Vou assistir ao clássico com o sangue adoçado por uma série de
justificativas que me vêm à cabeça e deixam confortável para enfrentar a gozação
do meu porteiro coxa. O maligno abre portas espera o clássico como o pica-pau
do desenho afiando facas frente a peru saído do forno.
Clássico é clássico, o jogo é fora, a torcida coxa vai lotar o
treme-treme, a arbitragem continua viúva do careca, temos aspirantes contra
titulares, um coordenador de divisões de base no cargo de treinador, perdido o
jogo, é só ir colocando uma a uma, menosprezando o sucesso com desdém, política
superioridade.
Se nada conseguir tirar a ironia daquela cara redonda, vou dizer
que não estamos dando a mínima para o resultado, a ideia é colocar os meninos
para jogar, testar individualidades, peneirar craques. Algo como tirar nhoques
de água fervendo. Apareceu, está pronto, saca, bota outro.
Com o esquema montado para a derrota, faço figa e torço pela
vitória. Se ela acontecer, todas as dificuldades serão usadas para dourar o
feito, torná-lo heroico, tremular bandeiras ao som do “conhecemos teu valor”. É
isso irmão, um pouco de figa, uma pouco de sorte, uns milímetros de chuva, um
transbordar de raça e pode dar certo. Figa irmãos.
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