sexta-feira, 23 de novembro de 2012

TUDO VALE A PENA

Quem se lembra desta escalação? Ricardo Pinto, Ronaldo, Ricardo, Luis Eduardo e Alex; Neto, João Antonio, Everaldo e Leomar; Oséas e Paulo Rink. Lembrou? Claro que lembrou. Esses foram os heróis que conduziram o Atlético à primeira divisão em 1995, estão no coração de todos os atleticanos.

Quem era o técnico? Vamos lá. O amigo pode não conhecer José Macia, mas é certo que conhece Pepe, o canhão da Vila Belmiro, o treinador que nos tirou do umbral da segundona.

Todos eles estão na história Rubro-negra, como tantos outros de especial importância – Matosas, Flavio, Toninho, Borçato, Emerson e por ai vai –, protagonistas e coadjuvantes da escalada que culminaria com a conquista do Brasileiro de 2001.

Amanhã, onze atleticanos estarão a um passo de entrar na história, constar dos registros grafados em ouro, estar na foto e na cabeça de milhares de torcedores. Quantas pessoas podem ser lembradas com carinho por tanta gente? O futebol permite esse reconhecimento, mas exige de seus atores fibra de heróis, infinita capacidade de resistir e vencer para se alcançar a glória.

Nada se ganha na véspera. O corredor pode se imaginar rompendo a fita de chegada em primeiro lugar, mobilizar seu pensamento para a vitória, mas imprescindível ter bem clara a estratégia a colocar em prática durante toda a corrida, o controle dos seus adversários, o momento de defender, de atacar, de impedir o contra-ataque, definindo o resultado favorável.

Sonhou demais, perdeu o foco na marcação do etíope magrelo, do queniano perna fina, permitiu o arranque inesperado, lá se foi todo o esforço.

Para conseguir entrar na história, o time de Nhô Drub terá que comandar a partida, fazer o resultado e mantê-lo sem dar chances ao pretendente a desmancha prazeres. Serão noventa minutos de atenção e aplicação ao jogo, sequer um centímetro de campo cedido, sequer um segundo de livre pensamento concedido ao adversário.

Assim sendo, daqui a dez anos abriremos o livro da história Rubro-negra e nos depararemos com a foto emoldurada pela torcida maravilhosa, os contornos do Janguito facilmente perceptíveis.

Diremos então: “Era um time de guerra. Lembra-se do Manoel, do Marcelo, o papa-léguas, do guerreiro João Paulo, do Baier dos gols nos últimos segundos, da canhota do Elias...” e o dedo apontará um a um, os nomes, as jogadas, os gols lembrados, a garra enaltecida, a conversa longa para pouca noite.

Este foi um ano difícil, o coração do torcedor já foi ao mecânico três vezes, os jogadores já fizeram milagres, por incrível que pareça nada ainda está ganho, falta o arranque final para alcançar a fita. É dura a exigência em fim de maratona – quem não sabe? –, mas para entrar na foto, tudo vale a pena.

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ATÉ AS ALMAS ESTARÃO LÁ

Os atleticanos empenharam-se em dura luta pelos ingressos para o jogo histórico. A briga frenética pela habilitação do smart na internet rivalizou com a paciente espera na fila do Espaço Sócio Furacão. A irritação com o teclado esquentou as cabeças rubro-negras, o sol escaldante queimou os miolos dos fanáticos enfileirados. Todos os esforços são válidos, levam ao Ecoestádio.

Quem não quer estar nas arquibancadas do Janguitão? O atleticano é um trota-mundos, passeou pelo Brasil todo atrás do seu amor incondicional, sofreu horrores de desanimar o mais fiel dos crentes, teve fé quando só a fé restava e agora suspira por assistir a realização de todos os seus sonhos, colher em campo o prêmio por todo seu extremismo.

Fosse possível, os portões deveriam ser abertos, a entrada livre para todo aquele vestido em vermelho e preto. Seria justíssimo. Quem madrugou para pegar o ônibus para Paranaguá, São Caetano, Criciúma, quem gastou suas economias para acompanhar o Atlético nos confins deste Brasil imenso, merece franco acesso ao paraíso.

As dimensões do Janguito tornaram impossível abrigar a todos os ansiosos por comparecer. Certamente, alguns assíduos em todos os confrontos ficaram de fora, lastimam o afastamento na boa hora. Tem todo direito a lamentar, roeram o osso, queriam comer pelo menos uma asinha do frango.

Têm três minutos para chorar as pitangas. Chutaram o balde, cutucaram os que nunca foram e conseguiram a habilitação? Pois bem, já passou. Vamos em frente. Que não se perca a festa por não se estar em campo.

Este foi um ano de ausências, o professor nem tirou as faltas. Quem pode foi, foi e tirou nota 10 na representação dos que chutaram a mesa de centro na tentativa de colocar para dentro o cruzamento de Felipe, acordaram o bebê com o grito de gol contra o São Caetano.

No imaginário rubro-negro, a sala, o quarto, o bar, a churrasqueira, a praça, o ônibus, o avião, tudo vira Arena, tudo é Joaquim Américo. A poltrona tem nome gravado, o doente levanta para cantar o Hino, um rumor da Fanáticos e ele está cantando “vamos Furacão”.

Sábado, o jogo será difícil, igual a todos os outros. Os seis mil rubro-negros em campo empurrarão o Atlético ao vivo e a cores. Os videntes ao olhar para os céus enxergarão os ares em movimento, os fluxos positivos vindos de todos os cantos, aos milhares, um furacão se formando sobre a arena nas alturas que virou Baixada.

O time que concentrou para a última batalha pode ter certeza, sábado, o apoio virá de todas as formas, até as almas estarão lá.

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NEYMAR DE TERNO E GRAVATA


O atleticano acompanhou aflito por todos os meios disponíveis o depoimento de Petraglia na Assembleia Legislativa, convocado que foi pela CPI da Copa. Quem já viu o mandatário Rubro-negro discorrendo sobre a obra, sabia que a avalanche de informações soterraria os nossos deputados, o resultado seria goleada de tirar o couro.

