terça-feira, 31 de julho de 2012

VAI DAR CERTO


Quer arrumar inimigos? Vou lhe ensinar uma maneira fácil. Dê opiniões. Como sei? Desde que inventei de escrever sobre o meu Atlético, opinar sobre o Rubro-Negro de tanta gente, vira e mexe pessoas de bem, carregadas de boas intenções, me viram as costas.

Não estou falando daquele que discorda, afinal, a divergência esclarece, leva a novas visões, muitas vezes justificativas ou atenuantes para aquilo que julgamos crime inafiançável.

Falo dos apaixonados, dos que acreditam ferozmente, que enxergam no censor um antagonista, alguém sem a mesma paixão que o dirige, sem os mesmos objetivos, voltado unicamente para a destruição do Atlético de todos nós.

Obviamente não é assim. O crítico é um atleticano cansado de sofrer. Está assim a maioria dos atleticanos. Por quê? As expectativas criadas foram imensas, as promessas foram muitas, e, até agora, nenhuma delas se concretizou.

Todos sabem que certas promessas em futebol são dependentes de fatores além da capacidade do seu autor. Ser campeão paranaense, por exemplo, é uma delas. Quando se perde, e nas condições que levaram à perda, engole-se a pílula com naturalidade.

Porém, outras são plenamente factíveis, pela estrutura sempre lembrada, pelos recursos disponíveis. Estar lutando pela ponta do Brasileiro Série B é algo que o atleticano via como certo, estava pronto a encarar um ano de vitórias, a ser coroado com a passagem para a Série A ainda longe o final da competição. A situação em que nos encontramos é prá Gandhi dizer palavrão em meio à meditação mais profunda.

É certo que a crítica nada vai mudar. O Atlético tem lá seus projetos, suas certezas, não será o meu lamentar idoso ou jovem grito que vai alterar o rumo das coisas. Os resultados comandam a mudança, que se faz ao atropelo, em reação instintiva, como se o inimigo tivesse saltado à sua frente de surpresa e a arma disparasse movida pela imperiosa necessidade de viver.  

Então para que criticar? Por que nada há para se falar bem e, alguns na sua infinita ignorância, como eu, acham que podem contribuir, analisando os fatos dentro de uma ótica própria, alertando para claras dificuldades, irritando-se com a repetição dos erros, dando aspereza às palavras nascidas para serem lançadas com suavidade.  

As crises afastam as pessoas. O Atlético passará por esse momento difícil, voltará à primeira divisão, e todos nós comemoraremos o retorno com alegria. Não será o crítico, nem o defensor heroico, o pai da vitória final. Tolo será aquele que se julgar assim. Vitórias são conseguidas pelo esforço conjunto de rabugentos e moderados, todos remando na mesma direção. Amigos, tenhamos paciência uns com os outros. Vai dar certo.

sábado, 28 de julho de 2012

É MUITO POUCO


O amigo atleticano ainda acredita. A amiga já entregou os pontos, diz não ter mais esperança. Como sou um homem de fé, e só por isso, prefiro sonhar com a chance de retorno. Sonhar eu disse, nada existe de material que me faça acreditar na possibilidade. Nem a chuva de reforços caída como o maná sobre os retirantes no deserto.

Antes de prosseguir, devo me colocar como um bastião da permanência de Jorginho, mesmo que ele nos leve à terceira divisão. Já cansei da troca de técnicos no Atlético. Digo isso para poder criticar o treinador sem ser chamado de traidor, de mal informado, de alguém em regozijo com a péssima fase do Rubro-negro, iludido pelo “mantra da diretoria anterior”. O que é isso?

Jorginho ainda não tem um time titular, os jogadores vagam entre esquemas. Em casa um, perde; fora de casa outro, perde também. Insiste com Tiago Adan, com Bruno Costa, vê neles qualidades inexistentes. Ou lhe dá missões impossíveis.  Os dois únicos cruzamentos que chegaram à área do Guarani no primeiro tempo foram de Tiago. Faltou ele na área para concluir. Nunca falta na entrevista. Tem o melhor assessor de imprensa do mundo.

Transformou Maranhão no armador do Atlético e esqueceu de dar cobertura ao setor. Renato inexistiu na partida e foi mantido os noventa minutos. Quem me lê sabe que vou deitar e rolar com a escalação dos três volantes. Acho os três cabeçudos golpe duro contra a inteligência do jogo. Voluntariosos, ficam fazendo faltas sem fim, procurando o problema.

A relação de três cabeçudos para um bom de bola na intermediária é crime contra a astúcia, seja o bom de bola piá, ou velho matreiro. Quando o piá se machuca, ataca a enxadadas o bom senso geral. Coloca Fernandão em campo. Só falta ajoelhar e começar a rezar.

Eu pergunto o que Jorginho tem contra Ligüera, contra Bruno Mineiro, esquecidos por completo. O último jogo que vencemos foi com pênalti sofrido por Ligüera. Tá lá no banco. É irritante. Contra o Vitória, Furlan entra e consegue criar as únicas jogadas de gol do segundo tempo. Começa no banco. Entra, o time melhora. Cansei.

