O amigo atleticano ainda acredita. A
amiga já entregou os pontos, diz não ter mais esperança. Como sou um homem de
fé, e só por isso, prefiro sonhar com a chance de retorno. Sonhar eu disse,
nada existe de material que me faça acreditar na possibilidade. Nem a chuva de
reforços caída como o maná sobre os retirantes no deserto.
Antes de prosseguir, devo me colocar
como um bastião da permanência de Jorginho, mesmo que ele nos leve à terceira
divisão. Já cansei da troca de técnicos no Atlético. Digo isso para poder
criticar o treinador sem ser chamado de traidor, de mal informado, de alguém em
regozijo com a péssima fase do Rubro-negro, iludido pelo “mantra da diretoria
anterior”. O que é isso?
Jorginho ainda não tem um time
titular, os jogadores vagam entre esquemas. Em casa um, perde; fora de casa
outro, perde também. Insiste com Tiago Adan, com Bruno Costa, vê neles qualidades
inexistentes. Ou lhe dá missões impossíveis. Os dois únicos cruzamentos que chegaram à área
do Guarani no primeiro tempo foram de Tiago. Faltou ele na área para concluir.
Nunca falta na entrevista. Tem o melhor assessor de imprensa do mundo.
Transformou Maranhão no armador do
Atlético e esqueceu de dar cobertura ao setor. Renato inexistiu na partida e foi
mantido os noventa minutos. Quem me lê sabe que vou deitar e rolar com a
escalação dos três volantes. Acho os três cabeçudos golpe duro contra a
inteligência do jogo. Voluntariosos, ficam fazendo faltas sem fim, procurando o
problema.
A relação de três cabeçudos para um
bom de bola na intermediária é crime contra a astúcia, seja o bom de bola piá,
ou velho matreiro. Quando o piá se machuca, ataca a enxadadas o bom senso
geral. Coloca Fernandão em campo. Só falta ajoelhar e começar a rezar.
Eu pergunto o que Jorginho tem contra
Ligüera, contra Bruno Mineiro, esquecidos por completo. O último jogo que
vencemos foi com pênalti sofrido por Ligüera. Tá lá no banco. É irritante. Contra
o Vitória, Furlan entra e consegue criar as únicas jogadas de gol do segundo
tempo. Começa no banco. Entra, o time melhora. Cansei.
A esperança é Elias, o recém-chegado.
Para dar certo, Elias terá que ter Ligüera, Paulo Baier, ou Harrison como parceiro
de ataque. Alguém para dividir a marcação, alguém que saiba dar um passe,
preocupe os cabeçudos adversários. Senão, eles avançam e ficamos encurralados
por times com nove lesionados.
Nem vou falar da defesa, é pregar no
deserto. Nessa eu falo desde o tempo do Rafael Santos. Nada muda. Sofreu
pressão, entrega. Aos vinte do segundo tempo me pego desejando o fim do jogo,
ele não vem e, infelizmente, em seu lugar, vem a derrota. Alguém na diretoria
do Atlético deve rever os gols adversários e concluir sempre pelo azar. Ou é
inimigo, ou é ignorante de bola.
Só não posso reclamar da falta de empenho.
Os cabeçudos correm uma barbaridade. É muito pouco.
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