jeito de assistir o irritado. Os dois merecem
vigilância próxima, bem como Antonio Carlos (ZE) nas bolas paradas.
Maicon não joga, é perda ofensiva, seu
substituto – Denilson ou Hudson – é mais marcador, tem pouca presença no
ataque. O esquema deve virar um 4-2-3-1. A quase nula marcação oferecida por
Pato, Ganso e Fabiano, a subida em excesso de Douglas e a inexperiência de
Lucão (ZD), o mapa do tesouro para o pirata Barcos, devem facilitar para o
Furacão.
Bloqueando Osvaldo, vigiando de perto
Ganso e Fabiano, e investindo na esquerda, a caçada pode ter sucesso. Uma
maldade com os bambis, espetáculo cruel para os olhos infantis, sempre censurável.
Antevendo o crime contra a fauna, recomendo, tirem as crianças da sala.
O empate contra o Corinthians e a
vitória contra o Passatão 82 coxa-branca lançaram um novo olhar sobre o
Furacão. O time que foi criticado severamente depois do empate frente a
Chapecoense – eu pedi quatro contratações e a saída do treinador –, passou a
ser visto com bons olhos, os jogadores tem avaliação positiva, perdoam-se
erros, alguns pedem a permanência de Leandro Ávila.
O interino aguentou os três volantes
de Don Miguel até o gol do Corinthians, os abandonou, conseguiu o empate e,
graças a todos os santos, os deixou de lado contra o Passatão, escalou dois
armadores, ou um armador e um atacante de aproximação, conseguiu a vitória
deliciosa. Por falar nisso, o Passatão já chegou, está na oficina do
rebaixamento, todos passam bem.
Leandro fez o que os torcedores
pediam, até aí muito pouco para defini-lo no posto. Há que se ver métodos de
treinamento, leitura anterior dos adversários, leitura do jogo propriamente dito,
liderança, ação durante a partida. É uma gama de conhecimentos que só quem o
acompanha no dia a dia tem condições de avaliar.
Quanto às contratações que pedi
continuo pedindo. O Atlético vai se ajustar, saradas as feridas uns dois ou
três vão assumir postos que tem direito, ainda assim ficarão faltando jogadores
de qualidade para sustentarem um Brasileiro longo de quartas e domingos
extenuantes, misturado à Copa do Brasil. Desejando repetir a campanha de 2013,
este é o objetivo, precisamos contratar, é uma necessidade.
Necessidade absoluta é lembrar
Washington, que nos deixou para se ver livre da doença e voltar a bater umas
peladas no campeonato do céu. Nos anos de Atlético difícil, torcer só mesmo por
muito amor, Washington foi um raio de luz que nos trouxe gols, alegria, felicidade
jamais experimentada. Washington me fez muito feliz, quem sabe fazer alguém
feliz seja o suficiente para uma vida. O pessoal que o recebeu no celeste e
iluminado vestiário sabe, chegou para ser titular.
A última notícia sobre o reboque que
traz o Passatão coxa-branca de volta a Curitiba dá conta que furou o pneu e
encontra-se parado próximo a Ortigueira. A mocidade está indignada, seu Vilson
não quer pagar o lanche, seu Roth está com aquela cara de onde fui amarrar meu
pingo?
Falei que o Atlético era uma Ferrari
em teste e o amigo deu rebote, disse que no máximo um Gol bolinha 99. Irmão,
achei o Furacão dos primeiros minutos mais um Gol chaleira a álcool, daqueles
de apertar botão para fazer o bicho pegar. O Furacão só pegou ali pelos 12, aos
15 deu seu primeiro chute a gol com Coutinho.
A partir daí equilibrou a partida,
soltou os laterais e sofreu com a ligação defesa-ataque. Lutei contra a ideia
de que Marcos Guilherme não é armador, e é verdade, o piá é mesmo um atacante
de aproximação. O gol prova isso. Dentro da área é eficiente, no meio de campo
aparece, recebe e toca para trás. Se vamos jogar com dois meias, o segundo não
é Marquinhos.
Bady é mais armador, joga para frente,
os dois minutos que deram a vitória ao Atlético o tiveram como coadjuvante. Segundos
antes do primeiro gol já tinha feito um cruzamento perfeito para Marcos
Guilherme finalizar. Seu próximo lançamento colocou Sueliton livre para cruzar
e Marquinhos marcar. O segundo gol começou com falta por ele sofrida.
Convenhamos que Lucas Claro deu baita ajuda, quase pede música.
Gostei de Bady, Sueliton e Natanael.
Ederson sofre com o esquema, trocou o solidário Marcelo por Coutinho querendo
mostrar serviço. Joga só, é substituído sem receber um passe. Se o Coxa tem
reservas de rendimento duvidoso, penso que Nathan e João Paulo são titulares no
banco. Melhor elenco, uma das razões da fácil vitória atleticana.
Parece que o pneu já foi consertado e
o Passatão continua viagem. Vem na bagagem o seu Trombeta, aquele picego que
anulou o gol do Natanael. Ruim que dói, sem poder dirigir por “pobrema nas
vista”, aproveitou o carreto.
O amigo quer saber qual a diferença
entre o Furacão e o catado de flores do campo que hoje se enfrentam? Pois vou
lhe dizer.
O Atlético é carro novo, a pintura
metálica estalando, vai de 0 a 100 em três segundos, ainda está amaciando as
peças originais de fábrica. O projeto é ousado, meio fruto da necessidade, para
dar certo tem que começar a ganhar pontos no gosto do povo, de lançamento virar
líder de vendas.
O Coxa é Passatão 82, as peças já
perderam a validade, o mecânico contratado a peso de ouro ainda não apresentou
resultado, a carcaça velha sobrevive com dificuldades, carregada pelo câmbio de
seis marchas, com só duas engatando.
A comparação leva a vitória certa do
Furacão 5000. Seria muito bom irmão rubro-negro, não fossem os riscos das peças
novas em ajuste, da força que um câmbio velho e experiente pode dar a
calhambeque pingando óleo. O câmbio velho pode definir o jogo. Um lançamento
longo, preciso, pode colocar um cabeçudo na cara de Weverton. O chute de fora,
a falta colocada, o cabeceio eficiente podem dar vida ao Passatão.
O amigo coxa não se irrite com a
brincadeira, foi só uma visão que tive ao ver Alex, Keirrison, Zé Love,
Geraldo, Jajá das cem camisas, o Chico com aquela cara triste, comandados pelo
emburrado Roth. Sei que vocês têm o Roni, o Ferraz, o acúmulo de jogadores na
área adversária para a bola aérea nos momentos de crise. Em clássico, pode ser
pouco, pode ser muito.
Entre a Ferrari em teste e o Passatão
82 na oficina do rebaixamento tudo pode acontecer. Infelizmente, impossível dar
maior esperança às flores do campo. Eu, mecânico velho, aposto todas as minhas
fichas que o Passatão chega a Maringá, mas volta de reboque.
