domingo, 5 de junho de 2016

SEU NOME É DEIVID

A vitória conquistada com golaço de Deivid teve a vantagem de colocar a mostra as dificuldades enfrentadas pelo Atlético e a causa desses embaraços, simplesmente ao comparar as formas de atuar de Santinha e Furacão. O amigo deve ter observado, eu só vou colocar no papel seu pensamento. É simples.

O Atlético troca passes no meio de campo, sofre a primeira marcação dos atacantes adversários e fica nesse chove não molha até que alguém apareça para receber, demoramos um milênio para ultrapassar linha de defesa que tem apenas a finalidade de dificultar a saída de bola rubro-negra. Aí partimos para garoa, mas não rega, trocamos passes laterais, não há verticalidade, quando há, o armador passa ao pivô, avança para receber e o passe de retorno acontece de forma equivocada. Enfim, ficamos dependentes de um milagre. Ele aconteceu.

O time do Milton Mendes é diferente. A transição é rápida. Recebida a bola, o homem da transição ultrapassa na velocidade a primeira marcação, se houver necessidade de um drible ele é permitido, avança, com passe vertical entrega a bola a jogador posicionado entre as duas primeiras linhas de defesa, aparece para receber, a troca de passes é certeira, o time chega ao ataque, pelo centro e pelos lados do campo com rapidez e eficiência. Tivemos sorte. Não fosse a intervenção de Santo Expedito, a bola que Weverton espalmou para dentro da área e o gol incrível perdido por Grafite, o resultado seria diferente.

Penso que houve alguma melhora. Nikão teve mais liberdade, Vinícius participou mais, deixou de ser coadjuvante menor no meio de campo. Deivid foi o nome do jogo, o gol que marcou, de esquerda, mostra o nível de dedicação ao aperfeiçoamento do jogador. Se Autuori ainda tem ânimo para aprender, deveria aprender com Milton Mendes. Amigos, se milagre tem nome, seu nome é Deivid.

sábado, 4 de junho de 2016

NADA MAIS JUSTO

A sorte do futebol nacional é que Pelé e companhia jogaram na época em que os treinadores não tinham a importância dos professores de hoje. Craques reconhecidos tinham liberdade para jogar, driblar, avançar na direção do gol como flechas, fazer as travessuras que lhes davam na telha, normalmente terminadas com a bola na rede. Hoje, nossos fenômenos seriam obrigados a tocar a bola de lado, fazê-la circular pelo ataque todo, tentado o drible, perdida a gorduchinha, seriam substituídos de imediato, acusados de irresponsabilidade. Garrincha não passaria da peneirada.

 A atual prevalência do treinador é cômoda para muitos jogadores. Cumpre-se o determinado, o que convenhamos é o beabá do futebol, passar cinco metros, evitar o contato, próxima a marcação o passe para trás, para o goleiro, um lançamento pouco mais longo para virar o jogo. Tudo muito simples, fácil, acontecido o desarme cada um bate em retirada para seu escaninho na defesa, a tal recomposição tão desejada. Tudo cumprido à risca, os resultados não acontecendo, cai o professor, nada mais justo. Seu Kleina que o diga.

A situação é tiro fatal na iniciativa. Aquele que arrisque movimentar-se pelo ataque, entrar na diagonal, forçar a jogada pelo meio corre o risco de ser chamado de peladeiro, melhor guardar posição, participar do toque-toque como manda o figurino. Por isso, Nikão que não se meta a Robben, entrar na diagonal nem pensar, Ewandro que não se meta a Ribéry, Otávio que não se meta a Busquets, afinal, Jadson, o último a tentar aproximar-se do ataque, deu o passe para nosso primeiro gol contra o Coxa na final no “quebradinho”, já foi embora. Hoje jogamos contra o Santinha. Temos que ganhar. É bom liberar os cavalinhos, outro resultado ruim e o tempo pode mudar. Nada mais justo. 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

PASSOU DA HORA

Estamos em junho e o Atlético continua acreditando que vai tocar o Brasileiro com o elenco disponível, o esforço feito para manter alguns jogadores importantes é suficiente. Esse é deplorável engano, sedimentado a cada jogo perdido em que nossa diretoria imagina termos feito grande partida, o resultado negativo é fruto de arbitragens equivocadas, falta de sorte nas finalizações.

A ilusão que nos afasta de contratações, tem ainda outro aspecto negativo, dispensa jogadores, o elenco que tem mínimas disponibilidades é reduzido a cada dia, o treinador que gosta de rodízio, está cada vez mais limitado a mussarela e calabresa. Pepperoni está em falta, cheddar especial nem pensar.

