quinta-feira, 31 de maio de 2012

VOU CHAMAR O PT


Na semana que passou, a coluna do Mafuz noticiou reunião em que os representantes do Estado e da Prefeitura teriam oferecido ao Atlético um empréstimo no valor de 30 milhões, com juros de 17% ao ano, para completar o financiamento da obra Arena 2014. Segundo o analista, Petraglia rasgou em picadinhos o documento apresentado e ameaçou ir a Brasília falar com o PT.
Petraglia exagerou. Poderia ter ameaçado com a excomunhão, com a morte na fogueira, com o último dos infernos, ameaçar com o PT é sacanagem. Isso não se faz. Vai lá o caso acaba parando nas mãos do Gilmar Mendes e o nosso “ex-pres” tem que sussurrar umas ameaças no ouvido do magistrado.

As notícias de hoje são mais esclarecedoras.
Os 30 milhões não são 30, são 30,8. Por quê? O custo da obra subiu de 138,4 milhões para 184,6. Assim, a diferença entre o orçamento inicial e o atualizado ficou em 46, 2 milhões. Como a obra é conduzida por Estado, Município e Atlético de forma igualitária, dividem-se os 42,6 por 3 e ficam para cada patrocinador 15,4 milhões.  Somadas as partes do Beto e do Ducci, ambos devem ao Rubro-negro 30,8 milhões.

Como vão pagar? Picado estava o documento do empréstimo, picado ficou. Agora o Atlético receberá o valor em “títulos de potencial construtivo”, os quais terá obrigação de negociar. Se você quer construir um prédio de quatro andares, onde a altura máxima permitida é três, fale com o Petraglia, compre uns títulos e realize seu sonho.
A ameaça do PT valeu. Até ser classificada como bullying, ou qualquer dessas modernidades psicológicas, serve para atemorizar crianças, vizinhos, gente chata de todos matizes.

Depois de todas essa engenharia financeira, o financiamento da obra ficou da seguinte forma:

Valor
Origem
Garantia
Observações
138,4 milhões
Empréstimo realizado pelo Estado e Município junto ao BNDES e repassado ao Atlético
92,2 milhões – Títulos de Potencial Construtivo (TPC) emitidos pela Prefeitura

46,2 milhões – CT do Caju e recebíveis da Arena

Estado e Município negociarão no mercado os TPC emitidos neste valor

O Atlético pagará este valor em 15 anos
30,8 milhões
Prefeitura emite e repassa para o Atlético Títulos de Potencial Construtivo neste valor


O Atlético negociará os TPC no mercado
15,4 milhões
Caixa do Atlético.






184,6 milhões
TOTAL DO FINANCIAMENTO



Saio para caminhar e encontro o amigo paranista, modelo de seriedade, e o escuto discursar sobre o uso impróprio de recursos públicos nas obras da Copa. Defendo aqui e ali o Rubro-negro, até ouvi-lo afirmar o grande negócio que o Atlético está fazendo, o sonho de ter Petraglia como seu presidente.

Coxas e paranistas suspiram ao ver a maquete da Arena. Do lado de cá, torcedores cortam os pulsos de ódio, querem roer os ossos do Petraglia.
Amigo, qualquer míope, qualquer vítima da terrível catarata vê que a diretoria está tendo enorme trabalho, rubro-negros das mais variadas áreas estão perdendo tempo de lazer e saúde para que cheguemos a um final feliz.

Vamos guardar as pedras na sacola, deixar a tropa trabalhar, no momento, é o melhor a fazer. Se não for assim, juro a você, vou chamar o PT.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

ISSO NÃO É BOM


Não dá para aguentar. Voltar a sofrer com as viradas que nos levaram à segunda divisão em 2011, agora contra o Boa Esporte, é de rasgar a camisa, ir dormir às três horas da manhã.
Encarar como normal é bater palma para louco dançar. Pode-se pensar em mais um grande desastre, outro azar enorme, uma noite infeliz, mas achar que o Atlético perderá outros jogos como o de ontem, como algo dentro da normalidade do futebol, é defender o absurdo.

Com Fernandão e Bruno Mineiro, o Furacão entrou a vinte por hora. A velocidade abençoada que veio na garupa do cavalo de Don Juan, tocada pelos dois ponteiros e o atacante centralizado, foi deixada no caminho.
Um resto da audácia do treinador ficou nas novidades descobertas na boca do túnel. Ontem foi Lucas Sotero. Tomara pelo menos continue acreditando nos meninos, já estará prestando um grande serviço.

Mesmo com velocidade de cágado, o Atlético fez o seu tradicional bom primeiro tempo, nada demais, chances de gol poucas, o gol fruto da bola parada. O segundo foi aquela meleca. Sem muito esforço, o tal Boa assumiu a posse da bola e foi incomodando o Rubro-negro acuado, defendendo-se, errando passes, a criatividade nula, até perigosamente avançar a defesa e tomar o gol de contra-ataque, chute no meio das pernas de Rodolfo.
Goleiro deve ser como papa recém-falecido, fazer milagre todo dia. Os do Atlético não passam de bons seminaristas. A esperança é Weverton. É chegar e jogar.

O belo gol  da vitória do time de Varginha foi fruto de jogada costurada desde a intermediária defensiva. Assistimos à troca de passes, Rodolfo rebateu para frente e rede. Uma desconcentração tremenda, uma falta de intensidade no jogo de arrepiar, coroada com a displicente cobrança do pênalti por Alan Bahia, a cereja do bolo, um retrato do segundo tempo.
Acho que o treinador foi contaminado pelo boquejar dos medrosos, andou dando declarações sobre a dureza do campeonato, e recuou nas suas excelentes intenções.

Don Juan precisa saber  que enquanto o Boa recebe dois milhões para a disputa, o Atlético recebe trinta, a diferença é astronômica, a derrota só seria justificada com dez gols perdidos e cinco bolas na trave a favor. Nada disso aconteceu.
A diretoria está contratando com um atraso medonho, em junho continuamos improvisando na defesa. O time que mostrou vitalidade foi para a prateleira.

A derrota abala a confiança dos jogadores, a dúvida pipoca na arquibancada, a cabeça esquenta, a boca se descontrola. Isso não é bom.

domingo, 27 de maio de 2012

TRÊS KOMBIS LOTADAS


Em entrevista à Rádio Banda B, Luiz de Carvalho, Secretário para Assuntos da Copa, o novo titular da dona Dilma para o assunto, questionado se as obras da Arena utilizam dinheiro público declarou:
O potencial construtivo é uma opção que toda cidade tem disponível para utilizar em eventos de grande apelo popular. Na gestão do prefeito Beto Richa, todas as praças esportivas da cidade foram inclusas, então a Arena da Baixada pode ser inclusa. Não é dinheiro público e não vai interferir no orçamento do município este investimento”.