O Atletiba está aí, coloca frente a
frente dois times precisando vencer, longe de suas torcidas, um desses absurdos
só condizentes com o futebol brasileiro. Idiotas resolvem se destruir e você vê
o jogo na TV, deixa de fazer parte do espetáculo. Tem que haver outro tipo de
punição, sacrificar o clube e seu torcedor é falta de inteligência cinco
estrelas.
O Furacão quase solitário precisa ganhar
maturidade para vencer o clássico, tornar-se em horas um time de erro mínimo.
Quem viu o jogo ao lado do ótimo Milton Leite (Sportv), ouviu expressões como “momento
de circo dos horrores”, “me explique o que você fez”, “meu Deus!!!”. Foram instantes
de erros incompreensíveis de atleticanos e alvinegros.
Do lado atleticano, a velocidade que
se tenta dar à partida é justificativa para passes errados, chutes sem direção,
falhas defensivas. O amigo vai dar um pulo na cadeira, dizer que só falta agora
eu recomendar a lerdeza. Negativo. Só quero o foco do jogador, a calma necessária
ao acerto.
Por que tentar o lance longo de
primeira? Por que finalizar a gol por instinto? Quem assistir aos jogos da seleção
de 70 vai ver o Gerson, o canhotinha de ouro, matar, empurrar a bola meio
metro, olhar o Pelé se deslocando e só então fazer o lançamento perfeito. Se o
Gerson podia, porque o menino do Atlético tem que jogar um toque?
O amigo vai dizer que hoje os espaços
acabaram. Verdade, mas o Atlético erra passes sem qualquer interferência do
adversário. Livre, o jogador arrisca, erra, se desmotiva, permite o
contra-ataque. Calma, o que dá velocidade ao jogo é o acerto. De nada adianta
chegar vinte vezes à linha de fundo e cruzar longe do alcance dos atacantes,
finalizar dez vezes a gol e acertar o quero-quero na bandeira de escanteio.
O Atlético, finalmente, repito,
finalmente, vai escalando as peças com correção. Elas precisam jogar de sangue
doce, não se perturbar com o clássico, sem a tranquilidade excessiva que
atrapalha jogar um futebol pautado pelo amadurecimento, sem falhas, sem
bobagens. Se assim for, é Furacão na cabeça, é #CoxaNoBuraco.
Assisto futebol e penso ter olho
experiente. Vejo o menino dar um passe e digo “esse é craque”, noto outro matar
a bola e tasco “é cabeçudo”, observo um terceiro correndo feito galinha do
facão e classifico “é peladeiro”, com retoques, refinos, pode jogar. Se é assim
quanto ao jogo jogado, nada entendo de contratação de jogadores, dos bastidores
que as comandam.
De vez em quando pesco notícia sobre o
assunto. No jogo contra o Timão, o repórter lembrou que Ralf havia se reunido
com a diretoria mosqueteira e pedido para ser liberado em caso de proposta. O
Ralf do Corinthians, destinado aos títulos, titular absoluto, certamente
ganhando uma bala quer sair. A diretoria concordou, espera propostas. Entendo
civilizado de ambas as partes.
É natural o jogador querer sair, mesmo
o dono da camisa no Timão. O tempo vai passando, o tesouro da transferência para
o exterior vai tardando, o empresário fica apreensivo – cadê o meu? –, a
possibilidade da contusão grave assusta, o jogador quer garantir a
aposentadoria o quanto antes. Ralf quer sair e morde o campo todo, não afina,
joga, com seu profissionalismo dá exemplo.
A penalidade que vi exemplar a favor
do Corinthians virou polêmica. Continuo afirmando claríssima, talvez por achar
o árbitro da partida um caseiro de carteirinha, não deixaria passar. Cléberson
muito jovem colocou a estrela de xerife, já o defendi outro dia, falei que
tinha crédito. Crédito acaba, zagueiro não pode falhar.
É uma questão de evolução, o coadjuvante
vira protagonista, na cena capital tem que beijar a mocinha, mas tem que ser profissional,
com jeito, sem quebrar os dentes, um preciso e cuidadoso beijo técnico. A
piazada do Atlético tem que entender o salto que deu, no time de cima, errar é
impossível.
Seguindo o sucesso do Figueirense, o
Atlético defendeu, complicou-se fazendo muitas faltas na intermediária, atacou
usando os laterais, sofreu com a falta de referência ofensiva, e foi para o
chuveiro com o empate, muito graças a duas defesas espetaculares de Weverton.
Voltou na mesma toada, pressionado no
setor de Sueliton, até o pênalti de Cléberson sobre Guerreiro aos fatídicos 13
minutos. O nosso Jadson colocou o Corinthians na frente. Cléberson já não tem
mais idade para cometer a penalidade clara, com o atacante sofrendo dupla
marcação.
E agora, como empatar? O torcedor
rubro-negro pensou na impossibilidade. O ataque atleticano dependia de Ederson
longe da área, vivíamos de fracos chutes de fora, cruzamentos para ninguém,
Natanael cruzando para Sueliton cabecear. Ia ser difícil.
O Timão encolheu, Leandro Ávila entrou
com Nathan e Douglas Coutinho nos lugares de Paulinho Dias e Ederson. Um
pensador e a referência que faltavam. Soltam-se os laterais e dá-lhe Furacão.
Amigos, em cinco minutos Nathan tomou
conta do meio do campo, instintivamente os companheiros o procuravam, a bola
lhe lambia as botas de instante a instante. Seu Mano coçava a cabeça no banco
de reservas, o Furacão não molestava Cássio, mas o treinador sabia que o Timão
estava dando sopa para o azar.
Aos 38, Bruno Mendes cruzou e Coutinho
errou o cabeceio na frente do gol. Aos 40 Sueliton repetiu o lance, Coutinho
acertou, jogo empatado. Aos 42 Coutinho mandou um foguete de fora e a bola
raspou a trave. Quase viramos. Seria para acabar a noite em delírio.
O Atlético sofre porque quer. Nathan é
o dez que ele precisa e está escondido no cajueiro. Em nome do bom futebol, por
respeito ao meu velho coração, por favor, deixem o menino jogar.
A torcida do timão, que saiu da
Baixada cantando vitória na quarta-feira, tomou um banho de água fria no jogo
inaugural da arena Itaquera, perdeu para o Figueirense, pegou o “busão” no final
do jogo com a cabeça inchada, ensopada, o palácio novo tem problemas no
telhado.
O Corinthians entrou em campo se
achando, avançando os laterais, movimentando Renato Augusto, Jadson, Luciano e
Guerreiro em toda a frente, procurando o gol primeiro da arena em inauguração.
