terça-feira, 30 de setembro de 2014

MARCELO PARA A SELEÇÃO

Levir Culpi em entrevista elogia Diego Tardelli após o jogador ter decidido a partida contra o Vitória nos minutos finais, diz que o atacante pode ajudar Dunga na seleção. Declaração muito diferente da emitida meses atrás, quando substituiu Tardelli e teve que responder sobre as palavras do atleta indignado, cuspindo marimbondos no banco de reservas.
Para Levir a atuação do jogador se reflete em números. Um atacante que não faz assistência, não chuta a gol, não marca gol, tem que ser substituído, o time tem que ganhar, se ele não faz talvez outro faça, mesmo sem o talento do substituído. É simples de entender.
A simplicidade de Levir funcionou, o Galo está ladeira acima, saiu da prostração da perda do título mundial, voltou a vencer, Tardelli está voando. Todo time série A deve ter um setor de estatística que produza análise do rendimento de seus atletas. O Atlético certamente o tem.
Esta estatística deve ser assimilada pelo treinador, é dele a decisão. Ele pode chegar à conclusão de que o atacante não assiste, não faz gol, mas coopera com o setor defensivo, sendo o que deseja, então fica. Como o torcedor não sabe as expectativas do professor, sua análise é prejudicada, engole em seco e curte solitário a sua indignação.
A estatística do ataque atleticano é sofrível, fez 3 nas últimas 5 partidas, levou 6. Enfrenta sábado o Coritiba que fez 7 e levou 10 nas mesmas rodadas. O Coxa com essa peneira na cozinha vai ter que sair, atacar, ficar vulnerável, a situação exige, é causa de tantos gols sofridos.
É a chance de o seu Claudinei estudar o adversário luminoso, descobrir as brechas e melhorar os números do ataque. Vai ter que trabalhar muito, criar, mudar atitudes, exigir novos movimentos, aproximações, capricho nas finalizações. Tem uma semana para azeitar a máquina. Trabalhando bem, talvez ao findar do sábado recomende Marcelo para a seleção.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

NÃO FAÇA MAIS ISSO

Ufa! Vencemos. Três pontos fazem um bem danado, fecham uma sequência muito ruim, contra um adversário que quando substitui coloca Jadson, Romero e Danilo em campo. O Corinthians não é qualquer um. Foi ótima e merecida vitória.
O Atlético armou uma defesa em que Natanael fazia quase um terceiro zagueiro pela esquerda, deixava para Marcos Guilherme a marcação do lateral avançado, fechou a frente da zaga com Hernani e Deivid, e largou o ataque por conta de Marcelo, Coutinho e Cléo. Tremelicou um pouco no começo, se ajustou, deu certo.
Com jogadas tramadas o Corinthians não chegou, foi para a bola aérea auxiliado pelas inúmeras faltas cometidas por nossos defensores, só conseguiu um bom cabeceio no final do segundo tempo. Quase.
O Furacão também não foi lá muito incisivo, uma cabeçada de Coutinho, uns petelecos de fora, e o gol em penalidade bem marcada, aos 41 do primeiro. Cléo sofreu, bateu e marcou.
Gostei de Natanael, de Deivid, de Hernani, Cléberson foi muito bem na bola aérea. Penso que Hernani tem que ser melhor utilizado na saída para o jogo, tem boa visão e passe longo com alguma precisão. No ataque Cléo cumpriu bem a missão de segurar a bola, perdeu uma boa chance, Coutinho incomodou e Marcelo repetiu suas más atuações.
Está claro que a bola passada para Marcelo de costas para o marcador não funciona mais. A marcação é dura, dobrada. Claudinei tem de arrumar uma forma de Marcelo receber a bola no antigo ponto futuro, explorar sua velocidade, obrigar o marcador a fazer falta.  Do jeito que está é menos um. Infelizmente, acabou a novidade.
Olhei no relógio eram 27 do segundo tempo, na bola cruzada rasteira da direita, Gustavo deixou passar, fez um corta luz para o atacante. Coisa de louco. Foi o único momento em que meu coração passou dos setenta batimentos. Gustavo, eu vi e sofri, por favor, não faça mais isso.

Em tempo: Parabéns para a turma do espaço fan. Deu show.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

TEM QUE IR

Um dia alguém passou por mim e disse: “Precisamos de você na formação, temos que conversar”. Ficou no sussurro. Pensando bem, acho que foi bom, apesar de que me faria muito bem colaborar com o Furacão.
Foi muito bom porque eu não teria paciência com empresários, em dois dias estaria fora, perdendo para sempre o pouco conhecimento que prezo com o alguém que me atiçou a vontade.
Agora, se eu estivesse lá, essa piazada ou daria um passe certo de cinco metros, acertaria um cruzamento, ou ficaria depois do expediente, até o anoitecer, na escolinha, pagando flexão e chutando bola na parede. Teria coragem, com dezoito anos iria à luta de coração aberto, sem direito a desculpas pela meninice. Ou iria embora, acabaria a carreira inexistente, não me restariam remorsos.
O futebol brasileiro morreu na base, no berço, o 7 a 1 é culpa da formação, que não consegue produzir armadores, cerceia criatividades, vive de olhos cegos para o bom futebol. Não sou o inventor da tese, todo mundo sabe, é repetido todos os dias nas mesas redondas, o amigo que está querendo desistir da arquibancada identifica a crise a cada passe, a cada cabeceio, a cada finalização.
O Atlético que resolveu apostar tudo na base é o exemplo maior, caminha a passos largos para o buraco, vítima de seus erros, justificados pela falta de recursos ou não. O torcedor não pode se afastar, tem tudo para isso, mas tem que ir a campo. É duro, é um caminhar para o enfarte, os obstáculos são colocados a cada passo, mas tem que ir.