A esperança é Elias, o recém-chegado. Para dar certo, Elias terá que ter Ligüera, Paulo Baier, ou Harrison como parceiro de ataque. Alguém para dividir a marcação, alguém que saiba dar um passe, preocupe os cabeçudos adversários. Senão, eles avançam e ficamos encurralados por times com nove lesionados.

Nem vou falar da defesa, é pregar no deserto. Nessa eu falo desde o tempo do Rafael Santos. Nada muda. Sofreu pressão, entrega. Aos vinte do segundo tempo me pego desejando o fim do jogo, ele não vem e, infelizmente, em seu lugar, vem a derrota. Alguém na diretoria do Atlético deve rever os gols adversários e concluir sempre pelo azar. Ou é inimigo, ou é ignorante de bola.

Só não posso reclamar da falta de empenho. Os cabeçudos correm uma barbaridade. É muito pouco.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

COMA UM CHOCOLATE


Quem conhece o chocolate M&M’S sabe o que é bom. Para os chocólatras uma dádiva caída do céu. Você leva o neto à loja com o pretexto de agradar o pequeno e se farta de delícias. Se no mundo dos chocolates os M’S só dão alegria, e uns quilinhos a mais, no Atlético os M’S são fontes de preocupação.

O menino Marcelo perdeu dois gols, dois chocolates que fizeram muita falta contra o Vitória. A tropa rubro-negra se divide entre afagar e criticar. Os jogadores defendem o companheiro, dentro da visão de que gols se perdem mesmo. Concordo, mas sem muitos afagos. Marcelo tem que treinar.

Perdidos os gols no sábado, domingo pela manhã já deveria estar no CT com alguém cruzando bolas para ele só colocar para dentro. Equivoca-se aquele que pensa que o artilheiro tem dom especial. Artilheiros treinam muito, aliam colocação perfeita dentro da área e finalização de mesmo nível. Se Marcelo tem a capacidade de em dois jogos ficar quatro vezes livre com o goleiro, já fez a primeira parte. Agora tem que praticar a segunda, gastar a bola..... e a rede.

O velho Manoel vem sendo protagonista nos gols adversários. Pesado, arrisca-se a avançar até a linha do meio campo. Acontecido o contra-ataque, é um tremendo buraco na defesa. Manoel é lento. Sabiamente, tem que se posicionar mais à retaguarda, a fim de cobrir o lateral. Diz o ditado que quem não é visto não é lembrado. Não dá para Manoel se esconder no DM, tem que jogar, o Atlético precisa dele, mas tem que entender a fase e evitar riscos desnecessários. É só entender que é zagueiro, o último antes do goleiro.

O ignorado Morro entrou na justiça contra o Atlético. Um painel realizado com rubro-negrinhos do maternal 2B da escolinha da dona Teteca, já havia alertado para o problema. Tava na cara. Vai notícia de cá, vem notícia de lá e você fica sabendo que o Atlético entrou na justiça contra a diretoria anterior sobre o mesmo assunto, Morro Garcia. Senhores, que o Mario Celso entrasse na justiça contra o Malucelli por um milhão de motivos tudo bem, mas precisava o Clube Atlético Paranaense entrar nessa furada?

Alguém acredita que o Malucelli, após o palavrão primeiro, está perdendo noite de sono? Claro que não. Quem perde é o Atlético impossibilitado de olhar para frente, ancorado no passado, tropeçando no rancor, a torcida buscando no fundo do baú motivação extra, vendo no sonho da Arena justificativa para tudo.   

Das poucas vezes que vi em ação o Presidente do Conselho atleticano, achei-o articulado, ponderado, zeloso, algumas vezes até divertido. Ele é a voz do Conselho, a pessoa a zelar pelo nome do clube, a falar com Petraglia em nome do povo rubro-negro, e ser ouvido. Precisa dizer presente, e ser ouvido.

Eu sei que o trabalho é imenso, gente para atrapalhar tem aos montes, para ajudar um punhado. Não quero atrapalhar, só vou dar um conselho. Quando você estiver a ponto de ter uma ataque de fúria, fazer uma bobagem, antes de tudo, coma um chocolate.

terça-feira, 24 de julho de 2012

BOQUEIXADA



De mês em mês, um vendaval de bom senso sopra no Rubro-negro do meu coração. Normalmente, a origem das férteis ideias vindas com a viração é a miséria do planejamento anterior, insistente em causar danos tremendos ao time e me fazer sofrer.

A ótima notícia da semana passada foi o retorno às negociações para a utilização da Vila Olímpica do Boqueirão neste Brasileiro da série B, em que estamos mais atrasados que obra do PAC.

O amigo torcedor, com tendência ao martírio, argumenta que torcida não ganha jogo, o pequeno público em Paranaguá seria suficiente para a volta ao paraíso, desde que tivéssemos equipe de alta qualidade. A afirmativa é, por tudo, inadequada à nossa realidade. Primeiro, porque nosso time ainda vai demorar a ganhar o peso necessário para andar sozinho, e o tempo voa. Segundo, porque torcida é indispensável em qualquer situação.