Um 4-2-2-2, com os armadores em setores definidos, Jadson pela esquerda, Renato
Augusto pela direita, mas com grande liberdade de circulação ofensiva.
Tudo estava programado para a festa
sem muito esforço. Romarinho começou bocejando no banco. Infelizmente não
acertaram com seu Guto Ferreira. O treinador deixou o Timão atacar, marcou
Jadson, bloqueou a subida de Fábio Santos pela esquerda e foi para o
contra-ataque. Na manha conseguiu chegar ao fim do tempo sem levar gol.
Aos dois minutos do segundo marcou e
teve qualidade para segurar o zero no seu lado do placar. De nada adiantou Mano
Menezes forçar Fagner, Romarinho, Jadson e Guilherme pela direita, Fábio
Santos, Renato Augusto e Danilo pela esquerda, alçando bolas para Guerreiro
dentro da área. As melhores chances aconteceram com o volante Guilherme
entrando pelo meio, alguém a se vigiar, bem como Romarinho, jogador que sabe
dar dois dribles em sequência, uma raridade.
O Atlético e Corinthians de hoje nada
tem a ver com o jogo de domingo que nocauteou a torcida alvinegra. O Timão vem
escaldado, o Furacão na muda, trocando peças às pressas, segundo Leandro Ávila
“um time muito aguerrido em campo”. Se assim for, se jogar como macho, já será
um bom começo.
Don Miguel disse
adiós, segundo Petraglia vítima do “conflito cultural entre
o europeu e o jogador brasileiro... e as coisas que ele vinha sofrendo, a falta
de resultado, o não atendimento dos jogadores que ele solicitou, que não
tivemos condições de trazer, todos absurdamente caros, essa cobrança de fora
para dentro, essa irritação da torcida e da imprensa”.
Segundo o presidente a diretoria foi
pega de surpresa com a demissão do treinador. Penso que Don Miguel foi de uma
clarividência europeia. Uma análise simples dos resultados, do desempenho da equipe,
do afastamento emocional evidente entre jogadores e comandante indicava a
saída.
Um time de jovens para dar certo,
ganhar corpo, tem que amar a liderança, crer nela, trabalhar por ela e perceber
em campo o resultado de seus planos. Inexistente o laço de confiança entre
líder e subordinados, a tropa sucumbirá à batalha. Disse Petraglia que “seu
coração (o de Don Miguel) não estava mais aqui”, prova de que os vínculos de
que falo haviam se rompido. Don Miguel sabe da psicologia do cargo, é lido, é
lúcido.
A falta de recursos alertada por
Petraglia sinaliza para a ausência de contratações, ou contratações de segundo
nível. Como eu assisto tudo e vejo poucos jogadores de primeira linha, tenho
que admitir ser difícil trazer o 10 que imagino necessário. O fato evidente
leva a extremo cuidado na escolha do novo treinador.
Não pode ser caro, tem que ter
passado, capacidade de trabalho, força moral para montar a família, resistir
aos maus resultados iniciais, entender de defesa, este o primeiro passo na
reforma. A diretoria tem que contratar no mínimo um armador de qualidade, é o
mínimo do mínimo.
Os jogadores, sem qualquer amor por
Don Miguel, vão ter que se apaixonar pela novidade. O futebol é estranho caso
em que profissionalismo sem paixão, sem entrega, sem fé, nada vale.
Se alguém perguntasse
se eu estava desconsolado após o jogo com a Chapecoense, eu só acrescentaria um
“díssimo”, desconsoladíssimo. Acreditava em jogo difícil, quando abriu a
transmissão e fiquei sabendo da virose que dizimou os catarinenses, pensei em
alguma facilidade.
Só pensei. Os
barrigas-verdes-descontroladas se defenderam com tranquilidade até a falha
acontecer, eu disse que ela viria, e sofrer o gol. Então resolveram atacar e
empataram. Simples. A defesa do Furacão se apertar entrega. Tem sido assim.
Alguém me explica por que Dráusio virou reserva de Léo Pereira?
O meu desconsolo não
vem do resultado, uma das possibilidades, fica por conta do tamanho do problema,
da dificuldade que se terá para resolvê-lo, do tempo necessário, do custo
elevado do conserto. Cresce quando lembro que ao final de 2013 tínhamos um time
praticamente pronto.
De nada vale ficar
apontando defeitos, atacando nomes, desgastando promessas. É cansativo demais. O
Atlético que perdeu chance preciosa na Libertadores, uma raridade na história
do clube, está no fim da fila no Brasileiro, sem saída fácil pela frente. Sem
quatro contratações importantes, incluindo um novo treinador, ficamos onde a
onda quebra, tomando pancada.
Continuar acreditando
que o tempo transformará a abóbora em carruagem de luxo beira a
irresponsabilidade. O jeito é a diretoria seguir o que dizem os jogadores ao
final de cada trombada com grandes e pequenos: Trabalho. Trabalho dia e
noite... Enquanto há tempo.
Pela primeira vez,
Don Miguel enfrenta adversário a vencer sem ressalvas. Ele mesmo considera a
vitória uma obrigação. A Chapecoense a bater e salvar a lavoura é lutador de
primeira, comandado por uma gralha careca que não para de gritar ao lado do
campo. Seu Dal Pozzo empurra o time no gogó.
Taticamente joga com
3 volantes, um deles, Ricardo Conceição, mais dedicado ao ataque, Régis, o
pensador, encarregado de ligar os 3 mosqueteiros aos 2 atacantes, Fabinho Alves
caindo pelos dois lados, Leandro fixo na área, pronto para marcar. É um 4-3-1-2
com avanço constante de um dos volantes.
O que funciona bem é
a subida do lateral Ednei (LD) pela direita, basta ter espaço e levanta na área
de qualquer distância. Neuton (LE) também avança pela esquerda, mas tem menor
rendimento. Esse time que perdia de 2 a 0 para o Grêmio em Chapecó, até os 46
do segundo tempo, exigiu de Marcelo Grohe quatro excelentes defesas. Não dá
para brincar.
O esquema defensivo é
meio confuso, volta todo mundo, marca pressão com trambolhão, o Furacão vai
precisar mais do que a intensidade de Don Miguel, vai precisar de paciência,
manter a ação ofensiva e esperar com sangue-frio pela falha que virá.
Algum cuidado
especial? Sempre tem. O Atlético deve evitar as faltas na frente da área,
Neuton e Alemão batem tirando tinta das traves, com um pouco de sorte é caixa.
Alemão, atacante, substituiu o volante Abuda no segundo tempo contra o Grêmio.
É atacante que vem de trás, incomodou muito, deu o passe para o gol de honra em
final de partida. É bom cuidar.
O jogo, que pode
ficar fácil, não é fácil. O amigo pode até estar querendo ver Don Miguel pelas
costas, comendo paella em Madrid, aproveitando o clima festivo da Puerta Del
Sol, tudo é possível, só não pode secar.