No dia anterior, comissão vistoriou as obras e segundo o próprio Luiz de Carvalho “saíram satisfeitos com o que viram”.
No plano federal tudo bem. A nítida  intenção de fazer o carro andar.

Lá pelo fim da semana, na coluna “Barraco”, o doutor Mafuz revela detalhes de encontro entre representantes do Estado, da Prefeitura e do CAP, com a finalidade de assinar aditivo no valor de 30 milhões de reais e liberar o montante para o Atlético.
O que se conclui do texto é que Petraglia foi à reunião para assinar e receber os recursos e foram surpreendidos por aditivo em que os órgãos estaduais e municipais descumpriam obrigações assumidas e se propunham a realizar empréstimo ao Atlético no mesmo valor, com juros de 17% ao ano.

Na província, a nítida intenção de quebrar o carro.

O CORIVAÍ PERDEU

Pela segunda vez no Brasileiro série A, “o mais vitorioso do mundo” perdeu. Agora foi contra o Botafogo. Três a dois, um placar clássico. Troquei de canal e vi a torcida do Fogão dando adeus, vibrando e me perguntei: será que o Coritiba perdeu no Green Hell, onde ninguém sobrevive? Pois acreditem, perdeu.
Terá se tornado o Green Hell um novo Green Heaven para os adversários? Impossível com os craques vindos do Avaí, o time perder tantos jogos. Só pode ser azar.

Por falar em Coritiba, não localizei na Gazeta o desmentido do senhor Vilson Andrade exigido pelo seu amigo Domingos Moro. O prezado não sabe do que estou falando? Leia minha postagem “Morta atrás da porta”. Deve ter sido falta de espaço. O seu Vilson não faltaria com a palavra. Se alguém encontrou o desmentido, por favor, email me.

VILA OLÍMPICA
O presidente paranista foi à CBF solicitar a suspensão do comunicado que obriga a cessão da Vila Capanema para os jogos do Rubro-negro. Eu entendo. O mandatário tricolor deve ter lá seus ressentimentos. Anos atrás, o Malucelli emprestou o Fransergio para o Paraná tentar sair da segundona. Isso não se faz.

A Gralha oferece ao Atlético a Vila Olímpica do Boqueirão. Precisa reformas, iluminação, uma cara meia sola. O torcedor entorta o nariz, bota defeito.
Torcedor quer ver time ganhando. Se o Furacão funcionar, a Vila Olímpica vai ficar na porta de casa, vai viver lotada. O próprio Paraná é bom exemplo. Quando ganha três seguidas, coloca no Durival Britto umas três Kombis lotadas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

MORTA ATRÁS DA PORTA


Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o presidente do Coritiba Vilson Andrade, respondendo a declarações contidas em nota oficial emitida pelo Atlético Paranaense sob o título “Vítimas e Vilões”, onde foi classificado de traidor, declarou:

“... Mas ele nunca fez esta proposta. E depois, não só ele não o fez, como o Hélio Cury, acompanhado do Domingos Moro, estiveram na CBF solicitando que ela interferisse...”

O advogado Domingos Moro, citado no texto, foi enfático sobre a afirmação do doutor Andrade:

“A resposta dada, se realmente foi a proferida pelo digno entrevistado, NÃO É VERDADEIRA”

Em seguida, assinala o Advogado com ações nacionalmente reconhecidas na área do Direito Desportivo:

“Ouvi do Vilson que a afirmação publicada na Gazeta Do Povo NÃO FOI POR ELE DITA”

A coluna, disponível no site ParanáOnLine, é longa e revela o conteúdo da conversa telefônica entre o presidente e o Advogado. Em meio ao tricô, o parágrafo mais importante:

“Então disse ao presidente Vilson que esperava sua retratação perante o veículo de comunicação, de forma a que fosse tornado público o desmentido. Ele me prometeu que faria expediente à GAZETA DO POVO na tarde de hoje. Aguardo o cumprimento da palavra empenhada e do compromisso assumido”

Em meio a essa conversa de personagens tão ilustres, vou meter minha humilde colher.

É quase impossível que jornalista tenha incluído o nome de Domingos Moro no texto da entrevista. Só se for maluco. Se não for crime, é, no mínimo, caso de demissão.

Se o Advogado exige do presidente sua “retratação perante o veículo de comunicação”, então, entendeu que o doutor Vilson disse. Isto é, mentiu, ao dizer que não disse. Mentiu duas vezes. Perdeu o rumo.

O presidente reage como criança pega fazendo peraltice frente à mãe com o chinelo na mão. Para os anti-palmadas, o chinelo é daqueles bem fofinhos.

Faz muito tempo que não compro um jornal impresso. A Tribuna tinha ótimo espaço dedicado ao torcedor, desaparecido com a necessidade de noticiar times de Rio e São Paulo. Com ele desapareceu meu interesse pelo papel.
Hoje, ali pelas nove horas, quando o sol aparecer, vou fazer meu retorno triunfal à banca, vou comprar a Gazeta, procurar a retratação do presidente coxa. Depois de ler e reler, e procurar entender, vou aconselhar ao Domingos voltar à infância e fazer a pergunta pega-mentiroso ao Vilsinho encabulado: jura pela mãe morta atrás da porta?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

LEÃO SEM JUBA


O atleticano vai ter que esperar por melhor apresentação na Copa do Brasil. Já fomos por algum tempo vítimas da primeira rodada, agora estamos empacados nas quartas de final. Tudo a seu tempo.

Desta vez foi Maikon Leite, velho conhecido, que nos tirou da disputa. No primeiro jogo entrou e fez o gol de empate, no segundo, substituiu aos 21 e aos 23 construiu a jogada do primeiro gol palmeirense. Para defesa que conhece muito bem a velocidade do atacante, faltou no mínimo atenção.

Como em todos os confrontos decisivos do ano, Don Juan entrou com três volantes. Vou repetir: três volantes é muito esforço para pouco resultado.

Mesmo com Deivid, Bahia e Zezinho, fez bom primeiro tempo, manteve a posse de bola, esteve presente no ataque e chegou a perder um gol com Bruno Mineiro. O meu velho amigo deve ter lembrado deste que escreve e emitido um lastimoso “eu não disse, Ivan!”. Não foi por causa do Bruno Mineiro que perdemos o jogo, mas aquele golzinho, um bom chute de primeira, iria ajudar muito.

