Com dez desde os trinta minutos do primeiro tempo, o Fluminense resistiu e venceu o Avaí em Floripa, afastando de nós a dureza de carregar a lanterna do campeonato. Rafael Moura, o amigo conhece o He Man, resolveu dar uma cotovelada no seu marcador, minutos após o Flu abrir o marcador com o argentino Conca, sempre ele.
O gol isolado e a força defensiva, mantida sob o olhar aterrador de Abel Braga, evitaram as três derrotas consecutivas e um jogo complicado contra o Atlético.
Considerando-se os últimos cinco jogos, o Flu vem fazendo campanha de vitórias magras, garantidoras dos nove pontos que lhe fornecem o oxigênio para respirar. Com elenco de atacantes reconhecidos, o que tem garantido o sono do Abelão é a defesa.
A FASE | PONTOS GANHOS | ||
ATLÉTICO GO 0 | FLUMINENSE 1 | 3 | |
ÚLTIMOS | FLUMINENSE 2 | CRUZEIRO 1 | 3 |
CINCO JOGOS | CORINTHIANS 2 | FLUMINENSE 1 | 0 |
FLUMINENSE 0 | BAHIA 1 | 0 | |
AVAÍ 0 | FLUMINENSE 1 | 3 |
O jogo contra o Atlético no Engenhão é oportunidade caída do céu para Abel acertar a equipe, ter tranquilidade para emplacar seu sistema, face o retrospecto negativo e a crise instalada no rubro-negro.
A estatística comparada mostra duas equipes muito próximas nos itens finalizações, passes certos e roubadas de bola, o que descaracteriza a ideia de que falte empenho aos nossos jogadores.
Mostra também um Fluminense muito mais equilibrado entre os setores defesa e ataque – marca 0,7 e sofre um gol por partida em média –, enquanto o Atlético apresenta extremos nos dois segmentos – marca 0,2 e sofre 1,7 –, um desequilíbrio que explica a situação na tabela. Trata-se de caso crônico e grave de esforço desorganizado.
ESTATÍSTICA | FLUMINENSE | ATLÉTICO |
VITÓRIAS | 3 | 0 |
EMPATES | 0 | 1 |
DERROTAS | 3 | 5 |
CLASSIFICAÇÃO E PTS | 8º / 9 | 19º / 1 |
GOLS MARCADOS | 4 | 1 |
GOLS SOFRIDOS | 6 | 10 |
FINALIZAÇÕES | 86 | 92 |
PASSES CERTOS (1) | 1600 | 1700 |
ROUBADAS DE BOLA (2) | 170 | 150 |
(1) Aproximado para centenas.
(2) Aproximado para dezenas.
Do Fluminense campeão de 2010, basicamente mudou de técnico e goleiro. Enfrenta o Atlético com vários desfalques. Rafael Moura expulso, Deco e Leandro Euzébio contundidos e Fred servindo à seleção. Assim, com os dois principais atacantes do time afastados, Moura e Fred, sobra para o nordestino Ciro, recém-chegado, a missão de fazer os gols que estão caindo a conta-gotas.
Considerando-se Carlinhos e Diguinho como jogadores com importante ação ofensiva, fica clara a opção pelo ataque do time das Laranjeiras.
O TIME | |||||
DIEGO CAVALIERI | |||||
ESQUEMA | MARIANO | GUM | MÁRCIO ROSÁRIO | CARLINHOS | |
DA | |||||
DEFESA | SOUZA | EDINHO | DIGUINHO | MARQUINHOS | |
CONCA | CIRO | ||||
SOUZA | CONCA | MARQUINHOS | |||
CIRO | |||||
DEFESA |
O Flu defende com oito jogadores atrás da linha de meio campo. Marquinhos e Souza fecham as laterais, enquanto Conca e Ciro dificultam a saída de bola adversária. Mariano tem maior presença defensiva, ficando para Carlinhos a liberdade para atacar. Edinho e Diguinho fazem a proteção da frente da área, mas Edinho pode fazer um terceiro zagueiro, cobrindo as saídas para caçar de Gum e Rosário. A defesa é forte no jogo aéreo defensivo. O Avaí cansou de cruzar bolas altas sem resultado. Bolas cruzadas no interior da área são de Diego Cavalieri. |
ATAQUE |
A saída de bola acontece por Diguinho. O segundo passe vai para os laterais avançados, ou para um dos meias, Souza, Marquinhos e, principalmente, Conca. São raros os lançamentos longos. Interessante observar o avanço dos zagueiros na esteira dos laterais, o que dá origem a brechas momentâneas nos lados da defesa. O ataque se baseia na aproximação por meio da troca de passes e da grande movimentação dos três armadores, que alternam posições dificultando a marcação. Conca pode sair da direita e cair na diagonal, postar-se à frente da área para fazer o pivô e enfiar bolas preciosas, entrar pela esquerda como ponta, ou aparecer dentro da área para finalizar. Tem que marcar individualmente. Em 2010, resolveram marcar por zona e o gringo ganhou do Atlético sozinho. Com espaço, Diguinho passa a ser mais um armador. Chega na frente e chuta de fora. O chute de longa distância é muito explorado pelos armadores do Flu. Os dois laterais vão ao ataque. Carlinhos tem maior presença. É normal a ação se desenvolver pela direita e o jogo ser virado para Carlinhos livre na esquerda. Vai à linha de fundo e complica. O afastamento de Moura e Fred colocam Ciro como referência, o que não é sua característica. O que vai acontecer, só o jogo dirá. No seu lugar pode entrar o jovem Matheus Carvalho, promessa do Flu, rápido, driblador e bom finalizador. Melhor ficar no banco. |
O ponto forte do Fluminense é a defesa. A posse de bola, a movimentação dos atacantes e a individualidade de Conca completam o cardápio simples e produtivo.
O ponto fraco é a dependência da criatividade de Conca. Tanto ele, como Diguinho têm que ser impedidos de jogar, bloqueando a saída de bola no seu nascedouro e a transição para o ataque.
Hoje pode ser um dia muito importante para a vida do Atlético. As propostas das construtoras são apresentadas e um bom jogo no Rio pode nos livrar da lanterna e abrir caminho para a recuperação. Olho a provável escalação de Niehues e lamento a mesma adoração por jogadores de baixa qualidade técnica. Vamos acreditar no esforço, talvez agora com um pouco mais de organização. Como bom atleticano, não perco a esperança.