O Atlético enfrentará
a Chapecoense com Weverton; Sueliton, Dráusio, Cleberson e Natanael; João Paulo
e Deivid; Bady e Marcos Guilherme; Marcelo e Ederson. Ooooooopssss! Escapou, é
a minha escalação, mesmo conhecendo Bady só de vê-lo correr sem destino no
segundo tempo do jogo de quarta estou escalando o piá na cara e na coragem. Foi
contratado, recebe salário, joga.
Na realidade fiquei
entre Bady e Nathan, escolhi a novidade, mas Nathan já está aquecendo no banco
de reservas. O craque com pé na Europa é entrada certa, tem contrato, recebe
salário, joga muito, que vá aquecendo os cambitos, vai tomar botinada da turma
de Chapecó para chegar no Manchester escolado.
O amigo deve ter
estranhado a ausência de Paulinho Dias. Aí é uma questão de gosto. Eu prefiro
João Paulo. Sou desses que se a novidade não faz chover, vou ficando com os
antigos por lealdade. Por que Deivid? Deivid é menino da casa, lutador, deu-me
a maior alegria da quarta-feira, um passe perfeito para Marcelo entrar como
bala e marcar o belíssimo gol do Furacão. Obrigado piás.
A escalação de Don
Miguel deverá diferir da minha com as entradas de Paulinho Dias e Felipe,
substituindo João Paulo e Bady. Para muitos muda pouco, eu acho que muda muito.
PS: Este texto vai
para aqueles que me aconselham a síntese, agradecido pelas longas leituras e
amiga orientação.
A torcida em coro
grita “fora Portugal” e Petraglia meneia a cabeça, a leitura labial feita pela
TV indica um “vocês não merecem isso”, apontando para a magnitude da obra que
acabou de construir.
Eu volto ao
Brasileiro de 1996 e lembro de Jean Carlo sendo chamado de burro ao ser expulso
nas quartas de final contra o Atlético Mineiro, expulsão que praticamente nos
eliminou da competição. Disse Evaristo de Macedo, então treinador do Atlético:
“Quando 14 mil pessoas te chamam de burro, você é burro mesmo”. Evaristo além
de um supercraque entendia de sabedoria popular.
Petraglia tem razão
se pensarmos que aquele não era o momento, embora fosse o único momento já que
o nosso quinhão de idiotas nos obriga à distância do Caldeirão. Entretanto, não
pode desconsiderar o grito do torcedor. Don Miguel está longe do amor da
torcida por justa causa. Tem uma avaliação incorreta da capacidade de seus
jogadores, investe em esquema direcionado para a derrota, faz coisas que nem
Don Quixote faria em defesa da sua Dulcinéia Del Toboso.
Vou dar um exemplo
simples. Começou o jogo com Olaza de lateral-esquerdo, Natanael, outro
lateral-esquerdo, fazendo um volante com chegada ao ataque. Tudo bem, vamos admitir
um Natanael ponta-esquerda. É meio suburbano, mas possível. No segundo tempo,
tira dez e deixa Olaza. A seguir saca Olaza e coloca Douglas Coutinho,
atacante, na lateral. Alguém vê alguma sanidade na alteração? Dá para Coutinho
gostar do treinador?
Vão defendê-lo
dizendo que o importante não era ganhar. Só falta termos essa compreensão
budista de que ganhar partida de estreia na Arena dos nossos sonhos não era
importante, justificativa confortável para a entrada de um catado em campo, alguns
dirão para se tornarem conhecidos, ou aprenderem a suportar a pressão. Amigos, impossível
que afogados na paixão e nas dívidas de eterno reconhecimento percamos a
lucidez. Ganhar é importante todo dia. Ganhar traz sócio.
Petraglia tem que
passar logo a Arena para a FIFA e voltar seus olhos exclusivamente para o
futebol. A coisa vai de mal a piau, ou de Mao a Piao para os comunistas
sobreviventes. Petraglia é uma inteligência, tem experiência, com calma,
assessorado por gente que o estime e tenha coragem de exercer a crítica honesta
e franca, ele pode dar jeito. Ele vai dar jeito.
O coração da Arena
pulsa. O mais importante órgão do espaço que reabre é espetacular, o amigo verá
ali grandes jogos, sentirá o peso da torcida a favor do Furacão, valeu a pena.
Os vinte e cinco primeiros minutos do jogo mostraram tudo o que eu queria ver,
equipe e torcida atuando juntas no máximo de suas capacidades, um terror para o
adversário. Valeu a pena.
Sobre os periféricos
pouco pude ver. Os detalhes devem estar esmiuçados nos jornais de hoje, claro,
ressaltados os problemas. Vou sentir falta daquelas lanchonetes nos corredores,
pensei que elas seriam transferidas para os cantos da imensa caixa, onde só encontrei
escadarias. Entendi mal o projeto.
Creio que só
poderemos avaliar a Arena como um todo depois da Copa, realmente pronta, com
todos os serviços funcionando. A FIFA vai dar seu toque, vamos aprender. Meus
parabéns aos voluntários. Eles foram gentis, orientaram, deram agilidade aos
procedimentos, foram necessários. Os estrangeiros agradecerão suas gentilezas.
Dos que atuaram ficou
o elogio ao gramado, o seu Mano o classificou de padrão FIFA. Foi a única
observação que encontrei sobre o jogo nos sites, redes sociais e relações de
email de que participo. O atleticano, que vivia tagarelando, parece estar meio
cansado.
Por outro lado, a
manchete óbvia – O Corinthians estragou a festa – estava em todos os lugares. Estragaria
se o Atlético tivesse se dedicado a vencer a partida, a qual abandonou ao
findar do primeiro tempo. O que o torcedor de fora de Curitiba tem que entender
é que o Atlético não é um time dirigido por atleticanos.
Tem um técnico
espanhol, o carioca Antônio Lopes e o carrioca Petkovic no departamento de
futebol. Seria difícil para os nossos tutores entenderem o significado de vencer
a primeira partida em casa, dar alegria à torcida.
Para falar um mínimo
do futebol, vou ficar com o Zico. Tempos atrás, em visita ao Furacão, o Galinho
disse que o Atlético tinha uma bela casa, porém, sem mobília, isto é, sem
elenco compatível com o nível da residência. A casa teve um up gigantesco, a
mobília continua a mesma.
As nuvens apiedadas
correram ao findar do dia para cobrir a cidade dos sorrisos, impedir que a
ascendente e toda glamourosa lua plena se irritasse com a concorrência de seu
terreno reflexo, a Arena magnífica.
A noite ganhou corpo,
a irmã lua com sua autoestima protegida ganhou altura, saiu do quadro da minha
janela, restou a brilhante caixa prateada para lembrar que hoje há jogo, tem
fim a distância que o progresso necessário alongou uma imensidade, transformou
em tempo o que era medido em metros.