Quem vê o Furacão jogar, sabe que o maior problema da equipe é o jogo por dentro, não temos alguém para dar o último passe, fazer tabela com o pivô, entrar na área para finalizar. Quando digo alguém não estou individualizando, achando que um jogador pode cumprir essa missão. Ela deve ser cumprida pelo volante que avança, o armador centralizado, os ponteiros caindo pelo meio. Tudo isso não acontece, mas pode acontecer. É questão de vontade, treinamento.

O que falta mesmo é o armador que possa gerenciar essa movimentação toda. Alguém com qualidade, ânimo, alento, energia, fogo para o cargo. Quem tem qualidade não tem energia, quem tem energia carece de predicados. Enquanto o Atlético não contratar esse jogador, Autuori tem que acumular maior número de jogadores pelo meio, liberando seus ponteiros para que atuem na diagonal, em direção da área, abrindo espaço para a subida dos laterais pelos lados. Resumo da história: Treinar tem que ser em dois turnos, contratar já passou da hora.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

UMA GRANDE VITÓRIA

O jogo em Porto Alegre foi repeteco de tantos outros entre Atlético e Inter no Beira Rio. Um a zero Colorado, gol em jogada em que Paulão fez um strike na defesa rubro-negra, atropelou Cleberson tal qual caminhão desgovernado, Sua Senhoria deixou o lance seguir e a bola acabou na rede. É o que no Rio Grande chamam de imposição física, a meu ver uma irresponsabilidade, um míssil encorpado lançando-se com violência contra companheiros de profissão para criar situação que possa redundar em gol. Protegida, no futebol brasileiro de hoje a estupidez prospera orgulhosa.

Eu só queria entender porque o juiz não parou o lance do gol de Vitinho e foi um raio ao parar o lance em que jogador do Inter levou uma bolada no peito e caiu dentro da sua própria área. Terá o homem de preto alguma simpatia pelo zagueiro colorado, ou entendeu que o boleado poderia estar correndo risco de vida, necessário o atendimento imediato dos socorristas. Amigos, nosso futebol está moribundo, precisa ser revisto a partir dos alicerces.

A escalação de Marquinhos e Giovanni só se sustentava até o primeiro gol colorado. A partir daí, quem conhece o futebol gaúcho sabe que o pau ia comer, seria necessário mais peso, mais experiência ao nosso ataque. As entradas de Ewandro e Vinícius mantiveram a leveza, só a sorte poderia nos favorecer. A pouca utilização de Walter como pivô, impediu uma de nossas poucas chances, a obtenção de faltas nas proximidades da área. Há muito tempo digo que jogar em Porto Alegre é um risco enorme, se pudéssemos entregar os pontos e descansar os jogadores seria muito melhor. Quem sabe Autuori tenha este mesmo entendimento e feito o rodízio prevendo a derrota. Felizmente , só tivemos um ferido grave. Quando se vai jogar no sul, esta já uma grande vitória.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

TORÇO PELA INJUSTIÇA

Gosto de espiar os adversários do Atlético, tomar ciência das dificuldades a enfrentar, preparar o coração, sofrer o menos possível. Hoje, por exemplo, o Furacão joga contra o Colorado que não perde a dezessete jogos, nos últimos dez sofreu apenas um gol. É ir na caixinha de remédios, catar umas duas pílulas poderosas e botar para dentro minutos antes da bola rolar.

Assisti a Inter e Santos na Vila. O time de vermelho começa a marcar quase na grande área adversária, avançando Vitinho, Andrigo e Sasha, torna a bola longa obrigatória. Ultrapassada essa primeira linha, o Inter recua, pode ficar com nove jogadores atrás da linha da bola, torna o centro do campo zona de guerra, dobra a marcação nas laterais. A cara sempre insatisfeita de Argélico Fucks – entende-se o porquê de não ser Angélico –, toca o time para frente aos gritos, pontapés, braçadas e caretas de assustar curupiras e boitatás.

Ao atacar mantém os dois zagueiros e Fernando Bob na segurança, os demais avançam. O volante Paulinho cai pela esquerda e pode ser ultrapassado pelo lateral Artur. William, o lateral direito, é outro que vai ao ataque com frequência. A partir daí o que se vê são os diabos do Argélico em ação. Vitinho, Ferrareis, Andrigo e Sasha trocam posições, quem está na frente volta para buscar, quem está atrás ultrapassa para receber a bola enfiada. O amigo vai perguntar: “Então é morte certa?”

Em absoluto. Com tudo isso, contra um Santos de meninos, o Inter só foi fazer seu gol em escanteio nos minutos finais da partida. O Peixe, que defendeu todo o tempo, teve ótima oportunidade pouco antes do gol Colorado, tivesse marcado, o resultado seria injusto, se houvesse injustiça em futebol. Como não há, defender é do jogo, o que vale é bola na rede, hoje torço pela injustiça.