sexta-feira, 25 de maio de 2012

MORTA ATRÁS DA PORTA


Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o presidente do Coritiba Vilson Andrade, respondendo a declarações contidas em nota oficial emitida pelo Atlético Paranaense sob o título “Vítimas e Vilões”, onde foi classificado de traidor, declarou:

“... Mas ele nunca fez esta proposta. E depois, não só ele não o fez, como o Hélio Cury, acompanhado do Domingos Moro, estiveram na CBF solicitando que ela interferisse...”

O advogado Domingos Moro, citado no texto, foi enfático sobre a afirmação do doutor Andrade:

“A resposta dada, se realmente foi a proferida pelo digno entrevistado, NÃO É VERDADEIRA”

Em seguida, assinala o Advogado com ações nacionalmente reconhecidas na área do Direito Desportivo:

“Ouvi do Vilson que a afirmação publicada na Gazeta Do Povo NÃO FOI POR ELE DITA”

A coluna, disponível no site ParanáOnLine, é longa e revela o conteúdo da conversa telefônica entre o presidente e o Advogado. Em meio ao tricô, o parágrafo mais importante:

“Então disse ao presidente Vilson que esperava sua retratação perante o veículo de comunicação, de forma a que fosse tornado público o desmentido. Ele me prometeu que faria expediente à GAZETA DO POVO na tarde de hoje. Aguardo o cumprimento da palavra empenhada e do compromisso assumido”

Em meio a essa conversa de personagens tão ilustres, vou meter minha humilde colher.

É quase impossível que jornalista tenha incluído o nome de Domingos Moro no texto da entrevista. Só se for maluco. Se não for crime, é, no mínimo, caso de demissão.

Se o Advogado exige do presidente sua “retratação perante o veículo de comunicação”, então, entendeu que o doutor Vilson disse. Isto é, mentiu, ao dizer que não disse. Mentiu duas vezes. Perdeu o rumo.

O presidente reage como criança pega fazendo peraltice frente à mãe com o chinelo na mão. Para os anti-palmadas, o chinelo é daqueles bem fofinhos.

Faz muito tempo que não compro um jornal impresso. A Tribuna tinha ótimo espaço dedicado ao torcedor, desaparecido com a necessidade de noticiar times de Rio e São Paulo. Com ele desapareceu meu interesse pelo papel.
Hoje, ali pelas nove horas, quando o sol aparecer, vou fazer meu retorno triunfal à banca, vou comprar a Gazeta, procurar a retratação do presidente coxa. Depois de ler e reler, e procurar entender, vou aconselhar ao Domingos voltar à infância e fazer a pergunta pega-mentiroso ao Vilsinho encabulado: jura pela mãe morta atrás da porta?

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