Chegamos lá. Dia de
voltar para casa, caminhar resoluto pela nova entrada, passar pela algaravia
dos corredores, sentir seus cheiros doces e salgados, entrar no caldeirão abarrotado
de luz, acomodar-se, apreciar o ritual da FIFA, emocionar-se.
Dia de reconhecer
esforços desmedidos, noites insones, saúdes perdidas com armadilhas lançadas a
cada passo do caminho, com indecisões só afastadas pela corda nos pescoços.
Dia de esperar
vestígios do Atlético dos meus pensamentos a laborar na esmeralda grama, sem
deixar que a bola afaste meus sentimentos da obra em arremate.
Sei que muitos se
preocupam com a bola, os resultados. Eu também, sejamos sinceros, todos nos
preocupamos. Minha preocupação ficará aquém das portas do maravilhoso templo.
Ficará para depois.
Hoje vou à Arena para fazer festa, render homenagem, sentir orgulho e, se as
nuvens permitirem, espiar a lua.
Estamos a poucas
horas do jogo-teste que abrirá as portas da Arena magnífica à torcida
rubro-negra, finalmente liberada para admirar o trabalho de três anos de
extrema dificuldade. Não vejo o jogo como a reinauguração da Baixada, creio que
teremos ainda uma data especial para realizarmos a merecida festa. Será então somente
um especial momento de celebração, de reencontro com o sacrossanto espaço.
Além de me encantar
com os detalhes da obra, o que desejo ver é o jogo. Porque tanto interesse em
partida que nada vale?
A velhice traz boas e
más recordações, e meus recuerdos de 2011 acenderam um sinal de perigo em minha
mente. O amigo vai lembrar. Começamos o ano que nos levou à segunda divisão com
Adilson Batista, o capitão América do Grêmio, o zagueiro que deu suas primeiras
botinadas no Furacão.
Adilson inventou um
esquema com três volantes e colheu tantos maus resultados que depois ficou
quase impossível tirar o time da zona do rebaixamento. Caímos. É óbvio que
outros componentes colaboraram para a queda, a troca de treinadores nada
ajudou, vieram Renato Gaúcho, descemos a ladeira sob o comando do eterno
Delegado.
Agora seguimos no
mesmo caminho, os três volantes, o defender sem fim, o avanço determinado pela
boa fase de Marcelo, só ela. Mesmo com um esquadrão na defesa não conseguimos
evitar os gols adversários. É um esquema de risco, que não admite falhas, dependente
de uma organização defensiva quase militar, de uma maturidade inexistente no
elenco atleticano.
Por isso no jogo que
nada vale, gostaria de ver um Atlético com os tradicionais dois volantes, dois
meias e dois atacantes. Os três volantes não estão dando conta de segurar o
resultado. Vamos arriscar, temos gente louca para jogar, gente que sabe jogar, Mosquito,
Coutinho, Bady, Nathan, por que ficar dependendo da subida de Paulinho Dias pela
direita.
No momento em que
reabre seu templo, o Atlético tem que olhar para o futuro promissor preocupado
com a segurança, com o olho no retrovisor da história.
O Atlético entrou em
campo em Porto Alegre com sete jogadores com passagem pelas suas categorias de
base. Cleberson, Deivid, Marcelo e
Ederson já veteranos, Léo Pereira, Otávio e Marcos Guilherme os novatos. Isso
deve ser um recorde. Como tudo no Atlético, corre o risco de ser visto como
inovação, um deliberado procedimento cientificamente pensado.
O fato iria contra
todos os paradigmas sobre a forma de incorporar jovens valores ao time
principal, colocaria de lado todas as preocupações com o queimar promessas
ainda no nascedouro. Seria mais ou menos como brilhou coloca para jogar. Eu até
concordo, discordo de tantos cuidados com craques evidentes.
O que pode colocar em
risco o processo é a dose cavalar de emprego. Mesmo considerando-se apenas os
três novatos, penso ser esta a base para a análise, trata-se de 25% da equipe, o
que pode trazer problema para o coletivo e possibilidade de desequilíbrio
emocional durante a partida.
As viradas nos
últimos jogos mostram que o time perdeu a estrutura eficiente mantida durante o
período de igualdade no placar, o passar à frente desequilibrou o esquema,
levou à derrota. O que estava encaixado, desencaixou. O primeiro gol do Inter
no jogo de sábado é prova. D’Alessandro foi vigiado de perto por Deivid e
Marquinhos, teve poucas chances até o gol do Furacão. Dois minutos depois foi
descoberto livre na direita para chutar e marcar.
Quem observar o
posicionamento da defesa atleticana no momento do gol vai identificar o erro
claro, fatal. Por que no momento em que tínhamos atingido nosso objetivo, nos
desconcentramos? Com a palavra os psicólogos.
Eles poderão colocar
a falta de liderança dentro do campo como causa do desequilíbrio, Weverton
estaria muito afastado de tudo para intervir junto aos companheiros de forma
efetiva. Poderiam dizer que o primeiro gol de Marquinhos em Brasileiro o tirou
momentaneamente do jogo, o que seria normal, que o time todo teve um instante
de euforia e abriu o lado do campo.
Jogo para pensar,
pensar rápido, o tempo está passando, estamos ficando para trás. Jogo para
lamentar a perda de Marcelo, elogiar a primeira boa partida de Marquinhos,
aceso, artilheiro, finalmente mais central, mais vertical. Em jogo marcado pelo
desequilíbrio, Marquinhos foi a boa notícia.
Tudo caminhava bem
até que deu certo. O Atlético defendeu, deixou o Inter trocar bolas, foi para o
vestiário com o zero a zero que queria. Veio para a fase dois mais ouriçado, aos
sete Marcelo tentou o passe para Ederson, Ernando interceptou mal, a bola
sobrou para Marcos Guilherme, gol do Furacão.
Pronto, era só seguir
na mesma balada, defendendo com competência, deixando a torcida colorada
atrapalhar seu time. Não deu nem para respirar. Aos nove, D’Alessandro recebeu
livre pela direita, chutou de fora com o pé ruim, jogo empatado. O amigo
entende quando eu falo sobre o descuido com o claramente alertado. Não é azar,
é bobeada mesmo.
Segue o baile e aos
22 a bola sobra para Natanael livre na lateral, era matar e sair jogando. Nada,
o garoto dá um cabeçada sem sentido, a redondoca é recolhida pela intermediária
gaúcha, na sequência o gol da vitória. Fui buscar o lance de Natanael não para
culpar o garoto, apenas para provar que não dá para jogar só com voluntariedade,
o pisar na bola e a experiência são necessários, jogar o Brasileiro com um time
com média de 23 anos de idade é risco absurdo.