Os exemplos estão aí. Em 2011, jogando a poucos quilômetros de BH, Atlético e Cruzeiro andaram para nos fazer companhia no purgatório. Tinham grandes elencos, treinadores de ponta. Tiveram que armar na última rodada para salvar a raposa.

O Furacão já deveria estar jogando na “Boqueixada” desde há muito, a torcida premiada pela sua fidelidade ao clube. Vai ver agora acertamos o passo.

Com um pouco de pressa, poderíamos estrear na “Boqueixada” já no dia 18 de agosto contra o Criciúma, jogo fundamental para nossas pretensões no campeonato, a massa toda lá, gritando “Uh! Boqueirão! Uh! Boqueirão!”. Um pouco de divertimento é fundamental.

Só aquele cara que vê o jogo do telhado serra abaixo pode ser contra. Ele e o câmera da RPC, especialista nas imagens do rio Itiberê, dos camarotes em árvores e telheiros.

A diretoria sabe que a Arena só ficará disponível para jogos lá pelo final de 2013. Assim, o Atlético amargará ano e meio cigano, tem que armar logo sua barraca, criar casa nova, dar um presente ao seu povo cansado de peregrinar na 277.

Pode ser que jogar no Durival Brito seja mais barato do que o investimento a fazer na Vila Olímpica. É minha única dúvida. Fora isso, estou de malas prontas para a “Boqueixada”.

domingo, 22 de julho de 2012

ESQUECEU O BISTURI


Duas equipes em estágios muito diferentes se encontraram. O Vitória organizado taticamente, tranquilo, na ponta da tabela, o Atlético atropelado pela necessidade de vencer, tentando na individualidade sair do purgatório. Venceu o Vitória.

Foi péssimo resultado, até o empate nas circunstâncias do jogo seria ótimo. O time foi à luta no cada um por si e perdeu.
O amigo percebe a desorganização de uma equipe quando o cabeceio dos zagueiros, os passes dos seus jogadores caem sempre nos pés adversários. Outro indício claro é a troca do coletivo pelo individual, a aceleração das jogadas. Esse foi o Atlético perdedor em Paranaguá.
Com o passar do tempo esses sinais foram se agravando e o time baiano ganhou corpo, assumiu o controle do jogo, o emocional estabeleceu a diferença entre a produção das duas equipes.
O jogo, que era dificílimo, ficou dificilíssimo.
Vivendo da jogada longa para Marcelo bem marcado, o Rubro-negro esteve a ponto de ganhar quando Furlan fugiu da marcação, mandou a bomba de fora e, no rebote do goleiro, Marcelo perdeu gol incrível. A falha no ataque se repetiu na defesa e o Vitória não desperdiçou. De novo no setor de Manoel. Já perdi a paciência.
Não gostei da forma como se decidiu a saída de Baier. Ficou um desagradável cheiro de não me querem mais, estou pulando fora, virem-se. A substituição de Baier era de ordem tática, nada produziu no primeiro tempo. A contusão anunciada desviou o olhar do fraco rendimento.
Faltou ao Atlético paciência, encorpar o meio de campo, chegar ao ataque com mais jogadores e melhor qualidade. Finalizamos pouco de fora, o Vitória fez as faltas necessárias longe da sua área, novamente fomos incompetentes no jogo aéreo ofensivo. Temos muito a melhorar.
A salvação passa pela dosagem entre o jogo de aproximação, tocado, paciente, procurando dar aos atacantes as melhores condições para finalizar, e a jogada espetada, veloz, tônica do jogo perdido.
A eficiência defensiva é também necessidade obrigatória. O Carpegiani que nos venceu quase nos levou à Libertadores segurando na defesa e ganhando jogos pela contagem mínima. A mínima exposição da defesa é imperdoável. O zero assegurado pelo defensor dá ao atacante noventa minutos para perder gols e marcar o único necessário.   
Não foi o caso do jogo contra o rubro-negro baiano. Ontem, tivéssemos dez chances, perderíamos todas. Marcelo, o cirurgião da Ressacada, esqueceu o bisturi.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