A decisão ficou para a segunda etapa. Esperava que Don Juan entrasse com Ricardinho e mantivesse Guerrón, fosse para o tudo ou nada. Nada. Trocou Guerrón por Edigar Junio. Optou pela manutenção do esquema, pelo um a zero heroico. A partir da substituição, o dois a dois ficou impossível – se existe impossível em futebol –, um mísero gol do Palmeiras e a passagem de volta em ônibus de terceira estaria carimbada. O carimbo demorou, demorou e chegou no gol de Luan.

O segundo gol veio na jogada óbvia. Acho que já virou tradição levarmos gol de cabeça em escanteio contra o Palmeiras. Até o coxa Chico já fez.

A chance de passagem começou a desaparecer na Vila Capanema. Um pouco mais de apoio da torcida naquele jogo e poderíamos sair com melhor resultado. O Palmeiras colocou 17 mil torcedores em Barureri, lá no fim do mundo, nós uns 8 mil na Vila. Temos que adotar o campo da Gralha o mais rápido possível. A diretoria tem que negociar com o Paraná e evitar prejuízo maior.  

Don Juan deve optar entre os três atacantes que o transformaram em notícia e os três volantes, pais do sofrimento sem retorno. Com três volantes perdeu tudo em que se meteu. A diretoria contrata um atacante por semana certamente para atender seu pedido.  Se for para deixar no banco, melhor seria contratar o zagueiro que o Atlético não tem e eu imploro há meses.

Até terça-feira próxima, o Atlético descansa para enfrentar o Boa Esporte em Varginha. A torcida vai ter que repensar sua posição em relação ao time. Já ficou longe tempo demais. Temos a quinta torcida mais temida pelos adversários. Quando vai a campo. Na poltrona, é um leão sem juba.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

MUITAS EMOÇÕES


O Atlético, que cozinhou o Joinvile em banho-maria, vai a Barueri enfrentar um Palmeiras com pressão máxima. Marcos Assunção já afirmou que em caso de desclassificação a cobrança pode ficar insuportável. Fala-se até que o verdão teria aumentado de dois para quinze mil reais o bicho para a passagem de fase.

As turmas do limão e do amendoim estão buzinando no ouvido do Felipão. O empate com a Portuguesa acendeu a luz vermelha. O técnico gaúcho que reclamou do desafino das vaias e recomendou mais treinamento à “porcada”, já sinalizou que não deve renovar com o Palestra.

Frente a esse cenário, Don Juan pode esperar jogo de alta intensidade. Terá que se cuidar com a bola aérea, os chutes de fora e as faltas forçadas na entrada da área. São as armas a serem usadas pelo Palmeiras.

Todas essas ações terão mais força se o Atlético permitir que volantes e defensores palmeirenses ultrapassem a linha do meio campo.

O 442 com três volantes tem a particularidade de atrair o adversário. Um risco. O entrosamento da defesa pode transformar o perigo em benefício. O futebol atual tem dado exemplos de que defesas muito bem armadas, articuladas a contragolpes eficientes ganham campeonatos.

Resta saber se Deivid, Alan Bahia e Zezinho, auxiliados por Ligüera e Edigar, conseguirão fechar a frente da área rubro-negra sem faltas em excesso. Se os laterais evitarão cruzamentos e escanteios. Se Ligüera, Edigar e Bruno Mineiro conseguirão contra-atacar com objetividade.

As ausências de Daniel Carvalho e Hernán Barcos podem facilitar o trabalho defensivo. Uma bem possível ansiedade palmeirense, uma busca excessiva pelo ataque pode abrir as portas do gol de Deola.

O desenvolvimento do jogo conduzirá o plano tático. O placar fechado reforçará a intenção de defender e contra-atacar. Um gol do Palmeiras levará ao jogo aberto, à busca da virada ou do empate por muitos gols.

O segredo estará na composição do banco de reservas. O Atlético tem elenco para realizar as duas ações táticas, atacar e defender, em boas condições. Entrar no jogo a cem por hora e adequar-se com acerto às circunstâncias nos levará à semifinal.
O Atlético pode começar com a tração ligada e conforme o andar da carruagem soltar os cavalinhos e ir ao ataque para o tudo ou nada. Essa é apenas uma possibilidade. Tudo vai depender da cabeça de Don Juan. Jogo para muitas emoções.

terça-feira, 22 de maio de 2012

A MELHOR DAS SAÍDAS


De olho no programa esportivo me deparo com as repercussões da final da Champions League vencida pelo Drogba. O assunto passa para a organização do campeonato alemão, campos lotados, o campeão Borussia Dortmund com média de 80.000 expectadores a cada jogo.

Com os times com ações na bolsa, apenas três tem dono, a Bayer e a Volkswagen são os proprietários, a fiscalização é dura, impossível o time deficitário. Bem parecido com o futebol nacional.

Para dar um exemplo caseiro, a última notícia afirma que o Coritiba Foot Ball Club deve 114 milhões. Certidões Positivas de Débitos Trabalhistas certificam que o mesmo Coritiba consta do Banco Nacional de Devedores Trabalhistas em face do inadimplemento de obrigações em 30 processos.
A Dona Angela Merkel non gostarrr desse Corrritiba.
Sobre a possibilidade da compra de equipes por xeiques, sultões e milionários russos, a exemplo do futebol inglês, a negativa é definitiva. Por quê? Porque pode ser muito bom para a equipe a receber fortunas do endinheirado, mas é muito ruim para o campeonato. O coletivo está acima do individual. Bem parecido com o futebol paranaense.

A nota “Vítimas e Vilões”, publicada no site do Atlético, mostra o baixo nível com que a diretoria do Coritiba Foot Ball Club conduziu as negociações sobre o empréstimo do Estádio Couto Pereira para o Rubro-negro durante o período de obras para a construção da Arena Copa do Mundo.

As acusações são surpreendentes e devem, obviamente, ser respondidas pela diretoria alviverde, por certo com as sempre indignadas ações judiciais.

Vejo o torcedor coxa apaixonado pelo senhor Vilson Andrade. Vitórias em campo cegam o fanático para os outros aspectos da administração do seu clube.

Com a dívida ultrapassando os cem milhões, o oficial de justiça batendo na porta, os principais atletas negociados, o time uma filial do Avaí rebaixado, as acusações de Petraglia colocando à mostra falta absoluta de cumprimento de compromissos assumidos, o torcedor coxa vive da conquista do campeonato Paranaense e de miragens alimentadas pela mídia, a principal delas a tal arena alviverde.