Eu que peço
experiência, entro em desespero com a entrada de Felipe. Vamos lavar a louça,
ligar para a mãe, começar no sábado a fazer os agrados que ela merece. O
Atlético briga, dispensa, despeja e nós vamos ficando com os bons moços, que
não resolvem. Irmãos, se esse Bady é inferior a Felipe, enterrem esse software
de contratação na beira do rio Belém.
Depois de passar o
tempo todo assistindo a defesa trabalhar, quando o time tem que atacar, Ederson
é substituído. Don Miguel, assim você me quebra as pernas e arranja inimigo com
número nas costas. Por favor!
Foi outra derrota
natural, não foi o vexame que eu imaginei depois do jogo contra o Cruzeiro, não
foi o milagre que a semana foi me convencendo ser possível. Foi o resultado
esperado para um time inexperiente, em certos casos peladeiro, dependente de Marcelo,
pelo jeito fora algumas semanas. De natural em natural, vamos descobrindo que
temos um time fraco, rumo ao ignoto.
Vamos ficar por aqui,
é dia das mães, não vamos começar nos irritando em dia de beijos e abraços,
carinhos e ternuras. Queria ter para com esse Atlético um olhar materno,
paciente, carinhoso, infelizmente não dá. Lá em casa, se eu não fizesse a
lição, viesse com o boletim com notas a carmim, a número cinco alaranjada
murchava atrás da porta. A senhora estava certa mãe. Saudades.
Um Atlético muito jovem
e sua zaga praticamente estreante em Brasileiros, contra o Inter e seu elenco
milionário jogando em casa, certamente terá dificuldades para segurar a pressão
no final da tarde. Vai ser difícil, vamos precisar de um camoniano capitão em
perigos e guerras esforçado.
Vamos precisar de um
capitão que dê as ordens, apoie Léo Pereira, oriente os movimentos da zaga,
segure os laterais, motive o time todo. Eu gostaria que o capitão fosse
Weverton. O goleiro é valente lugar tenente, um dos mais experientes do grupo,
está ali atrás, de frente para o problema, tem todas as condições para guiar,
dar ritmo, parar o jogo quando for preciso.
Pode-se reclamar de
Don Miguel, eu tenho cá minhas diferenças, não se pode dizer que o time atue
fora de um plano tático, os jogadores se afastem do cumprimento de suas ordens.
O Furacão espanhol é organizado.
Bem arrumado, motivado
– se os jovens que vestem a camisa do Atlético não estiverem motivados então que
vão fazer malabarismo no sinal –, e bem liderado, o Atlético verá suas chances
crescerem com o passar do tempo, bastará uma disparada do Papa-léguas, uma
finalização precisa do artilheiro de 2013 e o Inter vai dançar uma chula.
O que não pode
acontecer é a falha técnica absurda, o descuido com o claramente alertado, a
expulsão desnecessária. A liderança é indispensável, determinante, mas o time
todo tem que falar mais, dispor-se a receber a bola, realizar a cobertura
necessária mesmo sendo responsabilidade alheia.
Don Miguel diz que
com o tempo o time vai apresentar crescimento. Para o crescimento desejado é
necessário o bom resultado, o acúmulo de pontos. No Brasil varonil boas
atuações não mantém técnico no cargo, dá titularidade aos jogadores. Então
vamos lá piazada. Cara feia, organização, velocidade, vai e vem como sanfona
sertaneja apressada, ousadia nas jogadas de ataque, se tiver medo, vai com medo
mesmo.
Se tudo der certo
irmão atleticano, como cantava o Jair Rodrigues, que fez parte da minha
juventude, prepare o seu coração prás coisas que eu vou contar.
Hoje não estou para
notícia ruim. O amigo quer se incomodar leia a Gazeta do Povo, lá tem gente
muito melhor do que eu para espalhar desgraças. Destarte, como diria ao finado
Sátiro, vou ao encontro do desejo do amigo, saber se o Atlético pode trazer um
pontinho de Porto Alegre, ter uma atuação animadora nas vésperas do jogo teste
com o Timão.
Pois irmão
rubro-negro, dei uma espiada no jogo Colorado e Sport, dois a um para os gaúchos
no Beira-Rio reformado, e tenho certeza de que taticamente o jogo será no
mínimo bem interessante.
A bola colorada sai
com os zagueiros, os laterais avançam, Willians protege a saída, e o passe
acontece para os buscadores de jogo, D’Alessandro, Alex e Aránguiz, nessa
prioridade. Se D’Alessandro não for o primeiro a receber a gorduchinha, muito
provavelmente será o segundo. Tem que marcar.
O ataque é forte pela
direita, Gilberto, Aránguiz e D’Alessandro forçam pelo lado, mas os atacantes
tem total liberdade. Você poderá ver Alex na direita, D’Alessandro na esquerda,
Alan Patrick pelo meio, simplesmente inexiste posicionamento fixo dos
articuladores, só Rafael Moura tem função mais estática, é o pivô à frente da
área. O esforço pela direita deixa Fabrício (LE) livre na esquerda, uma opção
para a virada de jogo. Será curioso observar as duas linhas de quatro de Don
Miguel bloqueando o mexe-mexe gaudério.
Com todo esse
carrossel de bota e espora, o primeiro gol do Inter saiu em jogada individual
de D’Alessandro, a entrada na diagonal da direita com chute de fora, e
lançamento longo da defesa para pivô aéreo do He Man para Aránguiz entrar livre
e marcar. Nada fruto do insano trabalho ofensivo.
A marcação defensiva
fica longe das comuns duas linhas de quatro. O Abelão acumula jogadores no
setor atacado, a marcação é quase individual, agressiva sobre quem está com a
bola, no setor sem ação fica alguém para espiar a virada de jogo. Por exemplo,
atacado pela direita, de cinco a sete jogadores estão empenhados no setor.
Funciona, possibilita o desarme e o contra-ataque.
O tipo de marcação
tem custo, o time cansa, chega ao final do jogo no bagaço, ganhava de dois a
zero do Bota, deixou empatar, ganhava de dois a zero do Sport, sofreu gol e
penou em final de jogo.
Fosse eu Don Miguel
deixava atacar e contra-atacava com Marcelo, Marquinhos e Ederson entrando pelo
meio. Juan e Paulão ficam meio ao desamparo, Paulão é lento, mesmo os atalhos
já estão ficando longos para Juan. E daí? –, pergunta o amigo – Vai dar ou não
vai dar? –, e eu respondo de bate-pronto. No fundo, no fundo, como tudo que
leva aos fogos de artifício, é uma questão de encaixe.
Dona Dilma vai
inaugurar oficialmente a Arena da Baixada nesta sexta-feira, na próxima quarta
temos o jogo teste entre Furacão e Timão. A notícia da presença da Dilma em Curitiba
vem do Planalto, procurei no site oficial do clube e nada encontrei, assim,
necessária a confirmação para que alguém possa largar o trabalho às dez da
manhã e correr à Baixada e sapecar o merecido elogio à principal mandatária do
Brasil varonil. Por favor “presidenta”, sem improvisos.
