sábado, 28 de fevereiro de 2015

PODE VOLTAR À PRANCHETA

Claudinei admitiu prematura a decisão de jogar contra o Foz com o Furacão. O amigo sabe da escorregadinha. Concluiu que seria melhor esperar mais dez dias e enfrentar o J. Malucelli na próxima rodada, “com o time mais descansado”.

Comandantes não precisam assumir culpas, elas estão implícitas no cargo. Mesmo no Brasil de cabeça para baixo, mesmo que todo um conjunto de pessoas tenha contribuído para o comemorado retorno do Furacão ao estadual, o professor não tenha perdido gols, falhado no gol matador, é dele a responsabilidade.

O que Claudinei não pode apontar como razão do insucesso é o cansaço. O Atlético não funcionou coletivamente, jogadores não conseguiram sair da marcação, obrigado a jogar no ataque revelou-se pouco criativo, uma única defesa importante de Edson Bastos em chute de Deivid de fora da área dá a dimensão da pobreza ofensiva do Furacão. Transformar o cansaço no FHC da história é erro grave. Mesmo saindo do avião na tarde de quinta-feira a vitória contra o Foz era impositiva.

O retorno ao Brasil é um recomeço. O time europeu não é uma certeza, tem gente para entrar, contratar é preciso, é chato, dá trabalho, balança o grupo que já se imaginava pronto, é dura a missão do comandante. Por isso seu Claudinei, sem cansaços, pode voltar à prancheta.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

OBRIGADO FOZ

Saio da formatura do segundo engenheiro mecânico da família e pergunto o resultado do jogo, nas minhas contas quatro a zero fora o baile. Um a zero Foz é a resposta. Dou um sorriso imaginando a brincadeira. O amigo mostra o celular e lá está, um a zero Foz. Só pode ser castigo. Esqueço. O jogo ficou gravando, vou ver com calma.

Vi com calma. Vitória merecida do time da fronteira. Jogou fechadinho, na chance que teve marcou, perdeu uma melhor ainda no segundo tempo, foi para o cai-cai, o Atlético não incomodou Edson Bastos, perdeu com louvor. O que eu acho? Acho ótimo. A derrota dá tempo para corrigir, entender a fragilidade da equipe, mexer no onze, alterar o esquema.

Não se pode dizer que o Furacão jogou mal. Atacou, foi veloz, usou e abusou de cruzamentos, Cléo esteve ausente, aos 47 tentou uma letra, um pouco mais de simplicidade poderia garantir o empate. Quando o jogo de velocidade mostrou não resolver entraram Natan, Marquinhos e Nikão. Demorou a engrenar, melhorou, estivemos mais presentes na área, foi pouco.

O Atlético que gosta de jogar por uma bola, perdeu por uma bola. Ficou clara a necessidade de alternar jogo tocado com velocidade, dar tempo para a aproximação de outros jogadores na área. Como disse, foi ótimo. Claudinei sai do conforto, tem que repensar o time, criar alternativas na forma de jogar, contratar. Assim, melhor agora. Obrigado Foz.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

FOI FEITA A SUA VONTADE

Quando você atira ideias e as vê florescer nos atos de nossos dirigentes, impossível não sentir uma satisfação pessoal muito grande, mesmo sabendo que os protagonistas muito provavelmente nunca leram uma linha de seus textos, sequer sabem seu nome, seus pensamentos são tão óbvios que devem morar na cabeça da maioria dos amigos.

Falo primeiro da ajuda que Atlético e Coritiba pretendem dar ao Paraná Clube. Para quem assiste de longe a luta da Gralha para permanecer voando, parece absolutamente possível e indispensável o auxílio agora anunciado. O Paraná se encontra à beira da falência. Levantar voo sozinho dificílimo. A solução conjunta pode trazer benefícios para afilhado e padrinhos, garantir a sobrevivência do corvídeo. Que o Paraná não me venha de orgulhos.

