sexta-feira, 3 de junho de 2011

NÓIS BOMBA

Dias atrás, o MEC divulgou livro em que julga discriminação o ato de se corrigir a escrita ou o falar com erros graves. É vontade do Estado que seu povo continue amargando as trevas da ignorância. Por isso amigo, se o seu empregado falar “nós foi”, bico calado, é um direito inalienável do cidadão agredir a língua Pátria. Com o tempo iremos acostumando e falaremos outro português, um fenômeno chamado de aculturação negativa, promovido pelo próprio Ministério da Educação. Palmas para o Brasil varonil.  
Acha pouco. Pois o nosso ministro, aquele do ENEM que não dá certo nunca e outras cositas más, foi ao Congresso defender o livro libertador e na sua límpida oratória preferiu Stalin a Hitler, justamente pelo genocida russo dignar-se a ler os livros dos que mandava matar, prova da sua imensa generosidade. Os bárbaros tomaram conta. Outra vez, palmas para o Brasil varonil.
Já sem a menor preocupação com o corretor de texto que insiste em sublinhar minhas frases com traços verdes e vermelhos, leio a nota expedida pelo Atlético com o título “Atlético Paranaense busca consenso para obras na Arena visando a Copa 2014”.
O consenso a que se refere o título diz respeito “às propostas para a definição da modelagem adotada na obra da conclusão da Arena”. O termo que desperta curiosidade é modelagem. Segue a nota e leio que “foram apresentados alguns modelos para a realização das obras”. Que diabo de modelo é esse? É sinônimo de projeto ou é a engenharia financeira criada para o pagamento da bendita obra de igreja?
Persisto na leitura e me defronto com o seguinte: “ficou definido que o clube dará um prazo a todas as construtoras... para a apresentação de seus projetos detalhados, que após serão votados pelo Conselho Deliberativo (CD). A previsão é que de no máximo 30 dias seja realizada mais uma reunião do CD para a definição desse item.”
Definição de que item? A data para a apresentação dos projetos? Mas não eram 15 dias após a reunião que deu origem à nota? Daqui a 30 dias 250 pessoas se reunirão para definir uma data? Foi para isso que serviu a reunião do dia 31?
Como diria o novo erudito nacional: “tão de sacanagi”.
Proponho a construção de uma pira na frente da Baixada, que poderia se chamar “fogo da paciência”, a permanecer acesa até que a decisão final seja tomada. Ao lado da pira, os “rubro-negro pode” colocar seus cartazes, acender velas para os seus conselheiros prediletos, manifestar-se livremente sobre o andamento das tratativas, tudo com bom humor e alegria. Emissoras do Brasil e do mundo farão suas matérias. Cingapura conhecerá o Furacão.
E o torcedor poderá dizer de peito aberto: “No campo nóis sofre, mais na tar de mídia nóis bomba”

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