segunda-feira, 30 de abril de 2012

ISSO NUNCA ACABA BEM


Colocaram a final do Paranaense na panela de pressão. Se faltava alguma coisa para tornar os ânimos rubro-negros ainda mais acirrados, o julgamento na quarta-feira que pode tirar das finais metade do Furacão resolveu o problema. A Dona Justa girou o botão para a posição máxima e a panela apitou.

2ª rodada – Coritiba 2 x Corinthians Pr 0
Pênalti duvidoso em Tcheco

Árbitro – Heber Roberto Lopes

Até os árbitros do Atletiba podem pegar gancho de até um ano. Que eu saiba, nenhum dos árbitros protagonistas de jogos do Coritiba foram vítimas de tal terrorismo judiciário. Fazer isso com o senhor Antonio Denival de Morais é esquecer bela folha de serviços prestados.

4ª rodada – Coritiba 3 x Paranavaí 1
Vanderlei puxa a bola depois da linha e juiz não valida gol do Paranavaí

Árbitro – Antonio Denival de Morais

A torcida rubro-negra que já anda com a paciência no limite, agora vai ouvir o julgamento vendo o jogo com o Cruzeiro. Mesmo que eu tenha lá minhas confianças no presidente do TJD – se não acreditar nos jovens em quem vou acreditar? –, o resultado me parece óbvio. Pelo menos Guerrón e Baier serão alijados das finais, para alegria da massa alviverde. A esperança fica para o efeito suspensivo.

6ª rodada – Coritiba 1 x Londrina 1
Pênalti não marcado para o Londrina

Árbitro – Leandro Júnior Hermes

O atleticano vai acumulando ódios desde o início do ano. Negados o Couto e o Durival de Brito, teve que jogar no Ecoestádio e viu medidas serem tomadas depois da desgraça acontecida. No Brasil é assim, depois do desastre descobrem a falta da lei, a pouca gente para fiscalizar a lei, dizem-se surpresos com o raiar do dia.

7ª rodada – Coritiba 1 x Rio Branco 1
Pênalti não marcado para o Rio Branco

Árbitro – Luis Alberto Alves de Abreu

Acho estranho que organismos judiciais tão atentos a recursos públicos sejam tão desatentos com vidas humanas. O Tribunal de Contas do Paraná já empacou as obras da Arena. Quer ver orçamentos, quer transparência, é fortaleza da moralidade. Os bilhões do metrô já chegaram, os dinheiros para a Baixada continuam sob severa vigilância. O atleticano a cada dia recebe um soco no estômago.

8ª rodada – Coritiba 1 x Cianorte 1
Pênalti inexistente marcado sobre Rafinha

Árbitro: Edivaldo Elias da Silva

Ante a possibilidade de o Atlético jogar o Brasileiro fora de Curitiba, sujeitando seus torcedores a viagens e perigos delas decorrentes, não seria justo um justo ser togado, alguém preocupado com a vida, impor a Coritiba ou Paraná Clube a liberação de seus estádios para os jogos do Furacão? Seria pedir muito? Enquanto a desgraça não acontece trocam-se ofícios, a burocracia toma conta.

10ª rodada – Coritiba 0 x Atlético 0
Pênalti não marcado sobre Bruno Mineiro.

Árbitro: Heber Roberto Lopes

Esperar algo da Federação Paranaense de Futebol é sonhar com vitória de moribundo na maratona. Solicitada pelo Atlético a arbitragem de fora para as finais, a entidade prontamente negou o pedido. Fecha os olhos para a série de erros que garantiram o Coritiba na final, campanha salpicada de auxílios vindos de quase todos os integrantes do quadro de árbitros. Aí o interessante, a diversidade de nomes a cometer deslizes favoráveis ao Coritiba. O coxa se diverte, o atleticano engole a raiva.

2ª rodada do returno – Coritiba 2 x Corinthians PR 1
Pênalti não marcado sobre Bruno Batata

Árbitro – Leonardo Sigari Zanon

Pode ser que para coritibanos e paranistas a enrascada em que o Atlético se meteu seja extremamente divertida. A Arena sem recursos para sua conclusão. Faltando um mês para o Brasileiro, o atleticano ainda não sabe onde verá seu time jogar. A arbitragem aparentemente pronta a socorrer o alviverde em qualquer situação. A justiça esportiva prestes a desfalcar com uma penada o time rubro-negro.

3ª rodada do returno – Coritiba 5 x Iraty 1
Pênalti não marcado sobre o jogador Dênis do Iraty

Árbitro: Antônio Valdir dos Santos

Que o torcedor se divirta tudo bem. Que autoridades fechem os olhos e deixem a chapa esquentar é uma irresponsabilidade.

6ª rodada do returno – Coritiba 1 x Londrina 0
Gol do Londrina anulado aos 17 do primeiro tempo.

Cobrança de escanteio aos 14 do segundo tempo, o goleiro Vanderlei coloca a bola para dentro e o gol é anulado. O bandeira acusou saída de bola quando da cobrança.
Árbitro: Evandro Rogério Roman

Autoridades são eleitas, ou escolhidas pelos eleitos, para se anteciparem aos problemas, minimizarem riscos evidentes, tais os que agora se apresentam no horizonte das finais do Paranaense.

8ª rodada do returno – Coritiba 3 x Cianorte 1
Jogo 1 a 1, jogadores do Cianorte são expulsos aos 22 e 29 do segundo tempo.

