Eram três e dez e o Elias caiu da
cama, a partir daí o sono não voltou mais. Faltava ainda meia hora para o despertador
tocar e a Michele já estava acordada. A eletricidade está no ar. Quem vai quer
ver o relógio acelerar, unir-se aos irmãos, iniciar a jornada. Quem fica está
na janela, olhando a noite vagarosa, maltratando o torcedor ansioso por ver o
dia começar, as horas passarem rápidas, o jogo ter início.
Às quatro da manhã, a nação
rubro-negra tensa, taquicárdica, vaga na madrugada. A única atleticana ainda
ressonando tranquila é a Manuela, vai comemorar seu primeiro ano de vida bem na
hora do jogo. Sonha com os anjos, todos em vermelho e preto cantando a vitória
do Furacão. Um sorriso feliz aparece no rosto meio mãe, meio pai, lindo.
O sol nem saiu e o Furacão já está na
estrada. Os atleticanos movimentam-se para São Caetano. A batalha começou. Os
jogadores ainda dormem, repousam os guerreiros. Os torcedores acesos deslocam-se
para suas trincheiras, sabem da sua importância histórica.
O Bruno com a ansiedade a mil grita “bora
para São Caetano” e lembra “o Atlético nos une, a união nos fortalece”. O
Fernando lembra que há um ano estamos jogando fora de casa, o campo pouco
importa. A Ana pede a proteção de Deus e solta “prá cima Furacão, fuuuiiiiiiii”.
A Hanna, que não vai, pede a Deus que cuide da viagem de todos, sabe que o
grito dos viajantes no Campanella será o eco do seu grito distante.
O Rubro-negro existe graças a milhares
de Elias, Micheles, Brunos, Fernandos, Anas e Hannas que o colocaram no colo nos
bons e maus momentos dos seus 88 anos. Eles garantiram vida longa ao Furacão,
hoje garantirão a ascensão gloriosa à série A. Farão a sua parte.
Sigam com fé irmãos, que Deus os
acompanhe a cada momento. Vamos todos irmãos rubro-negros, com fé, ao ataque.
Banzai!
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