NÃO ME EMENDO


A apresentação da CAIXA como novo patrocinador do Atlético trouxe a palavra necessária do presidente Petraglia. Disse que os recursos obtidos com a venda de Guerrón e do patrocínio agora obtido serão investidos no futebol. Ótimo.
Leitura mais profunda da afirmação do lendário presidente poderia concluir que até então os investimentos no futebol eram mínimos, tocava-se o time com o disponível na prateleira, guardando os caraminguás para a obra.
O início aterrador na segundona teria levado à demissão de Orlandelli e à busca de reforços. Aí, alguém mais arguto poderia concluir. Se Orlandelli não tinha dinheiro para contratar, impossível creditar o totalis desastre ao seu trabalho. Temo ter sido injusto com o demitido. Não sei, essas coisas a gente imagina, alguém sabe tudo tim-tim por tim-tim.
Nesse rumo, alguém deve saber o porquê da dispensa de Bruno Mineiro. Eu relaciono possibilidades, verdadeiras ou falsas. Jorginho chegou, viu e o abandonou em Curitiba. O Furacão tem atacantes muito superiores. Tiago Adan vem arrebentando nos últimos jogos. Parte da torcida é contra o jogador. O amigo assinale com um V ou F as proposições acima.
Pois eu digo ao amigo, Mineiro é o melhor atacante disponível no elenco do Atlético. No jogo em que saiu no intervalo, um zero a zero horroroso, só não fez gol de cabeça devido à ótima defesa do goleiro no pé da trave. Já foi embora uma vez e contratamos Nieto, Morro e tantos outros atacantes sofríveis. Bruno faz gol, dá assistência, não foge de dividida. Perde gols como qualquer outro. Seu gol colocou o Sport na primeira divisão. Vai embora. Tudo bem.
Se o próprio Cleber que nos deu um título brasileiro foi mandado para o inferno, imaginem para onde irá Bruno Mineiro.
Torço por Tiago Adan, reconheço seu esforço, mas o desconforto me aflige. Um não é maduro o suficiente, deve gramar no banco ainda algum tempo, impossível colocar sobre seus ombros a responsabilidade enorme. Outro está pronto, vai salvar a Pátria até que o lobo maltês se apresente no Caju. De novo, tudo bem.
Leio o que escrevo e me sinto um corneta, fazendo marola na hora da dificuldade, como se Paranaguá já não fosse tsunami suficiente. É possível que os anos assumidos como responsável por tudo e a aversão à injustiça estejam desviando meu olhar da praticidade do jogo da bola. Tudo é possível, até o meu completo engano. Certo é que fico velho e não me emendo.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

VOLTOU ÀS SUAS RAÍZES


A festa dos jogadores ao final da partida foi bonita como demonstração de espírito de grupo, solidariedade, e justa como celebração de resultado buscado com raça durante os noventa minutos.  
Ofensivo a la Don Juan, o Atlético fez ótimo primeiro tempo. A marcação avançada, o domínio do meio de campo, as constantes chegadas pelas laterais, deixaram o Avaí sem opções ofensivas que não fossem o chute de longa distância.
A opção tática deu resultado logo aos 14 minutos. O zagueirão do Avaí serviu Adan, o passe para Marcelo saiu perfeito, o menino colocou na saída do goleiro. Uma beleza.
Jorginho avançou Baier, recuou Ricardinho e Marcelo para a segunda linha de defesa, segurou os laterais, perseguiu Cleber Santana com Renan, manteve o fogo à frente e se preparou para o aumento do placar.
Quase funcionou. Ricardinho perdeu o gol que quebraria a coluna do Avaí em definitivo. Foi pena. Manoel deu azar e o empate aconteceu. Às vezes, a vontade de acertar, a pressa, conduz ao erro. Por favor, evitem falar em Corinthians perto de Manoel. É histórico, dá um azar tremendo.
O segundo tempo trouxe o melhor passe do Avaí e o consequente domínio da partida. O Atlético tentou avançar a defesa, repetir a boa primeira fase, não conseguiu. A jogada longa insistiu em entregar a bola aos catarinas. Restou-nos defender.
É assim mesmo, o adversário joga, mostra seu valor, impõe sua vontade. Aí cabe à defesa espernear, segurar o resultado e criar condições para o ataque matar o jogo em escapada perfeita.  
A casa andou para cair. As múltiplas faltas, os escanteios e até um contra-ataque em que Santana perdeu o gol feito poderiam ter dado ao Avaí a vitória. Só faltava Cleber Santana nos matar duas vezes, em 2011 e 2012.
Quando eu já começava a gostar do empate, Cleberson lançou Furlan e o cruzamento da esquerda encontrou Marcelo livre para marcar. Três pontos na sacola. Marcelo operou o Avaí com a precisão de cirurgião cardíaco.
O Atlético foi forte, errou muito pouco, correu demais, mereceu vencer. Jorginho vai entender que no ritmo Don Juan, as substituições precisam vir mais cedo. Gostei muito da marcação individual de Renan sobre Santana, algo que os treinadores normalmente desprezam. Eu acho fundamental.
Vencemos e estamos loucos de felizes a 3 pontos do G4. Dez dias atrás estávamos na zona do rebaixamento. O Atlético provou que tudo é possível com empenho e raça. Amigos rejubilem-se. O Atlético de Jorginho voltou às suas raízes.