Árbitro: Adriano Milczvski

A fritura a que o atleticano está submetido não é um fantasma criado pelo torcedor metido a escrever. Ela é real, opressiva, justificada por argumentos evidentes.   A semana não transcorrerá com o bom humor indispensável ao esporte. As cabecinhas voltadas para o mal, os idiotas, estão aí, podem ver na ausência da autoridade o passaporte para o vandalismo e suas consequências.

9ª rodada do returno – Coritiba 2 x Operário 2
Terceiro gol do Operário é anulado por impedimento inexistente.

Árbitro: Ronaldo Parpinelli

Presidentes do Atlético, Coritiba, Federação,Tribunais, Comandantes e Chefes de Polícia, chefes de organizadas, todo aquele que possa interferir no esquentar da panela deve usar o seu poder o mais rápido possível. Arbitragem de fora, jogo com torcida única, Couto Pereira dividido, bocas caladas, postergação do julgamento, as decisões devem ser tomadas com brevidade. A Justiça tem o poder de determinar, deve exercê-lo.

10ª rodada do returno – Coritiba 4 x Atlético 2
Anderson Aquino impedido no primeiro gol do Coritiba. Gol válido.

Lincoln impedido no segundo gol do Coritiba. Gol válido.
Árbitro: Antonio Denival de Morais

O cenário para o jogo de domingo é assustador. Nossas autoridades podem atenuar muito os riscos envolvidos. Um almoço em boa churrascaria reunindo Petraglia e seu clone alviverde pode dar ótimo resultado. O pior será deixar o barco correr, aumentar os efetivos da polícia nas ruas e ver no que dá. Isso nunca acaba bem.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

CORDA NO PESCOÇO


Time escalado no treinamento para o jogo de domingo tem na sua defesa o quarteto Pablo, Rafael Schmitz, Renan Foguinho e Paulo Otávio. Senhores, eu sei que é hora de ajudar, ficar com a boca calada ajuda muito. Entretanto, eu não me aguento.

O maior problema do Atlético é a defesa. Seria o justo momento para se treinar em jogo a melhor formação para o setor, ajustar as peças em desajuste soberano, pero, infelizmente, vamos para mais uma sessão vale a pena jogar o tempo fora.

A diretoria do Atlético contratou profissionais para dirigir o futebol do clube e esqueceu de fazer o seu papel. A vinda de profissionais é importante pela vivência, pelo conhecimento dos processos de contratação e de gestão de setor extremamente complexo.

Cabe à diretoria acompanhar o trabalho dessa gente bem paga e orientar procedimentos. Se é para chegar aqui e virar todo poderoso, ver os posicionamentos da diretoria como intromissão indevida, passo a duvidar do tal profissionalismo.

O amigo torcedor sabe quantos zagueiros tem o Atlético dos profissionais da gestão? Três, respondo eu. Manoel, Rafael Schmitz e Bruno Costa. Se o prezado desejar escalar Gabriel Marques de zagueiro, quatro. Que time da segunda divisão do Brasileiro possui em seu elenco o irrisório número de três zagueiros? E se Manoel tiver alguma lesão? Como é que fica? Nem vou falar na qualidade.

Eu não sei contratar ninguém, quem sabe nem o presidente do Deliberativo, talvez nem mesmo o Petraglia, mas o dono da banquinha na frente da Baixada sabe que falta zagueiro no elenco do Atlético. Todos sabem. Tem alguém para chegar, colocar a camisa e jogar em vias de contratação? Quem sabe? A diretoria tem que puxar a orelha daqueles em que acreditou no currículo.

O Barcelona ganhava de dois a zero do Chelsea, estava na final da Liga, avançou a defesa para o meio campo, tomou um contra-ataque e levou o gol que destruiu o sonho catalão. Alguma semelhança com o primeiro gol coxa no clássico?

Don Juan pode atacar à vontade, desde que deixe no mínimo três jogadores na última linha de defesa. Um na sobra, dois mais à frente, um destes marcando o centroavante. Com essa estrutura, mata-se o contragolpe e se ganha tempo para o retorno dos meias e volantes. Menos que isso é namorar a derrota.

Don Juan pode fazer isso com Gabriel Marques, Manoel e Bruno Costa. É o disponível. Gabriel e Manoel são fortes fisicamente e têm velocidade na recuperação. Ultrapassado, Bruno vira expectador. Como se animou a carregar a bola para o ataque, cabe uma reza. Não estou falando em 352, estou falando em usar lateral no esforço mínimo defensivo.

Se Don Juan não pensar nessa hipótese, ou qualquer outra que fortaleça a defesa, toma um sacode do Cruzeiro e vai para o Atletiba com a corda no pescoço.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ASÍ... ASÍ... ASÍ GANA EL CORI!