CONTINUAR COM ELE

Usei todas as minhas parcas capacidades informáticas para conseguir ver o jogo pelo computador. Consegui e me arrependi. O gol do Chapecoense logo aos nove, em falha bárbara de Weverton, mostrou meu erro de avaliação da nossa defesa, que pensei mais eficiente. Continua na mesma, levou gol, o time tem que atacar, vira uma peneira.
O ataque então é de uma nulidade assustadora. Com o gol, o time verde correu para a defesa como eu imaginara, e ficou claro que não conseguimos articular um bom ataque, perdidos, a impressão que dá é que o time consegue piorar a cada jogo, o que pode parecer impossível, mas não é.
Acabado o primeiro tempo, arrasado com a atuação rubro-negra, fiquei entre ver e não ver os últimos quarenta e cinco, não tenho mais coração para tais sofrimentos, vi e me arrependi de novo. Se já estava ruim, piorou. As substituições de nada adiantaram.
O Atlético já fez todas as bobagens que podia ter feito este ano em termos de futebol, só não pode querer trocar de treinador mais uma vez. Seu Claudinei caiu numa armadilha, é um coitado, tem que fazer um milagre sem contar com ajuda de anjos e arcanjos. Admiro-me dele não seguir os passos de Renato Gaúcho em 2011, pedir as contas.
Treinador novo é descontinuidade, volta de esquecidos, para o deposto pernas de pau, para o recém-chegado craques incrivelmente pouco utilizados. Claudinei vai demorar para estabelecer verdades e escalar o melhor time. Vai voltar aos experientes, ao jogados. Melhor continuar com ele.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

VAI VER FUNCIONA

Cheio de coisas para fazer, praias para visitar, caranguejos para degustar, dunas para subir na bela Fortaleza, tive trinta minutos para ver o final de Grêmio 1, Chapecoense 0. O Grêmio já vencia, recuou e contra-atacou. Não conseguiu aumentar o placar, ganhou sem ter seu goleiro molestado.
O time de Chapecó atacou como pôde, avançou três atacantes e ficou com Zezinho – lembram dele? –, tentando fazer a ligação. Até fez uma boa jogada, deu ótimo passe, o atacante perdeu a chance na entrada da área. Na saída de bola o ex-atleticano Bruno Silva dava as tintas.
Outro conhecido do torcedor rubro-negro é o técnico Jorginho, aquele que depois de poucas semanas se escafedeu, deixou de recordação apenas a frase em que classificou o ataque rubro-negro de fedido.
Jorginho é um roda mundo, a cada três meses pega uma beirada pelos quatro cantos do Brasil, cinquenta aqui, setenta ali, cem acolá, no final do ano paga um belo imposto de renda. Se os técnicos no Brasil não caíssem a cada semana, o desemprego na classe seria enorme.
Seu time é um dos tantos que vale mais pela transpiração do que pela inspiração. Do Atlético não pode se falar algo muito diferente. Vai ser um jogo de camisas encharcadas, vencerá aquele que tiver o ataque menos fedido, acertar uma bola e correr para a defesa.
Claudinei leva para a Arena Condá três atacantes, Marcos Guilherme, Mosquito e Marcelo. Leva três armadores, Nathan, Carlos Alberto e Bady. O Furacão que entra em campo impossível saber. O melhor será seu Claudinei passar numa boa perfumaria, comprar um Bulgari e borrifar o time inteiro. Vai ver funciona.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O ATLETICANO DEVE SABER

O Atlético passa por momento em que assuntos que estão na boca do torcedor, que ele não entende, devem obrigatoriamente ser esclarecidos.
Primeiro, é claro, a ausência de contratações para dar força ao Furacão. Não há recursos? Há recursos, mas a diretoria tem absoluta certeza de que com o elenco existente dá para permanecer na primeira divisão? Há recursos, mas eles estão sendo empenhados ainda na finalização da Arena? O Atlético tem dívidas a saldar que o proíbem gastos com futebol?
Segundo, a finalidade do Departamento de Inteligência, suas funções, seus sucessos, o número de funcionários, salários, qual será o impacto econômico para o clube se diretoria posterior decidir pela extinção de tal departamento.
Terceiro, o anunciado contrato com a G3United, que passaria à empresa a gestão oficial do complexo Arena da Baixada. Será que criamos uma dívida imensa para termos a capacidade de gerir o nosso próprio patrimônio, auferir dele todos os lucros, e agora passamos o controle do complexo a segundos? Quem são, qual a participação nos lucros, de quantos anos é o contrato? O Conselho Deliberativo aprovou? O que aconteceu com a parceria com a AEG?
O atleticano que confiou plenamente na diretoria, deu-lhe até mais um ano de mandato, tem o direito de saber, ser informado, não por desconfiança, mas por uma questão de pura responsabilidade, de ter conhecimento, ter argumentos para defender o trabalho realizado no Furacão. O atleticano deve saber.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

DAR A CARA PARA BATER

Cheguei a Fortaleza, entrei no hotel rezando para que Inter e Atlético fosse transmitido direto para a terra de Iracema, a virgem dos lábios de mel. Liguei a TV, busquei o canal e estavam lá, os times entrando em campo. Sorte.
A sorte que eu tive, o Atlético não teve. Fez um jogo seguro, teve chances, poderia até ter vencido e perdeu. A derrota, como sempre me deixa desolado, um sentimento do qual não posso me livrar. Com a desolação vem a ira, o ressentimento, que não condizem com a escrita imediata, sob pena de deixar a boca grande magoar pessoas.
Assim, passei o domingo na praia do Cumbuco, entre camarões, pargos e cocadas, vendo as dezenas de velas de kytesurf brincarem no céu azul turquesa do paraíso. Hoje já me sinto em condições de abordar a luta entre Saci e Furacão na terra da chuva.
Os últimos jogos mostram que Claudinei conseguiu remendar o sistema defensivo, entretanto, sem conseguir evitar o gol decisivo que nos rouba pontos e vai aproximando da ZR. O que parou de funcionar foi o ataque, no caso estacionado frente ao insuperável Dida, um colosso de goleiro.
O ataque atleticano deixou de ser mortal. No meio do segundo tempo, Marcelo partiu para ótimo contra-ataque, no um contra um entregou a bola ao zagueiro. Nem para ser desarmado, conseguir a falta. Se Marcelo, já um veterano, sente as dificuldades da situação, quem dirá os demais.
O Atlético parece exército derrotado em final de guerra, vai colocando as crianças em campo, esperando o milagre. Os profissionais, os experientes, inexistem. Agora contratamos um menino armador do Corinthians, certamente sem jogo, fora de forma, mais uma aposta.
Os jogadores e o treinador não têm culpa, o problema do Atlético está no planejamento imprevidente, no afastamento da realidade. Penso que o Atlético não cai, mas para ser bem honesto, um cabra da peste da diretoria deveria ir a público, assumir a responsabilidade, dar a cara para bater. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

