quinta-feira, 30 de junho de 2011

NÃO PERCO A ESPERANÇA

Com dez desde os trinta minutos do primeiro tempo, o Fluminense resistiu e venceu o Avaí em Floripa, afastando de nós a dureza de carregar a lanterna do campeonato. Rafael Moura, o amigo conhece o He Man, resolveu dar uma cotovelada no seu marcador, minutos após o Flu abrir o marcador com o argentino Conca, sempre ele.

O gol isolado e a força defensiva, mantida sob o olhar aterrador de Abel Braga, evitaram as três derrotas consecutivas e um jogo complicado contra o Atlético.

Considerando-se os últimos cinco jogos, o Flu vem fazendo campanha de vitórias magras, garantidoras dos nove pontos que lhe fornecem o oxigênio para respirar. Com elenco de atacantes reconhecidos, o que tem garantido o sono do Abelão é a defesa.


A FASE


PONTOS GANHOS

ATLÉTICO GO   0
FLUMINENSE 1
3
ÚLTIMOS
FLUMINENSE 2
CRUZEIRO 1
3
CINCO JOGOS
CORINTHIANS 2
FLUMINENSE 1
0

FLUMINENSE 0
BAHIA 1
0

AVAÍ   0
FLUMINENSE 1
3


O jogo contra o Atlético no Engenhão é oportunidade caída do céu para Abel acertar a equipe, ter tranquilidade para emplacar seu sistema, face o retrospecto negativo e a crise instalada no rubro-negro.

A estatística comparada mostra duas equipes muito próximas nos itens finalizações, passes certos e roubadas de bola, o que descaracteriza a ideia de que falte empenho aos nossos jogadores.

Mostra também um Fluminense muito mais equilibrado entre os setores defesa e ataque – marca 0,7 e sofre um gol por partida em média –, enquanto o Atlético apresenta extremos nos dois segmentos – marca 0,2 e sofre 1,7 –, um desequilíbrio que explica a situação na tabela. Trata-se de caso crônico e grave de esforço desorganizado.


ESTATÍSTICA
FLUMINENSE
ATLÉTICO
VITÓRIAS
3
0
EMPATES
0
1
DERROTAS
3
5
CLASSIFICAÇÃO E PTS
8º / 9
19º / 1
GOLS MARCADOS
4
1
GOLS SOFRIDOS
6
10
FINALIZAÇÕES
86
92
PASSES CERTOS (1)
1600
1700
ROUBADAS DE BOLA (2)
170
150

(1)   Aproximado para centenas.
(2)   Aproximado para dezenas.

Do Fluminense campeão de 2010, basicamente mudou de técnico e goleiro. Enfrenta o Atlético com vários desfalques. Rafael Moura expulso, Deco e Leandro Euzébio contundidos e Fred servindo à seleção. Assim, com os dois principais atacantes do time afastados, Moura e Fred, sobra para o nordestino Ciro, recém-chegado, a missão de fazer os gols que estão caindo a conta-gotas.

Considerando-se Carlinhos e Diguinho como jogadores com importante ação ofensiva, fica clara a opção pelo ataque do time das Laranjeiras.


O TIME








DIEGO
CAVALIERI








ESQUEMA
MARIANO
GUM

MÁRCIO
ROSÁRIO
CARLINHOS
DA





DEFESA
SOUZA
EDINHO

DIGUINHO
MARQUINHOS








CONCA

CIRO


SOUZA

CONCA

MARQUINHOS









CIRO











DEFESA

O Flu defende com oito jogadores atrás da linha de meio campo. Marquinhos e Souza fecham as laterais, enquanto Conca e Ciro dificultam a saída de bola adversária.
Mariano tem maior presença defensiva, ficando para Carlinhos a liberdade para atacar.
Edinho e Diguinho fazem a proteção da frente da área, mas Edinho pode fazer um terceiro zagueiro, cobrindo as saídas para caçar de Gum e Rosário.
A defesa é forte no jogo aéreo defensivo. O Avaí cansou de cruzar bolas altas sem resultado.
Bolas cruzadas no interior da área são de Diego Cavalieri.




ATAQUE

A saída de bola acontece por Diguinho. O segundo passe vai para os laterais avançados, ou para um dos meias, Souza, Marquinhos e, principalmente, Conca. São raros os lançamentos longos. Interessante observar o avanço dos zagueiros na esteira dos laterais, o que dá origem a brechas momentâneas nos lados da defesa.
O ataque se baseia na aproximação por meio da troca de passes e da grande movimentação dos três armadores, que alternam posições dificultando a marcação.
Conca pode sair da direita e cair na diagonal, postar-se à frente da área para fazer o pivô e enfiar bolas preciosas, entrar pela esquerda como ponta, ou aparecer dentro da área para finalizar. Tem que marcar individualmente. Em 2010, resolveram marcar por zona e o gringo ganhou do Atlético sozinho.
Com espaço, Diguinho passa a ser mais um armador. Chega na frente e chuta de fora. O chute de longa distância é muito explorado pelos armadores do Flu.
Os dois laterais vão ao ataque.  Carlinhos tem maior presença. É normal a ação se desenvolver pela direita e o jogo ser virado para Carlinhos livre na esquerda. Vai à linha de fundo e complica.
O afastamento de Moura e Fred colocam Ciro como referência, o que não é sua característica. O que vai acontecer, só o jogo dirá. No seu lugar pode entrar o jovem Matheus Carvalho, promessa do Flu, rápido, driblador e bom finalizador. Melhor ficar no banco.



O ponto forte do Fluminense é a defesa. A posse de bola, a movimentação dos atacantes e a individualidade de Conca completam o cardápio simples e produtivo.

O ponto fraco é a dependência da criatividade de Conca. Tanto ele, como Diguinho têm que ser impedidos de jogar, bloqueando a saída de bola no seu nascedouro e a transição para o ataque.

Hoje pode ser um dia muito importante para a vida do Atlético. As propostas das construtoras são apresentadas e um bom jogo no Rio pode nos livrar da lanterna e abrir caminho para a recuperação. Olho a provável escalação de Niehues e lamento a mesma adoração por jogadores de baixa qualidade técnica. Vamos acreditar no esforço, talvez agora com um pouco mais de organização. Como bom atleticano, não perco a esperança.

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