O Atlético luta contra duas corporações que lhe podem prejudicar muito. A mídia e a arbitragem paranaense.
As causas da antipatia que imprensa e árbitros têm pelo rubro-negro vêm de longa data. Seria fanatismo dizer que não temos culpa no cartório. Fato é que a retaliação promovida pelas duas entidades corporativas é desmesurada, passou muito dos limites em relação aos fatos que lhe deram origem.
Melhor dizendo, o afastamento de ambas as classes da postura profissional obrigatória, o ataque subliminar à instituição Atlético Paranaense, a galinha dos ovos de ouro do futebol desta terra, é indesculpável, seja qual for a motivação, a causa geradora de tal estado de coisas.
A percepção pelos torcedores das evidências dos comportamentos prejudiciais ao Furacão e a busca das redes sociais para demonstrar seu descontentamento acirraram ainda mais a situação que já era crítica.
A justa demonização das arbitragens do senhor Heber Roberto Lopes, desastrosas para o rubro-negro em vários Atletibas, gerou um clima naturalmente benéfico ao seu maior rival. Foram inúmeras as partidas em que árbitros definiram o resultado a favor do alviverde com enormes dificuldades em campo.
Vejo futebol do mundo todo e em todos os campeonatos as arbitragens erram e erram muito, só não favorecem continuamente a mesma equipe. Poderíamos hoje usar o refrão de anos atrás, com que a torcida do Barcelona homenageava o Real Madrid: “Así... así... así gana el Madrid”. Basta trocar o Madrid por Cori. Para quem tem mais idade, voltamos aos anos 70.
No Atletiba do último domingo, o assistente que tinha um olho fora do lance de bola para entregar Guerrón, não viu o impedimento claro de Lincoln no segundo gol coxa. No mínimo estranho. O Atlético virou o inimigo, contra o inimigo até a calúnia. A calúnia pode ser encoberta. Contra o Atlético deve.
O que era de se esperar da cobertura do maior clássico paranaense? No mínimo um número de câmeras em condições de tirar todas as dúvidas do jogo, permitir ao diretor de TV mostrar lances de diversos ângulos, repeti-los, mostrar detalhes, dar ao telespectador a realidade dos fatos. Essas câmeras que eu acho obrigatórias deviam estar em Londrina, ou qualquer outro jogaço do nosso campeonato. Se estavam no “rachadinho”, o diretor de TV decidiu não usá-las.
No primeiro gol coxa, o condutor do contra-ataque aparece dez corpos à frente de Manoel e esta é a única imagem do lance. Ou é caso de pobreza extrema ou dolo midiático. No segundo gol coxa, durante a transmissão, nenhuma menção foi feita ao possível e claro impedimento. Nem o tradicional lance parado no momento do passe foi mostrado.
A agressão de Guerrón foi o único lance em que uma segunda câmera mostrou sua cara. Se é esse o melhor nível de transmissão que a nossa televisão pode produzir, estamos no mínimo com uns vinte anos de atraso.
A situação levou mais de noventa por cento da torcida rubro-negra a pedir arbitragem de fora para as finais, só falta agora pedir diretor de TV, narrador e comentarista vindos dos chamados grandes centros.  
O Atlético tem dura luta pela frente. Difícil reverter a situação em curto prazo. O duro é que os inimigos têm poder. O jeito é montar time para ganhar com sobras, segurar os nervos à flor da pele, deixar o tempo passar.

Enquanto isso vamos cantando: Así... así... así gana el cori!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SERÁ UMA PENA

Enquanto nos campeonatos italiano e espanhol os técnicos passam por uma benfazeja fase de rejuvenescimento, no Brasil as velharias cheirando a naftalina se agarram aos cargos, navegam velhos esquemas, adoram botinudos, apegam-se aos resultados mínimos que lhes garantam 300, 400, 500 mil mensais nas polpudas contas correntes.

Além de nada mais ter a apresentar, ficam aborrecidos, alteram-se nas coletivas, passam a ideia de que tudo sabem, asseveram ser o futebol assunto de profissionais, não tivessem sido muitos deles em início de carreira nada mais que becões de roça dignos do maior amadorismo. Em algum momento introduziram-se no futebol, ganharam um título e transformaram-se em pais da matéria.

O senhor Mano Menezes especializou-se em tirar times da segunda divisão e hoje é o técnico da canarinho. Montado em ternos bem cortados, paciente no diálogo com os jornalistas, vai enterrando a seleção com zelo inigualável. O papa Muricy, depois de meses de preparação, tomou uma do Guardiola de deixar o Brasil roxo de vergonha. Não durou quinze minutos no combate.

O chatíssimo Tite acaba de perder para a Ponte Preta, afastando o Timão das finais do Paulista. O Felipão levou o Palmeiras ao mesmo destino contra o Guarani.

Joel Santana, “the clipboard man”, continua colhendo milhões na horta dos times cariocas, ganhar títulos, que é bom, nem pensar. A minha amiga Regina, lá na Espanha, sofre com o seu urubu.

O Luxemburgo foi tentar a recuperação da carreira em naufrágio cinematográfico filmado em 3D lá pelas margens do Guaíba. Identificação nenhuma, no que vai dar, só Deus sabe.  

Dentro deste cenário de chiliques, fraldões geriátricos e papinhas, a chegada de Don Juan ao Atlético foi de um frescor estimulante. Privilegiou o ataque, deu chance a todos, improvisou com acerto, descobriu os melhores tecnicamente, indicou a contratação de bons jogadores, possibilitou a si próprio o conhecimento de todo o elenco em condições de jogo. Fez do Paranaense um laboratório de alto nível.

Com a parte mais difícil da tarefa terminada, faltando apenas o acerto da defesa, a esperança cisplatina derrapou feio na reta de chegada. Com seu inseparável chiclete mascado a dente do siso, renegou conselhos soprados por mil vozes, olvidou a leitura do adversário, abandonou os defensores à própria sorte, esqueceu no CT o craque-menino.

Como se dizia no meu glorioso Exército, quem deve paga, quem paga, paga na hora.

Não pagou só ele. Pagaram o Atlético e seus torcedores. Paguei eu que estou avisando há meses.