GANHEM O JOGO

Na ótima entrevista pré-jogo, seu Claudinei afirmou que o Atlético não tem meia de ligação, mais ou menos o Bady cumpre a função. Parabéns ao comandante. Descobriu em pouco tempo o que o tal Departamento de Inteligência não conseguiu identificar durante o ano todo. Por favor.
Assisti à gravação de Sport e Inter, um zero a zero de doer, dei umas duzentas cabeçadas, quase morri de sono. O Inter tem Alex, D’Alessandro, um certo Eduardo Sasha, o time roda, roda e tem produção nula, seus artilheiros Rafael Moura e Wellington Paulista não marcam há tempos. Os zagueiros Paulão e Ernando comemoram a segunda partida invictos. Abel Braga só não caiu ainda porque é o Abel Braga.
O que eu vi pouco importa. Achei o Cruzeiro devagar contra o São Paulo e o time do Marcelo Oliveira soterrou o Furacão. Matou na pegada.
Claudinei avisou que o Furacão terá por base o time que jogou contra o Vitória. Muito justo. Adivinhando, só adivinhando, volta Hernani no lugar de João Paulo, o João que eu gosto não foi bem contra a raposa, Bady vai para a armação, Marquinhos se aproxima da área, fecha os três atacantes com Marcelo e Coutinho. Deivid marca D’Alessandro, os atacantes marcam Basha e Alex na saída de bola.
O resto é ter coragem, o que me custa dizer, faltou uma pitada lá em Minas. Custa dizer, mas é necessário. O Atlético tem um passado que remete à luta, à ousadia. Se dependesse de craques, não fosse um time de garra e perseverança, já tinha acabado há muito tempo. Alguém tem que dizer isso para os jogadores, esse é um time de raça, vão lá, comam grama e ganhem o jogo.  

FORÇA AO FURACÃO

A partida está acabando, Marcos Guilherme vem marcar na lateral direita, a bola sai pelo lado e ele se abaixa, bufa com a língua de fora. O piá correu mais que coelho de desenho animado, voltou, marcou, atacou e conseguiu um chute entrando sobre Dedé, num dos poucos lances de ataque do Atlético.
Agora vou imaginar, só imaginar. O treinador chega para o menino, diz para ele vir buscar jogo, marcar pela lateral, chegar ao ataque para finalizar, e ele, mesmo sabendo que seu espaço é ali próximo da área, um atacante de terceira linha, julgando-se no dever de cumprir as determinações, balança a cabeça positivamente, cumpre, se estafa, e nada consegue.
É o problema de trabalhar com time jovem. Eles querem jogar, fazem tudo para jogar. Quando Zagalo disse ao Rivelino que o queria pela ponta esquerda em 70, o garoto do parque questionou o treinador, avisou que pela ponta o Edu e o Paulo Cesar Caju eram melhores do que ele, só entrava se pudesse jogar pelo meio, onde era o seu habitat natural. O Riva era um craque rodado, não é o caso do Marquinhos.
Ouvi com atenção a entrevista de fim de jogo de Claudinei e achei sua apreciação de uma clareza meridiana, um dos pontos a necessidade de conhecer melhor seus jogadores. Essa é necessidade urgente, base de uma escalação verdadeira, produtiva.
Marquinhos funciona dentro da área, não é o armador que o Atlético precisa. Já achei que fosse, incentivei, infelizmente não é, não por culpa sua, que fique bem claro. Se era na base esqueça-se, é outro nível, outros adversários, outros companheiros. Penso que o Claudinei está aprendendo o Atlético, vai ajustar posicionamentos, perder os cabelos, ganhar uma gastrite braba, mas vai acertar, vai dar força ao Furacão.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

FOI UMA AULA

O jogo me interessou ainda mais depois de saber a escalação. O Atlético jogaria com três zagueiros, esquema que advoguei como solução para a fragilidade da defesa atleticana. Meu interesse virou angústia a partir dos dez minutos. Totalmente recuado, o 352 transformado num ferrolho, o Furacão estava em perigo extremo.
Dito e feito, aos 26 a casa caiu. Marcelo Oliveira tinha mudado o lado de atacar, aos 24 e 25 dois cruzamentos perigosos da esquerda, aos 26 o gol determinante. O resto do jogo foi o esperar dos demais gols cruzeirenses, felizmente só mais um, em tremenda falha defensiva que começou lá no meio de campo. O Atlético foi soterrado pelo Cruzeiro.
Vendo o jogo com calma, a derrota definida, ficou clara a extrema superioridade da Raposa. Avançou sua defesa, impediu a saída de bola atleticana, quando o lançamento chegou aos nossos atacantes a antecipação limpa pôs fim à ousadia. Definido o predomínio absoluto, impossível negar a partida ruim do Furacão. Infantis erros de passe, submissão à marcação, tentativas de obtenção de faltas inexistentes, distanciamento entre os atacantes, falta total de ligação.
As modificações de nada adiantaram. A exótica entrada de Sidcley só fez lembrar Petkovic e seu sub-23. Faltou ao Atlético o entendimento do jogar com três zagueiros – um esquema ofensivo – e o que sempre faltou, alguém para pisar na bola, pensar o jogo, fazer uma assistência. Foi uma derrota coletiva. Hoje, definitivamente, não é dia de escalar culpados.
O tombo serviu para mostrar a inviabilidade dos três zagueiros, que nossa transição continua capenga de imaginação, embora com pernas de maratonista. Ficou claro que o Atlético tem que fazer o feijão com arroz, escalar um time e manter, fazendo trocas ovo com farofa, strogonoff nem pensar. O jogo foi pleno de ensinamentos, clareou o pensamento de Claudinei, mostrou como se monta um time de futebol. Foi uma aula.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

