De mês em mês, um vendaval de bom
senso sopra no Rubro-negro do meu coração. Normalmente, a origem das férteis
ideias vindas com a viração é a miséria do planejamento anterior, insistente em
causar danos tremendos ao time e me fazer sofrer.
A ótima notícia da semana passada foi
o retorno às negociações para a utilização da Vila Olímpica do Boqueirão neste
Brasileiro da série B, em que estamos mais atrasados que obra do PAC.
O amigo torcedor, com tendência ao
martírio, argumenta que torcida não ganha jogo, o pequeno público em Paranaguá
seria suficiente para a volta ao paraíso, desde que tivéssemos equipe de alta
qualidade. A afirmativa é, por tudo, inadequada à nossa realidade. Primeiro,
porque nosso time ainda vai demorar a ganhar o peso necessário para andar
sozinho, e o tempo voa. Segundo, porque torcida é indispensável em qualquer
situação.
Os exemplos estão aí. Em 2011, jogando
a poucos quilômetros de BH, Atlético e Cruzeiro andaram para nos fazer
companhia no purgatório. Tinham grandes elencos, treinadores de ponta. Tiveram
que armar na última rodada para salvar a raposa.
O Furacão já deveria estar jogando na “Boqueixada”
desde há muito, a torcida premiada pela sua fidelidade ao clube. Vai ver agora
acertamos o passo.
Com um pouco de pressa, poderíamos
estrear na “Boqueixada” já no dia 18 de agosto contra o Criciúma, jogo
fundamental para nossas pretensões no campeonato, a massa toda lá, gritando
“Uh! Boqueirão! Uh! Boqueirão!”. Um pouco de divertimento é fundamental.
Só aquele cara que vê o jogo do
telhado serra abaixo pode ser contra. Ele e o câmera da RPC, especialista nas
imagens do rio Itiberê, dos camarotes em árvores e telheiros.
A diretoria sabe que a Arena só ficará
disponível para jogos lá pelo final de 2013. Assim, o Atlético amargará ano e
meio cigano, tem que armar logo sua barraca, criar casa nova, dar um presente
ao seu povo cansado de peregrinar na 277.
Pode ser que jogar no Durival Brito
seja mais barato do que o investimento a fazer na Vila Olímpica. É minha única
dúvida. Fora isso, estou de malas prontas para a “Boqueixada”.
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