Don Juan só não pode ser cabeça dura. A derrota absurda tem que trazer benefícios.

Defender organizadamente não é vergonha. O Chelsea enfrenta hoje o Barcelona com chances de passar de fase graças a um impecável jogo defensivo em Londres.

Os craques tem que estar pelo menos disponíveis. Harrison assistindo o jogo pela televisão é um despropósito.

Don Juan criou todas as condições para a montagem de um time diferenciado. Fez belo trabalho. Errar agora será imperdoável. Jogar todo esse esforço no lixo por uma postura inflexível, uma aposta na surpresa do treino, um esquema em desequilíbrio, será uma pena.

domingo, 22 de abril de 2012

ÚLTIMOS TEMPOS


Quatro a dois e volta o desalento rubro-negro, lembra-se a falta de campo, a vergonha e a indignação se fortalecem. Por outro lado, consequência inevitável, o rival se revigora. Nos últimos anos, o Atlético tem sido o carregador de bateria do time do “treme-treme”.

O amigo está colérico com a estupidez de Guerrón. Já estou me acostumando a jogar Atle-tiba com dez desde o primeiro tempo. Nada mais me choca. Marcado por um menino assustado, Guerrón, com anos de cancha, conseguiu ser expulso em lance claríssimo. Deu mole para a arbitragem. Tem juiz se matando de rir.

O resultado era plenamente possível e previsível. O Furacão no ataque é uma janela escancarada a todos os ventos na defesa. O amigo lembra quantos gols o Arapongas perdeu no primeiro tempo do jogo passado? Nas minhas contas foram cinco. Pelo jeito só eu que vi. Semana cheia para treinar e melhora nenhuma.

Quando estive em Rivera no Uruguai, ainda no começo do ano, perguntei ao garçom de restaurante sobre nosso técnico e ele foi rápido na avaliação: “monta bons times no ataque e esquece a defesa”. Não foram esses os termos exatos, mas foi esse o espírito. Nem precisava ter dito. O esquema capenga ficou claro desde o início.

O meu porteiro coxa que fazia juras de amor a Don Juan, contrastando sua ousadia ofensiva com a covardia do seu Marcelo, deve estar gostando ainda mais do nosso capitão depois do clássico, clássico que vai lhe devolver aquele sorrisinho há algum tempo ausente.  

Não sou contra Don Juan, não vou jogar pedras, desejar seu afastamento. Nem de longe. Impossível, entretanto, ficar cego às claras deficiências do nosso setor defensivo. As falhas gritantes se perenizam, ele não consegue corrigir e nem tem jogadores que possam dar solução ao problema com suas experiências e capacidades individuais.

Não vamos esquecer que o Coritiba fez quatro gols em erros bisonhos, os finalizadores estiveram sempre livres na frente de Vinícius. Como errar se você tem toda a vantagem no lance. O Atlético levou gols em início de jogo contra o Criciúma, Arapongas e agora contra o alviverde. A defesa é uma avenida desde o primeiro minuto.

Se Don Juan tem culpa no cartório, e muita, o departamento de futebol até agora não mostrou serviço. As melhores contratações foram indicadas por Don Juan, Gabriel Marques e Ligüera. Fora os amigos do chefe, só Zezinho mostrou serviço. Reserva de Foguinho e Bruno Costa, o zagueiro Rafael até agora jogou momentos pouco inspirados em pelada contra o Malutron. O Atlético precisa de zagueiros e laterais de nível e com a segundona batendo na porta, o DF encontra-se em tempos de análise.

Falta dinheiro para contratações? A Arena está sugando aos recursos do futebol? É possível. Fato é que estamos com elenco frágil na defesa, o treinador põe fé no esquema vulnerável, o DF está imobilizado.
A diretoria tem que acordar. O Atlético foi goleado pelo coxa mais fraco dos últimos tempos.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

VOU BUSCAR A INJEÇÃO

Nesta semana em que todos os atleticanos se deliciam com os reclamos da torcida coxa sobre a atuação do seu treinador, segundo alguns mais estremados um covarde, nada mais que chororô a justificar antecipadamente a derrota de domingo e o fim do campeonato, jogado na minha poltrona da sorte reli minhas últimas postagens neste blog de todos os atleticanos e um aspecto comum a quase todas me chamou a atenção.

Mesmo com seguidas vitórias e mais duas imensas taças já se direcionando para o CT do Caju, meus textos pouco comentam a atuação dos jogadores. Os quatro gols de Guerrón em única partida jogaram apenas leve e breve jato de luz sobre o nome do “la dinamita”. O que estaria acontecendo comigo, seria já o alemãozinho atacando sorrateiro?

Apavorado, fui ao psicólogo.

O homem magro, branco-coxa, é o nome que as tintas da hora dão ao branco hospitalar, com as barbas bem cuidadas de petista usando as rédeas do poder, me mandou sentar em cadeira onde fiquei sob a observação severa de Freud e seu cachimbo, e me fez a pergunta óbvia: “Qual o seu problema?”

Respondi que no meu hobby de escritor estava perdendo o foco do principal, escrevia sobre futebol e deixava, inconscientemente, de citar os nomes dos jogadores, as estrelas do espetáculo. O homem lançou o corpo para trás, acomodou o esqueleto no veludo da cadeira enorme e cofiou a barba com a cara de “é grave”.

– Torce para algum time em especial? – perguntou o esculápio.