Segundo, a utilização do Furacão em alguns jogos do Paranaense. Essa era uma possibilidade mais clara que água de poço, mais econômica que motocicleta em tempos de PT, mais fadada ao sucesso que Usain Bolt em final de cem metros, mais arrasta torcida que a contratação de Messi pelo Furacão. Difícil entender por que demorou tanto. Tardou mas chegou. Seus reflexos já serão sentidos hoje nas arquibancadas. Vamos lá irmão.

Finalmente, seguindo a irrefreável lei do tempo, foi feita a sua vontade. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

FICO NA TORCIDA

Amigos, contratamos um atacante indiano. O nome do craque? Rajid Abramaputra? Jagadbandu Gandhi? Não, claro que não. O nome da fera é Romeo Fernandes, um indiano com nome castelhano, só faltava se chamar Hipólito Ruiz. Que seja feliz no Furacão. Namastê.

O Atlético amanhã ataca o Foz do Iguaçu na expectativa de conseguir vitória que recoloque o time nos trilhos após a derrota de domingo. Precisa vencer, mais do que nunca precisa de você torcedor.

Sobre o jogo tenho três pitacos a dar. Seu Marcelo Vilhena precisa deixar de transformar atacante em auxiliar de lateral. Deixar o Crysan jogar no ataque, próximo da área, colocar o Pelissari para fechar o lado. Dá uma agonia ver o piá socado na defesa, a quilômetros do gol.

Os dois outros vão para Sidcley e Marmentini. Corajosos, capazes de driblar adversários, hoje uma raridade, após conseguir o difícil espaço têm dificuldades no prosseguir da jogada, passar, finalizar, tornar o drible produtivo. Vamos! Vocês têm futuro. Observar os melhores, copiar, treinar faz parte do crescimento. O Messi é o parâmetro, com ele toda jogada tem arremate precioso. Fico na torcida.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O QUE VOCÊ PODE FAZER

Estou com frase de Mário Celso Petraglia rondando minha cabeça há algum tempo. Diz o comandante: “Estamos com um furo de 40 milhões no momento”. Se ele está preocupado, eu não estou, pensei que a dívida era muito maior. Estou louco de feliz.

A aritmética, que me ajudou a calcular quantos porcos e galinhas havia em quintal a partir do total de pés e cabeças da bicharada, mostra que o salto de 180 para 346 milhões no custo da Arena gerou um extra de 166 milhões a ser dividido entre Estado, Prefeitura e Atlético, 55 milhões por instituto, que a dupla dinâmica Beto e Fruet vai recusar pagamento. Assim, o meu cálculo de dívida gira entre 55 e 166 milhões.

Ante meu cálculo assustador acho os 40 milhões dinheiro de pinga, nada que nos empurre a dividir com o Coxa a Arena magnífica, com o que não me preocupo. Não me preocupo – Petraglia não sairia ofertando a Arena sem consultar o Conselho –, mas tenho certeza que seu pensamento lógico aponta a Arena Atletiba como solução ideal para a cidade, um aperto de mãos capaz de nos salvar de todos os apertos.

Assim, o sonho virado em pesadelo, seria prêmio para todos os coxas que durante os anos da obra se deleitaram em colocar empecilhos para sua conclusão. Resumo da ópera: o Atlético precisa que o amigo se associe, garanta recursos para o pagamento da dívida. É o que você pode fazer. Eu sei que a hora é ruim, suas ações da PTrobras estão em queda, mas é o que você pode fazer. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

NÃO TEVE A MENOR GRAÇA

Antigamente existia o match-treino. O Atlético inventou o classic-treino. Permite ao arquirrival aprimorar seu posicionamento, ganhar corpo, somar três pontos com tranquilidade, introduzir contratações, dar alegria à torcida. A história do clube, a paixão do torcedor, pouco importam. O Coritiba passeou em campo, venceu, só não goleou porque tirou o pé do acelerador, jogou o suficiente para não perder o freguês amado.

Totalmente desorganizado, com buracos defensivos abertos os noventa minutos, não fosse o descaso coxa-branca pelo placar, a ótima atuação de Macanhan, teríamos sofrido derrota de rasgar a bandeira.

Nessas horas a tendência é procurar culpados. Que não se culpem jogadores, embora algumas “promessas” possam entregar o armário amanhã, nem o treinador, que nem treinador é, muito menos a arbitragem, feliz em apitar clássico entre solteiros e casados.