CONFESSO QUE ME ANIMEI

Pois não é que eu me animei. Assisti a São Paulo e Cruzeiro e achei a raposa cansada, entregue à marcação, sem criatividade no ataque, muito diferente de jogos anteriores.
Everton Ribeiro e Alisson, os armadores cruzeirenses bem que tentaram, usaram os lados do campo, as jogadas verticais, sem qualquer sucesso. O lateral Mayke foi quem conseguiu alguns cruzamentos da direita, Ricardo Goulart chegou duas vezes na linha de fundo com perigo e foi só, por sorte está fora da partida.
Perdendo de dois a zero, dois gols de bola parada, Marcelo Oliveira entrou com Dagoberto que tentou suas arrancadas e parou na marcação. É bom lembrar que o professor Muricy conseguiu bloquear a saída de bola cruzeirense, os atacantes participaram efetivamente da marcação, um belo destaque para Kaká que marcou, armou, contra-atacou, foi um menino de vinte anos. O exemplo carrega, o time do padre foi atrás do ídolo e sapecou a raposa.
O Atlético deve ir mesmo com dois armadores, Dellatorre ficou em Curitiba. João Paulo deve voltar no lugar de Hernani, Marcos Guilherme faz dupla com Bady, Marcelo e Coutinho infernizam no ataque. Vai dar?
Jogo duro. O problema está no banco do Cruzeiro. Sai Dedé entra Manoel, sai Nilton entra Henrique, sai Goulart entra Júlio Baptista, sai Lucas Silva entra Dagoberto, sai Alisson entra Willian. Só aí tem três crias do cajueiro. Durma com um barulho desses. Difícil, mas não impossível, a marcação são-paulina é o exemplo a seguir. Mesmo assustado com o rosnar da raposa, confesso que me animei.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

FERRAR A DANADA

A derrota para o São Paulo acendeu a luz vermelha no Cruzeiro, o campeonato que já estava ganho ficou em aberto com a ascensão do São Paulo, pior para o Furacão que vai a Minas amanhã enfrentar os dentes afiados da raposa inquieta.
O atleticano mais animadinho pode voltar ao jogo contra o Grêmio e imaginar que o empate é possível na terra das alterosas, com o pensamento de que se ponto fora é um tesouro, contra o Cruzeiro seria um galeão espanhol carregado com toda a prata das terras da América.
Aí vem a dúvida. Voltamos ao esquema com dois armadores que fez Felipão arrancar os cabelos, ou mantemos os três atacantes que nos deram a vitória contra os baianos? O que prefere o amigo?
Para decidir precisaríamos saber se Dellatorre e Coutinho terão condições para o jogo em Minas. Supondo que ambos estejam na ponta dos cascos, eu optaria pelos três atacantes. O que libera o Cruzeiro para atacar, dá a ele a superioridade ofensiva, é a possibilidade de avançar volantes e laterais, deixar a defesa nas mãos dos zagueiros mais um.
Três atacantes obrigam a maior segurança, mais gente atrás, por óbvio menos agressores a dar trabalho ao nosso sistema defensivo, elogiado por Claudinei, até pela boa marcação exercida pelos nossos três mosqueteiros. O Atlético faz bons jogos em Minas, a arbitragem é paulista, bom sinal, pelo menos nada de pênaltis extravagantes, cartões absurdos.
Com dois ou três atacantes, o que interessa é a postura. Não recuar em demasia, assustar no ataque, evitar faltas na intermediária defensiva, pontos de partida para os muitos gols de cabeça marcados pelo Cruzeiro. A derrota para o São Paulo deu uma balançada nas certezas da raposa azul, vai ver ela se joga no ataque e fica vulnerável. Então é ter gênio de caçador, montar a armadilha, esperar e ferrar a danada. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

SEM ESCORREGAR

Com noventa minutos dedicados, o Atlético venceu, subiu na tabela e respira para as próximas pedreiras. A vitória era fundamental, veio com um Furacão modificado que deu certo, obra do seu Claudinei, sem dúvida um dos a merecer crédito pelos três pontos conquistados.
Claudinei envelheceu a defesa, entrou com Gustavo, deslocou Willian Rocha para a lateral e deu solidez ao setor mais deficiente do Furacão. Difícil acreditar, mas os problemas defensivos atleticanos aconteceram mais por escorregões do que por erros de posicionamento ou falhas individuais. Um com Weverton no primeiro, outro com Willian Rocha no segundo tempo. Há que se tomar cuidado com o equipamento utilizado.
Coincidência ou não, os gols do Atlético sucederam tais escorregões, Marcelo aproveitando assistência de Bady aos 29 do primeiro, Hernani aos 25 do segundo em belo chute de fora. Os sustos deram origem aos gols matadores.
O Atlético foi bem coletivamente, esforçado, com a volta do bom futebol de Marcelo, a velocidade de Dellatorre e Coutinho, a luta do pequenino Bady na tentativa de organizar o ataque. Eu gostei muito de Deivid. Foi decisivo na marcação, chutou a gol, passou no ataque, fez uma partida completa.
A surpresa Hernani mostra que Claudinei gosta de correr riscos e tem sorte. Hernani é bom jogador. Passa bem no ataque, chuta bem de fora. Quem não lembra do seu gol contra o Coxa na final do estadual 2013. Mais efetivo na marcação, com melhor índice de desarmes, pode ajudar muito. A troca de treinadores tem seus benefícios.
É claro que o Atlético não está pronto, os próximos jogos serão duríssimos, nada a ver com o fraco Vitória. É o difícil Campeonato Brasileiro, fazer o dever de casa e beliscar pontos fora. E assim vamos nós, com sangue e com raça, sem escorregar.