Às dez e pouco da noite, o sites já davam conta do estrago. O globoesporte.com foi arrasador:

GOLEADA

PETRAGLIA FALA SOBRE AS OBRAS DA ARENA E SAI APLAUDIDO DA CPI DA COPA 2014.

O Terra foi na mesma toada:

MARIO CELSO PETRAGLIA DEPÕE NA CPI DA COPA E É APLAUDIDO

O site da Folha de São Paulo, no mesmo horário, já anunciava na sua capa virtual:

EM CPI DA COPA, PETRAGLIA DIZ QUE LUXO JUSTIFICA CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DO FILHO

Terminei a noite e não encontrei nos sites da Gazeta do Povo e Paraná-online uma linha sobre o assunto. Hoje pela manhã, estava lá no site da Gazeta:

PETRAGLIA BOTA EM DÚVIDA CONCLUSÃO DA ARENA PARA A COPA

O adjetivo para a manchete rima com bota, verbo que qualquer editor de meia pataca trocaria de bate-pronto. A matéria não é de se jogar fora. Traz as frases mais importantes do debate.

O presidente da CPI, deputado Fábio Camargo, foi definitivo:

“Essa investigação perdeu o sentido, se o estado ou o município não vão ter que arcar com nada se a obra ficar mais cara e sim o Atlético, a gente tem que ter a humildade de reconhecer que isso aqui não faz mais sentido”

Petraglia aproveitou o êxito e contra-atacou:

“Se não houver liberação rapidamente dos recursos, há risco de paralisação”

 “A CPI deveria perguntar se o governo estadual e municipal estão cumprindo o que prometeram. Exigir que se cumpra a lei. Nós demolimos o nosso estádio, perdemos 10 mil sócios, estamos pagando para jogar e tendo prejuízo técnico”

Petraglia deu caneta, balão, rolinho, goleou e saiu aplaudido pelo adversário. Um Neymar de terno e gravata.

DOR NA CONSCIÊNCIA


Chego ao frigorífico, leio página de esportes pronta para abraçar uma alcatra e fico sabendo que o Paraná arrendou os salões de festas da sede da Kennedy por 20 anos, ao valor de 1 milhão de reais por ano. O que significa o arrendamento para os velhos que acompanham o futebol da terra?

Simplesmente o fim da parcela Água Verde no time da gralha.

 Quando se uniram Colorado e Pinheiros para formar o Paraná Clube, o vermelho da camisa entrou com nada, para não dizer com nada, trouxe na bagagem a carcomida Vila Capanema, pendurada na justiça, e o azul com a grana, com o patrimônio, com a lisura nas negociações.

Enquanto o dinheiro durou, o Paraná teve seus momentos de glória, ganhou campeonatos regionais, trouxe felicidade à infância de uma torcida que hoje, na maturidade, morre de saudades.

O dinheiro acabou, sumiu, desapareceu, o patrimônio definhou, o time voltou ao status original de seus formadores, a segunda linha do futebol paranaense. Vive mais para as manchetes do noticiário econômico, atrasos de salários, greves de jogadores e funcionários, da crônica policial, ex-presidente andou desviando os poucos caraminguás disponíveis, do que para as páginas esportivas.

Por que escrevo sobre o Paraná, neste espaço destinado ao Rubro-negro do meu coração? Por que tenho pena da italianada do Água Verde, do leão da Vila Guaíra. Aquela gente lutou pelo crescimento do clube, criou o parque aquático, a sede social, para comprar um lápis fazia uma licitação, e hoje vê todo seu esforço ir para o beleléu.

Se você perguntar para qualquer um deles, a opção seria pelo fim do futebol, nunca do clube que lutaram para construir. Sentem-se enganados.

Com um milhão de reais por ano não se faz futebol no Brasil. A diretoria que não quis alugar a Vila Capanema para o Atlético, fez beicinho, entrega o patrimônio que construiu para terceiros se refestelarem, e promete entregar mais, a Vila Olímpica e a herança do saudoso Palestra Itália, outro italiano.

O Paraná pensa viver de aluguel, sem sequer ter casa para morar. Quando vejo a foto dos atuais dirigentes festejando a parceria, penso que comemoram a morte do Água Verde, do Pinheiros, a raiz forte que segurou a onda por muito tempo. Se eu fizesse parte dessa gente, teria uma forte dor na consciência.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

ELEVADOR CHEIO

Querer não é poder. Torcer é fazer tudo para acontecer, mas, também, não é poder. Queria no primeiro, o Atlético do segundo tempo, atacando, perdendo gols, assustando o Criciúma. Queriiiiiia, quem sou eu para querer e poder.

Encolhido atrás da linha do meio de campo, somente Marcão e Elias fazendo uma sombra na saída de bola do Tigre, o Rubro-negro defendeu na primeira fase, só a partir dos 35 minutos Botelho e Maranhão chegaram ao ataque, conseguiram dar algum ânimo ao torcedor em suspense.

Defensivamente o time foi perfeito, o único susto aconteceu logo ao primeiro minuto, em falta que passou por toda a linha de atacantes e defensores, e Santos defendeu com ótimo reflexo.  Quem tinha dúvidas sobre o substituto de Weverton, ganhou confiança no abrir das cortinas. Foi bem o jogo todo.

Arrisco dizer que a opção pela defesa foi de Nhô Drub, os posicionamentos recuados de Marcelo e Felipe justificariam minha opinião. Alguém dirá que foi uma imposição do volume de jogo do time do seu Angeloni, empurrado pela torcida, e pode estar carregado de razão.

Bastou o avanço de Felipe na segunda fase e aos três ele já estava dentro da área cruzando com extremo perigo. Marcelo veio para a esquerda, Maranhão foi liberado para jogar no ataque e o Atlético foi perdendo gols. Aos 29, o cartão amarelo substituiu Felipe por Henrique, aos 35 a rotina trocou Elias por Baier. A partida em São Caetano terminou em empate. O Tigre empurrou o jogo com a barriga peluda até o apito final. Está na série A. Parabéns.