O problema é a ideia que se repete a cada ano sem aperfeiçoamentos. Aliás, só piora. Em 2013 pelo menos tínhamos treinador. Agora nada temos além da vontade de alguns corajosos como Marmentini e Sidcley. Para quem gosta dessas coisas de camisa, raça, história de luta, foi mais uma página a lamentar, não teve a menor graça.


PS: Uma regra básica de liderança: Nunca exponha seus subordinados ao ridículo. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

FIGA IRMÃOS

Vou assistir ao clássico com o sangue adoçado por uma série de justificativas que me vêm à cabeça e deixam confortável para enfrentar a gozação do meu porteiro coxa. O maligno abre portas espera o clássico como o pica-pau do desenho afiando facas frente a peru saído do forno.

Clássico é clássico, o jogo é fora, a torcida coxa vai lotar o treme-treme, a arbitragem continua viúva do careca, temos aspirantes contra titulares, um coordenador de divisões de base no cargo de treinador, perdido o jogo, é só ir colocando uma a uma, menosprezando o sucesso com desdém, política superioridade.

Se nada conseguir tirar a ironia daquela cara redonda, vou dizer que não estamos dando a mínima para o resultado, a ideia é colocar os meninos para jogar, testar individualidades, peneirar craques. Algo como tirar nhoques de água fervendo. Apareceu, está pronto, saca, bota outro.

Com o esquema montado para a derrota, faço figa e torço pela vitória. Se ela acontecer, todas as dificuldades serão usadas para dourar o feito, torná-lo heroico, tremular bandeiras ao som do “conhecemos teu valor”. É isso irmão, um pouco de figa, uma pouco de sorte, uns milímetros de chuva, um transbordar de raça e pode dar certo. Figa irmãos.


sábado, 21 de fevereiro de 2015

ELE NÃO PASSA DUAS VEZES

Vaná? Quem é Vaná? Demorei a descobrir. Pesquisei e encontrei. É o goleiro Coxa, responsável direto pelo primeiro gol do Foz na derrota alviverde por dois a zero na fronteira. Lendo a escalação do coirmão amado, reconheço a maior experiência das hortaliças. Porém, nenhum reipolho, nenhum reibanete, nada a temer em termos de individualidade.

Quanto ao entrosamento dos maduros vegetais nada sei, mas não deve ser lá grande coisa. Perder para o Foz, levar cinco gols e marcar sete em quatro jogos é cartão de visitas apenas razoável. Salvo um salto de qualidade guardado para o clássico, a garra rubro-negra pode resolver o problema com um pé nas costas.

Esquecido o desastre em Paranaguá, a defesa do Ventania sustentou o zero no placar nos demais jogos. No Atlético a fratura tem que ser exposta para que a modificação óbvia aconteça. Ossos à mostra, a correção é feita, o time melhora.

No papelucho em que copiei a provável escalação rubro-negra sinto falta de Jonatan Lucca. Deve haver uma explicação lógica. Além de Lucca, gostaria de ver Pelissari jogar. Pede a bola piá, vai para cima, tenta o passe, o gol. Faça uma sombra ali pela esquerda, mas privilegie o ataque, tenha iniciativa, solte-se. Faça de conta que está jogando às margens do Ganges. O cavalo está passando encilhado. Ele não passa duas vezes.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

FOGO NELES PIAZADA

Homens de boa vontade de Atlético e Coritiba se uniram em coletiva de imprensa para opinar sobre o clássico de domingo, falar de paz e harmonia. Os chamegos trocados entre os arquirrivais, cada dia mais calorosos, deviam ser soprados para todos os cantos do país, bafejar almas violentas que esperam grandes partidas para manifestar suas truculências sem quaisquer necessidades.

Presidentes rubro-negro e alviverde fizeram história, mostraram ser possível o diálogo fora de campo, a busca de interesses comuns, a rivalidade deixada para a bola rolando, restrita a noventa minutos, nada mais que os exíguos noventa minutos de jogo.