domingo, 15 de julho de 2012

CLINT EASTWOOD


Durante a semana assisti a troca de emails entre rubro-negros exaltados, uns criticando Paulo Baier, culpado por alguns de todas as desgraças, outros defendendo o dez rubro-negro. Deixei minha garrucha na cartucheira, evitei me intrometer em tiroteio mortal, digno de um Clint Eastwood na direção.
O sofrimento contra o ABC mostrou o ocaso da carreira do lateral, do armador, do artilheiro Paulo Baier.
Avançado como segundo atacante, parceiro de Tiago Adan, uma tentativa de lhe dar espaço para jogar, Paulo Baier nada produziu. Em partidas anteriores, como ligação entre o meio e o ataque, o resultado não foi diferente. Na função de segundo volante, anteriormente exercida, o lançamento acontece, mas a marcação inexiste. A bola parada, sempre um perigo, parou de funcionar.
O problema é um só, chama-se idade. Com seus trinta e sete anos, Paulo Baier não tem mais condições físicas para tocar o Atlético, fazer o que dele se espera, respaldado em seu passado de jogador de ótima técnica e visão de jogo.
Até faz muito. Basta lembrar que seis dos quatorze pontos rubro-negros foram conseguidos com seus gols, quase cinquenta por cento do total.
Falta ao capitão o poder de choque físico, a velocidade necessária para escapar da marcação. Sem isso, limita-se a toques de primeira, ótimos em time entrosado, uma loteria no caso do Furacão, mudando de pele a cada partida.
As entradas de Ligüera e Harrison deram nova vida ao Atlético. No quesito evolução, o time cresceu, a bateria voltou a ser ouvida nas arquibancadas. Eu, horrorizado com a ineficiência, incomodando os amigos com os meus “não é possível”, “inacreditável”, “não pode ser”, passei a ver o jogo como algo organizado, com mais chances de produzir bom resultado.
A vitória veio mais pela insanidade do zagueiro Flávio Boaventura – imaginem se o sobrenome do cara fosse Boamorte, como o do jogador português –, do que por méritos rubro-negros. O pênalti absurdo, muito bem batido por Saci, o melhor do jogo, salvou o Atlético do desastre.
O futuro depende do treinador. Jorginho vai continuar buscando dar a Baier um espaço para jogar, ou vai utilizá-lo como ótima opção de banco? Eu ficaria com a segunda alternativa. Dei o tiro fatal no velho pistoleiro? Claro que não. Só lhe dei a chance ajudar os mais novos, ir desaparecendo com o respeito de todos na miragem dos finais de tarde. É o que faria o notável Clint Eastwood.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

VALERAM OS TRÊS PONTOS


Após o bom segundo tempo no Independência e com a manutenção do esquema, imaginei um placar com folga contra o Ipatinga, um três a zero clássico.
O gol de Baier logo no início me encheu de esperança. O amigo sofreu o jogo como eu, sabe que fiquei na esperança.
Baier marcou, o Ipatinga permaneceu atrás, o Furacão esbarrou no sistema defensivo e nas suas próprias dificuldades.
Sem receber bolas que lhes dessem alguma vantagem inicial contra os laterais, Ricardinho e Marcelo ficaram devendo. Só quando conseguiram o desarme produziram algo importante.
Baier bem marcado, os dois volantes mais preocupados em defender, as cabeçadas defensivas sem direção, truncaram o jogo no meio de campo, deixaram o ataque órfão de boas jogadas.
Nas incursões pelas laterais, quando aconteceram, o último passe sempre beneficiou o defensor.
Gabriel pouco foi ao ataque, Bruno Costa, algumas vezes, só para provar seu baixo rendimento ofensivo. Sonho com um Wellinton Saci de uma perna boa na defesa, outra melhor no ataque, algo, ao que parece, anatomicamente impossível.
Nas bolas paradas ofensivas, e foram muitas, não conseguimos sequer uma raspadinha. A defesa do glorioso Ipatinga dominou amplamente.
Esse conjunto de fatores, apimentado por alguns lances individuais tecnicamente assustadores, levou a um domínio pouco produtivo, ao perigoso placar mínimo, quase vítima da bola escapada das mãos de Weverton, louca para nos castigar novamente, transformar-se em peru cinco estrelas, bombado a milho transgênico.  
Com o coração na mão, o torcedor entrou no ciclo “agora vai, não foi, um sonoro palavrão”, os mais religiosos trocando a palavra chula pelo nome do santo protetor.
Segue o martírio serra baixo. Foi pouco, foi sofrido, foi desanimador, mas vencemos. Era o que precisávamos. Valeram os três pontos.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