Tudo vai bem quando termina bem. Tudo se encaminha para terminar bem. Só a derrota para o Paraná pode evitar nosso retorno à primeira divisão. Conforme os resultados, nem ela. Ótimo, fizemos por isso. Cabe aos velhos alertar.

Em 2004, brigando para ser campeão brasileiro, o Atlético enfrentou o Paraná na Baixada. Ganhava de 1 a 0, quando nos minutos finais, um tal Messias deu um chute lá do meio campo, Bruno Lança intrometeu a cabeça e gol contra. Os dois pontos fizeram uma falta tremenda. Bobeou, o cachimbo cai.

É semana para se trabalhar duro, manter a concentração em alta. Nada de acreditar que o Guarani vai dar a vaga para o Atlético, jogar com o ouvido no radinho. O Atlético tem que ir à luta, coletivamente, a torcida tem que lotar o Ecoestádio. No futebol, para subir um andar, é mais fácil com o elevador cheio.

 

sábado, 17 de novembro de 2012

BANZAI!


São onze horas e trinta da manhã. Nesta hora o povo atleticano já está em Criciúma, vivendo o clima da partida, intrometido entre os torcedores do Tigre, abismados com a quantidade de camisas rubro-negras desfilando pela cidade. Para os torcedores das duas equipes, o jogo pela vaga vale mais que a final sonhada pelo Corinthians contra o Chelsea.

É muito provável que a torcida do Criciúma, que já andou ensaiando vaias em partidas anteriores, esteja cada vez mais preocupada com o resultado do jogo.

O time que lutava pelo campeonato caiu de rendimento, perdeu três seguidas em casa, teve que mudar o esquema, inventar um 352 para vencer a última e se manter no topo, garantir uma situação que já era líquida e certa.

A contusão de zagueiro impede a confirmação do 352 vencedor. A confirmação pelo departamento médico de que o principal atacante está fora do seu melhor estado físico incomoda.

Perder para Atlético significa encarar o Avaí precisando vencer, uma rivalidade dura de engolir, já não basta o Joinville que foi ao Heriberto Hülse e roubou três pontos de chorar ajoelhado.

Ter o Atlético pela frente é encarar um leão faminto, que quanto mais devora, mais quer devorar, tem necessidade, pior, tem pouco respeito pelo habitat da presa à sua frente.

Agora aparece esse mundão de gente, gente maluca que vai cantar o tempo todo, já invadiu São Caetano, tem experiência em casa alheia. As coisas estão ficando pretas.

Um começo de jogo trepidante por parte do Atlético, um gol, e a toca do Tigre pode ir abaixo. Assim espero. A vontade dos jogadores, a permanente ação ofensiva, o controle da posse de bola, o incentivo da torcida fanática podem fazer a diferença logo aos primeiros minutos, quebrar um fator psicológico já em degradação.

Por isso, vamos torcedor, vamos Furacão. Ao ataque. Mais uma vez, banzai!

 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

É SÁBADO


A derrota para o Bragantino na 27ª rodada me fez duvidar do retorno para a primeira divisão. A derrota anterior para o Goiás era admissível, o time goiano estava embalado, natural perder fora. Perder para o Bragantino, mesmo longe do Janguito, era tomar uma trombada do Narain Karthikeyan no meio da prova.

Olhando para frente, tínhamos nossos principais concorrentes às quatro vagas – Vitória, São Caetano e Criciúma – jogando em casa contra o Furacão. Se o Braga nos atropelou, como ganhar desses times na ponta dos cascos, e ganhar era indispensável, a minha estatística obrigava.
O dia D passou a ser então 30 de outubro, a grande prêmio do Barradão. O Atlético vinha de três boas vitórias, o 5 a 4 contra o América Mineiro de enfartar maratonista. A reta final da campanha “volta Furacão” atravessaria a linha de partida em Salvador. Faltavam oito provas. Vencemos, hora de atacar, mostrar o bico, forçar a ultrapassagem.

Duas provas em casa, a pista conhecida, seis pontos quase garantidos. Derrapamos na curva do guarani, o goleiro bugrino em falta nos deixou no limite do G4, um ponto atrás do São Caetano, o próximo adversário, justo o grande prêmio do Campanella. A nação Rubro-negra se mobilizou, o time foi guerreiro e venceu. Assumimos a 4ª vaga. O impulso foi vigoroso. Cuidem-se América RN e ASA de Arapiraca.
Aí faltou gasolina, perdemos dois pontos para a escuderia potiguar no Ecoestádio. Passamos, mas não evoluímos, o inimigo está a um passo, eu não consigo ter paz.

A vitória contra o ASA injetou sangue novo no meu otimismo, permanecemos a 2 pontos do São Caetano e nos igualamos ao rubro-negro baiano, algo que parecia impossível, tal a distância que nos afastava. O Vitória era o campeão certo da segundona para todos os profetas da bola. Com a palavra o futebol.
Dos oito últimos e decisivos grandes prêmios passaram-se seis, aproximamo-nos do Criciúmaring, estamos na iminência da batalha do Hülse. O time fez um milagre, é o melhor rendimento nas últimas oito rodadas, 83%, é um Vettel, mantém-se firme, é bom lembrar, jogando sempre fora de casa.

Casa? Faz tempo que nossa casa é a casa dos outros. Agora nossa casa se chama Heriberto Hülse.  As caravanas se mobilizam, os ônibus lotam em minutos, os ingressos desaparecem em segundos, impossível aqui, a amiga da namorada consegue o passaporte no guichê na terra do carvão. O povo estará lá, mais uma vez.
O Atlético é o valoroso soldado universal, combate em todos os lugares, é apoiado em todos os quadrantes, uma bandeira a tremular vitoriosa sem escolher cenários. Vamos meu Furacão, vamos meu povo, a volta tem data marcada, é sábado.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

COM A FACA NA BOCA


Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. No Heriberto Hülse, os raios vêm caindo a cada apresentação do Tigre catarinense. Nos últimos três jogos em casa, o Cricíúma entregou os pontos aos adversários, foram três derrotas contra Barueri, Joinville e São Caetano.