Quem também fez história há poucos anos foram Santos, Léo, Rafael Zuchi, Bruno Costa e Heracles; Elivelton, Renan foguinho e Hernani; Zezinho, Crislan e Edigar Junio. Os meninos do sub-23 2013 deram uma sapecada no Coxa de Alex, um três a um inesquecível que me fez sair da Vila Olímpica do Boqueirão flutuando.

A escalação inteira hoje está empregada, vira e mexe se ouve falar nos heróis meninos. O clássico é vestibular de fogo, mostrar-se vivo no máximo jogo é passaporte para o sucesso. Por isso meninos drible neles, passes precisos, ousadia, marcação a milímetro, apareceu a chance bola na rede. Aproveitem, não é sempre que se tem a oportunidade de fazer história. Esquecida a boa vontade extracampo, fogo neles piazada.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

TALVEZ DA GLÓRIA

A chuva cai copiosa sobre a Sapucaí. A baiana vem rodopiando e capota como caminhão em ladeira. Solução para o problema? Teto retrátil. A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro tem que contatar o mais rápido possível o nosso Petraglia, providenciar a cobertura da rua famosa, acabar com o desmilinguir de penas caríssimas, o furar dos surdos, o fim das cuícas, o pavor dos passistas.

Acaba o problema com São Pedro e corre-se o risco dos carros engastalharem no teto deslizante, o destaque ficar pendurado na estrutura, necessário um rapel para descer Cleópatra agarrada em tubos, parte do insuperável enredo “de como a víbora do Nilo pôs fim ao amor de César e Marco Antônio no esplendor da Sapucaí”.  

Para manter a harmonia, Cleópatra deslizará rapel abaixo remexendo as cadeiras, movendo os braços como figura de mural hindu, os dentes branqueados de véspera mostrando sorriso que encobre o terror apavorante. Pezinhos no chão, a serelepe rainha sapateará como gato em chapa quente, o Coliseu aplaudirá em pé, a câmera indiscreta pegará a lágrima furtiva do desdentado torcedor.

O carnaval acabou. Voltamos à bola. O Furacão volta da Europa com resultados pouco animadores, discurso de campeão na avenida. De certo para o ano só o teto retrátil. No futebol é tentar um desfile sem erros, sapecar um dez na harmonia. Sem as lágrimas do drama, talvez da glória.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

COMO ERA BOM

A escola está pronta para iniciar o desfile, a repórter conversa com o menino vestido em prata da cabeça aos pés, pede para ele mostrar sua dança e o saci de duas pernas vira um capeta, mexe as perninhas a jato, balança as cadeiras, levanta os braços para emoldurar sua arte, sorri feliz como em noite de Noel.

Fico imaginando o treinamento desse menino. Cones de diversas cores são distribuídos pela sala, um apito é soprado e ele, disciplinado como chinês do cirque du soleil, sai trocando as pernas, tomando broncas, até ganhar a agilidade demonstrada em rede nacional. Claro que não. A arte do menino é um dom, ele vê o mais velho, copia, o talento natural o faz atingir níveis inimagináveis com alegria de dentes largos e brilhantes.

Passo pela praça que recebe minhas caminhadas e vejo menino pouco mais velho que o meu sambista ao comando de um “coach” que pretende lhe ensinar futebol. Os cones estão por toda parte. O apito soa e o talentoso segue o circuito desenhado na quadra velha, pula, gira, saracoteia, o exigente vai cobrando velocidade, agilidade, todas as “dades” do craque imberbe cansado e sem alegria.

Olho e lembro meus tempos de piá. Pedras catadas faziam dois gols no meio da rua e a pelada comia solta, grossura e talento forjados entre o raro passar dos carros. Imitados em cada gesto, Rivelino, Pelé, Bellini, todos estavam presentes. Os joelhos ralados, as canelas roxas davam o colorido sanguíneo ao entrevero. Ao final, todos ao boteco tomar Chicabon. Por muito tempo as pedras catadas forjaram craques maravilhosos. Acabou. Amigos, que saudades. Como era bom.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

MIRA LASER

Jogando conversa fora com amigos, vou lembrando jogadores do passado. Chego a Sérgio Lopes, o “fita métrica”, de passagem pelo Furacão lá pela década dos setentas. O amigo mais jovem vai estranhar o “fita métrica”.