NÃO É O TREINADOR


Vamos combinar, esqueça-se o primeiro tempo. Do que é impossível falar bem, em momentos de crise, melhor esquecer. Jorginho lembrará para sempre. Façamos de conta que fomos a Minas jogar partida de 45 minutos em que, gentilmente, demos ao coelho dois gols de vantagem.
O Atlético, que fez um grande segundo tempo e foi infeliz, é o time de Don Juan. Uma primeira linha de quatro, dois volantes, um armador e três atacantes. Algumas caras novas, o mesmo esquema, desenhado de acordo com a grandeza do Furacão.
Do segundo tempo em alta rotação ficaram boas impressões. A excelente participação de Cleberson como volante, o golaço de Gabriel Marques, o oportunismo de Baier, as ótimas participações de Marcelo e Ricardinho, o empenho coletivo, a grande partida de Weverton.
Restaram também imagens sem brilho. A inexplicável discussão entre Marcelo e Ricardinho, a discreta atuação de Baier na armação das jogadas, a falha no gol do coelho, a repetição dos minutos finais que nos levaram à segunda divisão.
Na minha opinião, Jorginho poderia ter entrado com Fernandão no lugar de Tiago logo após o gol de empate. Tenho dúvidas se Baier tem condições de fazer a armação do Atlético. No papel, foi mero cobrador de faltas. Uma idéia maluca seria colocá-lo como fixo no ataque e entrar com Ligüera ou Harrison na transição. Tem-se que pensar no melhor aproveitamento de Baier.
Tenho duas certezas. O 433 legado pelo uruguaio é o esquema que melhor aproveita as características dos jogadores rubro-negros. Dos atacantes no elenco do Atlético, Bruno Mineiro tem mais experiência, mais entrosamento, seria mais útil à equipe. Escrevo protegido pelo meu colete a prova de balas.
A boa performance do esquema Don Juan e a aplicação dos jogadores prova que o Atlético deve insistir com Jorginho em quaisquer condições, seja quais forem os resultados. A troca de treinador implica em experimentações ineficientes, retorno de atletas sabidamente sem condições, exime os jogadores de responsabilidade. Em definitivo, no Atlético, há muito tempo, o problema não é o treinador.

sábado, 7 de julho de 2012

APRESENTADA AO FURACÃO

O Atlético viajou para Minas com as possíveis contratações pipocando nas redes sociais. Wellington Saci, João Paulo e Maranhão já estariam certos, os alojamentos sendo preparados no CT do Caju, limpeza extra com direito a spray anti-come-e-dorme, defumador poderoso contra mané-chinelinho, as dependências lavadas febrilmente por baianas vindas diretamente da boa terra, todos os maus eflúvios lançados no esgoto pelas senhoras de branco auxiliadas pela chuva de final de tarde.
Jorginho cumpriu a promessa. Treinou, treinou, treinou. Afirmou estar “resgatando a alma do Atlético Paranaense”. Se assim for, fez valer o investimento. Treinar com a alma guerreira dos velhos e históricos rubro-negros é treinar em dobro, aprontar-se para a vitória em qualquer terreno.
Durante a semana reconheceu no Atlético um “sistema defensivo muito bom”. Quem sou eu para discordar. Fico feliz que a equipe escalada para o jogo tenha na frente da zaga três volantes.
Agora o amigo não entendeu mais nada. Sabe da minha ojeriza a três volantes, teme pela minha saúde mental. Eu explico.
O América tem entrosamento muito superior ao do Furacão. Está desde o ano passado sob o comando do senhor Givalnildo, cabra da peste tinhoso como o cão. Está disparado na tabela, sabe que o Atlético é rival importante na luta pela vaga, a vitória significa muito. Vai atacar desde o início, tentar o gol desestabilizador, criar as condições para os três pontos sem sofrimento.
Para ser bem claro, o América é favorito. Assim, menor, em jogo dos mais importantes, reforçar a defesa para impedir o avanço do inimigo na tabela e, se possível, causar-lhe sério dano é tática aconselhável. Mais à frente, recebidos os reforços prometidos, liberados os lesionados, a história é outra.
Dentro deste cenário, o ataque com Baier, Fernandão e Ricardinho tem o encargo de produzir o milagre. Algo me diz que Baier fará uma de suas melhores partidas pelo Atlético. Ricardinho deve ser o condutor dos contragolpes, Fernandão o finalizador. Gabriel vai ajudar pela direita. Jogarão por uma saída de bola rápida, uma jogada perfeita. Torçamos amigos.
A torcida do coelho conheceu o Atlético sangue de barata. Esperemos que com o saudável resgate da alma rubro-negra, seja apresentada ao Furacão.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

HISTÓRIA TRISTE


Garimpar emails é fonte de diversão e raros momentos reveladores. Existem amigos com o bom humor à flor da pele, capazes de fazer rir em velório, suas poucas frases dão colorido à desgraça. Lê-los é ato terapêutico, faz bem à saúde. Outros conhecem os bastidores da história, um dia trazem luz a acontecimentos pretéritos, confirmam desconfianças.
Nesta semana, caiu sob minhas vistas email a ser enviado para o arquivo dos fatos históricos. Vamos ao resumo da ópera. Semana anterior ao jogo Atlético e América em Minas, penúltima rodada do Brasileiro 2011. O Cruzeiro oferece 50 mil a cada jogador mineiro pela vitória contra o Furacão. O Atlético estabelece em 25 mil o prêmio pelos três pontos. O representante dos jogadores vai ao presidente Malucelli e solicita a equiparação da premiação, que é negada. Resultado. O Atlético perde para o caído América e despenca para a segundona.
Verdadeiro o relato – não há motivo para julgá-lo inverossímil –, revela o valor moral daquele time do Atlético. Frente a jogo de vida ou morte, foi a leilão, perdeu e entregou a rapadura sem dó nem piedade.
O descaso da equipe era óbvio. Renato Gaúcho pulou fora só pelo cheiro do vestiário. Eu parei de escrever após o jogo contra o Avaí, meses antes desse epílogo, era pura perda de tempo tentar estimular moribundos, dar esperança aos amigos.
Sábado temos outra guerra pela frente, de novo contra o América Mineiro.
O Atlético mudou, a grande maioria de seus jogadores não participou da derrota degradante. Em campo, Baier e Manoel devem ser os únicos remanescentes. O importante é saber se o valor moral também mudou, se este time está disposto a jogar noventa minutos com intensidade, buscar a vitória, superar adversidades, sair de campo de cabeça erguida.
Jorginho deve usar sua experiência para escalar o time olhando nos olhos, sentindo o ânimo, percebendo o verdadeiro profissionalismo. Em Minas, o Atlético precisará voltar às suas origens guerreiras, ter onze homens em campo, escolhidos a dedo para por fim a esta história triste.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