O conselheiro do Coritiba deveria ter outro olhar sobre a atual situação do seu “club”. Seria conveniente exigir de seus dirigentes atitude mais responsáveis, principalmente com relação aos acordos firmados pela instituição Coritiba. Se os financeiros são quase incontornáveis, os morais deveriam ser cuidados com maior atenção e firmeza. Uma certa dose de sangue germânico nessas coxas-brancas seria muito bem-vinda. 

A CBF acaba de definir a Vila Capanema para os jogos do Atlético no Brasileiro. O episódio serviu para mostrar o individualismo constrangedor com que a diretoria coritibana trata o futebol da capital do Estado. E pensar que um dia o Petraglia imaginou a Arena Atletiba.
Com a dívida em crescimento, a justiça de olho no patrimônio, a fábrica de sonhos a todo vapor, a diretoria questionada em sua capacidade de cumprir acordos, a venda para um multimilionário russo pode ser, para o “mais vitorioso do mundo”, a melhor das saídas.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

CAMINHO CERTO


Eu avisei que era para confiar.

O retorno do Atlético à série B teve jeito de jogo treino. Venceu com sobras adversário motivado pela conquista do título da C em 2011, ótimo desempenho no Catarinense, empurrado pelo ânimo bem-criado da sua torcida. 

O Joinvile teve bons momentos na partida, principalmente nas bolas aéreas. A defesa tem que se cuidar. Podia ter aberto o placar logo nos primeiros minutos, não o fez e foi vencido sem opor maior resistência.

A numerosa torcida do Atlético, que foi comer pato recheado em Santa Catarina e aproveitou para conhecer a arena barriga-verde, foi premiada com os quatro gols que definiram a goleada.

Os gols têm que ser analisados dois a dois. Os dois primeiros tiveram origem na bola parada de Paulo Baier, algo que estava meio ausente nos últimos tempos. Uma falta para Bruno Mineiro cabecear, um escanteio para Manoel finalizar das alturas. Dois a zero para dar tranquilidade em começo de campanha.

Um pênalti – jurei não falar mal da arbitragem neste Brasileiro – e o Joinvile diminuiu no início do segundo tempo.

Aí veio o segundo casal de gols. Bruno Mineiro passa a Ligüera na intermediária ofensiva, o uruguaio dá grande passe para Baier entrando pela direita, daí a assistência para Fernandão fazer o primeiro com a camisa do Furacão. Ligüera foge da marcação pela direita do ataque, passa a Bruno Mineiro que, em grande assistência de cabeça, deixa Renan Teixeira livre para marcar.

Por que estou descrevendo para o amigo os gols que ele já cansou de ver? Porque é necessário afirmar e reafirmar a variedade de jogadas ofensivas constantes do cardápio Rubro-negro. Isso não cai do céu, é fruto do trabalho diário, da disposição dos jogadores em servir o companheiro, atender ao conselho do treinador.

Já elogiei, agora vou fazer minha crítica. Acho que com Fernandão e Bruno Mineiro no ataque, o time perde a velocidade que é seu forte quando tem Ricardinho/Edigar e Guerrón pelos lados do campo.

O amigo vai dizer que Fernandão puxa a marcação e facilita para outros cabeceadores na bola parada. É bem possível. Pode apresentar os dois primeiros gols como prova e vou ter que aceitar. Tudo é uma questão de preferência, de momento, de como o adversário se revela. O Joinvile é um, o Palmeiras é outro. Eu prefiro o jogo veloz pelos lados.

Além de revelar a eficiência coletiva atleticana, o jogo serviu para demonstrar, mais uma vez, a apurada técnica individual de Paulo Baier e Ligüera, e a qualidade do cabeceio de Bruno Mineiro. Velho amigo vai me colocar no paredão por enxergar virtude em Bruno Mineiro. Que é que eu posso fazer?

Posso continuar a dizer ao amigo que confie. Mesmo com meu juízo crítico posto em dúvida, com incertezas abafadas no peito, acho que estamos no caminho certo.

sábado, 19 de maio de 2012

CONFIE RUBRO-NEGRO


O dia amanheceu, corri os olhos pelas manchetes virtuais de nossos principais informativos e senti a ausência dos vampiros que diariamente tem atacado o meu Furacão. As notícias estão dentro de uma assustadora normalidade. Até ontem, as carótidas atleticanas eram mordidas sofregamente a cada manhã.

Os custos da Arena os olhos da cara. O emocional da equipe uma lástima. O treinador um destemperado. A segunda divisão um calvário, o Atlético frente ao dragão de sete cabeças, prestes a tropeçar nos seus esburacados campos de caça, ser deglutido sem dó.

Don Juan frito com um pingo de azeite, muita cebola, um dente de alho, sal e pimenta a gosto. Seria bom saber quem a turma em vermelho e preto tem para colocar no lugar do técnico uruguaio. Ano passado foi Adilson Batista. Solaparam Geninho e escalaram o amigo Capitão América, timoneiro hábil em transformar o Atlético num gigantesco Titanic. Após sua saída, ninguém mais deu jeito.

O atleticano tem que ficar alerta.

O Furacão perdeu o Paranaense nos pênaltis, nada ficou devendo ao adversário enaltecido diariamente em cada poste de esquina duvidosa. Eu não esqueci o Atlético de ontem e vejo o de hoje muito superior.

Don Juan colocou o time para jogar, há solidariedade entre os setores, os jogadores entenderam sua filosofia, mesmo com elenco pouco experiente em algumas posições enfrentou Cruzeiro e Palmeiras sem medos. Críticas todos temos.

Só não dá para creditar a queda de rendimento na segunda fase contra os “porcos” a suposto desvario ofensivo que o treinador impôs à equipe no período inicial, esquecendo-se a desgastante sequência de jogos decisivos. A vampirada perdeu o rumo.

Mal o crepúsculo vespertino aponta e eles se remexem nos túmulos, se espreguiçam sedentos do nutritivo sangue rubro-negro. Pálidos ainda, afiam os dentes imaginando as veias grossas do colo que os alimentou por uma vida inteira.

O torcedor rubro-negro tem que sentar frente ao computador com um colar de cabeças de alho no pescoço. Abrir o jornal com uma estaca de madeira ao alcance da mão. Assistir a TV com uma cruz pronta para a religiosa defesa. 