Alto, classudo, cabeça levantada passeando pelo meio do campo, matada a bola com carinho, o lançamento longo chegava aos pés do companheiro com precisão de milímetros, desnecessário dar sequer um passinho lateral para matar a danada, ela já vinha amansada como vinho por anos descansando em barris de carvalho.

Os mais novos da mesa olham com desdém, não acreditam, os mais velhos balançam a cabeça positivamente, saudosos do tempo em que alguém que sabia dar um passe de trinta metros com perfeição podia vestir a camisa atleticana, sinal de que os demais clubes nacionais estavam lotados de craques de igual categoria.

Eram outros tempos alguém dirá, hoje a marcação não dá tempo para respirar, um Sérgio Lopes não teria espaço para dar suas estilingadas. Eu penso que não, a matada perfeita, a visão de jogo, o conhecimento da forma de jogar dos companheiros facilitaria tudo. Se o seu Sérgio Lopes fosse o atual 10 do Furacão não seria o “fita métrica” seria o “mira laser”

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

VILLA FONTANA

Estou num paraíso empoleirado às margens da represa de Salto Caxias, sob o olhar sereno de um Buda assentado à beira de piscina de borda infinita, soprando ao meu ouvido que minhas palavras devem ser cheias de compaixão. Nem poderia ser diferente. Cercado pela vegetação luxuriante desta terra onde se plantando tudo dá, embevecido com as orquídeas de todas as cores, com o espelho d’água refletindo o sol no zênite, tomando uma caipira de limão siciliano, impossível endurecer as palavras que vão tomando conta da tela em branco paz.

Por incrível que pareça, neste céu de fim de mundo, assisti ontem a Atlético e Prudentópolis, graças à essas coisas modernas que não sei quem inventa, mas me encantam e põe em contato com o meu Furacão onde quer que esteja.

A vitória trouxe ainda maior mansidão ao meu falar. Necessária, impositiva, aconteceu. Diferente do time espanhol com sua escalação pétrea, o Ventania troca jogadores como o vento troca de quadrante neste Éden, parece não ser importante o entrosamento, o coletivo, imperativo o dar oportunidades, revelar talentos. Se é assim tudo bem, respeitemos a filosofia. Ganhando ainda melhor.

Dentro da piscina escuto alguém dizer que o Coxa perdeu para o Foz. O Buda parece sorrir. Será o Buda rubro-negro? Alguém luta para colocar um trabalho de arte na parede. Resmunga, fura, parafusa, está torto, só um pouco, tira, mexe, recoloca, agora ficou bom. Escondido sob a água tépida, com olhar de periscópio, leio no quadro colocado à duras penas o nome do paraíso: Villa Fontana.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O TORCEDOR APAIXONADO SABE

No último minuto, Edigar Junio entrou na área e foi barrado pelo goleiro. Pênalti. Cléo bateu, gol da vitória do Furacão em Marbella. O Dínamo da romena Bucareste lutou, lutou e ficou pelo caminho. Em jogo de alternativas, por duas vezes o Atlético esteve na frente e sofreu o empate. Os três pontos colocam mãos rubro-negras no troféu, depende apenas do resultado hoje entre Lokomotiv e Elfsborg.

Claudinei acertou o esquema tático da equipe. Defende com duas linhas de quatro, Cléo e Bady dificultam a saída de bola, ataca com Edigar Junio, Cléo, Dellatorre, Bady flutua dando opção, os laterais chegam quando possível. Deu certo. Vi o jogo todo e achei que o time foi muito bem.

O Atlético não se limitou a defender e contra-atacar. Teve bons momentos ofensivos, trocou passes com qualidade, foi coletivo, a defesa usou muito Weverton, Weverton fez lançamentos que facilitaram a transição defesa ataque. Quando precisou passar, Cléo serviu de bandeja Dellatorre para o primeiro gol, quando precisou forçar a jogada individual, Dellatorre conseguiu a falta em que Bady marcou o segundo, Edigar o pênalti convertido por Cléo.