TRIVELAS, LETRAS E CHUTÕES

Os rubro-negros estão de olho nas possíveis contratações, os craques a cooperar na cruzada salvadora que nos colocará na primeira divisão novamente. Nunca na história do futebol brasileiro, o clichê de vir para somar, será usado de forma tão verdadeira.
Quem deseja vir jogar no Atlético na atual conjuntura? Na tabela, o time se arrasta nas últimas posições, joga a cem quilômetros da sua torcida, praticamente sem seu apoio, os técnicos são trocados de dois em dois meses, a situação é negra. O CT maravilhoso e o salário em dia já não encantam como dantes. Quem se habilita?
O torcedor quer estrelas e sabe que não vai tê-las. Sabe e, mesmo assim, torce o nariz para as especulações veiculadas pela imprensa e pelos fofoqueiros de plantão. Tem razão. Difícil encontrar nos nomes difundidos alguém com qualidade muito superior aos já respondendo chamada no Caju.
Exemplo disso é William, atacante do Avaí em 2011. Quem pode afirmar que o jogador é superior a Bruno Mineiro, Fernandão, Pablo, só para citar três dos inúmeros atacantes rubro-negros. Impossível garantir que chega e assume a posição. Assim, como animar.
Em termos de alta qualidade técnica pouco se pode esperar, mesmo por ser qualidade algo raro no futebol brasileiro.
O atleticano que tanto desprezou contratações anteriores, na primeira canelada do estreante abria o berrador, um coliseu inteiro com o polegar para baixo, agora vai engolir o que vier, pagará com juros a soberba passada, assistirá com remorsos William e Jorge Henrique na final da Libertadores.
Creio que o torcedor deve esquecer elevados parâmetros técnicos e focar seu olhar crítico em aspectos menos valorizados, como a boa preparação física, a motivação, o espírito de luta reconhecido, a legítima vontade de vir para somar.
Um Wellington Saci bem condicionado fisicamente, motivado, guerreiro, pronto para se ajustar ao grupo e lutar por posição, tem grande possibilidade de encaixar, termo usado pelo novo treinador, e cooperar na transformação do Atlético.
A torcida tem que acolher esses jogadores e dar apoio, esquecer um momento em que nos acreditamos maior do que éramos, afinal, quando, a bem da verdade, contratamos um craque consagrado, no auge da sua carreira? Amigo, diga-me um.
Tenho saudades daquele Atlético de raça, em que coadjuvantes lutavam como loucos e ajudavam a transformar derrotas em épicas vitórias. Com o olho no passado, peço aos que chegam, coadjuvantes ou não, que venham para somar, somar e lutar. Nós, reduzidos à benfazeja humildade, aplaudiremos de pé trivelas, letras e chutões.  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A QUALIDADE DA BOIADA