Para o jogo com o Timão,
dia 14 às 19:30 horas, bastará ao sócio apresentar seu smart card para adentrar
à Arena magnífica. Vamos lá irmãos. Ainda não é sócio? Corra lá no espaço Sócio
Furacão.
A Arena está pronta,
ou estará definitivamente pronta em poucos dias. As placas pela cidade já
apontam os locais de festa, o endereço dos jogos, o sol brilha avisando o maior
espetáculo do mundo. A seleção foi convocada, o povo começa a se agitar, eu
comprei ontem um tip-top maravilhoso em verde e amarelo para o neto menor,
faltam ainda duas camisetas para os maiorzinhos. É assim que funciona, não
adianta espernear, está no sangue.
Hora de olhar para
trás e ver como todos os esforços contra a construção da Arena deram em nada,
aliás, deram sim, atrasaram sua conclusão, aumentaram a dívida espetacularmente,
quem lamentava o uso dinheiro público deve estar chorando de joelhos. As
múltiplas investidas contra a obra redundaram em prejuízos maiores, desgastes imensos
para a imagem da cidade, sem dúvida podemos creditar muito desse estrago ao
Tribunal de Contas do Estado e sua chatice perene, ou sua “coxisse” irritante.
Mesmo alguns
atleticanos com poder na mídia ainda lançam boatos procurando criar problemas,
desunir a nação rubro-negra. O torcedor tem que lançar suas palavras às
profundezas dos vasos sanitários. Passaram, perderam, amargam a derrota
destilando seus ódios. È assim que a banda toca, aos vencedores as glórias, a
festa, o reconhecimento. Aos perdedores as bananas. Façam bom uso.
O affaire Manoel,
dura semana de trabalho e ausência de contratações são as notícias que o
atleticano encontra, ou não encontra, na sua cansativa busca de entusiasmo,
mais cansativa que os treinos no cajueiro. O dia acabando e surge uma novidade.
O Atlético estaria pensando em voltar a jogar perto de casa, quem sabe em
Londrina ou Maringá, contra Chapecoense, Coritiba e São Paulo.
Sou totalmente
favorável ao jogo no norte do Estado. A partida contra o Cruzeiro em Brasília
deu força ao adversário, até Don Miguel reclamou, um perigo. Os defensores da ideia remetem para o alto
lucro obtido. Pela primeira vez vejo torcedores trocando três pontos por
trezentos e trinta e um mil contos. Não rasgo dinheiro, mas prefiro três
pontos.
O caso Manoel vai
torrar nossa paciência por muito tempo. A imprensa fora da província aponta o
interesse do São Paulo pelo jogador. Lembrando Dagoberto, já vejo o zagueiro
com a camisa tricolor, a ação na justiça se arrastando, lá bem no futuro,
ganhamos uns contos.
Quando o time do
santo vier jogar em Curitiba, a torcida terá um refrão especial para acariciar
o jogador. Um maluco vai jogar uma banana e vamos perder uns dez mandos. Um
desperdício de tempo, dinheiro e criatividade sem tamanho. A sorte está
lançada, Manoel não volta, quem quiser preservar sua saúde, esqueça.
O zagueiro que chegou
a ser sondado por Felipão mostrou o caminho para aqueles com dificuldade de
deixar o Rubro-negro. Palmas para o bom senso, um hip hurra para os sábios
vilões do direito local, colocaram a diretoria numa sinuca de bico, ferraram o
Furacão.
Hoje seu Scolari
escala a seleção. O treinador tem responsabilidade tremenda com o Brasil. As
manifestações durante a Copa vão acontecer, todo mundo sabe. Vitórias da
Canarinho irão amortecer os movimentos sociais, diminuir o tamanho da multidão,
a agressividade dos vândalos. Uma eliminação prematura colocará fogo na rua,
difícil imaginar o tamanho do desastre. Pensando no Brasil país, boa sorte
Felipão.
Cinco gols sofridos em
dois jogos e a defesa recebe críticas de todos os lados. Isso acabaria
acontecendo. O Atlético, sabe-se lá o motivo, sempre achou que o elenco estava
bem suprido de zagueiros. Jogadores de verdade, no ano que passou, tínhamos
Luiz Alberto, Manoel, Cleberson e Dráusio.
Não renovou com Luiz
Alberto, fico entre arrumou um problema com Manoel, ou Manoel resolveu não
jogar mais pelo Furacão, certo é que perdemos o zagueiro e ficamos com Dráusio
e Cleberson. Um time da série A do Brasileiro com dois zagueiros. Quando digo
que não gosto do andar da carruagem tomo bomba.
Expulso Dráusio,
entrou Léo Pereira, reserva do sub-23, veio à tona o trabalho frágil realizado
por nosso departamento de futebol. Vou defender Léo Pereira, o piá joga muito
mais que os zagueiros que faziam caca jogo sim, outro também, no time do
Petkovic. Aquele time foi um desastre em termos de escalação, o que motivava a
titularidade de alguns, alguém deve saber. Léo Pereira é a prioridade na
prateleira.
O problema com a zaga
se agiganta quando somamos à primeira linha de quatro mais três esforçados
volantes, um dez encarregado de espiar lateral. O resultado deveria ser melhor.
Cresce quando assistimos o esperado gol de Nilton, até a menina do 101,
rubro-negra doente, sabia da jogada forte da Raposa. Avoluma-se quando vemos a
forma como o ataque estrelado se impôs fisicamente no jogo aéreo. O He Man deve
estar pedindo cruzamento nos treinos colorados.
A culpa não é dos
escalados, nem do treinador. É o que tem. Os fardados fazem o que podem, já
seguraram o ataque do Grêmio, Don Miguel organiza, milagre todo dia nem o Papa
polaco. Se é o que tem, o jeito é por para jogar, dar experiência em meio à
guerra, ou morre ou se consagra.
Os jogadores devem se
unir. O coletivo pode suprir deficiências de todos os níveis, mais do que
nunca, dependemos da união.
Ando apanhando uma
barbaridade nos comentários dos amigos. É só levantar a voz contra a diretoria,
apontar o que em minha opinião não produz resultados positivos e lá vem bomba.
Isso é importante, revela o crédito que a administração rubro-negra tem com o torcedor,
crédito que o presidente pediu na sua última entrevista. Por outro lado,
aumenta a responsabilidade do dono da casa. Melhor ainda. Vamos ao futebol.
Defendendo-se dos
palavrões de Tardelli após substituição no jogo em que o Galo pulou fora da
Libertadores, Levir disse que, para ele, o jogador é representado por números.
Argumentou que Tardelli tem ótimos números, porém, com ele, não fez gol,
assistência, iniciou jogada decisiva, assim, a necessária troca, alguém diferente
para entrar e gerar números.
