O jogo me interessou
ainda mais depois de saber a escalação. O Atlético jogaria com três zagueiros,
esquema que advoguei como solução para a fragilidade da defesa atleticana. Meu
interesse virou angústia a partir dos dez minutos. Totalmente recuado, o 352
transformado num ferrolho, o Furacão estava em perigo extremo.
Dito e feito, aos 26 a
casa caiu. Marcelo Oliveira tinha mudado o lado de atacar, aos 24 e 25 dois
cruzamentos perigosos da esquerda, aos 26 o gol determinante. O resto do jogo
foi o esperar dos demais gols cruzeirenses, felizmente só mais um, em tremenda
falha defensiva que começou lá no meio de campo. O Atlético foi soterrado pelo
Cruzeiro.
Vendo o jogo com calma,
a derrota definida, ficou clara a extrema superioridade da Raposa. Avançou sua
defesa, impediu a saída de bola atleticana, quando o lançamento chegou aos
nossos atacantes a antecipação limpa pôs fim à ousadia. Definido o predomínio absoluto,
impossível negar a partida ruim do Furacão. Infantis erros de passe, submissão
à marcação, tentativas de obtenção de faltas inexistentes, distanciamento entre
os atacantes, falta total de ligação.
As modificações de nada
adiantaram. A exótica entrada de Sidcley só fez lembrar Petkovic e seu sub-23. Faltou
ao Atlético o entendimento do jogar com três zagueiros – um esquema ofensivo –
e o que sempre faltou, alguém para pisar na bola, pensar o jogo, fazer uma
assistência. Foi uma derrota coletiva. Hoje, definitivamente, não é dia de
escalar culpados.
O tombo serviu para
mostrar a inviabilidade dos três zagueiros, que nossa transição continua
capenga de imaginação, embora com pernas de maratonista. Ficou claro que o
Atlético tem que fazer o feijão com arroz, escalar um time e manter, fazendo
trocas ovo com farofa, strogonoff nem pensar. O jogo foi pleno de ensinamentos,
clareou o pensamento de Claudinei, mostrou como se monta um time de futebol.
Foi uma aula.
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