domingo, 14 de setembro de 2014

NEM PENSAR EM EMPATAR

Sem ter visto um minuto de jogo do Vitória fui dar uma especulada na imprensa sobre o nosso adversário de hoje. O rubro-negro está na zona do rebaixamento, lutando para sair, venceu quarta-feira o Inter no Barradão, vem a Curitiba para repetir a façanha de 2013 em que nos detonou, um 5 a 3 doloroso, após termos conseguido chegar ao empate quando perdíamos de 3 a 0. Aquele doeu.
Dei uma lida nas colunas do blogueiro do clube e o sofredor que reclamava de tudo teve um up com a vitória de quarta, achou Richarlyson um monstro, elogiou o gringo Cáceres e caracterizou Escudero como um diferenciado. Pagou elogios para o time todo, disse que depois de muito tempo voltou a ver um Vitória com “raça, determinação e entrega”.
O atacante Willian Henrique, cacatua que entrou aos 27 do segundo no ano que passou e fez o quarto gol do Vitória, acha que “o arranque tem que ser agora”. Nino Paraíba é ainda mais assustador, levanta uma possibilidade sinistra, afirma que o Atlético é um time que, no futuro, pode estar na briga com a gente, então temos que vencer”. A luta a que ele se refere é por posição dentro da ZR. Ai, ai, ai...
O jogo de 2013, na Vila Capanema, é realmente bom exemplo do que o Furacão não pode fazer, entrar em campo de corpo mole, levar um e ficar vulnerável ao segundo e assim por diante. Com Ney Franco não se brinca, o cara entende, é especialista em Vitória. Sabe ler o adversário, monta times rápidos que vão fundo nas deficiências. É jogo para casa cheia, torcida empurrando, time determinado desde o primeiro minuto.
O querido amigo de barretinas e charlateiras lê o meu texto e pergunta: “Não dá nem para empatar?”. E eu respondo: “Nem pensar em empatar”.

Em tempo: A provável escalação do Vitória é: Roberto Fernandez; Nino Paraíba, Luiz Gustavo, Kadu e Juan; Adriano, Luiz Cáceres, Richarlyson e Escudero; Marcinho e Dinei.

sábado, 13 de setembro de 2014

SOMOS TODOS CLAUDINEI

A conversa se encaminha para o jogo de domingo e o amigo manda um “dá para ganhar”, eu atropelo com um “tem que ganhar”. Qualquer resultado que não seja a vitória será considerado um desastre. A sobrevida do Atlético neste Brasileiro depende de vitórias contra os similares, asseguradas de qualquer forma.
Seu Claudinei armou um time contra o Grêmio que me deu esperanças. Perdeu João Paulo e Marcos Guilherme, ganhou um zagueiro conhecido de quem é padrinho, Gustavo, vai ter que mexer, pode fazê-lo sem grandes perdas para o conjunto.
A defesa deve começar com Gustavo e Cleberson. Para substituir João Paulo, o treinador terá que escolher entre Otávio, Paulinho Dias e Hernani. Acho que Paulinho Dias vai para o jogo. Experiência conta.
E no lugar de Marcos Guilherme? Bady ou Carlos Alberto? Penso que Bady. E Nathan... Joga? Achei Nathan com uma postura de piá rico em pelada de pobre em POA, uma ausência do jogo, um cuidado com meu uniforme, no primeiro contato sentiu a coxa. O futebol exige gosto pela bola, braço levantado pedindo o caroço, fez beicinho, fica em casa.
E Coutinho... Entra jogando? Tem que entrar, Dellatorre fica no banco para o segundo tempo. Ou três atacantes? Coutinho tem que provar que pode jogar 90 minutos com a mesma objetividade e eficiência que joga 25, voltar a fazer gols.
O amigo deve ter suas preferências, todas cabíveis, quem define o certo e o errado é o jogo. Nós, opiniáticos, nunca saberemos. Quem tem que acertar é o Claudinei, ganha uma bala para acertar, virar boneco de posto ao lado do campo, empurrar o time, conseguir a vitória. É sua estreia na Arena, mesmo com possíveis e justificadas opiniões diferentes, domingo somos todos Claudinei.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

GOLPEAR A CABEÇA

Descobri que sou um homem bom e que a maldade está disseminada em cada esquina dessa terra de lindas araucárias. Semanas atrás, penalizado com a situação do Paranito, apontei a ajuda dos coirmãos Atlético e Coritiba como indispensável para a solução dos seus problemas.
O amigo já sabe do que vou falar. Já adivinhou. Semana que passou, o Atlético rapelou (o termo é do tempo da bolinha de gude) a Gralha, levou o treinador e especula-se que o zagueiro Gustavo está na Engenheiros Rebouças lépido e fagueiro para assinar com o Furacão.
O Coxa do seu Virso, “O Bom”, não deixou por menos, catou o centroavante do tricolor, que deu entrevista já dentro do seu veículo em direção ao “gotejarum urinatus” afirmando que sua saída foi boa para o time do técnico Ricardinho, um poço de confiança no retorno à série A. Alguém tem um bafômetro aí?
Eu que achava que a solução para o Paraná estava nos excedentes dos grandes da capital, descobri estar redondamente enganado, o leão da Vila foi o manancial de craques que se pretende base do crescimento técnico e tático de Atlético e Coritiba. Inacreditável. Assim, reafirmo ser um São Francisco de bondade, gralhas e pombos vêm pousar nos meus ombros.
Animado com os frutos da Gralha, meu Furacão reintegrou ao seu elenco o meia Carlos Alberto, em ação no Santinha, onde em 26 jogos marcou 7 gols. Ano que passou, o meia atuando pelo Furacão entrou duas vezes improvisado pela lateral-direita em finais de partida.
O armador comemora o retorno. Em 2013, disputava posição com Paulo Baier, Everton, Maranhão, Elias, Felipe e Fran Mérida, agora tem pela frente Marcos Guilherme, Bady e Nathan, a concorrência realmente é animadora.
Eu, que já não entendo mais nada, exclui dos meus roteiros a praça Rui Barbosa, soube que o meu amigo pipoqueiro paranista está no meu encalço, com sangue nos olhos, escondida na carrocinha de delícias uma pesadíssima panela de ferro, pronta a me golpear a cabeça.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

