O pessoal de casa já está perdendo a
paciência. Chego à frente da TV e passo para o canal interativo, quero ver a
classificação da série B, perder uns segundos curtindo os quatro pontos na
frente do São Caetano, a vaga quase assegurada. Estou em estado de graça.
Sigo na busca das boas notícias e
encontro as entrevistas do Nhô Drub e do Maranhão sinalizando para a concentração
total no jogo de hoje contra o América de Natal. São ótimas notícias.
Ganhamos do Vitória no sábado e
empatamos com o Guarani na terça. O Atlético vem jogando finais a cada rodada,
jogos desgastantes física e psicologicamente. Bobeou lá se vai o duramente
conquistado. O foco na recuperação física, na importância dos três pontos, é
fundamental.
A diretoria parece ter analisado o
empate com o bugre campineiro e concluído que o horário da partida – quinze
horas, horário de verão – foi determinante para o mau resultado e marcou o jogo
contra os potiguares para as dezesseis horas. Muito melhor, até para o
torcedor, que enforca menos expediente.
Com o futebol todo o cuidado é pouco,
planejamento é coisa séria, um trocadinho a mais da televisão não vai fazer a
diferença. Melhor três pontos, que três contos.
A história comprova o quanto o futebol
é volúvel. Estou ainda procurando boas notícias e encontro escondida num rodapé
a manchete “Dia de São Ziquita”. Para quem não sabe, no dia 5 de novembro de
1978, o Atlético perdia de 4 a 0 para o Colorado na Baixada, uma surra
memorável, quando, faltando doze minutos para acabar, Ziquita fez quatro gols e
empatou a partida.
Sai do campo pelo portão da Petit
Carneiro pulando como um cabrito – cabrito ou carneiro? – e só fui parar de
espernear dentro de casa. Pensando bem, acho que só fui ter alegria tão
espetacular com a conquista do Brasileiro em 2001.
O empate foi motivo da coluna do
Nelson Rodrigues em O Globo. Não afirmo mais nada, minha memória anda uma
lástima, mas acho que o Levir Culpi e o Cuca jogavam naquele Colorado, ou
nenhum dos dois.
Exemplo revivido, foco no jogo, time
na ponta dos cascos, torcida lotando o Ecoestádio, atenção os noventa minutos,
torcedor fervoroso até o apito final. Que os bons eflúvios do 5 de novembro
abençoado se alonguem por mais umas vinte e quatro horas, afinal, quem não
gosta de dia santo prolongado.
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