– Doutor, ultimamente não torço, sofro, sofro do Mal de Lucelli, que o senhor deve conhecer bem. – O clínico cruzou as mãos no topo da cabeça, estalou o pescoço, e eu imaginei, é gravíssimo.

– Se bem entendi, o enfermo é atleticano? – indagou o filho de Freud, balançando negativamente o crânio de pouco cabelo. Fechei os olhos e não precisei responder.

– O diagnóstico é simples –, continuou – desde o ano passado, o senhor vem sendo vítima de jogadores mercenários, que levaram seu time à segunda divisão. – Respirou profundamente, remexeu uns papeis sobre a mesa, enquadrou os óculos de leitura e prosseguiu. – Há poucas semanas, os jogadores Rodolpho, criado no CT do Caju, e Paulo Rink, ex-ídolo atleticano, entraram na justiça contra o seu clube, o que, no seu inconsciente é crime de traição máxima, daí o seu irrefletido esquecimento dos jogadores em suas colunas. – Silenciou e ficou a me observar como mísero rato de laboratório, com CPF e capacidade de pagamento.

Uma luz penetrou meu cérebro vitimizado pela perfídia, cansado da deslealdade, da falsidade, por tudo isso levado a bloquear no texto as boas apresentações de Manoel, Guerrón, Zezinho, Deivid, Edigar e companhia. O jogador-herói morreu, ficou o clube, o pai pronto a ser traído pelas 30 moedas de prata que levaram Judas ao suicídio. Entendi meu problema.

Estava assinando o cheque gordíssimo, quando não resisti perguntar: “E o senhor torce para quem doutor?”. O magrelo estalou os dedos magros e respondeu com um tremor de sobrancelhas: “Torço para o Coritiba, Coritiba do Marcos Aurélio, do Leandro Donizetti, do Gago, do Bill, craques que amam a camisa coxa”.

O tremor das sobrancelhas aumentou e uma baba grossa começou a verter da boca semiaberta. Os olhos passeavam esgazeados pelos livros na estante em cerejeira, os lábios resmungavam Aurélio, Gago, Donizetti, Bill.

Fiquei preocupado e chamei a enfermeira. A loiraça entrou e disse resignada: “Esta semana ele está assim, mais para monstro do que para médico”. De repente, o homem em transe começou a repetir: “O Heber vai fazer falta, vai fazer falta”. A moça colocou as mãozinhas sobre as bochechas rosadas, voltou para mim sua angústia e ordenou: “O senhor não deixe ele bater a cabeça. Vou buscar a injeção”.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A FACA NAS TUAS COSTAS

Nasci na cidade universitária. Tinha orgulho do título da minha Curitiba. Passava uma ideia de superioridade, de um povo dedicado ao estudo, consciente de que a educação era nossa prioridade, com ela superaríamos toda sorte de falazes. Hoje, se estou certo, ostenta o rótulo de capital ecológica.

Pode ser, cidade universitária é que não é mais. Na verdade, a Curitiba de tantos parques, está muito mais para o parque dos hipócritas.

Por que sapeco diploma tão pouco lisonjeiro na minha amada Curitiba?

Simples. O festival de bobagens em que se intrometeu a mídia esportiva local na defesa dos recursos públicos estaduais e contra a Arena da Baixada, agora endossada pelo Tribunal de Contas do Paraná, é um mar de hipocrisia de dar inveja aos melhores políticos deste Brasil varonil, num momento dedos em riste em defesa do erário, segundos depois, ligações inconfessáveis com o bicheiro da esquina.

Travestidos de moralistas, de defensores da coisa pública, veteranos e seus juniores da crônica nativa envergam sem pudor suas jaquetas em verde e branco, castigam seus teclados anti-Petraglia, salivam seus microfones colorados, mais importante derrubar o inimigo, impedir a Copa na cidade, do que alavancar o progresso pujante que se observa em todas as demais cidades sedes da Copa 2014.

Impossível evitar o comparativo. Enquanto em São Paulo o dinheiro público mana vaporoso para a conclusão do Itaquerão, aqui as dúvidas são lançadas no caminho da obra, atrasando, causando prejuízos, distanciando o curitibano comum do bem-estar imperativo, do orgulho de construir o estádio mais barato da Copa.

Impossível deixar de concluir. Acredite o amigo, o São Paulo das grandes rodovias, do pleno emprego, da polícia nas ruas, a locomotiva do Brasil, é feudo de políticos corruptos, despreocupados com os dinheiros públicos, gastadores sem peia, ocultas suas manobras pela imprensa irresponsável pronta a lhes dar apoio.

Os incorruptíveis bandearam-se para o sul do Paranapanema, para a terra dos pinheirais, das trilhas no meio do mato, dos pedágios exorbitantes, dos homicídios em alta, dos roubos de veículos em espetacular crescente. Virtuosos tremem sobre o muro, vacilam no cumprimento de suas obrigações, estimulados pelos caducos da bola e seus descendentes acotovelados no decadente espaço que ainda ocupam.

Não tenho dúvida, em termos de visão política, de proficiência da imprensa esportiva, em relação a São Paulo, o meu Paraná é uma província de quinta categoria.

Fosse o Atlético um time de dono, poderia mudar-se tranquilamente para o interior paulista, abandonar Curitiba. Como não é, só para criar caso, poderia sugerir uma inspeção no Couto Pereira. Com certeza, adotada a sugestão, com a “seriedade” de nossos órgãos públicos, um cabo velho do Corpo de Bombeiros e sua prancheta implacável interditaria o “treme-treme” por anos a fio, tal a precariedade das instalações daquela velharia em pandarecos.  

