terça-feira, 20 de maio de 2014

NADA VALE

Don Miguel disse adiós, segundo Petraglia vítima do “conflito cultural entre o europeu e o jogador brasileiro... e as coisas que ele vinha sofrendo, a falta de resultado, o não atendimento dos jogadores que ele solicitou, que não tivemos condições de trazer, todos absurdamente caros, essa cobrança de fora para dentro, essa irritação da torcida e da imprensa”.

Segundo o presidente a diretoria foi pega de surpresa com a demissão do treinador. Penso que Don Miguel foi de uma clarividência europeia. Uma análise simples dos resultados, do desempenho da equipe, do afastamento emocional evidente entre jogadores e comandante indicava a saída.

Um time de jovens para dar certo, ganhar corpo, tem que amar a liderança, crer nela, trabalhar por ela e perceber em campo o resultado de seus planos. Inexistente o laço de confiança entre líder e subordinados, a tropa sucumbirá à batalha. Disse Petraglia que “seu coração (o de Don Miguel) não estava mais aqui”, prova de que os vínculos de que falo haviam se rompido. Don Miguel sabe da psicologia do cargo, é lido, é lúcido.

A falta de recursos alertada por Petraglia sinaliza para a ausência de contratações, ou contratações de segundo nível. Como eu assisto tudo e vejo poucos jogadores de primeira linha, tenho que admitir ser difícil trazer o 10 que imagino necessário. O fato evidente leva a extremo cuidado na escolha do novo treinador.

Não pode ser caro, tem que ter passado, capacidade de trabalho, força moral para montar a família, resistir aos maus resultados iniciais, entender de defesa, este o primeiro passo na reforma. A diretoria tem que contratar no mínimo um armador de qualidade, é o mínimo do mínimo.

Os jogadores, sem qualquer amor por Don Miguel, vão ter que se apaixonar pela novidade. O futebol é estranho caso em que profissionalismo sem paixão, sem entrega, sem fé, nada vale.

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