A queda no rendimento do time do seu Angeloni pode ser boa motivação para o torcedor atleticano seguir rumo sul. Existem outras.

A condição atual do Furacão é uma delas. O time vem muito bem, a torcida sabe a escalação na ponta da língua, nem mesmo as perdas por amarelos e vermelhos trazem alguma preocupação. O time provável contará com Santos; Maranhão, Manoel, Luiz Alberto e Botelho; Deivid e João Paulo; Elias, Marcelo, Marcão e Felipe.

Eu prefiro Felipe no lado, como um ponta-esquerda, sei que a maioria gosta de posicioná-lo no meio de campo ao lado de Elias. Questão de gosto e de estatística, saber onde os números mostram ser superior o seu aproveitamento. Nada como um bom ponteiro para criar situações de gol e anular um lateral.

O amigo pode estar ressabiado com a escalação de Santos, substituindo Weverton em ótima fase. Imagino que o paraibano acompanhe toda a evolução da equipe, esteja perfeitamente ajustado aos posicionamentos de Manoel e Luiz Alberto. Sabe imprescindível estar atento aos lançamentos longos entre os zagueiros, pronto para transformar-se em líbero sem cometer penalidade. Sabe que nas paradas a pequena área é sua, tem que sair e livrar o perigo. Está motivado, pronto, sem receios. Eu também.

Nhô Drub tem toda a semana para estudar o Criciúma, encontrar espaços para vencer, treinar jogadas para tornar isso possível. Será apenas acrescer aos treinamentos de rotina uma ou duas manobras que atinjam vulnerabilidades ou anulem potenciais lances de perigo do time da casa.

Achei que contra o ASA, com a saída de Marcelo, ficamos sem contra-ataque, fomos para a defesa sem ter escape, paramos de incomodar, caímos muito de produção. É bom pensar no assunto, ter velocista no banco, treinado, pronto para cumprir missão. Não me digam que Taiberson é jogador de velocidade.

A maior justificativa para o atleticano pegar a estrada reside na postura ofensiva demonstrada pela equipe nos últimos jogos fora de casa. Ótimos primeiros tempos têm garantido vitórias importantíssimas, diferentemente das agônicas primeiras fases contra Guarani e América-RN. O Atlético fora é vibrante, vai para cima, cala a torcida adversária, agride, faz gols, é outro time.

O indispensável é manter na longa semana o foco na vitória, evitar a dispersão, o perigoso sentimento de superioridade, fugir do mito de que o jogo se ganha nos noventa minutos, o empate é bom resultado. Perdeu o foco, perdeu a força. Esta é semana para manter o emocional em alta, dormir como pirata, com a faca na boca.

 

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

QUE SAUDADES DE VOCÊ


 
Sábado, o torcedor coxa assistia a partida entre Atlético e ASA com saudades de doer o peito. A visão do campo alagoano, as torcidas mancha alvi-negra e império alvi-negro, vestígios das dez gloriosas participações do coxa na segundona, um recorde nacional, traziam lembranças inesquecíveis, uma vontade de retornar àquele cenário arraigado no coração de cada coxa-branca.

O que começou como uma vã tentativa de secar o Atlético, transformou-se em viagem ao passado recente, a cada movimento da câmera um setor conhecido, uma recordação revivida, e como pode a torcida rubro-negra, sempre ela, estar ocupando aquela arquibancada em que coxas-brancas históricos sentaram seus bumbuns, comeram ali suas tapiocas, tomaram seus refrescos de cajá, viveram intensamente a série B. Ah! Série B, que saudades de você.

A transmissão acabou e ficou aquele sentimento de que fazemos na série A, que orgulho é este que nos afasta do nosso verdadeiro lugar, com o qual nos identificamos tanto, a série B. Ah! Série B, que saudades de você.

Nesse turbilhão de emoções, a segundona lembrada a cada instante, o coração aqui, querendo estar ali, outra vez aquela inveja danada do atleticano a lhe tomar o espaço – como pode? –, o coxa voltou à poltrona para assistir o jogo contra o Corinthians Paulista, na cabeça, sempre a série B.

O jogo começa e o espírito “segundista” está impregnado também no maior ganhador de todos os tempos. É um, é dois, é três, Deivid diminuiu, é quatro, é cinco, quase seis. A goleada dolorida, fora o baile, traz de novo a lembrança da série magnífica, as vitórias seguidas, o orgulho de campeão sempre ao alcance da mão.

O coxa corre fazer as contas, imagina que ainda possa conseguir o retorno à sonhada série, a goleada deve ter diminuído o saldo de gols, vai ver ainda dá, calcula, calcula, ainda dá. Três vitórias do Sport, três derrotas coritibanas e a volta está garantida. Ah! Como seria bom juntar-se ao caído Figueirense.

Ah! Série B, que saudades de você.

 

sábado, 10 de novembro de 2012

AGORA É SECAR


A fila para o Hino tem Felipe na frente. Mudança na escalação, Henrique foi para a área de repouso. Precisava. Vamos ver o posicionamento da novidade. Aos 4, o armador entra área adentro pela esquerda, cruza e Marcão perde gol feito. Hoje vai. Aos 5,  Marcelo cruza da direita e Elias cabeceia para fora. Aos 7, Derley finaliza por cima do gol. Estamos no ataque, Nhô Drub fez minha vontade.

Com Felipe forçando pela esquerda, Elias se aproximando de Marcão, Marcelo aberto pela direita, laterais e volantes muito avançados, o Atlético dominou o ASA durante todo o primeiro tempo. O gol era questão de tempo.