Infelizmente, a mídia pudica só gosta de transparência para quem se esforça pela melhora.

O curitibano que sofre nos pontos de ônibus, no congestionamento absurdo, tirita no aeroporto gelado aguardando sua abertura, procura um emprego que lhe dê pouco mais de dignidade, deve entender a postura da nossa crônica esportiva como um ataque direto ao seu crescimento como ser humano, aos seus direitos mais elementares.

Fique esperto curitibano. Aquele que te abraça jurando a tua defesa, reluz a faca nas tuas costas.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

O CAMPEONATO É NOSSO

A tarde foi generosa com o rubro-negro. O coxa empatou com o Operário. Uma vitória contra o Arapongas e o Atlético ficaria em condições de conquistar o título do Paranaense, colocar o Tcheco para se aposentar mais cedo, bastando vencer no treme-treme o fraco time do capitão Pereira, afastado do clássico devido a fratura no antebraço.

Não sei se o afastamento do Pereira é bom ou ruim. Pensando melhor, lembrando o pênalti que o seu Héber não deu quando ele afundou Bruno Mineiro dentro da área no primeiro turno, e crente que o “carecone” vai apitar de novo a partida, melhor o zagueiro ir assistir o jogo da arquibancada.  

Só faltava dar uma estilingada no Arapongas, para ser bem curitibano, uma setrada na ave atrevida, para a noite acabar em festa.

Pois a ave dos infernos começou o jogo atacando, teve mais posse de bola, perdeu gol aos 2 minutos, aos 6 e fez aos 15. Terminou o primeiro tempo atacando, dando muito trabalho a Vinícius com dois chutes muito perigosos aos 40 e 45. Merecia ir para o vestiário com a vitória, só não foi pela mobilidade de Edigar Junio, vítima de passa-pé na entrada da área, pênalti que Guerrón converteu.

Só para se ter um ideia, o Arapongas criou no mínimo 6 ótimas situações de gol na primeira etapa. Vinícius e Deivid salvaram o Atlético de Don Juan e seu jogo loco, todo fogo à frente e atrás faltando gente.

A defesa, que foi uma peneira na primeira fase, se acertou na segunda, não pela entrada de Bruno Costa, substituindo Héracles, e sim pela recuperação mais efetiva e rápida de atacantes e volantes no auxílio à primeira linha de quatro. Mesmo assim, o Arapongas perdeu chances, normais para time que acredita na ousadia, aproveita erros, gosta de incomodar.

O que é para ser o forte do rubro-negro, a velocidade no contragolpe e o acúmulo de jogadores no ataque, foi inibido com certa facilidade. O jogo ficou difícil, os coxas secaram e por pouco o que parecia ao alcance da mão não virou pesadelo.

O placar ficou favorável em cruzamento de Edigar que Bruno Costa finalizou de cabeça, um prêmio à movimentação do assistente.

O Atlético peca por excesso de objetividade, se isso é possível. A jogada pela ponta corta para a diagonal e encontra meio time em torno de Marcinho.  Mesmo assim a bola é enfiada para o pivô, é retomada pela defesa e dá-lhe contra-ataque.

Falta ao Atlético alguém que entre pelo meio do campo, acompanhando a jogada mais à retaguarda, para quem se possa passar a bola e force o movimento defensivo de volantes e zagueiros. Daí o passe para alguém em liberdade, seja pelos lados do campo, seja no interior da área menos congestionada.

Com a melhoria da defesa, o ataque que faz gol em todas as partidas, o atleticano pode começar a comemorar já no próximo domingo. O campeonato é nosso.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

ESCOLHER SEU CLODOALDO

O time de Don Juan é problema para o editor dos melhores momentos. Quando não está atacando, fazendo ou perdendo gols, está correndo riscos enormes na defesa. O primeiro tempo que acabou 3 a 1, poderia tranquilamente ter terminado 5 a 3. Uma máquina mortífera sem qualquer cuidado defensivo.

A bola sai rápida da defesa, chega ao lado do campo e dali surge o cruzamento para uma dúzia de atleticanos entrando na área para finalizar. Para não falar nos tantos gols perdidos, vou lembrar apenas duas infelicidades de Guerrón, uma na trave, outra bem defendida pelo goleiro, se é possível chamar de infeliz  jogador que fez três gols ainda no primeiro tempo, o que nas minhas contas  dá o direito de pedir duas músicas.

O adversário entra na vertical, os encarregados da proteção da defesa assistem e o atacante explode na frente de Vinícius, que tem que sair no desespero. Fez dois milagres. Em linha, contando com o impedimento dos tigres, vulnerável à ação individual, a zaga obrigou Vinícius a jogar quase que como um terceiro zagueiro com a comodidade de poder atuar com as mãos.

Se futebol é resultado, o 5 a 1 diz que o Atlético está no caminho certo.

A favor desse diagnóstico tem-se a chuva de gols feitos e perdidos, a velocidade na transição da defesa para o ataque, o entrosamento da peça ofensiva, parece que agora chegando a bom nível, as finalizações precisas, a prioridade pelo jogo coletivo, o abandono da bola parada como principal fonte de jogadas de gol.

Se o ataque é a melhor defesa, o Atlético está no caminho certo.

Quem sabe estejamos a poucos passos do caminho certo. Temos um jogo ofensivo consistente, titulares e suplentes em condições de fazer a máquina funcionar em bom nível.