A entrevista de pós-jogo de Jorginho foi longa e colocou à mostra o pensamento do treinador. Vou tentar passar ao amigo o que entendi e dar minha opinião.
A bola não entra de jeito nenhum
Jorginho deu a entender que o Atlético teve azar em momentos do jogo. Poderia ter marcado o gol que definiria a partida. Afirma que, para mudar, marcar os gols necessários, só com muito treinamento.
Concordo. O time chegou a criar chances de gol, duas delas muito claras, e não teve sucesso. Como a razão do azar pode ser o cabeceio de ombro, o chute errado, a precipitação, sua solução para o problema, treinar, treinar, treinar, parece correta.
Mudança gradual
O treinador acha que os jogadores não gostam de mudanças drásticas na forma de jogar. Vai implantar sua receita de bolo aos poucos.
Jorginho foi jogador e tem experiência de sobra sobre o assunto. Não sou eu que vou duvidar. Não vi os jogos contra o Goiás e Ceará, mas a forma de jogar do Atlético contra o Bragantino já foi muito diferente da proposta de Don Juan. A mudança já está encaminhada.
O campo atrapalha
O campo do Caranguejão atrapalha, concluiu o novo técnico.
Nem precisava externar sua posição a respeito. Qualquer um enxerga aquela bola tropeçando nos passes rasteiros. Enquanto não voltarmos para Curitiba, o jeito será molhar o campo antes das partidas. Pode ajudar.
O torcedor
Jorginho entende os reclamos do torcedor, mas discorda da violência.
Perfeito. O que o Atlético não precisa agora é de heróis de alambrado. São tão poucos a ir a Paranaguá que dois ou três histéricos bem podem ficar em Curitiba. Já fui um desses histéricos. A histeria só pode nos levar mais cedo para a cova. A influência no rendimento da equipe é nula ou negativa.
Um pouco de tranquilidade
O resultado o aborreceu, também os jogadores, muitos deles pagam o preço da queda para a segundona, sem qualquer culpa. Inexiste fórmula mágica para sair da crise. Tranquilidade e muito trabalho são os caminhos para a melhora.
O CT do Caju lhe dará a tranquilidade necessária. O muito trabalho fica por sua conta.
Mudanças
Mesmo não tendo gostado do resultado, Jorginho evitou acenar com mudanças na escalação, temendo criar instabilidade no grupo.
Na realidade, enquanto tardarem as novas contratações, pouco se pode mudar. Com o elenco existente, o time a jogar é o que empatou com o Bragantino. Deivid, Ligüera e Harrison são os poucos que podem agregar qualidade superior. Héracles é titular absoluto da lateral-esquerda.
Ficou feliz
Jorginho gostou da dedicação dos jogadores, da criação de jogadas trabalhadas, do jeito que ele gosta.
A forma de jogar é a maior modificação a ser introduzida pelo novo treinador. Saímos do jogo vertical longo, da velocidade, para a chegada ao gol por meio da troca de passes. Vamos para o toque-toque. Tudo pode dar certo se conduzir ao gol.  Eu gostaria de um mix das duas propostas.
Baier e novatos
O time tem que ser uma mescla entre experientes e garotos. O jogador escalado é aquele que faz a equipe ganhar.
Nada mais justo. Baier é importante, sua experiência pode definir uma partida e outra, mas impossível esperar dele a solução de todos os problemas.Todos os garotos já tiveram chances com Don Juan, aspecto positivo da sua herança. Têm que entrar como veteranos, para ganhar, como quer o treinador.   
 Posso ter me equivocado na interpretação do pensamento do professor Jorginho. O amigo vai entender. No todo, achei sua fala coerente e realista.
A diretoria do Atlético tem que interpretar a conjuntura com muita sabedoria. Com nove técnicos em um ano em meio, o problema deixou de ser o chefe da comitiva, mas a qualidade da boiada.

domingo, 1 de julho de 2012

AMANHEÇA A GALOPE

Na estréia de Jorginho, jogando fora, o Atlético empatou. O que há de errado na frase? O amigo vai dizer que me engano ao dizer que o Furacão jogou fora. Em absoluto. Jogar em Paranaguá, para um público de 2500 almas, é dar ao adversário todas as vantagens. O Bragantino se sentiu em Bragança Paulista.
A porta de entrada para a colonização paranaense é a porta de entrada para o inferno rubro-negro.
A mesma agilidade demonstrada pela diretoria para contratar o novo treinador frente ao desastre iminente, deveria ser utilizada para o retorno imediato a Curitiba. Vai perder dinheiro? Vai, talvez muito, mas é imperativo.
Com todos os atrasos, a conclusão da Arena, a sua disponibilização para jogos, só irá acontecer lá pelo final de 2013. Melhor será engolir a tal Vila Olímpica, ir arrumando aos poucos, jogar as noturnas serra abaixo, até mudar de pouso definitivamente.
Na arapuca em que o Atlético se meteu, a torcida é indispensável. Se em fim de semana maravilhoso, com novo treinador, o atleticano procurou a televisão, ficou claro que 2500 sofredores será o público recorde no caranguejão. Muito pouco para a cruzada a enfrentar. Bom senso. Volta já. Fecha o pano.
Jorginho teve a oportunidade de ver o tamanho do pepino que tem em mãos. Um time que erra passes, é lento, cria poucas oportunidades e as perde. Mostrou ter estrela. Aos 28 do segundo tempo, aproveitando-se de falha dupla de Manoel e Cleberson, o Bragantino perdeu o gol definitivo.
De Don Juan pouco restou. As jogadas verticais, o lance com o pivô, a velocidade pelos lados, foram esquecidos. Um corta-luz ou outro na entrada da área são os únicos recuerdos do uruguaio.
As novidades foram o avanço frequente de Gabriel Marques e a boa apresentação de Pablo no ataque. Ricardinho esqueceu o lado do campo, exagerou na diagonal da área, deu dois passes ótimos para gol. Bruno Mineiro foi discretíssimo. Bruno Costa fez número. Alan Bahia acertou passes de vinte metros, nada mais que a obrigação, e impôs ao time ritmo de operação tartaruga. Weverton salvou a lavoura. Baier fez o que pode.
Se Jorginho teve a paciência de assistir o tape do jogo, preocupou-se com a desorganização do posicionamento defensivo, com a fragilidade do setor na bola aérea. Vai pedir um atacante. Mais um.
Em entrevista declarou levar os treinamentos ao nível máximo. Vai precisar. Deve ter passado o domingo arrancando os poucos cabelos, desejando que a segunda-feira amanheça a galope.