Aos 20, a chapa esquenta ainda mais para os alagoanos.  Felipe perde espaço para o chute, Derley dentro da área finaliza para fora, Botelho atravessa o campo e serve o papa-léguas na frente da área. A velocidade, o drible no goleiro, o gol de Marcelo. Estamos na frente.

Sai a bola, lá vai Botelho pela ponta, serve Felipe, penetra na área, cruza, Marcão marca. São 23 minutos, 2 a 0. O Arapiraca sai um pouco e toma sustos na defesa, fica na indecisão que só nos beneficia. Aos 42, Botelho atravessa para Maranhão, o lateral vai dentro, cruza para Marcão, o goleiro dá rebote, Maranhão impedido marca o terceiro. Fim do primeiro tempo. Botelho participou dos três lances de gol. Dispenso a maracujina. O Atlético é o time dos sonhos.

Volta o Rubro-negro com Taiberson no lugar de Marcelo contundido. O time das Alagoas abandona o 352 e vai para o 442. O Furacão abdica da marcação avançada, vem marcar atrás da linha do meio campo, imagina-se que vá contra-atacar. O esquema não funciona. Com os onze jogadores empenhados na marcação, não há puxador de contragolpe, os laterais são bloqueados, o ASA domina, prevalece no jogo aéreo e aos 11, em bola parada, marca de cabeça.

Alerta vermelho, mas nada muda. ASA no ataque, escanteios e bolas paradas sempre aproveitados pelos alagoanos, até parece que têm asas. Aos 25, Henrique substitui Felipe. O jogo se equilibra, o ASA perde penas, Taiberson, Derley e Henrique finalizam de fora, assustam, tudo vai bem.

Aos 36, Botelho faz falta pela esquerda. Treino para o gol. Davi Ceará bate fechado, Weverton defende. Ainda aos 36, Botelho repete a falta, Davi Ceará bate e 3 a 2. No mínimo uns cinco nordestinos impedidos. O auxiliar que ajudou no gol de Maranhão resolveu fazer justiça. Um cego. Traz a maracujina.

Aos 41, Baier substitui Elias e o apito final vem para a felicidade dos rubro-negros espalhados pelo mundo. A larga vantagem obtida no primeiro tempo garantiu a vitória. Tem que ser assim. Os laterais foram muito importantes, a bola aérea foi sempre problema, as faltas laterais desnecessárias e o recuo exagerado, sem resposta ofensiva, facilitaram para os alados de Arapiraca.

Bela partida. Vencemos com justiça. Estamos lá na frente. Agora é secar.

 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O AR DO ARAPIRACA


O amigo sabe a escalação do Atlético que vai entrar em campo em Arapiraca. Weverton; Maranhão, Luiz Alberto, Cleberson e Botelho; Derley e João Paulo; Elias, Marcelo, Marcão e Henrique. Tem onze? Tem, está certo.

O amigo faria alguma modificação? Acho que não. Se o time está descansado, se Henrique está recuperado, se Botelho está zero quilômetro, o time é esse mesmo. Botelho é a principal dúvida. O jogo é de morte, não dá para perder um jogador aos vinte do primeiro tempo por voltar a sentir contusão de jogo anterior. É dá ou desce.

Dei uma olhada na relação dos jogadores que seguiram para Alagoas e gostei. Gostei da relação de atacantes. Além de Marcelo, Henrique e Marcão, seguiram Ricardinho, Júnior Barros e Taiberson.

O Atlético tem que ganhar, por isso, imagino nosso banco formado por jogadores de ataque. Penso num final de jogo com Elias, Baier, Marcelo, Marcão e Ricardinho, todo o fogo à frente. Tirei um volante e Henrique para a entrada de Baier e Ricardinho. Nhô Drub tiraria Maranhão e colocaria Henrique na lateral para a entrada de Ricardinho.

Tudo pode. Ficamos ainda com uma substituição na manga. Quem sabe uma vaga para Taiberson em caso de extrema necessidade.

Estou insistindo num banco de reservas ofensivo porque ouvi comentário difícil de acreditar, alguém soprou que no jogo anterior só tínhamos Ricardinho de atacante para entrar em campo. Se verdade, tínhamos um banco para defender, nada a ver com nossos objetivos.

Já virou rotina a saída de volante para a entrada de jogador ofensivo em caso de derrota iminente. Técnicos de todos os níveis fazem a substituição de Paragominas a Patos de Minas. Para quê dois volantes? No Atlético os dois volantes, aliás, ótimos, chegam à frente, João Paulo finaliza muito bem, mas não são atacantes.  Podem dar a vez.

Dou uma olhada no “minuto Arapiraca” e encontro em manchete a declaração de atleticanos denunciando mala-branca para o ASA no jogo de hoje. Se houver, o jogo vai ser uma dureza. Temos que estar prontos para vencer de qualquer maneira. É óbvio que temos time para isso. Basta estar voltado para o ataque, mostrar vontade, ter munição suficiente no banco de reservas para tirar o ar do Arapiraca.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ESTEJA COM DEUS



– E o Atlético? – era a pergunta que o General Ítalo Conti me fazia todas as vezes em que nos encontrávamos.

Uma vez, em cerimônia militar, ele me perguntou: “Você é Monteiro de Curitiba ou Ponta Grossa?”. Disse que era filho de um Sargento que trabalhara com ele, que fora à FEB com ele. Ele me olhou com surpresa, colocou a mente em funcionamento e voltou com nova pergunta: “Você é filho do Ivo?”. Abraçamo-nos demoradamente, gerações de artilheiros se encontrando, a velha camaradagem, como sempre, falando mais alto.
 
Terminada a guerra, meu pai foi reformado por motivo de saúde, voltou ao Brasil em condições difíceis e foi por ele ajudado a encontrar emprego, prosseguir na luta, longe da farda. Ouvi esta história ainda menino, sabia do reconhecimento paterno ao velho chefe, conhecia o General pela mídia, por muito tempo figura pública importante, mas só fui conhecê-lo pessoalmente na década de noventa.