Falta ainda acertar a defesa, criar uma forma de jogar em que, atacando como louco, o time consiga ter segurança, evitar contra-ataques, o um contra um suicida, ter um último homem capaz de neutralizar ousadias, dar socorro final a  Vinícius.

Como a primeira linha de defesa pouco vai ao ataque, não me parece difícil. Faltam as óbvias contratações para suprir as necessidades do elenco, em absurdo atraso, e um volante estilo anos 70, um Clodoaldo, que solitário consiga adivinhar as intenções do adversário, estar no lugar certo na hora certa, tomar a bola e servir os armadores com qualidade. É, já houve tempo em que um volante bastava.

Contratar, reunir atletas, escolher os protagonistas, treinar, treinar, dar à defesa consistência, é o que falta. Foram 3 meses para acertar o ataque, especialidade de Don Juan. Temos um mês para acertar a defesa. O Orlandelli tem que ir ao mercado, Don Juan ajustar coberturas e, o mais difícil, escolher seu Clodoaldo.




domingo, 8 de abril de 2012

ESTOUROU O LIMITE

Mostrei meu desapontamento com a defesa do time reserva em treinamento da semana anterior e catapum, Don Juan escalou três dos quatro que eu botei defeito. Manteve Gabriel Marques na direita e colocou em campo Renan Foguinho, Rafael e Bruno Costa. Atiçou minha curiosidade, não me trouxe preocupação.

Continuo achando que o Sub-23 do Atlético, jogando com um mínimo de seriedade, tem que ganhar de todos esses times do Paranaense. O empate aconteceu por absoluta falta de seriedade. Seriedade e respeito para com o torcedor que foi tomar chuva naquele fim de mundo.

A escalação de Manoel no lugar de Ricardinho, no início do segundo tempo, foi brincadeira de mau gosto, um chocolate amargo para a torcida rubro-negra.

Ao fazer o Atlético jogar com dez jogadores toda a etapa final, Don Juan não foi só o inventor desastrado, colocou Manoel em situação difícil, impediu os reservas para o ataque de exercitarem suas capacidades, mostrarem até que ponto é possível contar com eles, desperdiçou o esforço dos demais atletas, esforço que fez do goleiro Colombo o melhor do jogo.

Nada explica a escalação de Manoel no comando da peça ofensiva. Se Carrasco estivesse querendo deixar o Atlético, recebido ótima proposta de trabalho, tudo estaria explicado, a barbaridade seria vista como motivo de demissão por justa causa. Não é o caso.

Carrasco desrespeitou o Corinthians Paranaense e deu um presente para a torcida coxa. Motivou e embrulhou com papel especial a classificação dos verdes para a final do estadual. Podia ter evitado.

Acho a contratação de Carrasco novidade importante para o futebol brasileiro cansado desses treinadores de 1 a 0, gol de bola parada. Suas escalações parecem aproveitar o fraco campeonato estadual para testar jogadores, esquemas, dar chances a todos os seus comandados. Sua obcessão pelo ataque é cativante, seus resultados lhe permitem ousar, ousar, não desacatar a inteligência dos rubro-negros.

Sobre a defesa montada com jogadores fora de suas posições de origem, valeu pelo teste. O gol do timãozinho, acontecido a partir de cruzamento de jogador livre pelo lado de Bruno Costa que encontrou finalizador sem marcação na frente de Vinícius, mostrou que a vulnerabilidade do setor esquerdo continua.

Acho a posição de lateral uma das mais complicadas e importantes. Exige velocidade para encurtar espaços, bloquear cruzamentos, evitar a fuga pela linha de fundo, o corte para dentro, atenção com as ultrapassagens, isso só pensando em defender. Improvisar um zagueiro na posição é correr risco desnecessário. Amigos discordam da minha opinião. Amigos podem e devem discordar.

No segundo parágrafo disse que o Atlético empatou. Como Don Juan, errei feio. Na realidade, hoje, não foi o Atlético que empatou, foi Don Juan que perdeu. Do cartão de crédito “red and black-platinum-gold-special” que possuía, o treinador estourou o limite.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

IMPROVISAR TEM LIMITE

O Atlético de Don Juan foi à toca do felino catarinense e venceu com relativa facilidade. Foi o jogo mais importante do ano para o rubro-negro. Contra time no rol dos participantes da segunda divisão, o jogo era teste que eu esperava. Queria ver as reações da equipe, ver até onde iria nossa coragem ofensiva, como se portaria a defesa de que desconfio.

Depois de alguns dias em que se discutiu a ausência de Paulo Baier da partida, gostei do que vi.

Primeiro, gostei da postura de Don Juan. Decidiu que Baier ficaria em casa, ouviu o chororô da mídia, e manteve a opinião. A segunda partida em Curitiba poderia ser evitada com a presença de Baier em Criciúma? Quem sabe? Poderia ser evitada não tivéssemos perdido tantos gols? Certamente. O resultado obtido nos dá grande vantagem para o jogo em casa, quando contaremos com Baier.

E a defesa? As chances do Tigre aconteceram em falhas de Vinícius e nas bolas paradas. O amigo vai bater pé, advogar a causa do goleiro no gol sofrido, lembrar o testemunho do Gaciba, hoje comentarista de arbitragem, mas, acho que goleiro não pode correr riscos. Vinícius tinha que se abraçar com a bola até o atacante se afastar dele e dar sequência ao jogo. Bobeou, o juiz errou, o gol valeu.

