segunda-feira, 2 de julho de 2012

A QUALIDADE DA BOIADA

A entrevista de pós-jogo de Jorginho foi longa e colocou à mostra o pensamento do treinador. Vou tentar passar ao amigo o que entendi e dar minha opinião.
A bola não entra de jeito nenhum
Jorginho deu a entender que o Atlético teve azar em momentos do jogo. Poderia ter marcado o gol que definiria a partida. Afirma que, para mudar, marcar os gols necessários, só com muito treinamento.
Concordo. O time chegou a criar chances de gol, duas delas muito claras, e não teve sucesso. Como a razão do azar pode ser o cabeceio de ombro, o chute errado, a precipitação, sua solução para o problema, treinar, treinar, treinar, parece correta.
Mudança gradual
O treinador acha que os jogadores não gostam de mudanças drásticas na forma de jogar. Vai implantar sua receita de bolo aos poucos.
Jorginho foi jogador e tem experiência de sobra sobre o assunto. Não sou eu que vou duvidar. Não vi os jogos contra o Goiás e Ceará, mas a forma de jogar do Atlético contra o Bragantino já foi muito diferente da proposta de Don Juan. A mudança já está encaminhada.
O campo atrapalha
O campo do Caranguejão atrapalha, concluiu o novo técnico.
Nem precisava externar sua posição a respeito. Qualquer um enxerga aquela bola tropeçando nos passes rasteiros. Enquanto não voltarmos para Curitiba, o jeito será molhar o campo antes das partidas. Pode ajudar.
O torcedor
Jorginho entende os reclamos do torcedor, mas discorda da violência.
Perfeito. O que o Atlético não precisa agora é de heróis de alambrado. São tão poucos a ir a Paranaguá que dois ou três histéricos bem podem ficar em Curitiba. Já fui um desses histéricos. A histeria só pode nos levar mais cedo para a cova. A influência no rendimento da equipe é nula ou negativa.
Um pouco de tranquilidade
O resultado o aborreceu, também os jogadores, muitos deles pagam o preço da queda para a segundona, sem qualquer culpa. Inexiste fórmula mágica para sair da crise. Tranquilidade e muito trabalho são os caminhos para a melhora.
O CT do Caju lhe dará a tranquilidade necessária. O muito trabalho fica por sua conta.
Mudanças
Mesmo não tendo gostado do resultado, Jorginho evitou acenar com mudanças na escalação, temendo criar instabilidade no grupo.
Na realidade, enquanto tardarem as novas contratações, pouco se pode mudar. Com o elenco existente, o time a jogar é o que empatou com o Bragantino. Deivid, Ligüera e Harrison são os poucos que podem agregar qualidade superior. Héracles é titular absoluto da lateral-esquerda.
Ficou feliz
Jorginho gostou da dedicação dos jogadores, da criação de jogadas trabalhadas, do jeito que ele gosta.
A forma de jogar é a maior modificação a ser introduzida pelo novo treinador. Saímos do jogo vertical longo, da velocidade, para a chegada ao gol por meio da troca de passes. Vamos para o toque-toque. Tudo pode dar certo se conduzir ao gol.  Eu gostaria de um mix das duas propostas.
Baier e novatos
O time tem que ser uma mescla entre experientes e garotos. O jogador escalado é aquele que faz a equipe ganhar.
Nada mais justo. Baier é importante, sua experiência pode definir uma partida e outra, mas impossível esperar dele a solução de todos os problemas.Todos os garotos já tiveram chances com Don Juan, aspecto positivo da sua herança. Têm que entrar como veteranos, para ganhar, como quer o treinador.   
 Posso ter me equivocado na interpretação do pensamento do professor Jorginho. O amigo vai entender. No todo, achei sua fala coerente e realista.
A diretoria do Atlético tem que interpretar a conjuntura com muita sabedoria. Com nove técnicos em um ano em meio, o problema deixou de ser o chefe da comitiva, mas a qualidade da boiada.

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