Quatro a dois e volta o desalento rubro-negro, lembra-se a falta
de campo, a vergonha e a indignação se fortalecem. Por outro lado, consequência
inevitável, o rival se revigora. Nos últimos anos, o Atlético tem sido o
carregador de bateria do time do “treme-treme”.
O amigo está colérico com a estupidez de Guerrón. Já estou me
acostumando a jogar Atle-tiba com dez desde o primeiro tempo. Nada mais me
choca. Marcado por um menino assustado, Guerrón, com anos de cancha, conseguiu
ser expulso em lance claríssimo. Deu mole para a arbitragem. Tem juiz se matando
de rir.
O resultado era plenamente possível e previsível. O Furacão no
ataque é uma janela escancarada a todos os ventos na defesa. O amigo lembra
quantos gols o Arapongas perdeu no primeiro tempo do jogo passado? Nas minhas
contas foram cinco. Pelo jeito só eu que vi. Semana cheia para treinar e
melhora nenhuma.
Quando estive em Rivera no Uruguai, ainda no começo do ano,
perguntei ao garçom de restaurante sobre nosso técnico e ele foi rápido na
avaliação: “monta bons times no ataque e esquece a defesa”. Não foram esses os
termos exatos, mas foi esse o espírito. Nem precisava ter dito. O esquema capenga
ficou claro desde o início.
O meu porteiro coxa que fazia juras de amor a Don Juan,
contrastando sua ousadia ofensiva com a covardia do seu Marcelo, deve estar
gostando ainda mais do nosso capitão depois do clássico, clássico que vai lhe
devolver aquele sorrisinho há algum tempo ausente.
Não sou contra Don Juan, não vou jogar pedras, desejar seu
afastamento. Nem de longe. Impossível, entretanto, ficar cego às claras
deficiências do nosso setor defensivo. As falhas gritantes se perenizam, ele
não consegue corrigir e nem tem jogadores que possam dar solução ao problema
com suas experiências e capacidades individuais.
Não vamos esquecer que o Coritiba fez quatro gols em erros
bisonhos, os finalizadores estiveram sempre livres na frente de Vinícius. Como
errar se você tem toda a vantagem no lance. O Atlético levou gols em início de
jogo contra o Criciúma, Arapongas e agora contra o alviverde. A defesa é uma
avenida desde o primeiro minuto.
Se Don Juan tem culpa no cartório, e muita, o departamento de
futebol até agora não mostrou serviço. As melhores contratações foram indicadas
por Don Juan, Gabriel Marques e Ligüera. Fora os amigos do chefe, só Zezinho mostrou
serviço. Reserva de Foguinho e Bruno Costa, o zagueiro Rafael até agora jogou
momentos pouco inspirados em pelada contra o Malutron. O Atlético precisa de
zagueiros e laterais de nível e com a segundona batendo na porta, o DF encontra-se
em tempos de análise.
Falta dinheiro para contratações? A Arena está sugando aos
recursos do futebol? É possível. Fato é que estamos com elenco frágil na defesa,
o treinador põe fé no esquema vulnerável, o DF está imobilizado.
A
diretoria tem que acordar. O Atlético foi goleado pelo coxa mais fraco dos
últimos tempos.
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