ALGO DE NOVO ACONTECEU

Vamos bem rapidinho que o dia está bonito e eu tenho que fazer a minha caminhada, cuidar do meu coração. Gostei de quase tudo, menos do resultado.
O Atlético fez uma ótima partida, marcou o Grêmio sem excesso de faltas, jogou no ataque, perdeu chances, poderia até ter vencido, perdeu. Faz parte, é do jogo, sem culpados, sem achar que o azar está perseguindo, como diria o Nhô Drub, temos que ver as coisas boas.
De bom tivemos o posicionamento defensivo, a boa partida de Marcelo pelo meio, a participação intensa de Dellatorre e Marcos Guilherme no ataque. Gostei da ação ao lado do campo do treinador, da marcação aproximada que impôs ao Grêmio, pelos momentos em que conseguiu marcar avançado.
Do que não gostei? Da pouca ação de Nathan, de quem eu esperava muito mais. Nathan fica por ali com aquele ar de daqui a pouco ela vem me lamber as botas e eu decido a pelada. Quem sabe no tempo do Charles Miller. Acho que tem mais visão de jogo do que Marcos Guilherme, sem participar, tem que substituir.
Penso que Bady seria mais eficiente de Sidcley. Penso que Claudinei inventou, inventar nunca é bom. Penso que se Marcos Guilherme ocupasse o espaço de Nathan e Sidcley fosse para a ponta esquerda o resultado poderia ser melhor. Quem vai saber?
Certo é que perdemos no último minuto, fizemos uma ótima partida, aparece uma luz no fim do túnel. Vamos torcedor, ao espaço sócio Furacão, ao Caldeirão, algo de novo aconteceu.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

UM PONTO É UM TESOURO

Qual é a intenção do comandante Felipão contra o rubro-negro de Claudinei: atacar e ganhar três pontos. Se a intenção é essa, e não poderia ser outra, a escalação tricolor tem tudo para ser: Marcelo Grohe, Pará, Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Ramiro e Walace; Giuliano, Luan e Dudu; Barcos.
Defende com duas linhas de quatro, com Giuliano e Dudu voltando para bloquear os laterais. Ataca com sete, o avanço de Pará e Zé Roberto, mais Giuliano pela direita, Luan pelo centro, Dudu pela esquerda e Barcos centralizado na área. Ramiro é o sétimo, tem liberdade para atacar, é a principal saída de bola, Walace protege os zagueiros. É um 442PD, um 2161PA.
Duro de segurar. O time é intenso, Giuliano e Dudu chegam na área com facilidade, Dudu é decisivo na jogada individual, Luan carrega demais a bola, se bobear chega na cara do gol, como fez contra o Fla nos últimos segundos, decidindo a partida. Barcos o amigo conhece.
Eu gosto muito de Ramiro, pega a bola lá atrás, leva até os atacantes, volta para defender, tem mil e uma utilidades. Faz o que eu achava que Otávio pudesse fazer. Seria bom que o nosso volante de contrato renovado aproveitasse para aprender um pouco sobre produtividade.
O Atlético vai aos pampas para defender, tentar se aproveitar dos 40 anos de Zé Roberto, puxar uma bola pela direita e fazer uma graça. Claudinei já sentiu a fragilidade do elenco rubro-negro. Tem sorte, se perder vão dizer que foi um resultado normal, o que é uma desculpa esfarrapada, leva ao conformismo, à derrota antecipada.
O Figueirense virou contra o Inter em POA semana que passou. Três a dois.  Time pode perder, mas tem que lutar, tem que ter brio. Na atual conjuntura, um ponto é um tesouro.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

GATO DA VIZINHA

Quem gosta de estatística ao ler as informações sobre Atlético e Grêmio vai achar um dado interessante. Nas colunas de gols prós e contras da tábua de classificação vai encontrar o tricolor com 17 pró e 14 contra, o Furacão com 25 pró e 26 contra. O time gaúcho em 6º o Atlético em 11º.
O gato da minha vizinha ouviu o 26 contra e fez um miado estranho, no linguajar bichano algo como “que defesa é essa?”. Resolvi dar ouvidos ao siamês entendido para me livrar da perda de amigos, toda vez que critico o Furacão e assino embaixo lá se vão uns dezoito.
Nem precisava sacrificar o bichano, todo aquele que sabe ler ficaria arrepiado com os números. Eu me arrepio muito mais por saber que em cada jogo Weverton faz no mínimo dois milagres, não fosse o goleiraço a conta já tinha ido para o livro dos recordes.
Arrepio-me mais ainda ao ver o Atlético na Arena, contra o Parmera, em início de partida, jogado na defesa, esperando o adversário, tomando sufoco, algo totalmente contra o seu histórico no Caldeirão.
O Atlético tem que pensar em três zagueiros, tentar ganhar alguma solidez defensiva, o que até agora não aconteceu, usar os laterais no apoio ao ataque. É o que resta fazer. O Flamengo saiu da zona com um monte de um a zero, um gol é possível, segurar o zero é que é difícil.
Três zagueiros não é vergonha alguma, o Atlético foi campeão brasileiro com Gustavo, Nem e Rogério Corrêa, e um ataque matador. Que tal Dráusio, Cleberson e Willian Rocha? É o que tem.
Gostei da estreia do treinador, tem pouco tempo para treinar, uma pedreira pela frente. Tem meu crédito de confiança, mas que não bobeie com a defesa, acreditou em miragem, volta de POA com a bombacha cheia. Aí o prédio não dorme mais, ninguém aguenta o “miiaaauuuu” do gato da vizinha.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

COM MUITO ATRASO


Quando faltavam cinco rodadas fiz uma previsão de dez pontos ganhos nos últimos jogos do turno. O amigo sabe quantos ganhamos? Exatamente três, um ontem, contra o Palmeiras em crise, na Arena, com torcida, Palmeiras com dez a partir de início do segundo tempo.

A previsão que fiz se baseava na qualidade dos adversários, os dez pontos eram possíveis, o Atlético só teria que jogar um pouco. Não conseguiu e se aproxima da zona do rebaixamento.

Culpa de quem? Obviamente da diretoria. O Atlético tem deficiências no elenco que não foram corrigidas por meio das contratações necessárias, assim, o caminho é este mesmo. Os jogadores lutam, se esforçam, mas é pouco.