Levir não precisava
se defender, o presidente do Galo assumiu toda a responsabilidade pelo mau
rendimento da equipe. Nem podia ser diferente. O comandante é responsável por
tudo o que acontece ou deixa de acontecer. Voltemos ao futebol, voltemos aos
números.
Marcos Guilherme
cedeu lugar a Léo Pereira quando da expulsão de Dráusio. Os números impunham
sua substituição. O menino ainda adaptando-se ao Brasileiro tem números muito
baixos, uma assistência em bola parada, nenhum gol, uma disciplinada e esforçada
participação defensiva justifica sua escalação. Era ele mesmo a sair.
A semana colorado
começa hoje. Marcos Guilherme já está escalado. Vou dar um pitaco para tentar
ajudar o craque menino. Don Miguel poderia fazer Marquinhos voltar marcando
pelo meio, ao invés de caçar o lateral direito adversário. Deixa um volante
cuidar da subida de Gilberto, coloca Ederson para jogar nas suas costas, e
manda o piá marcar alguém pelo meio do campo, pronto para receber a bola onde
sabe jogar, perto do gol, próximo de Ederson e Marcelo, em condições de
assistir, entrar na área e finalizar.
O Atlético que vai
jogar próximo de seus adversários para gerar números, tem que se preocupar
também com os números de seus jogadores, são eles que produzem resultados e
futebol é resultado. Posicioná-los em condições de melhor produzir é condição
básica para o bom rendimento.
O problema é que o
Inter acumula Aranguiz, D’Alessandro e Gilberto pela direita, uma tropa de
respeito vai jogar sobre Natanael. É, as coisas não são tão simples, para gerar
números muito estudo é necessário, muito detalhe tem que ser visto, avaliado,
transformado em ações passíveis de realização pelo atleta. A missão é difícil,
Don Miguel, todos têm que ajudar, avaliar números e números.
Meu fio de esperança
acabou com a expulsão de Dráusio. O jogo era bom teste para o Atlético, ótima
possibilidade de ver o melhor do rubro-negro contra os reservas do Cruzeiro.
Uma boa vitória, segura, convincente, poderia apontar futuro promissor. Uma
derrota, o desconforto e a desconfiança naturais acontecendo. A derrota
aconteceu.
A diretoria atrás de
uns trocados deu boa mão para a Raposa. Colocou um time de meninos dentro da
sua toca, favoreceu para a arbitragem, sem qualquer dúvida na expulsão de
Dráusio e no pênalti de Natanael. O Atlético sofre com seu corpo diretor
aplicado na criação de problemas.
O jogo colocou à
mostra a realidade rubro-negra. O Atlético é time inexperiente, com alguns
jogadores abaixo do nível da competição, esforçado na tentativa de cumprir as
determinações do treinador, com ótima dupla de ataque, enfraquecida pela
absurda falta de qualidade na transição do jogo defensivo para o ofensivo. Se
alguém disser que o Atlético está inovando, resolveu jogar o Brasileiro também
com o sub-23, reforçado por Weverton, Deivid, Éderson e Marcelo, não estará
longe da verdade.
Don Miguel coloca
esse sub-23 em campo com a organização possível. Tenho lá minhas reticências
quanto ao seu trabalho. Acho que Paulinho Dias não tem cacoete para cair pela
direita do ataque, não sabe exercer a função, mata o avanço de Sueliton. O
emprego defensivo de Marcos Guilherme é improdutivo, afasta-o da posição
ofensiva onde sabe jogar. Para ser simples, basta o treinador adversário
avançar seu lateral para que percamos nosso dez.
Com a expulsão de
Dráuzio vem à tona o Atlético incoerente. Léo Pereira, que era reserva do
sub-23, normalmente usado na lateral pelo titio Pet, um desastre como
treinador, entra para segurar as raposas ensinadas do seu Marcelo Oliveira. Se
com onze seria difícil manter o 2 a 1, com dez quase impossível. Torci pelo
empate para dar força aos meninos, fiquei na esperança. A Raposa foi tomando
conta e construiu o 3 a 2 com naturalidade.
Fico preocupadíssimo
quando vejo no Furacão brasiliense o melhor do nosso elenco, o máximo em
organização tática imaginada por Don Miguel. O Atlético tem uma semana para
avançar significativamente em todos os aspectos, caras novas, esquema novo,
tudo novo. Alguém tem que avisar Don Miguel que se encarar o Inter com esse
time, com essa formatação tática, leva uma goleada histórica, vai dar vexame no
sul.
Amigos, estou sob o
efeito de tranquilizantes, tive uma baixa de pressão terrível, tudo depois de
ler no site globoesporte.com que o Atlético contratou o meia Rômulo de 22 anos,
ex-Friburguense, com passagem também pelo Rio das Ostras. Só pode ser
brincadeira.
Em entrevista, o
presidente disse que não existem mais Ozéias disponíveis no mercado, hoje
qualquer menino de doze anos tem empresário, acabaram-se os craques escondidos
em clubes sem expressão, e descobrimos uma pérola no Friburguense. Já demos um
tiro no pé com o Adriano, perdemos tarso, metatarso e todas as falanges e agora
vamos detonar a perna. Aí é pracabá.
Não dá para o
Atlético parar de comprar biscoito Macuco e comprar um Bauducco de vez em
quando? Só para me animar. Só para me lembrar de 2001, quando fomos buscar
Souza, uma referência de bom futebol.
Está na cara que
Rômulo não é o jogador pedido por Don Miguel, nem desejado pela torcida. A quem
esse rapaz agrada? Petkovic? Antônio Lopes? A quem agrada o sérvio-brasileiro
Cléo que treina no Caju? Não gosto do andar da carruagem, acho que o
departamento de futebol do Atlético trabalha mal em todos os sentidos, Don Miguel
está só. Tomara esteja muito errado. Tenho que estar.
Rômulo que me
desculpe, espero seja um craque, ajude meu Furacão, cale a minha boca, deu
azar, foi a gota d’água no copo cheio e cansado. Desejo toda a sorte do mundo.
A notícia de que o
Cruzeiro entra em campo hoje muito modificado trouxe alguma cor às minhas
bochechas. Aumentam as chances do Furacão, estaremos todos torcendo
ardorosamente por mais um bom resultado. Os resultados e só eles é que nos
alentam.
Don Miguel fala em
ritmo, intensidade, ganas, Marcos Guilherme em raça, vontade, bom futebol.
Estamos indo ao fundo da oficina buscar peças, as que chegam não animam o
mecânico espanhol, vamos na raça mesmo, marca registrada do Furacão. A garra
funcionando, um feliz instante de Marcelo, o bom futebol de Marquinhos vindo à
luz, o resultado pode acontecer, permitir a continuidade de um periclitante fio
de esperança.