Alerta contra o piá-vampiro, o drácula-senil,  protegido contra todas suas formas de atuação, o atleticano poderá ver seu time iniciar o retorno à primeira divisão com o sangue doce. O Atlético tem equipe em condições de caminhar na direção do raiar do dia com seriedade, competência e, mais importante, renovado espírito rubro-negro. Tem um povo ao seu lado, que o segue em toda parte.

Esta triste noite passará, as assombrações ficarão pelo caminho.

Hoje começamos a caminhar rumo ao nosso  verdadeiro e gigante destino.
Confie rubro-negro.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

DEVER DE CASA


Antes do início do jogo com o Palmeiras, a diretoria do Atlético deveria entregar uma placa a Don Juan pela inédita permanência à frente da equipe após a perda do campeonato paranaense. Até vencendo o Coritiba em partida final, perdendo o campeonato, Ney Franco foi demitido no dia seguinte. Fazia ótimo trabalho. Transferiu-se para o coxa e levou o time verde à primeira divisão. Ao final da partida, parte da torcida pedia a saída de Don Juan.

O empate em dois a dois ferveu a cabeça do torcedor. De tudo que disse, gritou, uma verdade cristalina. O “queremos jogador” é legítimo e justo.

Se a diretoria mostra finalmente ponderação ao manter Don Juan, demonstra incapacidade primária na contratação de jogadores. Senão, vejamos a defesa do time de ontem.

Cleberson, um zagueiro na lateral direita. Foguinho um volante na zaga. Zezinho, um volante com vocação ofensiva na lateral esquerda. O único exercendo sua função de ofício, Manoel. Impossível equipe às vésperas de entrar em campo pela série B – hoje tive aquele momento triste de pedir inclusão da série B no meu pacote NET, obrigado Malucelli –, ter uma defesa com três jogadores improvisados.

O elenco não tem, ou se tem são muito fracas, reposições para sua defesa. Até Pablo que substituiu Cleberson, possivelmente pelo amarelo recebido ainda no primeiro tempo, é atacante de infância. O zagueiro Rafael, único reforço contratado para o setor, é um Morro Garcia em versão defensiva. Jogou uma pelada contra o Malutron e fim de guerra.

Mesmo assim, o time joga bem, a defesa consegue sair jogando, ataca, faz gols e perde gols. O gol perdido por Ligüera é inacreditável. Nos daria uma folga imensa no placar. Esqueci de dizer que leva gols, o problema é que o adversário joga e é o Palmeiras, em crise eterna, mas é o Palmeiras do seu Felipão. Maikon Leite que fez sucesso no Furacão 2010 e autor do segundo gol verde, é reserva no porco.

Don Juan citou o cansaço como causa da queda do time na segunda etapa, o que é inegável. Jogando decisões quarta e domingo, o Atlético enfrentou o Palmeiras em férias desde sua eliminação nas finais do Paulista. Faz diferença. A fadiga fez Ligüera render abaixo do seu potencial no tempo final e poderia ser substituído. Aí não entendi.

Don Juan, que sempre faz as três substituições, ficou nas duas. Trocou Guerrón que era o escape do Rubro-negro para o ataque e pôs fim às esperanças. Cabeça de treinador. Pelo menos manteve os três atacantes, sua marca registrada, fonte de gols em todos os jogos.

Por falar nisso, o segundo gol teve início em impedimento de Guerrón. Precisamos passar a ver a arbitragem de outra forma. Saímos do Paranaense, agora os árbitros errarão para os dois lados, como em todos os campos deste planeta bola, à exceção...

A torcida não precisa se desesperar. O resultado na volta pode nos levar à semifinal. É uma possibilidade real. Ano passado vencíamos o Vasco campeão em São Januário e perdemos a classificação nos minutos finais. O fator campo-torcida está minimizado. É outro jogo, o Felipão já pensa em jogar no Brasileiro com reservas, sinal de apreensão.
O time é confiável, mesmo cheio de improvisos luta organizadamente os noventa minutos. A diretoria tem que rever seus posicionamentos. Até agora, não fez o seu dever de casa.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

ADORMECER O TEXTO


Quem te conhece melhor que os teus filhos? Ninguém. Os filhos te observam há anos, têm você como exemplo, mas conhecem teus defeitos. Quem não os têm?

O amigo diria que a esposa o conhece melhor que as crianças. Sem dúvida. Ela conhece todos os teus senões, já se acostumou a eles, acha difícil obter mudança, só se manifesta quando a saúde do consorte é colocada em risco. A última vez que a minha se manifestou foi quando estive prestes a entrar dentro da televisão para matar o Cléber Santana. Sou um caso típico de com sorte.

Os filhos são mais bocudos. Começo a me agitar já vão se intrometendo, lembrando minhas frases, os ditos que herdei dos velhos e lancei mão para lapidar as pedrinhas, hoje rochas poderosas. O mais usado é “quem tem a boca grande não vai à festa no céu”.

Estou indignado, começo a lançar meus venenos, lá vem eles com o dito apaziguador, às vezes seguido de um terapêutico “olha o coração!”. Eles me conhecem e, de certa forma, me modificam.

Acabado o jogo horrível, escrevo e coloco o texto para dormir. A noite acomoda os sentimentos, amortece o erro do zagueiro, encolhe os erros de passe, dá algum sentido às mudanças do treinador, suaviza a amarga atuação do homem de preto. Acordo para deletar, substituir, suavizar, trocar o quase palavrão pela palavra amena.  

Por esquecer o velho adágio, o Atlético está cada vez mais longe da festa no céu. Com ou sem razão, envolveu-se em luta com duas corporações importantes para o clube, imprensa e companhia de árbitros.

Da refrega com a arbitragem deu ao Coritiba, de graça, o paraíso.

Do duelo com os jornalistas, conseguiu manchetes negativas, textos eivados de realidades duvidosas, o assunto sempre analisado com vistas ao descrédito da diretoria, da instituição Atlético Paranaense. Exemplo disso é o noticiário sobre a construção da Arena. Dou um doce de abóbora em forma de coração, feito na hora, cascudinho por fora e molinho por dentro, para alguém que encontre na mídia opinião favorável.

O uso do twitter e sua comunicação automática maximizou a desgraça. Como o drible que se transformou em ofensa moral, a fala do dirigente se transformou em injúria, é caso de processo. Hoje, o lendário ex-presidente do Flu, Francisco Horta, célebre provocador,  mesmo com a imprensa carioca esperta em promover o espetáculo,seria um vilão da pior espécie.