O amigo quer um exemplo? Pois vai lá. Sai Dráusio entra Willian Rocha, um lateral-esquerdo, a entrada do reserva imediato seria uma irresponsabilidade impossível de assumir. Este é o elenco do Furacão.

Quer ouvir algo de bom? Claudinei acabou com a imobilidade irritante de Marcelo na ponta, aproximou Marcos Guilherme da área, espaço onde ele tem condições de fazer alguma coisa, acabou com aquele retorno inútil do menino até o meio de campo para dar passes para trás. Só esqueceu de avisar Marcelo para não dar varada no adversário dentro da área atleticana. Marcelo é uma sombra do ano que passou.

O torcedor tem que preservar os jogadores, jogam dentro de seus limites, se esforçam. O novo treinador mostrou conhecer os principais defeitos atleticanos e procurou corrigi-los. Num jogo já fez quase tudo ou tudo que poderia ser feito. Nem assim venceu o Verdão. Chegou a hora da diretoria se mexer, com muito atraso.

domingo, 7 de setembro de 2014

TEM QUE FAZER

Lutei para conhecer o Palmeiras e tive muitas dificuldades. O time está muito desfalcado, do jogo contra o Inter que assisti estão fora Lucio, Allione e Mendieta, o treinador mudou, chegou Dorival Junior, até o superpoderoso Departamento de Inteligência do Furacão deve ter encontrado embaraços para escalar o Verdão.

Vai jogar o goleiro Fábio que vem falhando em sequência? Difícil saber. Deola está no banco. A defesa vai de Weldinho, Wellington, Tobio e Juninho? É provável. Os volantes Marcelo Oliveira e Renato vão proteger a defesa? Vão ganhar o apoio de Eguren? Quem sabe? E o ataque? Cristaldo, Mouche e quem mais?

O amigo já viu que em um aspecto o Furacão sai na frente, o entrosamento. Seu Claudinei não deve mudar muito o time que venceu quarta-feira, Dorival Junior vai montar um Palmeiras novo, auxiliado pelo Alberto Valentim. Lembra dele?

Do time que vi contra o Inter só dá para se preocupar com o avanço de Juninho pela esquerda e seu entrosamento com Mouche pelo setor. Dali saem os principais cruzamentos para Cristaldo se virar dentro da área. Eu apostaria em três volantes, um ataque com Mazinho, Cristaldo e Mouche. Defende, arrisca no ataque, levou gol, entra com atacantes, vai ter uns três no banco.

O Palmeiras Frankenstein vem a Curitiba para lutar, não vai entregar fácil. O Inter teve muito trabalho para vencer, aos 30 do segundo tempo tinha feito 30 faltas contra 10 do time do Gareca. A torcida lotou o Pacaembu e de nada adiantou.

Claudinei tem que colocar o Furacão em campo fervendo. Entrou pensando na morte da bezerra, toma gol e terá problemas sérios. A torcida vai ajudar. Ajudar. Só ajudar. Torcida, entrosamento superior e muita raça podem fazer a diferença. Tem que fazer.

 

sábado, 6 de setembro de 2014

CANSOU A BELEZA


O Atlético trocou de treinador. Não era possível continuar com Leandro Ávila. Acho até que o interino deveria seguir destino, deixar o Caju, sempre tem alguém para achar que ele fez bom trabalho, comparar com o dono do cargo, alhos com bugalhos, criar um ambiente ruim de desconfiança.

O novo salvador da pátria vem de perto, ali do começo da Engenheiros. Seu Claudinei Oliveira ligou o carrão na frente da Vila Capanema, seguiu na direção do colosso e parou poucas quadras depois, deslumbrado. Em minutos um salto de qualidade monumental. Para ele.

Para o Furacão, outro treinador a ter a oportunidade da vida. Se somos um time escola para jogadores, temos que vê-los aprender a jogar, porque não também um treinador? Completa o pacote.

Como é o futuro do Furacão, impossível não desejar boa sorte. Diz Claudinei: "Gosto que o time ponha a bola no chão, toque, faça ultrapassagens e busque a linha de fundo, além de ser uma equipe comprometida, que é o que o torcedor gosta”. É o beabá.

Eu gostaria que a defesa colocasse a bola no chão, que o meio tocasse para frente, eu disse frente, vertical, que as ultrapassagens acontecessem, que o cruzamento fosse pelo menos na direção de alguém dentro da área, que ele colocasse o melhor em campo, independente de nome, do peso do empresário.

Gostaria que ele conversasse com os jogadores. Soubesse deles o que podem fazer, onde sabem jogar. Não adianta pedir ao jogador aquilo que ele não pode dar. Se quiser ir embora, também é bom falar, deixar de atrapalhar. Tem má fase aí que já me cansou a beleza.

Em tempo: Acho a punição do Grêmio um absurdo. Ninguém controla os idiotas. O STJD já passou do limite há muito tempo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O ANO JÁ ESTARÁ GANHO

Saí de casa para ver um bom jogo, ver o Atlético achar um jeito de jogar, se preparar para as durezas do Brasileiro. Se desse para passar, melhor seria, se não desse, que fazer.
Não deu. O Atlético começou bem, achou logo um gol com Deivid e ameaçou aumentar o placar. O bom jogo que eu queria e o placar necessário pareciam dentro das possibilidades. O seguir dos minutos mostrou um Furacão sempre presente no ataque, inúmeras chances perdidas, o segundo gol lá pelos quarenta do segundo deu esperanças, fomos para o abafa e ficamos por um triz.
A leitura aponta para um Atlético em ponto de bala. Longe disso, o rubro-negro finalmente animado pela torcida alternou bons e maus momentos, as deficiências individuais de sempre estiveram à mostra, o que se viu de bom foi o empenho elogiável, taticamente nada diferente do que se tem visto no nosso jogo a jogo. Lembre-se que o América é um time fraco, o que nos eliminou foi o resultado horrível em Natal.
Penso que a eliminação faz bem ao Atlético. Tendência declinante, técnico novo, elenco limitado, inexperiente, as esperanças em má fase tremenda, envolver-se na Copa do Brasil seria mais um problema do que um benefício.
Fora, teremos semanas cheias para treinamento, elenco descansado, maior tempo para o treinador achar o tal do encaixe da equipe. Se achar e conseguirmos chegar ao final do ano na primeira divisão, com a arena terminada, o quadro associativo em crescimento, o ano já estará ganho. 

