terça-feira, 6 de novembro de 2012

DIA SANTO PROLONGADO


O pessoal de casa já está perdendo a paciência. Chego à frente da TV e passo para o canal interativo, quero ver a classificação da série B, perder uns segundos curtindo os quatro pontos na frente do São Caetano, a vaga quase assegurada. Estou em estado de graça.

Sigo na busca das boas notícias e encontro as entrevistas do Nhô Drub e do Maranhão sinalizando para a concentração total no jogo de hoje contra o América de Natal. São ótimas notícias.

Ganhamos do Vitória no sábado e empatamos com o Guarani na terça. O Atlético vem jogando finais a cada rodada, jogos desgastantes física e psicologicamente. Bobeou lá se vai o duramente conquistado. O foco na recuperação física, na importância dos três pontos, é fundamental.

A diretoria parece ter analisado o empate com o bugre campineiro e concluído que o horário da partida – quinze horas, horário de verão – foi determinante para o mau resultado e marcou o jogo contra os potiguares para as dezesseis horas. Muito melhor, até para o torcedor, que enforca menos expediente.

Com o futebol todo o cuidado é pouco, planejamento é coisa séria, um trocadinho a mais da televisão não vai fazer a diferença. Melhor três pontos, que três contos.

A história comprova o quanto o futebol é volúvel. Estou ainda procurando boas notícias e encontro escondida num rodapé a manchete “Dia de São Ziquita”. Para quem não sabe, no dia 5 de novembro de 1978, o Atlético perdia de 4 a 0 para o Colorado na Baixada, uma surra memorável, quando, faltando doze minutos para acabar, Ziquita fez quatro gols e empatou a partida.

Sai do campo pelo portão da Petit Carneiro pulando como um cabrito – cabrito ou carneiro? – e só fui parar de espernear dentro de casa. Pensando bem, acho que só fui ter alegria tão espetacular com a conquista do Brasileiro em 2001.

O empate foi motivo da coluna do Nelson Rodrigues em O Globo. Não afirmo mais nada, minha memória anda uma lástima, mas acho que o Levir Culpi e o Cuca jogavam naquele Colorado, ou nenhum dos dois.

Exemplo revivido, foco no jogo, time na ponta dos cascos, torcida lotando o Ecoestádio, atenção os noventa minutos, torcedor fervoroso até o apito final. Que os bons eflúvios do 5 de novembro abençoado se alonguem por mais umas vinte e quatro horas, afinal, quem não gosta de dia santo prolongado.

 

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