Como militar que fui, sei como ganhar uma guerra e jogar o esforço fora ao perder a batalha da comunicação. Até hoje amargo bobagens diárias, escritas e faladas, muitas delas pensadas e ditas por engravatados criminosos.

O Atlético está nesse nível. Qualquer escriba de fundo de redação fulmina o Rubro-negro com seu trabuco-teclado. Chega a irritar.
Ninguém em sã consciência pode dizer que o Rubro-negro colherá bons frutos seguindo essa trajetória conflituosa. O torcedor já está cansado de perder no campo e na história. É bom pensar um pouco no céu, no mínimo, adormecer o texto.

BALANÇAMOS O FELIPÃO


A provável escalação do Atlético contra o Palmeiras traz de volta os três atacantes. Guerrón, Bruno Mineiro e Edigar Junio treinaram e podem jogar. É uma ótima notícia. Respirar o ataque me faz bem.

Treinadores normais são sempre imprevisíveis, imagine o nosso Don Juan. Pensei que contra o Coritiba na final, os três atacantes estariam presentes, podendo ser substituídos por outros atacantes, mas mantendo-se as três adagas no pescoço coxa. 

A linha de jogadores para o Hino, para mim, foi um balde de água fria. Três volantes me lembram Adilson Batista, origem do maior dos nossos desastres. Não gosto do esquema. É muito trabalho duro para pouco resultado. Quase deu certo.

Tivéssemos vencido nas penalidades, alguém poderia dizer que o empate foi fruto do esquema, três volantes nos teriam dado um campeonato. O troféu cria heróis do dia para a noite.

Disse que não gosto do esquema, não que estou certo, que os jogadores são limitados, que o técnico errou ao mudar a cara da equipe. A minha escalação poderia ter nos rendido outro desastre. Quem sabe? O time fez um bom primeiro tempo. Faltou o gol.

Faltaram também a velocidade e a jogada vertical. Contra um time estacionado na defesa, o Atlético ficou na marcação. Guerrón parado na frente do lateral não é o mesmo equatoriano que dribla em movimento, partindo prá cima, obrigando o adversário à falta desclassificatória. A falta do centroavante facilita as coberturas, anula as jogadas de ultrapassagem com o pivô, os volantes adversários tem maior facilidade para ler o jogo e marcar com presteza.

Já é quarta-feira e eu continuo chorando o domingo? Nem pensar.

Só vejo muitas semelhanças entre o Coritiba e o Palmeiras do Felipão, por natureza um time muito defensivo, com rápida recomposição ataque-defesa e coberturas muito eficientes. Sem grandes estrelas, mas carregado de operários.

Por isso, fico animado com Guerrón, Bruno e Edigar. Podiam ser Guerrón, Edigar e Ricardinho. A presença de Ligüera acelera o ritmo e pode colocar esses atacantes em vantagem sobre seus marcadores. Bastará então a ousadia para agredir e marcar.

Com a cabeça no ataque estou esquecendo o não sofrer gols fundamental. Já vi o Atlético estar ganhando de três a zero do Corinthians e levar dois nos minutos finais. Foi-se a vantagem.

O Rubro-negro amadureceu no comando de Don Juan. Vai jogar de mano com o Palmeiras, podendo soprar a brasa da crise que sempre ronda a italianada do Palestra. Já tiramos o emprego do Mancini. Uma boa vitória hoje e balançamos o Felipão.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CAMPÕES NACIONAIS


A bola bateu na trave e entrou. Coritiba campeão. Para atleticano como eu, com anos de arquibancada, se depender de sorte contra o Coritiba, o Atlético pode colocar a viola no saco. Se a nossa grandeza depende de ganhar do coxa, se isso de algum modo nos incomoda,  o caminho é a competência, o crescimento sólido e contínuo. Precisamos transcender os limites da província castradora, atingir níveis superiores.

A imprensa vai enaltecer o trabalho vitorioso do adversário. Ao vencedor as goiabas.

Só não pode criar fôlego para procurar culpados no lado rubro-negro, aproveitar-se do momento para atacar diretores, criticar treinador, lançar Guerrón ao fogo do inferno. Se assim o fizer, estará sendo leviana.

O Atlético está trilhando caminho dos mais corretos. Com treinador uruguaio montou time à base de retornos, pratas da casa e poucas contratações. Com essa equipe, jogou as duas partidas da final em igualdade de condições, só não venceu a primeira por clara interferência externa. Perdeu o campeonato nas penalidades. Acontece.

Quarta-feira, jogará contra o Palmeiras, na Vila CAPanema, 19:30 horas, a classificação para a semifinal da Copa do Brasil. A vitória é real possibilidade. Sábado uma carreata estará acompanhando o time para Joinvile, início da caminhada de volta à primeira divisão. Estamos mais do que vivos.

No último dia 10, em debate público promovido pelo Comitê Local de Mobilização Jogos Limpos, com menos de 40 participantes, a senhora Alzira Angeli, chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Paraná, lamentou: “É frustrante o fato de que não se consegue a mobilização necessária. É uma falha da sociedade. Essa sala deveria estar cheia de pessoas interessadas em questionar”.  

Dona Alzira parece desconhecer que pessoas são interessadas em empregos, em melhorias urbanas, em crescimento profissional. O desejo de progredir em todos os níveis é inerente ao ser humano, nunca uma falha da sociedade, daí a distância do seu projeto. Atuar como defensor do recurso público é dever da autoridade, mas tudo poderia ser feito sem empatar o andamento da obra.

Como esse é o objetivo, a Arena demora. Demora, mas, mesmo ali, continuamos vivos.

O atleticano lê, quer acreditar no que escrevo, mas a derrota o desanima.

Amigo, não é hora para desânimos, momento para procurar culpados, usar sem freios tacapes que lhe colocam nas mãos ingênuas.
É hora de união, de empurrar o Atlético em todas as instâncias. Pênalti já perdemos até em final da Libertadores. Esse eu lamento todos os dias. Quero voltar àquela final, disputar o título que é do meu tamanho. O caminho para o sonho passa pelo verdão verdadeiro, quarta-feira. Vamos, o sofrer é motor da evolução.  Daqui a seis rodadas seremos campeões nacionais.

sábado, 12 de maio de 2012

SÁIMOS NA FRENTE


O noticiário aponta para a presença de Rafinha no clássico. Entro no prédio e puxo conversa com o meu porteiro coxa, falo no recuperado e ouço algo surpreendente: “O Rafinha nunca jogou bem contra o Atlético”. Os olhos do amigo mostram preocupação, ri tentando sair do baixo astral incompreensível e conclui esperançoso: “Temos que confiar no Carrasco, as substituições dele nos salvaram nos outros jogos”. O elevador chega e entro pensativo nas afirmativas do sábio de uniforme.