LEVO NO MEU CORAÇÃO

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é o jogo, dificílimo, necessário quase um milagre para a passagem de fase. Outra coisa é a reabertura da querida velha nova Baixada, dona de um cantinho no coração de todos os atleticanos.
O grupo Fotos do Atlético Paranaense, do facebook, posta pedaços de memória que nos remetem a equipes valorosas, jogadores de talento, de garra, artilheiros, defensores, milagreiros com e sem luvas que todos lembramos com carinho, fizeram a história do Furacão.
Toda essa gente de sangue rubro-negro passou pelos gramados da Baixada. Foi ela o cenário de jogos sensacionais, vitórias maiúsculas, derrotas duríssimas, palco de desempenhos épicos, dramas, lágrimas vertidas frouxas em glórias e tragédias.
A tudo ela viu, sentiu e nos acolheu carinhosa, jogo após jogo, firme, resoluta, símbolo da resistência, quando abandonada fez-se fortaleza, quieta, guardando forças para o seu retorno triunfante. Hoje, depois de tanto tempo, calorosa e magnífica, abre seus braços para todos nós atleticanos de fé, a terra santa a acolher seus peregrinos.
Hoje não é dia de reverenciar a Pedro, a Paulo, a Chico, ou a Francisco, é dia de celebrar o solo sagrado que nos dá guarida, que nos viu nascer, crescer e ganhar espaço entre os maiores, e nos alenta a sonhar sonhos nunca dantes concebidos.
A ti Baixada que vi pequena e simples, gestante do meu amor por essas cores que me impregnam a alma, referência sólida em tantos momentos de saudoso distanciamento, o meu abraço agradecido.
Que toquem os clarins, que rufem os tambores, que se curvem em reverência as bandeiras desfraldadas, em reverência a ti Baixada querida, da terra tanta que tanto amo, a terra pouca que levo no meu coração.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

EM BUSCA DE UM THUNDERCAT

O cara olha e me diz na lata: “Você é pessimista!”. Sou pior que um pessimista, sou um desesperançado. O pessimista ainda carrega um ódio na palavra, está vivo, e, em certas situações, estar vivo é grande negócio.
O desesperançado como eu é aquele que já viu tudo, já fez tudo para resolver problema e nada aconteceu, tudo continua na mesma, então à espera de um milagre, da cavalaria salvadora dos santos.
Quase tudo que imaginava pudesse ser feito para a melhoria do Furacão foi feito pelos treinadores de plantão. Substituições evidentemente necessárias, movimentação de jogadores, mudança de esquema, muito do que eu imaginava se realizou, óbvio que não exatamente, mas muito próximo. Quem sabe só tenha faltado o meu @*&$%&@#)*&
Jogadores que imaginei capazes de dar um passe, criar uma jogada, me iludiram, os bons momentos em que me baseei devem ter sido fruto da desqualificação dos adversários. Meu tombo quebra-coluna aconteceu no domingo. Falei que Dráuzio tinha lugar na zaga do Atlético com um pé nas costas, e não é que o Dráuzio tirou o pé e deixou a bola ir mansinha para o fundo das redes. Dráuzio jogou a pá de cal nas minhas esperanças.
Agora só me falta alguém tentar os três zagueiros, liberar os alas já que o nosso meio não funciona, tirar Marquinhos e entrar com qualquer um que tenha a visão além do alcance, possa ter a bola rolando entre os pés e os olhos nos parceiros, pronto a enxergar a oportunidade e fazer a assistência perfeita, deixar o atacante na cara do gol.
Amigos, agora me dei conta que a coisa está feia mesmo, estou em busca de um thundercat.

PS – Só para quem viu a série Thundercats lá pelos oitentas. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

CONTINUA VALENDO

Chego ao computador, a página aberta no facebook e amigo anuncia sua despedida, só volta no ano que vem, cansou, vai cuidar do coração. Está mais do que certo. Primeiro a saúde. Atlético, Dilma e Marina em conjunto são de bloquear carótidas, vertebrais, a tubulação toda do corpo velho.
Covarde, o Atlético se defendeu o primeiro tempo, fez um contra-ataque e saiu perdendo de dois a zero. A explicação é simples. O time defende, mas não marca, não toma a bola, não dificulta para o ataque que vai tocando até dentro do gol.
O primeiro gol é exemplo claro. O lateral avança, Marcelo espia, Erick recebe, Otávio espia, o atacante cai para o meio, Otávio abandona, Deivid faz que chega, não chega, o guri solta um peteleco, todo mundo tira o pé, gol do Goiás. É gol de defesa que vai para a segunda divisão.
No segundo tempo entra Coutinho e o Atlético ataca, faz um gol, dá até um alento, fica a meio caminho. Contra-ataque, 3 a 1. É o cobertor curto que tanto falo. Tendo que atacar, leva gol.
Sem armação, o Atlético é dependente de Sueliton. A ligação direta com Marcelo é chamada para celular, nunca funciona. Marcos Guilherme nada produz e tem escalação garantida. Quem é o padrinho desse guri? Se tem que jogar, coloca de centroavante, lá não atrapalha, vai ver faz um gol.
Em 5 dias tomamos 6 gols, fizemos 1, contra times de fim de linha. Leandro Ávila tem que partir, precisamos de treinador exigente, que grite à beira do campo, cobre, substitua, quer ser professor amigo vá para a Malhação, futebol é coisa séria. Amigos, estamos muito mal, o time é anêmico, sem liderança, sem futebol. Lá atrás, muito lá atrás, falei em vela de sete dias, continua valendo.

Em tempo: O que me dói ainda mais é que no final de 2013 tínhamos um time pronto. Que meleca. Parece coisa feita.