quarta-feira, 4 de julho de 2012

TRIVELAS, LETRAS E CHUTÕES

Os rubro-negros estão de olho nas possíveis contratações, os craques a cooperar na cruzada salvadora que nos colocará na primeira divisão novamente. Nunca na história do futebol brasileiro, o clichê de vir para somar, será usado de forma tão verdadeira.
Quem deseja vir jogar no Atlético na atual conjuntura? Na tabela, o time se arrasta nas últimas posições, joga a cem quilômetros da sua torcida, praticamente sem seu apoio, os técnicos são trocados de dois em dois meses, a situação é negra. O CT maravilhoso e o salário em dia já não encantam como dantes. Quem se habilita?
O torcedor quer estrelas e sabe que não vai tê-las. Sabe e, mesmo assim, torce o nariz para as especulações veiculadas pela imprensa e pelos fofoqueiros de plantão. Tem razão. Difícil encontrar nos nomes difundidos alguém com qualidade muito superior aos já respondendo chamada no Caju.
Exemplo disso é William, atacante do Avaí em 2011. Quem pode afirmar que o jogador é superior a Bruno Mineiro, Fernandão, Pablo, só para citar três dos inúmeros atacantes rubro-negros. Impossível garantir que chega e assume a posição. Assim, como animar.
Em termos de alta qualidade técnica pouco se pode esperar, mesmo por ser qualidade algo raro no futebol brasileiro.
O atleticano que tanto desprezou contratações anteriores, na primeira canelada do estreante abria o berrador, um coliseu inteiro com o polegar para baixo, agora vai engolir o que vier, pagará com juros a soberba passada, assistirá com remorsos William e Jorge Henrique na final da Libertadores.
Creio que o torcedor deve esquecer elevados parâmetros técnicos e focar seu olhar crítico em aspectos menos valorizados, como a boa preparação física, a motivação, o espírito de luta reconhecido, a legítima vontade de vir para somar.
Um Wellington Saci bem condicionado fisicamente, motivado, guerreiro, pronto para se ajustar ao grupo e lutar por posição, tem grande possibilidade de encaixar, termo usado pelo novo treinador, e cooperar na transformação do Atlético.
A torcida tem que acolher esses jogadores e dar apoio, esquecer um momento em que nos acreditamos maior do que éramos, afinal, quando, a bem da verdade, contratamos um craque consagrado, no auge da sua carreira? Amigo, diga-me um.
Tenho saudades daquele Atlético de raça, em que coadjuvantes lutavam como loucos e ajudavam a transformar derrotas em épicas vitórias. Com o olho no passado, peço aos que chegam, coadjuvantes ou não, que venham para somar, somar e lutar. Nós, reduzidos à benfazeja humildade, aplaudiremos de pé trivelas, letras e chutões.  

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