Dentro da cabine de aço inoxidável encontro outro coxa, outro boa gente, infeliz na escolha, mas boa gente. Um homem sério. Segue papo sobre viagem para a Europa que grupo de amigos fará ainda este mês. O Atletiba fica fora de foco até o elevador parar para a descida do verde viajante. Aberta a porta cutuco: “E o jogo?” A resposta é curta: “Confiamos no Guerrón”.

Chego em casa e vou para a varanda assistir o fim de tarde com a Arena em primeiro plano, um entardecer chuvoso, cinza, nebuloso como as afirmações dos coxas, para meu juízo estranhamente tensos.

A neta aparece no colo da avó e, estimulada pela mãe duas vezes, manda um beijo estalado para o velho pensativo. Na cabeça de nove meses uma larga fita preta coroada por enorme flor vermelha torna os olhos azuis turquesa ainda mais intensos.

O estalo do beijo angelical aclara meus pensamentos. Os coxas confiam nos erros do Atlético para vencer a partida. Desconfiam do seu melhor jogador. Concluo. O pequeno universo da torcida coxa ao pé da obra não tem fé no time, suspeita do treinador, receia o mau resultado dentro de casa.

Por quê? A virada no jogo passado assustou o torcedor alviverde confiante demais no time do seu Marcelo? A certeza absoluta de que o Atlético faz gols em todas as partidas lança sombras? A ideia de que o Rubro-negro tem perdido os clássicos vítima de seus próprios erros cria dúvidas? A consciência envergonhada pela chegada à final com o  real subsídio da arbitragem abala a crença?

O amigo pode ajudar com suas conjecturas. Certo é que o torcedor coxa perdeu a fé. Viu o jogo em Minas e tomou um susto. Sabe que o Atlético tem praticamente dois ataques para buscar a vitória. Vê Vanderlei tremendo embaixo das traves, Demersom um buraco na defesa, Tcheco com a cabeça em declarações pós-jogo, Rafinha um recuperado sem vigor para o clássico.

O sentimento do torcedor é termômetro eficaz. O coxa canta vitória e esconde no peito sentimento depressivo. O atleticano fala em campeonato e confia na ótima fase, nos tantos meninos cansados de ganhar do coxa nas divisões de base.

O neto chega da escola e lamenta o tempo ruim, não podemos descer para o futebol de fim de tarde. Ontem, representando o Atlético, vencemos por nove a zero a América Latina. Donde ele tirou essa América Latina não sei. Não me pergunte. Eu só ajudo. O guri já nasceu CapGigante.

Se você me perguntar sobre o resultado do clássico, tenho uma resposta fácil. Na cabeça da torcida, saímos na frente.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

VAMOS PRÁ CIMA PAQUITADA!


Contra o Cruzeiro cheirando a mofo, a juventude do Atlético, a coragem produtiva do La Dinamita e a inteligência de Ligüera levaram o Atlético às quartas de final da Copa do Brasil. Uma partida para encher o atleticano de otimismo e colocar os coxas com as orelhas em pé.
O ponto alto do Atlético foi o equilíbrio entre defesa e ataque.

Desde o início com presença ofensiva, o Rubro-negro de três volantes manteve a Raposa com um olho no ataque, outro na defesa, sem poder se lançar sem reservas na busca de seu objetivo principal, os gols que reverteriam o resultado negativo colhido na Vila CAPanema.
Don Juan conseguiu com o seu trabalho fazer do Atlético uma equipe mais consciente, tranquila, em que a defesa consegue sair jogando, esquecido o rifar da bola, as cabeçadas defensivas sem direção, que tanto nos maltrataram ano passado e ainda no começo deste 2012.

Até o lançamento longo, a jogada vertical tão ao gosto de Don Juan, acontece com melhor qualidade, deixou de ser uma entrega voluntária da posse de bola ao adversário. Sem afobações, com o acerto de passes em crescente melhora, o time tem bom rendimento, cria reais chances de gol e tem recomposição defensiva em tempo de socorrer a primeira linha de defesa.
Ainda não é o sonho do atleticano, que gostaria de saber a escalação da sua equipe na ponta da língua. Creio que isso nunca vá acontecer. Quem sabe tenhamos que mudar de hábito. Mudanças são sempre positivas.

Para ser específico com relação ao jogo, Alan Bahia, para mim o suplente primeiro de Baier na frente da área, substituiu o amarelado Renan Teixeira e deu cadência ao setor. Errou alguns passes, mas foi eficiente na função. Impossível criticar Patrick pelo pênalti em Wellington Paulista. O juiz caiu na armadilha. Guerrón, Ligüera, Deivid e Manoel realizaram magnífica partida.
Só para não perder a mão, vou fazer uma crítica no sentido do crescimento da equipe. Bruno Costa tem que se conter na saída da área. Sai para caçar e normalmente erra o bote. Por vezes, Héracles está marcando o ponteiro e, ao invés de fazer a cobertura, Bruno ultrapassa o menino para marcar o já imobilizado. Um excesso.

O Cruzeiro joga com dois atacantes e isso obrigou Bruno a manter a posição, o que lhe dá melhor performance. Contra equipes como o Coritiba, que joga com um dos atacantes voltando muito, Bruno pode cair no engodo, sair da área e criar um buraco no meio da área. Atacante que volta passa a ser responsabilidade do volante.
Fora isso, gostei de tudo. O Atlético ganhou entrosamento, equilíbrio e intensidade no jogo ofensivo. É um time de respeito, com tantas novidades que dificultam o planejamento inicial do oponente. Vamos para a final com grandes chances de vitória no tempo normal.

Ousadia e permanência no ataque, segurança redobrada na defesa, equilíbrio tático e emocional, é isso que eu espero no domingo. Diferente de mim, despreocupada de tudo, coração em festa, a rubro-negra encantadora solta seu grito jovem e irreverente na rede social: “Vamos prá cima paquitada!”

terça-feira, 8 de maio de 2012

NÃO VAI FAZER A MENOR FALTA


Chego no barbeiro, sento à espera do corte dos poucos cabelos, abro o jornal na página de esportes e dou de cara com um tal de Leonardo Mendes Jr. Leio dois parágrafos e peço socorro a Nelson Jobim.

Na festa dos 80 anos de FHC, Jobim lembrou a frase de Nelson Rodrigues sobre os idiotas de outros tempos, que “chegavam devagar e ficavam quietos”, e avançou perigosamente: “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”.