Complicamos jogo fácil. Rafael já havia entrado no lugar de Ricardinho, pela primeira vez assisti seu Carrasco fortalecer a defesa, o setor estava encaixado, um contra-ataque bem sucedido e tudo estaria resolvido. O contragolpe aconteceu. O segundo gol de Guerrón não teve o efeito desejado.

A criação de oportunidades de gol foi o forte do Atlético. Ainda falta maior precisão nas finalizações, falha comum na maioria dos ataques nacionais. Nossos artilheiros perdem gols encostados no pé da trave, só faltando o toque final. Se os artilheiros perdem, quem pode reclamar de volantes que chegam na área para finalizar? Por isso, o primeiro passo é criar a chance. Até aí o Furacão vai bem.

Também vai bem quando mantêm em campo três atacantes, uma grata novidade implantada pelo técnico uruguaio. A entrada de um terceiro zagueiro quebrou a rotina rubro-negra, recuperada com a entrada de Patrick, outro recém-chegado no CT do Caju, no lugar de Ligüera. Rafael foi o reforço para o setor esquerdo defensivo, até sua entrada, muito auxiliado pelo retorno de Ricardinho. O treinador tem consciência dos seus problemas.

Forte na defesa, eficiente no ataque, então só vou reclamar de Vinícius? Não. Quero ainda alguns aperfeiçoamentos.  Se vai sobrar para Manoel fazer lançamentos para o ataque, é bom treinar. Errou muitos. Se temos problemas com a bola parada, precisamos desarmar mais, bater menos. Rafael fez falta lá meio do campo, bola no peito de Vinícius, rebote, quase gol. No final da partida, Gabriel Marques fez duas desnecessárias, dois perigos sobre a área. Menos força, mais jeito.

O Atlético passou no teste. Fiquei assustado com a defesa do time reserva em treinamento da semana: Diego Bairo, Renan Foguinho, Rafael e Bruno Costa. Na função só Rafael. No time de Don Juan zagueiro pode virar atacante. Acho ótimo, porém, improvisar tem limite.

domingo, 1 de abril de 2012

EXTRASSÍSTOLES

Contra o falecido Iraty, o Atlético jogou um tempo com o que imagino ser o time titular de Don Juan, fora apenas Héracles e Deivid, substituídos por Paulo Otávio e Zezinho. É provável que essa equipe, que fez um coletivo apronto puxado e venceu, seja escalada para o jogo contra o Criciúma pela Copa do Brasil.

O Tigre será um ótimo termômetro para se medir a real temperatura do rubro-negro. O time está na segunda divisão, é nosso adversário no campeonato, está em primeiro lugar no segundo turno do Catarinense. Fique de olho atleticano.

O que eu quero ver?

O posicionamento da defesa é uma de minhas preocupações. Aos 18 minutos contra o Iraty, o lanterna teve três chances de gol aproveitando-se do posicionamento em linha da nossa defesa. Em um dos lances, quando Vinícius deu rebote em chute de fora, o juiz poderia ter marcado pênalti no choque do goleiro com o atacante. A casa esteve prestes a cair.

Acho que o lado direito da defesa com Gabriel Marques e Manoel está pronto, só faltam os reservas. Sobre o esquerdo, ainda tenho dúvidas. Quando os técnicos adversários buscam o espaço e conseguem bons resultados, é sinal que a vulnerabilidade existe. Manoel teve um trabalho danado para fazer a cobertura do setor.

Chutes de fora tem incomodado Vinícius. A presença de somente um volante de ofício – Zezinho fez excelente partida – na frente da área pode ser a razão da facilidade para o arremate longo. Com o esquema de Don Juan, será sempre um risco a correr.

Da defesa para o meio, interessante será observar as soluções para a saída de bola atleticana, caso Baier sofra eficiente marcação. Anulado Baier, como sairemos para o ataque? Vamos para a bola longa, o tiro de meta que mata? Ligüera vai voltar para ajudar? Os laterais terão participação? Perderemos um atacante para a entrada de Alan Bahia? Será necessário mudar a armação?

Gostei do triângulo do meio campo com Ligüera à frente de Baier e Zezinho. Mesmo muito marcado, na oportunidade que teve o uruguaio fez a assistência para Ricardinho marcar o terceiro. Foi uma das poucas jogadas em que o meia tentou servir companheiro entrando por trás do defensor. Gostaria que isso acontecesse mais.

Estamos muito fixos na bola rápida do armador para o pivô, daí o passe ou o corta luz. Em bola cruzada por Edigar Junio, Marcinho e Ligüera fizeram o corta luz e Guerrón perdeu gol feito. De tantas tentativas, foi a única que deu certo. Marcinho está no sacrifício jogando de costas para o gol. Difícil vê-lo em campo.

Se o caminho é esse, o Atlético tem que contratar jogador que saiba cumprir a função de pivô com maior presença física e poder de definição. No elenco, Bruno Mineiro é o mais compatível para o cargo. Poderíamos ter visto em Pablo a solução para o problema, mas o menino se contundiu minutos após ter entrado. Foi muito azar.

O teste em Santa Catarina vem na hora certa. O Atlético de Don Juan vai ser colocado à prova. Não pode bobear. O susto com o Sampaio Corrêa já foi suficiente.

Esqueci o Iraty? Se até o Malucelli esqueceu, por que eu vou lembrar? Foi só falar em Malucelli e voltaram as minhas extrassístoles.