Militar, atleticano, acho que um dos seus filhos foi presidente do Atlético, a identificação foi imediata, onde nos víamos, algum tempo era dedicado ao rubro-negro.  

Hoje soube que ele faleceu. Em mundo onde as comunicações aproximam as pessoas, fiquei sabendo com atraso, não pude sequer ir ao seu enterro. Uma pena.

Um motivo ameniza meu sofrer. Quando do lançamento do meu livro no Círculo Militar do Paraná, pude ofertar um exemplar autografado ao querido amigo e contar aos presentes a história do Sargento e do General, mostrar o espírito fraterno que o dirigia, desejar que se a infelicidade da guerra novamente assolar esta Pátria de todos nós, os soldados do futuro tenham a mesma bravura e a mesma solidariedade a pontificar no coração de todos os chefes e subordinados que foram à Itália.

General, vou sentir falta do seu sorriso e da sua Rubro-negra pergunta.

Sei que os seus soldados o estavam esperando. Não vão faltar histórias, uniformes, chimarrão, abraços calorosos. Em alguns uniformes, no distintivo do braço, a cobra estará fumando, invencível.

General, eu, seus familiares, os que o conheceram, o Exército Brasileiro, o Brasil e o Atlético sentirão muito a sua falta.

O Atlético está bem. Fique tranquilo. Esteja com Deus.

 

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DEU NO QUE DEU


O Atlético empatou. Imperdoável. Inacreditável. Impossível.

O amigo quer saber se o Atlético vai atacar ou não, dá uma olhada no posicionamento de Henrique. Começou o jogo e o 11 está lá atrás, entramos para defender, teremos complicações.

É simples. O Atlético fica dependente do jogo pela direita, da voluntariedade de Maranhão, dos lampejos de Marcelo. Pela esquerda nada acontece. Botelho não vai, Saci vai, dá de cara com o beque, faz meia volta e entrega para João Paulo. O jeito é fazer Marcelo alternar seu posicionamento, foi assim que surgiu o pênalti que nos colocou na frente do placar.

O jogo segue e nada muda. O Atlético permanece o mesmo, o treinador adversário coloca atacantes. Neste duelo de coragens chegamos aos trinta minutos do segundo tempo, o momento do chute louco. Desta vez, não foi chute louco, foi uma bela jogada que resultou no gol do América, iniciada com erro de passe horroroso de Saci no ataque.

Então, entra Ricardinho, vamos para a bola aérea, Baier já está em campo, vamos em busca do milagre. Não aconteceu.

Infelizmente, o setor esquerdo do Atlético caiu muito de produção. Henrique virou volante. Botelho e Saci perderam rendimento ofensivo. A causa pode ser a opção tática, indo Maranhão, o lateral oposto fica. Como Maranhão vai toda hora, a esquerda se anula. A crítica fica em suspenso, mas que a ação pelo setor é mínima, não há dúvida. E precisa haver ação pelo setor.

Elias é duro de coração. A assistência que deveria dar prazer ao armador, não faz parte do seu cardápio. De frente para o gol, sai carimbando os glúteos adversários, ótima chance para as câmeras mostrarem aquelas propagandas colocadas em região pouco acessível às lentes de todos os tipos. Um bom passe para Marcelo, ou para Marcão, poderia ter definido a partida.

Estamos no fim de uma maratona e Nhô Drub só substitui por problema físico, Baier é alteração certa, a terceira substituição só acontece em caso de placar adverso, ou aos 47 para ganhar um minuto. O Atlético científico deveria dizer para ele que Henrique não aguenta correr uma meia maratona a cada quatro dias, que o clube tem mais que 13 jogadores disponíveis prontos para ajudar.

Ninguém quer uma revolução no elenco a três rodadas do final do campeonato, mas jogadores como Henrique já devem estar à beira da exaustão. Temos opções para todos os problemas, por que devemos manter em campo jogadores com baixo rendimento na partida – disse na partida –, por que não podemos mudar o esquema, ter mais atacantes, mais velocidade, mais força?

O mundo não acabou. Nhô Drub tem crédito pela campanha que nos tirou do buraco, mas precisa entender que não se podem correr riscos nesta hora. O Atlético lento, errando passes que vimos em campo tinha que ser modificado no início do segundo tempo. Não foi. Deu no que deu.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

DIA SANTO PROLONGADO


O pessoal de casa já está perdendo a paciência. Chego à frente da TV e passo para o canal interativo, quero ver a classificação da série B, perder uns segundos curtindo os quatro pontos na frente do São Caetano, a vaga quase assegurada. Estou em estado de graça.

Sigo na busca das boas notícias e encontro as entrevistas do Nhô Drub e do Maranhão sinalizando para a concentração total no jogo de hoje contra o América de Natal. São ótimas notícias.

Ganhamos do Vitória no sábado e empatamos com o Guarani na terça. O Atlético vem jogando finais a cada rodada, jogos desgastantes física e psicologicamente. Bobeou lá se vai o duramente conquistado. O foco na recuperação física, na importância dos três pontos, é fundamental.

A diretoria parece ter analisado o empate com o bugre campineiro e concluído que o horário da partida – quinze horas, horário de verão – foi determinante para o mau resultado e marcou o jogo contra os potiguares para as dezesseis horas. Muito melhor, até para o torcedor, que enforca menos expediente.

Com o futebol todo o cuidado é pouco, planejamento é coisa séria, um trocadinho a mais da televisão não vai fazer a diferença. Melhor três pontos, que três contos.

A história comprova o quanto o futebol é volúvel. Estou ainda procurando boas notícias e encontro escondida num rodapé a manchete “Dia de São Ziquita”. Para quem não sabe, no dia 5 de novembro de 1978, o Atlético perdia de 4 a 0 para o Colorado na Baixada, uma surra memorável, quando, faltando doze minutos para acabar, Ziquita fez quatro gols e empatou a partida.