As substituições nos minutos finais de partida mostram a vontade de vencer, a titularidade absoluta dos onze que iniciaram a partida. A manutenção do elenco de 2014 facilitou o entrosamento. A novidade Daniel Borges foi caso de ajuste rápido. Zuchi já frequentava a cozinha. Gostei, mas pode ser pouco. Vamos precisar da torcida. O Espaço Sócio Furacão vai ter que virar um inferno. O torcedor apaixonado sabe.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

COMEÇOU O PARANAENSE

Uma hora antes do jogo caiu um temporal sobre a Arena magnífica de fazer paulista chorar de inveja. A chuva inundou o gramado. O clássico que era para ser tocado a técnica e organização tática mudou de estilo, passou a valer a raça, o erro zero. O Paraná errou, o Atlético teve garra 101 minutos, venceu.

A elogiar no Furacão a determinação de todos os jogadores, o bom desempenho na bola aérea defensiva, a marcação eficiente. Ir além disso é incorrer em erro. Na necessidade de individualizar o elogio, Alexandre Cajuru é o tiro certo. Foi bem sempre que exigido. Criticar um ou outro seria uma maldade, tirar o brilho de vitória de estufar o peito.

Para o paranista assustado com o discurso de seu gerente de futebol anunciando o fim do Paraná, lembrar que a equipe jogou bem, foi organizada, esbarrou no problema já visto contra o Cascavel, a dificuldade em chegar ao gol. Não é o fim do mundo. Foi clássico, na Arena, todo mundo sabe que caiu na Arena dá pena. Essa foi horrível.

Mesmo considerando as condições de jogo, o coordenador atleticano tem correções a fazer, o Ventania muito a melhorar. É necessário aproveitar o momento. A vitória encharcada aumenta a confiança dos atletas, anima a torcida, possibilita o crescimento, carimba com sangue jovem a marca do eterno time da raça. Para o Atlético começou o Paranaense.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

VAI AJUDAR

Assisti aos 30 minutos finais do 0 a 0 entre Lokomotiv Moscou e Atlético. De relevante a maior posse de bola do Furacão e a forte participação de Bady na armação. Pouco a pouco Bady vai se firmando. O microfone próximo a Claudinei mostrou o treinador cantando todas as jogadas da equipe. Como treinamento tudo bem. Mesmo assim deve ser uma chatice para o jogador, cercear sua criatividade. Como não atender à vontade do dono das camisas. Eu gosto mais de treinador vendo do que cantando.

Assisti Paraná e Cascavel, um sonífero a ser estudado pela comunidade científica mundial, solução simples para problemas de insônia grave. A Gralha criou uma espinha dorsal experiente – o goleiro Marcos, o zagueiro Clayton, o volante Ricardo Conceição e Lúcio Flávio no passinho da saúde –, e completou com mocidade. Nem incomodou.

O sujo falando do mal lavado, vai dizer o meu amigo pipoqueiro paranista. Estará cheio de razão. Como no Furacão sub-23, os atacantes querem ser rápidos e se perdem na velocidade. Eu gostei do lateral-direito Netinho, o treinador não gostou. Sacou o piá no intervalo e entrou com o atacante Rodrigo Tosi, puxando Ricardinho, que incomodava no ataque, para a lateral. A meu ver, fez bobagem. Do que gostei? Dos zagueiros Renan do Paraná e Maurício do Cascavel. Dá para ganhar da Gralha?

Penso que dá. Tem que ser coletivo, trocar passes, ser eficiente até acontecer a chance para usar a rapidez, entrar e marcar. O Atlético perdeu boas chances nos dois primeiros jogos. O Paraná que não me tire o sono. Sexta-feira fui ao Espaço Sócio Furacão e estava cheio. A torcida está se mobilizando. Vai ajudar. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

VÊNUS PLATINADA

Amigos, caí da cadeira após ler a matéria “Globo divide R$ 300 milhões de pay-per-view com os clubes”. Sabe quanto ganhará o Flamengo? 40,5 milhões. O Corinthians? 38,5 milhões. O Atlético? Míseros 3,7 milhões. Sabe como a Globo chegou a esses números? O IBOPE fez uma pesquisa e chegou aos percentuais das torcidas brasileiras. O amigo já recebeu algum telefonema do IBOPE uma vez na vida? Um absurdo.

