domingo, 22 de julho de 2012

ESQUECEU O BISTURI


Duas equipes em estágios muito diferentes se encontraram. O Vitória organizado taticamente, tranquilo, na ponta da tabela, o Atlético atropelado pela necessidade de vencer, tentando na individualidade sair do purgatório. Venceu o Vitória.

Foi péssimo resultado, até o empate nas circunstâncias do jogo seria ótimo. O time foi à luta no cada um por si e perdeu.
O amigo percebe a desorganização de uma equipe quando o cabeceio dos zagueiros, os passes dos seus jogadores caem sempre nos pés adversários. Outro indício claro é a troca do coletivo pelo individual, a aceleração das jogadas. Esse foi o Atlético perdedor em Paranaguá.
Com o passar do tempo esses sinais foram se agravando e o time baiano ganhou corpo, assumiu o controle do jogo, o emocional estabeleceu a diferença entre a produção das duas equipes.
O jogo, que era dificílimo, ficou dificilíssimo.
Vivendo da jogada longa para Marcelo bem marcado, o Rubro-negro esteve a ponto de ganhar quando Furlan fugiu da marcação, mandou a bomba de fora e, no rebote do goleiro, Marcelo perdeu gol incrível. A falha no ataque se repetiu na defesa e o Vitória não desperdiçou. De novo no setor de Manoel. Já perdi a paciência.
Não gostei da forma como se decidiu a saída de Baier. Ficou um desagradável cheiro de não me querem mais, estou pulando fora, virem-se. A substituição de Baier era de ordem tática, nada produziu no primeiro tempo. A contusão anunciada desviou o olhar do fraco rendimento.
Faltou ao Atlético paciência, encorpar o meio de campo, chegar ao ataque com mais jogadores e melhor qualidade. Finalizamos pouco de fora, o Vitória fez as faltas necessárias longe da sua área, novamente fomos incompetentes no jogo aéreo ofensivo. Temos muito a melhorar.
A salvação passa pela dosagem entre o jogo de aproximação, tocado, paciente, procurando dar aos atacantes as melhores condições para finalizar, e a jogada espetada, veloz, tônica do jogo perdido.
A eficiência defensiva é também necessidade obrigatória. O Carpegiani que nos venceu quase nos levou à Libertadores segurando na defesa e ganhando jogos pela contagem mínima. A mínima exposição da defesa é imperdoável. O zero assegurado pelo defensor dá ao atacante noventa minutos para perder gols e marcar o único necessário.   
Não foi o caso do jogo contra o rubro-negro baiano. Ontem, tivéssemos dez chances, perderíamos todas. Marcelo, o cirurgião da Ressacada, esqueceu o bisturi.

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