Sai do campo pelo portão da Petit Carneiro pulando como um cabrito – cabrito ou carneiro? – e só fui parar de espernear dentro de casa. Pensando bem, acho que só fui ter alegria tão espetacular com a conquista do Brasileiro em 2001.

O empate foi motivo da coluna do Nelson Rodrigues em O Globo. Não afirmo mais nada, minha memória anda uma lástima, mas acho que o Levir Culpi e o Cuca jogavam naquele Colorado, ou nenhum dos dois.

Exemplo revivido, foco no jogo, time na ponta dos cascos, torcida lotando o Ecoestádio, atenção os noventa minutos, torcedor fervoroso até o apito final. Que os bons eflúvios do 5 de novembro abençoado se alonguem por mais umas vinte e quatro horas, afinal, quem não gosta de dia santo prolongado.

 

domingo, 4 de novembro de 2012

TORCIDA DANADA


Elias, Micheles, Brunos, Fernandos, Anas e Hannas, perto e longe, fizeram a sua parte, coloriram de vermelho e preto as arquibancadas do Campanella, dos plantões médicos, dos restaurantes, dos quartéis, dos serviços de todos os tipos que os aprisionavam, viram com o rabo dos olhos a vitória rubro-negra, vibraram com os gols que em definitivo abriram as portas para a série A.

Eu pedi e ganhei. Queria um Atlético na frente desde o primeiro minuto, procurando a vantagem indispensável, e assim foi. Com Henrique muito mais ponta esquerda do que armador, o Furacão incomodou ao rolar da bola e aos seis, em cruzamento de Maranhão, Marcão finalizou de cabeça para as redes. Quem estava na rua e ficou na dúvida se o foguetório tinha origem coxa, o celular gritou logo, e a mensagem dizia “goooooollllllll do Furaca”.

Eu queria mais um, o São Caetano o empate. Mandou-se para frente, manteve o controle do jogo, sem incomodar Weverton. Aos 10 um chute de fora, aos 23 um cruzamento nas mãos do moicano. Com Marcão e Elias bloqueando a saída de bola, duas linhas de quatro transpirando determinação, o Atlético defendia bem, quando aos 26, Manoel sofreu falta pela direita do ataque.

Elias levantou na área, Marcão fez o pivô aéreo, o papa-léguas entrou com tudo para marcar o gol que eu desejava. A partir daí, o Atlético dominou, Deivid e João Paulo excelentes, o gol matador esteve para sair, Marcão, um gol, uma assistência, por três vezes foi bloqueado no instante do chute fatal.

O segundo tempo veio com modificações no time azul, no Atlético, Marcelo e Henrique trocaram de lado, o time foi para a defesa. Com a boa vantagem, tentar o contragolpe era razoável, a troca dos ponteiros não entendi. Aí veio o sufoco e a grande partida de Weverton. Uma milagrosa no chão aos 7, uma providencial saída na lateral da área aos 15, fora a atuação primorosa nas bolas aéreas.

Pois foi numa bola aérea, aos 30, que o São Caê diminuiu. O atacante cruzou, o defensor marcou. Vai complicar. Ai, ai, ai.

Aos 32:53 entrou Baier no lugar de Elias. Vá contando aí nos dedos os segundos. A bola rola no ataque rubro-negro, já contou aí 34, Baier para Marcelo, o chute de fora, contou aí 37, bola na rede. Gooooollllllllllllllll. Esse Paulo Baier quando não dá a luz, favorece o parto. É um iluminado.

A torcida está no “Dáááá-lhe! Dá-lhe! Dá-lhe ôôôô” e aos 38 um azuláceo manda bomba de fora e Weverton faz novo milagre. Fim do ânimo do São Caê, a torcida bengala azul prepara para a canjinha de final de tarde, o Furacão venceu.

As últimas imagens mostram Petraglia rindo como criança em meio ao campo. É bom vê-lo assim. O Atlético que já colocara o maior público do Campanella na série A, agora tem o recorde também na série B, sempre com a vitória. Que vitória importante, que time de raça, que torcida danada.

sábado, 3 de novembro de 2012

BANZAI !


Eram três e dez e o Elias caiu da cama, a partir daí o sono não voltou mais. Faltava ainda meia hora para o despertador tocar e a Michele já estava acordada. A eletricidade está no ar. Quem vai quer ver o relógio acelerar, unir-se aos irmãos, iniciar a jornada. Quem fica está na janela, olhando a noite vagarosa, maltratando o torcedor ansioso por ver o dia começar, as horas passarem rápidas, o jogo ter início.

Às quatro da manhã, a nação rubro-negra tensa, taquicárdica, vaga na madrugada. A única atleticana ainda ressonando tranquila é a Manuela, vai comemorar seu primeiro ano de vida bem na hora do jogo. Sonha com os anjos, todos em vermelho e preto cantando a vitória do Furacão. Um sorriso feliz aparece no rosto meio mãe, meio pai, lindo.

O sol nem saiu e o Furacão já está na estrada. Os atleticanos movimentam-se para São Caetano. A batalha começou. Os jogadores ainda dormem, repousam os guerreiros. Os torcedores acesos deslocam-se para suas trincheiras, sabem da sua importância histórica.

O Bruno com a ansiedade a mil grita “bora para São Caetano” e lembra “o Atlético nos une, a união nos fortalece”. O Fernando lembra que há um ano estamos jogando fora de casa, o campo pouco importa. A Ana pede a proteção de Deus e solta “prá cima Furacão, fuuuiiiiiiii”. A Hanna, que não vai, pede a Deus que cuide da viagem de todos, sabe que o grito dos viajantes no Campanella será o eco do seu grito distante.

O Rubro-negro existe graças a milhares de Elias, Micheles, Brunos, Fernandos, Anas e Hannas que o colocaram no colo nos bons e maus momentos dos seus 88 anos. Eles garantiram vida longa ao Furacão, hoje garantirão a ascensão gloriosa à série A. Farão a sua parte.