Pode-se tranquilamente fazer distinções na distribuição dos valores devidos aos clubes, nunca com diferenças tão gritantes, afinal, para um jogo de futebol são necessárias duas equipes em confronto, com despesas semelhantes. Sem Atlético, Coritiba, Ceará, Santa Cruz e outros o jogo não existe. Sem o vilão, o comendador da novela não tem emprego.

Inexplicável o silêncio dos menos favorecidos. Talvez a necessidade absoluta dos recursos da televisão impeça a grita imperativa. Os clubes são reféns da Globo, não só os clubes, o público idem, que assiste jogos começando às dez da noite para respeitar o horário da novela. Indignante.

Impossível saber como esses clubes não são Barcelonas, Reais Madrid nacionais. Vivem naufragados em dívidas, pedindo cancelamento de débitos ao governo, são os sósias da Petrobrás no cenário esportivo. E assim vamos nós para o matadouro. Cabeça baixa, a boca trêmula, o pires na mão, submetidos às vontades de famílias ladras, da Vênus platinada.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

UM GRANDE NEGÓCIO

Irmãos em sofrimento, o Ventania tomou um sapeca Iaiá em Paranaguá. Um tal de Bruno Andrade acabou com o jogo. Para quem conhece o Paranaense, amanhã estará contratado pelo Coritiba. O Leão venceu com todo o merecimento. É um time treinado, jogou com a faca na boca, se aproveitou de todos os erros da defesa rubro-negra.

Os erros atleticanos vão dizendo presente. Começar competição sem um treinador experiente e com apenas um lateral-esquerdo nem em time de quartel. O sub-23 é um projeto interessante que infelizmente não se aperfeiçoa. Por isso, vou ficar nas críticas à organização, salvar a pele dos meninos.

Só parem de dizer que esse time do Atlético é velocidade pura, se velocidade ganhasse jogo o time da Jamaica era campeão do mundo. Velocidade funciona com espaços para jogar e armadores para lançar. Sem um nem outro, no atoleiro, o time empaca, não finaliza. Com o Paraná pela frente no domingo, o cenário é assustador.  

Do que gostei? De Jonatan Lucca, de Crysan e de Mário Sérgio. Jonatan tem personalidade, Crysan faro de gol, Mário Sérgio jogou como macho. Na atual conjuntura, jogar como macho é um grande negócio.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A HORA É AGORA

Onze minutos, falta direta, Bady abre o placar em Marbella. A melhor defesa da Suécia caiu. Aos 13, outra falta, Cleberson desvia na trave. O começo de leão definiu o placar, o Atlético venceu o Elfsborg pela contagem mínima. Rojões aos céus, a primeira vitória de 2015 aconteceu.

O Furacão marcou seu gol e foi seguro defensivamente. Conseguiu organizar duas linhas de quatro com boa recomposição e não deu chance aos suecos. Com Daniel Borges e Natanael presos na defesa e uma segunda linha com Edigar Junio, Deivid, Paulinho Dias e Dellatorre, anulou o ataque viking. Bady e Cléo ficaram encarregados de vigiar a saída de bola amarela. Funcionou. Venceu.

No segundo tempo, criou boas jogadas no ataque, conseguiu levar a bola até a área, teve chances claras. A demora na finalização, o arremate fraco e o bom goleiro sueco evitaram o segundo. Quando tentou sair na bola longa fracassou. Lançamentos equivocados e atacantes isolados foram pedras no caminho do gol. As substituições a partir dos 34 do segundo tempo mostram que mesmo a milhares de quilômetros a derrota incomoda. Ganhar é importante.

Hoje enfrentamos o Rio Branco com o sub-23 precisando vencer. As vagas no time de cima existem. Quem quiser subir tem que entrar em campo com fome de bola, mostrar serviço, ir além do bom futebol, resolver o jogo. Poucos têm chance igual. Aproveitem. A hora é agora.  

