domingo, 22 de fevereiro de 2015

FIGA IRMÃOS

Vou assistir ao clássico com o sangue adoçado por uma série de justificativas que me vêm à cabeça e deixam confortável para enfrentar a gozação do meu porteiro coxa. O maligno abre portas espera o clássico como o pica-pau do desenho afiando facas frente a peru saído do forno.

Clássico é clássico, o jogo é fora, a torcida coxa vai lotar o treme-treme, a arbitragem continua viúva do careca, temos aspirantes contra titulares, um coordenador de divisões de base no cargo de treinador, perdido o jogo, é só ir colocando uma a uma, menosprezando o sucesso com desdém, política superioridade.

Se nada conseguir tirar a ironia daquela cara redonda, vou dizer que não estamos dando a mínima para o resultado, a ideia é colocar os meninos para jogar, testar individualidades, peneirar craques. Algo como tirar nhoques de água fervendo. Apareceu, está pronto, saca, bota outro.

Com o esquema montado para a derrota, faço figa e torço pela vitória. Se ela acontecer, todas as dificuldades serão usadas para dourar o feito, torná-lo heroico, tremular bandeiras ao som do “conhecemos teu valor”. É isso irmão, um pouco de figa, uma pouco de sorte, uns milímetros de chuva, um transbordar de raça e pode dar certo. Figa irmãos.


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