Sigam com fé irmãos, que Deus os acompanhe a cada momento. Vamos todos irmãos rubro-negros, com fé, ao ataque.
Banzai!

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AZAR O DELE


Confesso aos amigos que da exposição do Conselheiro e Procurador de Justiça Mário Schirmer na reunião do Conselho Deliberativo do Atlético, a informação de que o Paraná tem uma Universidade Federal, enquanto o Rio Grande do Sul tem sete, foi a mais chocante.

Os conhecimentos plenamente favoráveis ao Atlético, por ele relatados em detalhes – a exposição está disponível no site oficial do Furacão –, estabelecem a legalidade de tudo o que é feito no clube com respeito à construção da Arena 2014. Para alguns, ainda em dúvida, são saberes significativos, colocam ordem na casa de forma serena, o profissional experiente ditando cátedra sobre o seu dia a dia. Importante, esclarecedor, oportuno, mas não choca.

A desigualdade entre o número de universidades é de tirar as calças pela cabeça, demonstra com clareza a incompetência da classe política paranaense, não é de se admirar, tais são os nomes deprimentes que elegemos para nos representar em Brasília, nada mais que diplomados tiriricas.

Desse rol de tiriricas a passear pelo cerrado nada se espera. Uma aparição fugaz em tempos de CPI qualquer, uma bobagem repercutida pela imprensa nacional irônica, são os momentos maiores dos nossos senadores e deputados federais. O Paraná é o que é pelo valor do seu povo. Nossos políticos muito fazem quando não atrapalham. Que se divirtam na ilha da fantasia.

Por vezes, um desses tiriricas aposentados se vangloria de seu passado parlamentar, da assinatura em documento que não leu, da participação menor em momento importante, tenta parecer maior do que é, acredita ser maior do que é. Tudo bem, para que tirar a alegria do iludido? Palmas para ele.

Vez por outra, um desses petulantes, ainda contaminado pela sua irrefreável capacidade de atrapalhar, aproveita os espaços que a humanitária sociedade curitibana lhe faculta, para arremessar seus ódios contra pessoas e instituições, quem sabe apenas por vê-las com tal poder de realização, insuportável a inveja, a comparação com o seu passado de tão poucos feitos.

O seu Estado lhe deu todas as chances para fazer e não fez. O seu clube do coração chafurda no pântano, logo o dele. O futebol mata a gente. Como podem outros mobilizar céus e terras, ser tão proficientes, ele tão incompetente. No fundo acho justa a revolta. Não culpo. Quem não tem suas invejas?

Os atleticanos estão perdendo tempo com um desses tiriricas de chuteiras. O tempo passará e ele continuará na sua rancorosa trincheira, a velhice ou traz a serena sabedoria, ou a irascível insensatez. O censor rubro-negro escolheu a via doentia. Quanto mais o Atlético crescer, mais ele afundará em ódios. O que podemos fazer? Se a família não encaminhar para tratamento, azar o dele.

 

 

ABRE AS PORTAS DOS TEUS BARES


O Atlético vai para a batalha do Campanella com o mesmo time que venceu o Guaratinguetá. Impossível ser diferente. Mudar agora seria uma tonteria, caso de se chamar o pessoal da camisa de força, levar Nhô Drub para o manicômio.

Vai, também, com a mesma torcida apaixonada que o apoiou na conquista do Brasileiro em 2001. Doido estaria aquele a acreditar que, neste momento, o torcedor fanático deixaria o Rubro-negro sem o seu histórico incentivo.

Time entrosado, o amigo sabe até as substituições que Nhô Drub fará durante a partida, a torcida já no aquecimento, as imagens salpicando todas as telas de vermelho e preto, a memória do sucesso anterior comandando os pensamentos, o cenário está montado para o excelente resultado.

Qual será o excelente resultado? Três pontos, lógico. O amigo dirá que o empate satisfaz, deixa tudo como está, o Atlético na frente, com mais vitórias, a derrota é o único resultado impossível.

Com a cabeça no meu eterno duelo de vontades, encontro na filha, atleticana de perder o sono, adversária cruel. Acha que o jogo é psicológico, ganhará aquele que tiver tranquilidade, errar menos na defesa, aproveitar melhor as chances no ataque. Nem o meu olhar fulminante, de velho metido a conhecer do jogo da bola, a abala. É uma fortaleza, um orgulho.

Aqui entre nós, longe dos seus ternos olhos de jabuticaba, quero um Atlético que entre em campo para ganhar, colocando pressão desde o primeiro minuto, tentando decidir o jogo ainda nos 45 iniciais, ou, pelo menos, colocar vantagem.

Não gosto desses jogos empurrados com a barriga, o empate visto como bom resultado, o time a cada minuto encolhendo mais, dando chance para o que chamo de chute louco, algo como aquela falta de goleiro contra o Guarani. Tomado o gol por um desses artifícios do destino, o adversário se agiganta, cresce o seu psicológico, a vaca se encaminha para o brejo.

Penso que o banco do Atlético deve ser montado para o ataque. Fiquei horrorizado com as presenças de Renan Foguinho e Derley no banco contra o Guaratinguetá. Para quê? Em que situação dois volantes teriam alguma utilidade? Uma revoada fatal das garças em final de partida? Por sorte, Nhô Drub fez alterações ofensivas. Felipe, Baier e Saci garantiram a vantagem.

Quero um time tranquilo e cheio de vontades. Marcelo vivo pelos dois lados, Elias escolhendo melhor entre a assistência e o chute longo, Marcão no mesmo ritmo que me fez apreciar seu jogo.

Vamos Atlético! Manoel, cuida as tuas costas, Weverton, faça os teus milagres, e – só para dar uma sonoridade a la Castro Alves em meio ao seu Navio Negreiro de sofrimentos, e prevendo a vitória –, Curitiba, abre as portas dos teus bares.