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

LEVEZA, ALEGRIA E ARTE

Campeão em 2013, o Atlético defende hoje às 13:00 horas o título da Marbella Cup na Espanha. Joga contra o Elfsborg da Suécia, a melhor defesa do campeonato do país onde o mundo descobriu o Brasil na Copa de 58. A história conta que no estádio nacional de Rasunda a seleção canarinho deu ao futebol o status de arte. Bons tempos.

Domingo assisti Brasil e Argentina sub-20, 2 a 0 castelhanos. Para não levar pedrada, vou ficar com a análise do ex-jogador Roger Flores, um completo domínio argentino. O futebol brasileiro sempre foi desorganizado, as coisas se resolviam no campo. Hoje, continua desorganizado e no campo não tem mais quem resolva. Nathan vai voltar pedindo para prorrogar seu contrato.

Na Espanha, o Atlético já ultrapassou todas as barreiras que justificaram os maus resultados iniciais. Claudinei observou jogadores e vai escalar o melhor time para a partida, com foco na necessidade de ultrapassar defesa de qualidade. Para time que em três jogos fez apenas dois gols, a missão do treinador é espinhosa.

Leio que treinou jogadas ensaiadas. Excelente. Não pode esquecer o drible, um quebra ferrolhos formidável. O drible ilumina, clareia o campo de jogo. Então vamos lá, trocando passes, ultrapassando, driblando, com alegria e arte. Bom futebol era assim, com leveza, alegria e arte. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

ACHAR É UM DIREITO

Depois que o sub-23 foi gerado, estrear com empate no Paranaense virou rotina. O resultado é bom, tem todas as justificativas. A estreia, o jogo fora, o time muito jovem, ainda em entrosamento, se o amigo quiser pode lembrar da tal perna pesada. Uma derrota seria muito ruim para o grupo.

O que vi? Organização, dois volantes, dois armadores, dois atacantes, taticamente privilegiando a segurança. Simples, sem inventar, o que é bom. Vai funcionar? O tempo dirá. Do que gostei? Alexandre Cajuru, Jonatan Lucca, Bruno Pelissari, Gustavo Marmentini, Junior de Barros. Do que não gostei? Da postura muito defensiva dos laterais, dois jogadores experientes muito contidos, certamente atendendo ao planejamento tático.

Passada a estreia, a tendência é o futebol mais dinâmico, a melhor movimentação, jogadores mais ousados, com maior iniciativa. Tecnicamente há capacidades a incentivar, dar liberdade. Os jogadores têm que ir à luta, tentar jogadas, arriscar o drible, o chute de fora. Têm que começar a ganhar logo, três pontos dão tranquilidade.
    
Como o próximo jogo é fora, o treinador deve continuar com a rédea curta, evitando soltar a equipe e ser premiado com o mau resultado. Penso que deve soltar os potrinhos, liberar os laterais, entrar com Crysan desde o início. Ainda com dificuldades para identificar os jogadores, tudo não passa de achismo. Achar é um direito.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

É ORDEM

O Atlético empatou com o Suwon da Coreia. Um a um, gol de Bady em jogada de Edigar Junio. Na partida anterior, o gol de Cleo saiu também em cruzamento do mesmo Edigar. O jogador tem drible fácil, é menos dependente do lançamento que Dellatorre e Coutinho, menos dependente de armadores. Já entrou jogando contra os coreanos.

Futebol é estatística. Com duas assistências em dois jogos, Edigar tem vaga garantida. Com quatro gols na seleção sub-20, Marcos Guilherme é outro dono de camisa. Os números vão montando o quebra-cabeça.

Hoje começa o Paranaense para o Atlético. Do Ventania, com média de idade de 20 anos, podem surgir novos titulares para o Furacão, a estatística vai dizer. O que eu quero do Ventania?

Luta, amor à camisa, aplicação tática, propósito tático, iniciativa. Quero garimpar nesse time um armador daqueles com visão de jogo, que jogue de frente para o ataque, saiba colocar atacantes na cara do goleiro. Este jogador o Atlético não tem e não vai contratar. Ah... Mais uma coisa. Quero chegar à final. Vamos piazada, chegar à final, é ordem.