O rapaz, que tem um primo usuário de seu computador para tuitar bobagens, é dele a afirmativa, é um desses esquecidos das modéstias de suas inteligências. Dono da verdade, sibila contra a instituição Atlético Paranaense, simulando defender sua história. Peçonhento, tenta lançar a torcida contra seu presidente.

Sem comedimentos, acusa Petraglia de administrar o Atlético “à base de bravatas e socos na mesa, que aponta o dedo para outros com a única finalidade de encobrir seus erros, que busca o conflito permanente para posar de perseguido nas derrotas e herói nas vitórias”. É grave.

Poderia dizer ele quais os erros de um presidente de clube que na Copa do Brasil vai a Minas com reais chances de seguir em frente, chega à final no Couto Pereira sem auxílios e com reais chances de vitória, tem que virar leão para trazer a Curitiba os imensos benefícios da Copa do Mundo, contra todo mundo.

Aponta os presidentes de Santos e Corinthians como exemplos, um carregado pelo magnífico futebol de Neymar, outro levado nas costas por um Presidente da República sem recatos. Compara Paraná a São Paulo. Compara Leonardo Mendes Jr a Tostão.  

Farto no veneno, parco no argumento, demonstra sobremaneira indigência visual ao não enxergar nas arbitragens do atual Paranaense franco auxílio à campanha coritibana, só para lembrar, três gols em impedimento nos dois últimos clássicos. Se o auxílio é intencional ou apenas uma ruinosa sequência de erros, é outro problema, mas que é evidente, nem o meu porteiro coxa duvida.

Como curitibano de fé, sofri com o fim do Britânia, do Bloco Morgenau, do Primavera, das lojas Hermes Macedo, Prosdócimo, do Mercadorama legitimamente paranaense, de tantos símbolos da cidade que foram desaparecendo com o tempo.
A Gazeta do Povo é um fenômeno de resistência ao avanço externo. Já torci muito pelo seu esforço. Com esse tipo de colunista, confesso ao amigo, pode entregar pros paulistas. Não vai fazer a menor falta.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

PAZ SEM IMAGEM É MEDO


A preocupação em não incentivar a violência entre as torcidas é o único motivo para que a geradora das imagens do Atletiba não tenha mostrado, na sequência do lance, o impedimento de Anderson Aquino no segundo gol coritibano.

Tomada ciência da imagem do erro capital, mais uma vez em benefício do alviverde, o torcedor atleticano, já no limite da sua paciência, poderia partir para o vandalismo tão comum em finais de Atletiba.

Assim, teria a ausência da imagem um fim nobre, mesmo que em completo desacordo com as finalidades da prática jornalística de alto nível. Seria também comprovação óbvia do desastre que é a arbitragem paranaense.

Não se justifica, entretanto, na cobertura da segunda-feira, que um mísero “adiantado” escondido no texto seja a forma de se apontar a falha bisonha do assistente, para se ficar apenas no campo técnico da análise.

Ao diretor, gerente, chefe ou qual seja o cargo do responsável pelo esporte da RPC vou propor pequena modificação em slogan muito em voga na sua emissora: PAZ SEM IMAGEM É MEDO.

QUARTA E DOMINGO


Atlético e Coritiba empataram. Quem ganhar domingo próximo é o campeão paranaense. O atleticano pode achar que ficou fácil para o Coritiba. Só se acreditar que torcida ganha jogo, o que é um mito, o jogo se ganha no campo, e, no campo, ficou claro que o alviverde não é superior a um rubro-negro desfalcado.

A partida foi definida por falhas tremendas das duas defesas.

O Coritiba contou com o auxílio de Bruno Costa nos dois gols. Tomou um drible no meio do campo – o que esse abençoado foi fazer lá no meio da rua? –, Manoel e Héracles recuaram sem dar combate, lance muito parecido com o segundo gol coxa no clássico passado, o chute saiu fraco, rasteiro e colocado. No segundo, o zagueirão carimbou o adversário, a bola sobrou para o passe e o chute fraco, rasteiro e colocado. Terá o coxa descoberto que a vulnerabilidade de Vinícius é a bola rasteira?

O Atlético contou com a ruindade cinco estrelas do zagueiro Demerson e o peito de aço do goleiro do time das bitocas. Esquecesse eu a luta de Ligüera em ambos os gols, cometeria falha indesculpável. Ligüera foi o melhor jogador rubro-negro. Enquanto esteve em campo, vencíamos.

O Furacão foi mais contundente os noventa minutos. Com um time de meninos, teve mais chances de gol, carimbou a trave no chutaço de Taiberson, perdeu chance clara com Furlán no princípio do jogo, teve pênalti não marcado sobre Zezinho.

Evandro Rogério Roman deu a vitória ao Coritiba sobre o Londrina no returno. Anulou dois gols do Tubarão, um deles em que Vanderlei conseguiu jogar a bola para dentro das próprias redes. O goleiro coxa está em fase de dar dó.

Entrou na final para não dar amarelos, era o seu critério. Deixou de expulsar Lincoln no princípio da partida em entrada criminosa sobre Furlan. Não queria apitar, tendo que cumprir tabela, levou o jogo em banho-maria. Ao acomodar foi omisso e prejudicou o Atlético. Petrglia deve insistir na arbitragem de fora.

A necessidade de resguardar Ligüera para o jogo de quarta contra o Cruzeiro trouxe dificuldades para o Atlético. As substituições de Don Juan facilitaram o avanço coxa, a aproximação da área, o erro e o gol de empate. Ficassem Ricardinho e Ligüera mais dez minutos em campo, poderíamos ter vencido. Achei as substituições necessárias, mas prematuras.

Don Juan não gostou do empate, atleticanos e coxas não deveriam gostar. Jogos têm que ser ganhos. Tivesse ganhado o Coritiba, teria grande vantagem, poderia trocar passes, desgastar o Atlético, esperar o erro e vencer no desespero rubro-negro. O empate lhe impossibilita essa estratégia. Empurrado pela torcida, vai ter que atacar e correr riscos.

As vitórias do Chelsea sobre o Barcelona e do Bayern sobre o Real Madrid, ambas obtidas em campos alheios, lotados, mostram que o mando não é fundamental. O Atlético vai fazer gol no Couto Pereira, essa é uma certeza.  É da natureza do time de Don Juan. Segurar o Coritiba, evitar o gol verde nos dará o campeonato. Problema para Don Juan. Quarta e domingo.